Fábrica da Nissan em Resende completa 10 anos de operação

São Paulo – Inaugurada em 15 de abril de 2014 a fábrica da Nissan instalada em Resende, RJ, celebrou dez anos de produção. Foi a primeira unidade 100% Nissan na América do Sul.

A Nissan Resende passa pela sua maior transformação desde a inauguração, com investimento de R$ 2,8 bilhões anunciado em 2023, para produzir dois novos SUVs e um motor turbo. Dentre as mudanças está a instalação de novos equipamentos na linha de produção e evolução dos processos para produzir os novos modelos. 

A unidade conta com área de estamparia, chaparia, pintura, injeção de plásticos, montagem, inspeção de qualidade e pista de testes.

Volvo Cars anuncia sete novos diretores para operação no Brasil

São Paulo – A Volvo Cars divulgou sua nova diretoria para o Brasil, reflexo de um novo posicionamento da operação local, que agora é responsável pela gestão de todos os importadores Volvo no mundo, incluindo América Latina. Luís Rezende, presidente da Volvo na região, é o líder do novo modelo de trabalho da Volvo Cars.

Sete novos executivos fazem parte da nova diretoria, unindo-se a Marcelo Godoy, presidente da marca no Brasil, Luciano Ferreira, que é diretor jurídico, e Guilherme Galhardo, que é chefe de eletrificação e diretor de digital. Confira abaixo o nome e cargo de cada um deles:

Tatiane Faria – diretora de network
João Reia – diretor de finanças
Mirella Cambrea – diretora de marketing
Rita Leme – diretora de RH para operação global de importadores
Eduardo Oshima – diretor de pós-vendas
Ricardo Ferreira – diretor de segurança corporativa para a América Latina
Christian Becker Sahd – diretor de Vendas

Volkswagen testará robotáxi ID Buzz na Alemanha

São Paulo – A Volkswagen realizará testes de seu ID Buzz totalmente autônomo para transportar passageiros em Hamburgo, Alemanha, até o fim do ano. Nesta primeira fase o chamado robotáxi terá um motorista ao volante, por segurança, a fim de garantir que o veículo funcione corretamente.

De acordo com reportagem do site Automotive News Europe o objetivo da montadora é entrar com operações em grande escala em até dois anos. E aproveitar essa fase de testes para ver qual a avaliação do público a respeito desse meio de transporte.

Cada veículo será monitorado por um centro de controle de frota, comandado por um supervisor humano, informou Chris Yan, executivo da Volkswagen Commercial Vehicles. Essa pessoa poderá dar instruções de condução do veículo, falar via vídeo com os passageiros ou chamar autoridades e paramédicos para a localização do veículo, se houver necessidade.

A tecnologia de direção autônoma do ID Buzz tem sido desenvolvida em parceria com a Mobileye, subsidiária da Intel. E o serviço será executado pela Moia, subsidiária de soluções de mobilidade da Volkswagen.

John Deere apresenta na Agrishow seu conceito de motor a etanol

São Paulo – Um dos principais destaques da John Deere em seu estande na Agrishow, feira dedicada ao agronegócio que abre as portas em 28 de abril, em Ribeirão Preto, SP, será o seu conceito de motor a etanol. Conceito porque ainda não está comercialmente disponível e sequer foi testado em campo no Brasil, apenas em bancadas. A ideia é que nos próximos meses alguns tratores comecem a rodar equipados com o novo motor em clientes brasileiros a fim de que sejam feitos os últimos testes.

A expectativa é otimista, segundo Rodrigo Bonato, diretor de marketing para a América Latina. Como boa parte dos clientes John Deere produzem cana-de-açúcar ou milho oferecer a opção a etanol pode significar economia na operação, pois o combustível pode ser produzido internamente.

“Se tudo der certo nos testes em campo o motor estará disponível nos próximos anos. É um desenvolvimento global, foi apresentado no fim do ano passado na Alemanha e a John Deere mira também os mercados europeu e dos Estados Unidos. Mas sabemos que o etanol aqui no Brasil está mais consolidado e cria mais oportunidades.”

