JLR promove mudanças no seu quadro executivo

São Paulo – Dois novos executivos chegam para a JLR, em linha com o plano estratégico Reimagine que transformou a companhia, individualizando as operações das marcas Range Rover, Defender e Discovery em paralelo à Jaguar.

Para a diretoria de marketing foi contratada Camila Mateus, que possui mais de vinte anos de experiência em marketing e comunicação e passagem por empresas como Volvo Cars, Sadia e Unilever. Já Thiago dos Santos Lemes assume as operações comerciais do mercado, que engloba vendas, desenvolvimento de rede, treinamento, planejamento e performance de vendas. Ele passou por BMW, Audi e, mais recentemente, Hyundai.

Dois novos gerentes também foram adicionados ao time: Danilo Rodil, que ocupava a gerência de vendas, assume a gerência das marcas Jaguar e Range Rover. Uma outra vaga, gerente de marca Defender e Discovery, segue aberta com processo interno de seleção.

Mario Paziano, atual gerente de vendas corporativo e seminovos, passa à função de gerente nacional de vendas, respondendo a Lemes. Jéssica Monteiro assume a responsabilidade da área de transformação, em paralelo à gerência de serviços financeiros.

Em meio a incertezas no mercado de elétricos Kia atualiza planos para 2030

São Paulo – A Kia anunciou durante o CEO Investor Day 2024 em Seul, Coreia do Sul, a atualização de seus planos para 2030, apresentados no ano passado. O objetivo da montadora é fortalecer seu plano de negócios como resposta às incertezas no cenário global da indústria de mobilidade, como as mudanças no mercado de veículos elétricos, ascensão das marcas chinesas e alteração do ambiente competitivo.

Focada na meta de tornar-se marca líder em eletrificados a Kia reiterou sua projeção anual de vendas para 2030 de 4,3 milhões de unidades – para este ano são esperadas 3,2 milhões de unidades –, incluindo 1,6 milhão de veículos elétricos que, somados aos híbridos, alcançarão 2,5 milhões de unidades ou 58% da comercialização da montadora, 3 pontos porcentuais acima do anunciado em 2023.

Embora seja esperado que a demanda por veículos a bateria para 2030 permaneça inalterada de acordo com a Kia o ritmo de crescimento pode se mostrar desigual no curto prazo. Fatores como expansão econômica global mais fraca, redução dos subsídios aos 100% elétricos e adaptação mais lenta da infraestrutura de carregamento podem afetar a procura.

Para adaptar-se às possíveis mudanças do mercado a Kia informou que garantirá flexibilidade em sua operação de linha. Estão previstos os lançamentos de seis modelos híbridos em 2024 e outros nove até 2028, com opções de hibridização para a maioria dos principais veículos da marca. Quanto aos elétricos, em resposta às mudanças no mercado de veículos elétricos, serão lançados seis modelos até 2026.

A empresa também utilizará suas fábricas chinesas para atender à demanda em mercados emergentes, que devem contribuir com 250 mil unidades em 2027.

A marca adotará energia renovável em suas fábricas nos próximos anos, chegando a 66% até 2030, 82% até 2035 e 100% até 2040. As metas para 2030 e 2035 foram aumentadas em 3 e 4 pontos porcentuais ante o projetado no ano passado.

Eletrificados superam pela primeira vez modelos a combustão no mercado europeu

São Paulo – As vendas de veículos leves eletrificados na Europa superaram a demanda por modelos movidos a gasolina e diesel em março. Os eletrificados conquistaram participação de 49,1%, contra 47,8% dos a combustão, de acordo com dados divulgados pela Acea, entidade que representa o setor automotivo na região.

A virada de jogo dos eletrificados foi puxada pelos modelos híbridos, que elevaram sua participação de 24,4% em março de 2023 para 29% em março deste ano, e os elétricos caíram de 13,9% para 13% na mesma base de comparação. Os veículos movidos a gasolina e a diesel tinham 51,8% de market share em março do ano passado e fecharam em 47,8% em março de 2024.

O mercado europeu registrou 1 milhão 31 mil vendas em março, volume 5,2% menor do que o registrado em igual mês do ano passado e alta de 13,2% ante fevereiro. A queda foi puxada pelo feriado de páscoa, que reduziu o número de dias úteis e afetou o mercado, segundo a Acea, com retração das vendas nos quatro principais países da região: Alemanha – 6,2%, Espanha – 4,7%, Itália – 3,7% e França – 1,5%.