O motor adaptado foi o mais usado em máquinas John Deere vendidas no Brasil, o de 9 litros. O bloco é o mesmo do diesel, mas cabeçote e pistões foram modificados e um sistema de injeção direta instalado. Engenheiros brasileiros apoiam a iniciativa, que tem seu desenvolvimento feito lá fora.

Até porque a John Deere ainda investe no seu centro de desenvolvimento no Brasil. Anunciado em novembro será instalado em Indaiatuba, SP, mesma cidade onde a companhia mantém uma fábrica de máquinas de construção, mas em outro local. Um terreno de 500 mil m² já recebe as obras, que têm prazo de finalização previsto para o fim do ano.

Os investimentos somam R$ 180 milhões e cerca de 150 pessoas trabalharão no local. É o primeiro da John Deere no Hemisfério Sul – a companhia mantém centros de engenharia nos Estados Unidos e na Alemanha.

Na semana que vem a empresa anuncia novos investimentos em Catalão, GO, onde ampliará a localização da produção de pulverizadores e colheitadeiras de cana, introduzirá novos produtos e agregará mais tecnologia. O valor permanece em aberto, segundo Bonato, que afirmou que nos últimos dez anos US$ 550 milhões foram investidos no mercado brasileiro.

Ricardo Bastos é reeleito presidente da ABVE

São Paulo – Ricardo Bastos foi reeleito por unanimidade, e por mais dois anos, presidente da ABVE. A entidade também ampliou seu conselho diretor de vinte para trinta integrantes e agora inclui representantes de empresas que se associaram recentemente, como iFood, Raízen, 99 App, Vehya, Vibra e Companhia Brasileira do Lítio. Passaram a participar da diretoria também General Motors, Ford, EDP e Amazon.

Bastos ocupa o cargo desde março de 2023, quando Adalberto Maluf renunciou para assumir a Secretaria Nacional do Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. Neste novo mandato contou que seu objetivo será consolidar a eletromobilidade como processo irreversível no Brasil, além de aprofundar o relacionamento da associação com o governo e outras entidades do setor.

Ricardo Bastos, presidente reeleito da ABVE. Foto: Divulgação.

“Trabalharemos muito forte na questão de segurança de operação e recarga de veículos elétricos, contribuindo junto ao poder público com esclarecimentos e muitas informações técnicas”, afirmou o Bastos, também diretor de relações institucionais e governamentais da GWM. “A questão da segurança está sendo debatida há bastante tempo no Congresso e vamos intensificar essas discussões, pensando principalmente na segurança das pessoas na hora de adquirir veículo elétrico ou instalar um carregador em casa ou no condomínio.”

A ABVE possui 124 associados.

Jeep Compass ganha mais potência para defender sua liderança

Punta del Este, Uruguai – O portfólio da linha Jeep no Brasil começa a reduzir seu domínio no universo dos SUVs. Seu primeiro modelo nacional, produzido em Goiana, PE, desde a inauguração da fábrica, em 2015, o compacto Renegade já perdeu quatro posições no ranking dos mais vendidos em 2023. Considerando a venda de todos os modelos a participação de mercado da Jeep caiu de 8,71%, em 2022, para 7,36%, no ano passado. E no primeiro trimestre de 2024 foi a 6,73%. Por isto está em curso uma renovação de meia-vida dos produtos, a começar pelo SUV médio-compacto Compass.

Líder de vendas dentre os SUVs médios o Compass também vem perdendo espaço. Na linha 2025 as principais novidades incorporadas ao modelo são uma leve alteração visual e a chegada da motorização Hurricane, que lhe confere mais potência e desempenho.

O motor importado dos Estados Unidos é o mesmo utilizado, desde o ano passado, na picape Ram Rampage, também produzida no mesmo complexo da Stellantis em Pernambuco. O Hurricane 2.0 com injeção direta de gasolina e turboalimentado, com 272 cv e 400 Nm de torque máximo, faz do Compass o SUV médio nacional mais rápido do Brasil, chegando a 228 km/h de velocidade máxima e aceleração de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos, segundo medições do fabricante.

Compass terá duas versões com o motor Hurricane a gasolina

Assim a Jeep está aderindo a uma tendência do mercado nacional que é agregar mais esportividade aos SUVs com o uso de motores mais potentes. Além do Compass e do Commander, ambos já escalados para ter versões com o motor Hurricane, a Fiat, também do Grupo Stellantis, já coloca sua marca esportiva Abarth no Pulse e no Fastback com seu motor 1.3 turboflex de 180 cv, e a Volkswagen prepara para este ano opções do Nivus e de outros modelos com a preparação esportiva GTS, que usa o motor TSI 1.4 turboflex de 150 cv.

A propósito a linha Commander 2025, assim como o Compass, também recebeu algumas novidades, que só serão divulgadas após 18 de abril – e publicadas na Agência AutoData.

Desempenho vitaminado

Rodando pelas estradas tranquilas da região de Punta del Este, no Uruguai, impressionou a capacidade do Compass em retomadas, condição que o torna mais eficiente nas ultrapassagens. E, também, a velocidade que é capaz de atingir.

O consumo, no percurso de pouco mais de 70 quilômetros, ficou em 8,6 km/l no computador de bordo, utilizando a gasolina pura de 95 octanas vendida no país vizinho. Trata-se de desempenho razoável para um veículo com 1,7 mil kg. Mas utilizando a gasolina misturada com 27% de etanol no Brasil pode ser que o computador de bordo apresente média um pouco menor. Para efeito de comparação, durante avaliação com a picape Rampage no Brasil, que pesa 1,9 mil kg e usa o mesmo Hurricane 2.0, a reportagem observou média de 7,1 km/l.

Dupla saída do escapamento é única novidade na traseira e exclusiva para versão Blackhawk

No caso do Compass vale ressaltar que SUVs não foram feitos para desempenhos esportivos, mesmo com o trabalho feito pela engenharia para segurar a rolagem da carroceria por meio da utilização de molas e amortecedores mais eficientes, bem como a adoção de novos pneu mais resistente e rodas de 19 polegadas.

Porém esportividade é que o consumidor quer e tem demonstrado em pesquisas. Por isto a Jeep trabalhou bem para equilibrar no Compass o compromisso com segurança, conforto e desempenho, digamos, mais vitaminado.

“Estamos aproveitando uma queda natural da procura pelas motorizações a diesel e oferecendo novas opções mais esportivas com um motor a gasolina. É uma decisão, baseada nas necessidades do mercado, que já tomamos há algum tempo”, disse Hugo Domingues, vice-presidente da Stellantis responsável pela Jeep na América do Sul.

Poucas mudanças visíveis

Dessa forma a linha 2025 do Compass muda um pouco. Deixa de ser ofertada a versão topo de linha Trailhawk, cujos destaques eram o motor diesel 2.0 de 170 cv e a suspensão elevada, para a introdução de uma nova opção, a Blackhawk, com o motor Hurricane e quase todos os itens de segurança ativa e passiva e de conforto que já tinham sido embarcados na Trailhawk.

Nova versão topo de linha

No total o Compass 2025 tem agora sete versões, sendo duas com o motor Hurricane: a Blackhawk e a Overland, ambas com tração 4×4. Sobrou apenas uma versão com o motor TD350 diesel, a Limited – no portfólio anterior eram ofertadas quatro versões diesel. Todas as outras quatro opções são 4×2 equipadas como o já conhecido motor turboflex de 180 cv, este o único da gama produzido no Brasil, em Betim, MG.

O cliente menos atento precisará de uma lupa para identificar as modificações estéticas do Compass 2025. Terá de olhar com atenção para a grade dianteira, que agora tem aletas – e não colmeias – em seu desenho interno. Além disso foi atualizado apenas o design das rodas aro 19 – a versão de entrada, Longitude, mantém as de 18 polegadas.