No primeiro trimestre as vendas de veículos leves na Europa somaram 2,8 milhões de unidades, volume 4,4% maior do que o registrado no primeiro trimestre de 2023. O resultado foi puxado pelo crescimento da demanda nos quatro principais mercados: Itália 5,7%, França 5,7%, Alemanha 4,2% e Espanha 3,1%.

Chinesas avançam em planos de produção de veículos na Europa

São Paulo – Empresas montadoras chinesas estão com planos avançados de produzir seus veículos na Europa onde já concorrem com modelos locais pagando 10% de imposto de importação, alíquota que deverá subir nos próximos meses diante de um movimento Comissão Europeia para proteger a sua indústria. Segundo reportagem da Automotive News ao menos cinco empresas já divulgaram seus projetos de produção local: BYD, Chery, Dongfeng, Leapmotor e SAIC.

Os planos da BYD de produzir veículos leves na Europa começam em 2026 com uma nova fábrica instalada na Hungria. A intenção é conquistar 5% de participação. A fábrica começará com capacidade para produzir 150 mil veículos/ano, com a possibilidade de dobrar o volume mil no futuro.

A Chery afirmou que produzirá veículos Omoda em Barcelona, Espanha, utilizando uma antiga fábrica da Nissan, a partir de uma joint venture com a espanhola EV Motors. A previsão é de iniciar a produção em 2025.

Já a Dongfeng negocia com o governo italiano para construir unidade com capacidade para produzir 100 mil unidades/ano. Também a Itália poderá ter produção de modelos da Leapmotor na icônica fábrica de Mirafiori, em Turim: os planos da companhia, da qual a Stellantis detém 21% das ações, são de fabricar 150 mil veículos elétricos por ano. Há também tratativas para montar modelos na Polônia.

A MG, marca da SAIC, é a chinesa mais vendida na Europa, 231,7 mil veículos em 2023. Seus executivo afirmam que nos próximos dois ou três anos pretendem definir o plano de produção na região, usando como base os custos de energia e de mão de obra para escolher o país para sua fábrica.

BNDES empresta R$ 85 milhões para Tembici investir em P&D

São Paulo – O BNDES aprovou financiamento de R$ 84,6 milhões para a Tembici investir em seu plano de inovação de micromobilidade compartilhada urbana de 2024 a 2026. O aporte será injetado em P&D, para promover o aprimoramento de bicicletas elétricas e estações de recarga por ela desenvolvidas.

Os recursos também serão empregados em melhorias na experiência do usuário a partir da otimização de funcionalidades com o novo software e aplicativo de compartilhamento de bicicletas, no aperfeiçoamento da infraestrutura digital e de processamento de dados na nuvem.

Trata-se da segunda liberação de recursos do BNDES para a Tembici. O primeiro permitiu o estabelecimento do Tembici Labs, centro de P&D que desenvolveu modelos de bicicletas que percorrem velocidade de até 25 km/h e que são opção para deslocamentos de até 10 quilômetros de distância. O empréstimo propiciou ainda o fortalecimento da cadeia de fornecedores locais e o crescimento da nacionalização de insumos para a produção.

De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o investimento em mobilidade sustentável é uma das missões da Nova Indústria Brasil: “Nesta operação, além de promover a locomoção sem emissão de CO2, estamos financiando a inovação, fator fundamental para o desenvolvimento e estruturante para colocar o Brasil no caminho da neoindustrialização”.

Jeep Commander ganha motor Hurricane e fica mais barato

Punta del Este, Uruguai – Assim como o Compass o Jeep Commander 2025 recebeu algumas modificações para melhorar o desempenho de vendas, que vem caindo nos últimos anos por causa do aumento da concorrência mas, sobretudo, porque desde 2021, quando chegou ao mercado, poucas novidades foram introduzidas ao portfólio. E está aí, na linha ofertada, a maior mudança: chegam duas versões com motor Hurricane a gasolina, uma de entrada com cinco lugares e a topo de linha Blackhawk. Outra novidade foi ampliada para todos os modelos da Jeep: garantia de cinco anos.

Commander Longitude T270 com cinco lugares

Segundo Hugo Domingues, vice-presidente da Stellantis responsável pela Jeep na América do Sul, a linha 2025 do Commander terá redução de preços que varia de R$ 15 mil a R$ 40 mil dependendo da versão – veja tabela. No entanto, algumas concessionárias consultadas pela reportagem, e que pediram para não revelar suas identidades, disseram que ainda há muitas unidades do Commander 2024 no estoque. Desta forma, neste primeiro momento as revendas concentrarão os esforços para esvaziar o pátio dos modelos do ano passado.