Aletas substituem colmeias na grade frontal

Avanço da tecnologia

O interior também pouco muda. Mas são pequenas alterações que trazem muito mais tecnologia para o Compass. Por exemplo os ADAS, sigla em inglês para Sistemas Avançados e Assistência ao Motorista, foram aprimorados para controlar com mais precisão os sensores e atuadores automáticos de aceleração, frenagem e a permanência na faixa de rodagem.

Esta é uma das boas notícias da linha 2025 da Jeep, pois a geração anterior destas tecnologias chegava a irritar o motorista, com frenagens repentinas e muito bruscas, assim como era demasiado agressivo o movimento automático para manter o veículo no centro da pista. Todas essas operações agora são mais suaves e precisas, garantindo assim o conforto e a segurança que se espera desta tecnologia.

Interior sem mudanças estéticas

O quadro de instrumentos do motorista é agora todo digital. Tem 10,25 polegadas e permite a configuração de diversas informações apresentando por exemplo, a força G, a pressão do turbo e a potência utilizada nos momentos de aceleração. Estes são acessórios que combinam com a proposta de consumir mais esportividade em um SUV.

Além disto na central multimídia de 10,1 polegadas está integrada a assistente pessoal Alexa. Isto para que os clientes possam controlar algum acessório em casa enquanto está dirigindo seu Compass, dentre outras interseções tecnológicas ainda pouco utilizadas pelas pessoas.

Principal novidade no interior é o quadro de instrumentos digital

Nas versões mais sofisticadas a Jeep inclui o ajuste elétrico dos bancos para motorista e passageiro e também um poderoso sistema de som da marca Beats com oito autofalantes. E ainda um sensor de presença abaixo do para-choque traseiro para abertura automática do porta-malas.

A princípio todas essas novidades da linha 2025 do Compass trariam consigo um aumento do preço. Mas não é o que pretende a Jeep. De acordo com Hugo Domingues haverá uma redução de R$ 5 mil a R$ 20 mil, dependendo da versão (veja preços e versões abaixo). Este é mais um atrativo para buscar melhor o desempenho de vendas do Compass.

Por causa de período de silêncio imposto pela empresa para seguir regras de divulgação de informações das bolsas de valores que negociam as ações da Stellantis os executivos não podem divulgar os volumes de vendas projetados para a linha Compass renovada. A intenção é manter a liderança e, se possível, ampliar a distância da concorrência que a cada dia traz mais novidades. Mas Domingues pode dizer sua expectativa para a maior novidade da linha 2025: “Esperamos que 20% a 25% das vendas sejam das versões com a nova motorização Huricane”.

TABELA LINHA JEEP COMPASS 2025

Itens de série e opcionais

Jeep Compass Sport T270 – R$ 179 mil 990

A/C Dualzone • Apple Carplay e Android Auto sem fio • Bancos em tecido • Central Multimídia de 8,4” • Faróis Full LED com assinatura em LED e Lanternas em LED • Quadro de instrumentos de 7” • Rodas de liga leve de 18”

Opcionais: – Bancos em couro- Teto solar elétrico e panorâmico Command View- Pacote High Tech – ADAS L2 (ADA; ACC; AHB; DDT; LDW; FCW+PEB; TSR); Quadro de Instrumentos de 10,25” e Central 10,1”

Jeep Compass Longitude T270 – R$ 196 mil 990

Sport+ Nova Central Multimidia 10,1” com comando de voz avançado e GPS • Novo Cluster 10,25” • Novo pacote ADAS L2 -ADA | Active Driving Assist System -ACC | Piloto automático adaptativo com Stop&Go-AHB | Comutação automática dos faróis -DDT | Detector de fadiga do motorista-LDW | Aviso de mudança de faixas-FCW + PEB | Aviso de colisão frontal com frenagem de emergência com detecção de pedestres e ciclistas-TSR | Reconhecimento de placas de trânsito • Novas rodas de 18” • Novo sistema de som premium Beats