Tabela completa de preços do Jeep Commander 2025

Mesmo assim será difícil evitar que o consumidor-família que também busca desempenho em um SUV de sete lugares deixe de olhar com interesse para as duas versões do Commander com o mesmo motor utilizado na picape Ram Rampage. O Hurricane 2.0 com injeção direta de gasolina e turboalimentado, com seus 272 cavalos e 400 Nm de torque, faz o Commander acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 7 segundos e atingir a velocidade máxima de 220 km/h, segundo medições do fabricante.

O Jeep para a família segue a mesma tendência do Compass e de outros modelos nacionais: oferecer desempenho esportivo em um SUV. A Fiat – também do Grupo Stellantis – já coloca sua marca esportiva Abarth no Pulse e no Fastback, enquanto a Volkswagen prepara para este ano opções do Nivus e de outros modelos com a preparação esportiva GTS.

Outras novidades da linha 2025 são a atualização do sistema ADAS, de assistência ao motorista. Essa é uma das boas notícias tanto do Commander quanto do Compass, pois a geração anterior da tecnologia realizava as operações automáticas de frenagem ou aceleração e até a manutenção na faixa de rodagem de forma mais brusca.

O ADAS de segunda geração atua de maneira bem mais suave e precisa, o que já era esperado. Além disso, rodando pelas estradas ao redor de Punta del Este, no Uruguai, o comportamento dinâmico do Commander surpreendeu. Com pouco mais de 4 metros e entre-eixos de 2 metros 326 centímetros o SUV se comportou muito bem durante uma condução um pouco mais esportiva. O motor Hurricane com seus 272 cavalos parece não se esforçar para carregar as 1,7 toneladas do SUVão.

Commander Blackhawk topo de linha

Sobretudo em retomadas, o comportamento é semelhante ao de um modelo muito mais leve e ágil. As frenagens também são mais eficientes por causa do trabalho da engenharia na adoção de nova bomba de vácuo, pinças e discos redimensionados.  A impressão da reportagem é que o Commander ficou ainda mais gostoso de dirigir do que o Compass.

Mas o consumo ficou abaixo do divulgado pela Jeep. De 8,3 km/l apontados na ficha técnica, durante a viagem de pouco mais de 70 quilômetros o computador de bordo acusou o consumo de 7,9 km para cada litro de gasolina pura uruguaia com 95 octanas. Utilizando a gasolina brasileira misturada com etanol o consumo deve ser sensivelmente maior.

Dentre os itens de conforto e tecnologia obrigatórios em um produto que custa de R$ 200 mil a mais de R$ 300 mil destacam-se o banco do motorista com memória de posição, Wi-Fi e assistente pessoal Alexa integrados de série a partir da versão Limited. Além disso, está presente lista de itens de comodidade, como assentos frontais com ajuste elétrico, porta-malas com acionamento por botão e hands-free, som premium Harman Kardon, central multimídia de 10,1” e quadro de instrumentos de 10,25” full digital, novidade para todas as versões.

Nova grade frontal com aletas: principal novidade estética

Por fora a maior novidade é a grade frontal que passa a ostentar aletas no lugar das colmeias da geração anterior. Além de um novo pneu mais resistente e versátil e rodas com novos desenhos para cada uma das versões.

Com todo esse pacote a Jeep espera posicionar melhor o Commander no segmento de SUVs familiares. Desde 2022 quando foi o 11º SUV mais vendido do País a participação vem caindo. Em 2023 caiu para a 13ª posição e este ano, até março, o Commander é o 17º SUV do mercado nacional.

Juros e inadimplência para financiamentos de 0 KM recuam em fevereiro

São Paulo – Ainda que de forma tímida, a passos curtos, tanto os juros como a inadimplência nos contratos de financiamentos para veículos 0 KM recuaram em fevereiro. Dados divulgados pelo Banco Central apontam que ambos os índices caíram na comparação com janeiro e com fevereiro do ano passado.

A inadimplência cedeu de 5,1% em janeiro para 5% em fevereiro. Doze meses antes os atrasos superiores a noventa dias nos financiamentos de veículos estavam em 5,6%. O índice é considerado elevado na série histórica, mas é o menor desde julho de 2022 e vem caindo mês a mês.