Opcionais: Teto solar elétrico e panorâmico Command View • Pacote Night Eagle (Design escurecido + Adventure Intelligence + Alexa in-vehicle + Wireless Charger + Park Assist + Rebatimento automático dos retrovisores + retrovisor eletrocrômico)

Jeep Compass Limited T270 – R$ 216 mil 990

Jeep Compass Limited TD350 4×4 – R$ 249 mil 990

Longitude+ Novo Adventure Intelligence Plus • Nova Alexa in-vehicle • Novas rodas em liga leve de 19” com pneus com tecnologia auto vedante • 7 airbags • Banco elétrico para o motorista • Rebatimento automático dos retrovisores externos • Retrovisor eletrocrômico • Teto pintado de preto • Wireless Charger Exclusivo na versão TD350: Tração 4×4 com seletor de terrenos e HDC + Câmbio AT9

Opcional: Teto solar elétrico e panorâmico Command View

Jeep Compass Serie S T270 – R$ 236 mil 990

Limited+ Novas rodas de 19” com pneus com tecnologia auto vedante • Detecção de tráfego cruzado traseiro • Monitoramento de Pontos Cegos • Park Assist + sensor dianteiro • Pintura das partes plásticas na cor da carroceria • Revestimento interno do teto em preto • Teto solar panorâmico

Jeep Compass Overland Hurricane 4×4 – R$ 266 mil 990

Longitude+ Motor 2.0T Hurricane com 272cv e 400 Nm • 7 airbags • Adventure Intelligence Plus + Alexa in-vehicle • Banco elétrico para o motorista • Câmbio AT9 • Pintura das partes plásticas na cor da carroceria • Rebatimento automático dos retrovisores externos • Retrovisor eletrocrômico • Remote Start • Rodas em liga leve de 19” com pneus com tecnologia auto vedante • Teto pintado de preto • Tração 4×4 com seletor de terrenos e HDC • Wireless Charger

Opcional: Teto solar elétrico e panorâmico Command View

Jeep Compass Blackhawk Hurricane 4X4 – R$ 279 mil 990

Overland+ Banco elétrico para o passageiro • Design escurecido • Detecção de tráfego cruzado traseiro • Monitoramento de Pontos Cegos • Park Assist + sensor dianteiro • Performance Pages • Porta-malas automático com sensor de presença • Revestimento interno do teto em preto • Rodas de 19” esportivas e com pinças de freio vermelhas • Teto solar panorâmico • Tomada 127V

Indústria automotiva projeta o futuro com o olho no retrovisor

São Paulo – Em seu discurso na sexta-feira, 12, durante a cerimônia que marcou a inauguração da nova sede da Anfavea em São Paulo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recordou dos tempos áureos da indústria, que durante seu segundo governo chegou a produzir mais de 3 milhões de veículos por ano até o recorde de 3,7 milhões de unidades, registrado na primeira gestão da presidenta Dilma Rousseff. Isto aconteceu logo depois de ouvir dos presidentes e CEOs das associadas da Anfavea que mais de R$ 125 bilhões em investimentos estão programados no atual ciclo de renovação da indústria, que almeja alcançar novamente, e superar, este patamar que hoje enxerga do retrovisor do passado.

A indústria automotiva está no centro das discussões e das prioridades do governo. Lula não foi sozinho à posse da Anfavea: estava acompanhado de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, Geraldo Alckmin, do MDIC, Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e Ricardo Lewandowski, da Justiça. Uma demonstração de prestígio ao escalar ministros do primeiro escalão para uma inauguração de sede.

O Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, e o NIB, Nova Indústria Brasil, ajudaram a atrair os investimentos anunciados pelo setor, que ouviu a cobrança de Lula: quer de volta o Salão do Automóvel, cuja última edição ocorreu há cinco anos. 

“O brasileiro adora o Salão do Automóvel”, disse em seu discurso. “Não é possível que um País do tamanho do Brasil não tenha o seu Salão do Automóvel. Por favor, presidente [da Anfavea, Márcio de Lima Leite]: retomem o Salão do Automóvel!”