Quanto aos juros o índice voltou a apontar para baixo, após uma subida em janeiro. Em fevereiro a média nos contratos foi de 25,9%, 0,2 ponto porcentual abaixo de um mês antes e 3,1 pontos abaixo de um ano antes.

A tendência é seguir em queda, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que diz esperar recuo dos juros para acompanhar a redução da taxa Selic, hoje em 10,75% ao ano, e o corte nos spreads bancários decorrente da aprovação do marco de garantias, que facilitou a retomada do bem em caso de calote, reduziu o risco dos bancos e que, espera-se, seja repassado aos contratos de financiamentos.

BYD testa ônibus elétrico no aeroporto de São José dos Pinhais

São Paulo – Um ônibus BYD 100% elétrico começou a ser testado na segunda-feira, 15, na operação do aeroporto de São José dos Pinhais, PR. A administradora CCR usará por trinta dias um modelo D9W, com capacidade para transportar oitenta passageiros, no embarque e desembarque remoto.

Circulam diariamente em torno de 14 mil pessoas por ali. O ônibus oferece autonomia de 250 quilômetros, o que permite sua operação por todo o dia sem a necessidade de recarregar bateria. Ele foi desenvolvido no conceito low entry, sem degraus para embarque ou desembarque, o que garante melhor acessibilidade.

Gerações jovens são aliadas na redução de emissões

São Paulo – As gerações mais jovens são consideradas grupo importante no processo de transição para a adoção de meios de mobilidade que tragam menor dano sobre o meio ambiente. Esta é uma das chaves para reduzir emissões na opinião de uma a cada quatro pessoas entrevistadas pela YouGov, empresa global de pesquisas online, em estudo encomendado pela Stellantis.

O resultado do levantamento foi apresentado durante a segunda edição do Freedom of Mobility Forum, ou Fórum da Liberdade da Mobilidade, que buscou debater como o planeta acomodará as necessidades de mobilidade de 8 bilhões de pessoas. Para 24% dos 5 mil entrevistados acima de 18 anos no Brasil, Índia, França, Marrocos e Estados Unidos, o caminho poderá ser conduzido pelos mais novos. Ao se analisar somente os indianos este porcentual vai a 39%.

Neste contexto Cecília Edwards, sócia da consultoria Wavestone e mediadora do evento, ressaltou o trabalho conduzido por estudantes de três faculdades com o objetivo de pensar alternativas à mobilidade atual: Amanda Yu, da Escola Heller de Política e Gestão Social da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, Sasha Krojic da HEC Paris, na França, e Abir Isbahi, da Escola Nacional de Ciências Aplicadas de Kénitra, no Marrocos.

Perguntados sobre o motivo de gerações mais jovens terem maior propensão a adotar mudanças nos hábitos de transporte Amanda Yu avaliou que em meio a uma expectativa realista das mudanças climáticas as pessoas mais novas sentem este risco profundamente, uma vez que este será o mundo em que viverão, assim como seus filhos.

Pessoas mais maduras, até então, não precisaram refletir sobre aquecimento global e emissões de CO2. Trinta anos atrás ninguém se importava com isso. Mesmo agora nem todos querem abrir mão do conforto e alterar sua forma de mobilidade – embora no Brasil, assim como nos demais países emergentes, esta resistência seja menor, com apenas 16% dos respondentes, mas nos Estados Unidos chega a 40% e a 51% se considerados moradores de áreas rurais e acima de 55 anos.

Outra diferença é que hoje em dia as famílias estão menores e muitas pessoas sequer têm filhos e, assim, as demandas de mobilidade são outras: “Além disso eu acho que muitas pessoas mais jovens estão olhando para o custo financeiro da propriedade de veículos privados e dizendo que isso não é para elas. A economia não funciona para os mais jovens da mesma forma que para as gerações anteriores”.

O estudo do qual Yu faz parte na Universidade Brandeis mostra que as mudanças climáticas exacerbam as disparidades de mobilidade e afetam desproporcionalmente as comunidades marginalizadas, por isto é proposta abordagem de multiprocessos para encarar os desafios focando em integração tecnológica.

Embora carros movidos a eletricidade sejam realidade em muitos lugares o alto custo e a ausência de financiamento sem juros, por exemplo, dificulta sua propagação. Foto: frimufilms/Freepik.