O pedido, que soa quase como uma exigência, será atendido, segundo Lima Leite. A jornalistas, após a cerimônia, o presidente da Anfavea admitiu que o retorno do Salão integra a pauta da entidade: “Precisamos mostrar as tecnologias e o potencial da indústria brasileira. Acontecerá, ainda sem data definida por questões de espaço e de logística”.

Na visão do executivo o Salão é importante tanto para posicionar a indústria nacional no palco global, ao expor as tecnologias para mercados em potencial de exportação, como para o consumidor brasileiro. “Existem consumidores que sequer sabem a diferença de um híbrido para um elétrico. A indústria precisa apresentar as novas tecnologias também ao brasileiro”.

A volta ao passado em termos de volume

Para retomar aos 3 milhões de unidades por ano o setor se apoia em dois pilares, ambos em pauta na reunião do fim da semana passada. O primeiro, e mais falado pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, é o mercado externo. As exportações de veículos estão em queda, muito pelo desempenho dos mercados de destino, mas existem mecanismos que podem ajudar a elevar a competitividade do carro made in Brazil.

“O governo está sensível com a questão das exportações”, afirmou Lima Leite. “Queremos mais acordos comerciais, harmonização regulatória e a eliminação dos resquícios tributários. Como comparação o México possui 47 acordos comerciais bilaterais. O Brasil tem menos de dez”.

No outro pilar, as vendas internas, a questão parece estar encaminhada com a queda da taxa básica de juros. O juro elevado foi, na visão de Lima Leite, um dos principais vilões do mercado nos últimos anos, mais do que o preço dos veículos que subiu bastante:

“O preço do carro aumentou porque o custo de produção subiu na pandemia. Mas o carro de entrada, o popular da época do [presidente da República] Itamar [Franco], custaria hoje na faixa dos R$ 80 mil se aplicada a inflação do período, mesmo sem as tecnologias atuais”.

O presidente da Anfavea aposta que a queda da taxa básica de juros, reforçada com a aprovação do marco das garantias que facilita a retomada do bem no caso de inadimplência, ajudará a derrubar o juro do setor automotivo e trará de volta o consumidor que ou saiu do mercado ou migrou para os seminovos. E mira o futuro com o olho no retrovisor:

“O mercado interno voltará a crescer. Nossa expectativa é retornar às 3 milhões de unidades vendidas nos próximos dois anos”.

Com presença de Lula Anfavea inaugura nova sede em São Paulo

São Paulo – Dias após deixar o imóvel da Avenida Indianópolis, onde estava instalada desde 1975, a Anfavea inaugurou na sexta-feira, 12, sua nova sede em São Paulo, localizada no edifício Brooklin One, na Avenida Luís Carlos Berrini. A mudança de endereço foi celebrada em evento com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do MDIC, Geraldo Alckmin, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Justiça, Ricardo Lewandowski. 

Antes da cerimônia, que ocorreu em outro andar do Berrini One, Lula e seus ministros reuniram-se com os presidentes das associadas da Anfavea e conheceram as instalações da nova sede. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirmou que a inauguração ocorre em meio ao maior ciclo de investimentos da história da indústria: 

“São investimentos que gerarão mais empregos e ajudarão com a descarbonização”, disse em seu discurso, lembrando que, quando Lula deixou a presidência o mercado brasileiro estava crescendo e chegou a 3,8 milhões de veículos por ano: “Nosso compromisso é retornar a este volume”.

Nas contas da entidade estão ativos planos na ordem de R$ 125 bilhões, dos quais R$ 67 bilhões anunciados desde dezembro, quando foi publicado o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, a segunda fase do Rota 2030.

Haddad, ministro da Fazenda, pediu a celeridade na tramitação da reforma tributária no Congresso: “Nossa vontade é aprovar até o fim do ano. Ela veio para melhorar a vida da indústria brasileira: queremos produzir mais, mais barato, exportar mais, desonerar os investimentos e as exportações. A indústria precisa ficar atenta para que ela não seja desvirtuada”.

Lula destacou em seu discurso a importância da Anfavea como representante da indústria e relembrou atritos que teve com a entidade no passado, nas épocas das grandes greves dos anos 1970. E celebrou o momento do setor automotivo:

“Alguma coisa aconteceu: são R$ 125 bilhões em investimentos. A indústria voltou a ter confiança, a ter segurança jurídica, estabilidade econômica e social. É isso que quem quer investir deseja. Quando fui presidente batíamos recordes de produção e vendas de veículos e agora estamos com volumes mais baixos. Quem errou? Por que paramos de andar para a frente?”.

O presidente defendeu também o retorno do Salão do Automóvel: “Eu adoro o Salão, o brasileiro adora o Salão do Automóvel. Não é possível que um País do tamanho do Brasil não tenha o seu Salão do Automóvel, ele atrai a atenção do brasileiro, de outros países. Por favor, presidente [Márcio de Lima Leite]: retomem o Salão do Automóvel!”.

Lima Leite afirmou, após a cerimônia, que o assunto está em pauta dentro da Anfavea e é possível que o evento retorne no fim do ano ou início de 2025.

Montadoras europeias pagam multas de € 510 milhões por não reduzirem emissão de CO2

São Paulo – O primeiro ano em que foram impostos limites mais rígidos quanto às emissões de CO2 na Europa, em 2020, rendeu às montadoras multas que chegaram a € 510 milhões. As maiores empresas punidas são Volkswagen e Jaguar Land Rover, de acordo com reportagem da Automotive News Europe baseada em dados da Comissão Europeia.

Àquela altura deveria ter sido comercializado um volume maior de veículos 100% elétricos e híbridos. A Volkswagen informou que desembolsou mais de € 100 milhões por não alcançar a meta de 0,75 grama por quilômetro e a Jaguar Land Rover disse, em outubro de 2021, que pagou € 40 milhões por não atingir o estipulado em 3 gramas por quilômetro.

Outros fabricantes que descumpriram as normas foram Suzuki, Subaru, Bentley, DR Motor, Lamborghini e McLaren, bem como veículos comerciais leves SsangYong. Conforme a publicação, no entanto, o valor pago por cada uma das empresas não pôde ser determinado.

O que é sabido é que a Suzuki não alcançou a meta em 10,4 gramas por quilômetro, traduzido numa multa de quase € 1 mil por veículo, num total de € 160 milhões. A Subaru falhou por 34 gramas, multa de € 3,2 mil por veículo, o que somaria € 52 milhões.

STF aprova Fenabrave e Anfavea como amigas da corte em processo da Lei Renato Ferrari

São Paulo – O ministro Edson Fachin, do STF, Supremo Tribunal Federal, admitiu as solicitações de Anfavea e Fenabrave para participar como amici curiae, ou amigos da corte, na ação impetrada pela PGR, Procuradoria-Geral da República, que questiona a Lei 6 729/79, alterada pela Lei 8 132/90, mais conhecida como Lei Renato Ferrari, que regulamenta a relação comercial das montadoras com suas redes de distribuição. As petições foram feitas em janeiro e aprovadas pelo ministro em despacho nesta semana.

Desta forma as duas associações podem atuar como uma espécie de consultoras do STF na ADPF, arguição de descumprimento de preceito fundamental, que questiona a existência da lei e pretende desregulamentar toda a relação do setor automotivo. Caso derrubada a lei diversas relações comerciais existentes, como cláusula de exclusividade e limites territoriais, deixariam de ser exigidas.

Fachin solicitou, no início de janeiro, as posições do Congresso e da Presidência da República a respeito do assunto. Ambos deram pareceres favoráveis à manutenção da lei, com o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, fornecendo informações que apontam a sua importância para o setor.

A ADPF segue sua tramitação. Anfavea e Fenabrave contrataram os escritórios de advocacia Mattos Filho e Ayres Britto, respectivamente, para acompanhar o processo.