Meio de transporte sustentável custa caro

Sasha Krojic disse para não subestimar o poder de decisão dos mais jovens e que na escola de negócios da HEC Paris estuda-se como o setor de mobilidade passa por profunda transformação, em âmbito global, por causa de novas regulações, avanços tecnológicos, mudanças de preferências do consumidor e muitas das palavras-chave atuais, como descarbonização, globalização, digitalização e eletrificação.

“Começamos identificando os percalços que o setor de mobilidade poderia enfrentar e, dentre eles, o que nos chamou atenção foi a falta de acessibilidade financeira aos meios de transporte sustentáveis, como os veículos elétricos, o que é uma barreira significativa para a sua adoção.”

O estudante prosseguiu dizendo que essa dificuldade passa pela localização geográfica e é mais frequente no Hemisfério Sul: “Por isto, para nós, o coração da transição está no compartilhamento, que realmente exerce papel importante. Modelos de financiamento inovadores, por exemplo, taxa zero para veículos elétricos ou subsídios para a aquisição conforme a renda, podem contribuir significativamente para ampliar o acesso”.

Portanto, frisou Krojic, é preciso lançar mão dos incentivos certos para partilhar soluções mais sustentáveis. Ele também chamou atenção para o desenvolvimento da intermodalidade por meio da proliferação de serviços de mobilidade, o que pode simplificar a experiência do usuário e o pagamento ao integrar diversas modalidades de transporte público e privado numa plataforma unificada.

É possível alugar um carro por apenas uma hora e complementar o trajeto até seu destino com o metrô ou a bicicleta: “Fica mais fácil quando se pode contar com diversos meios de transporte, o que é realidade em grandes cidades”.

Sobre este ponto a tendência é a de que novas grandes cidades se formem e, daqui a uma década, é estimado que sejam estabelecidas mais quinze megalópoles que hoje não existem. E talvez seja a hora de se pensar em como construir a mobilidade nessas localidades “e, neste caso, empresas do setor privado têm um papel importante nessa transição de mobilidade, mas o esforço precisa ser tripartite, com o setor público e com a sociedade civil também”, propôs o aluno da HEC Paris.

Para descarbonizar não é necessário abandonar os carros

Embora de acordo com a pesquisa do YouGov Brasil Índia e Marrocos sejam mais propensos a aceitarem desistir de transporte individual e haja forte disparidade dos mercados maduros e emergentes acerca de abandonar esse tipo de mobilidade, Abir Isbahi apontou que não se trata de deixar de usar carros mas de mudar o foco dos veículos para a matriz energética.

Para a estudante “por meio de colaboração e inovação estamos dispostos a criar um futuro sustentável rumo a uma mobilidade que priorize as pessoas e o meio ambiente”.

Outro ponto que deve ser considerado é a mudança do comportamento do consumidor acerca da propriedade. O que se vê atualmente é que as gerações mais jovens têm menos desejo de propriedade e são mais propensas a alugar o bem.

“É muito interessante observar, para uma indústria automotiva que nas últimas décadas tem se baseado em competição e em diferenciar produtos a fim de vender mais, como ela se portará diante do fato de que todo o modelo de negócio está se modificando.”

Cecília Edwards, da Wavestone, continua sua avaliação dizendo que pode ser fácil dizer que o transporte público é a resposta, até que ele não funcione em um local menos popular, com baixa densidade. Por isto é importante levar adiante a ideia de que não existe uma única solução e pensar sobre o verdadeiro significado de mobilidade: “O que existe é um único chamado para a urgência de ação, para soluções que não são exclusivas e que desafiam nosso modo de pensamento atual”.

Como indivíduo, reforçou Edwards, é preciso mudar os hábitos, mas só é possível fazer escolhas que estão disponíveis: “Portanto realmente precisamos do setor de negócios para nos engajar e ajudar a pensar sobre como alterarão sua forma de trabalho de uma maneira que possam executar soluções com benefícios. Trata-se de um esforço coletivo”.

Stellantis investe US$ 100 milhões em empresa argentina de placas solares

São Paulo – A Stellantis investiu US$ 100 milhões para adquirir 49,5% do capital acionário da 360Energy Solar, empresa argentina de energia renovável especializada em parques solares fotovoltaicos.

O objetivo é usar o conhecimento da 360Energy no desenvolvimento de parques solares em fábricas de veículos. As duas fábricas argentinas da Stellantis, em Córdoba e em El Palomar, já são abastecidas com energia renovável proveniente do complexo solar La Rioja, operado pela empresa.