Trabalhadores da GM rejeitam nova proposta e greve é considerada

São Paulo – Após assembleia na tarde da segunda-feira, 16, os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos, SP, rejeitaram mais uma vez a proposta da empresa e pediram que seja apresentada nova oferta ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Caso contrário será deflagrada greve a partir das 5h30 de terça-feira, 17.

A situação decorre de série de negociações que não avançaram. Na primeira proposta a GM ofereceu acordo coletivo com vigência de um ano, reposição da inflação com base no INPC acumulado em doze meses até agosto, de 3,71% mais 1% de aumento real, além de vale-alimentação de R$ 500 e PLR de 2025 correspondente ao mesmo valor de 2024 corrigido pelo INPC. A companhia não garantiu investimentos na fábrica de São José dos Campos, na contramão do que anunciou no início do mês.

A segunda oferta propôs acordo coletivo com vigência de dois anos, com reajuste salarial correspondente apenas à reposição da inflação, sem aumento real, vale-alimentação de R$ 700 e PLR fixa de R$ 20 mil em 2025, com o mesmo valor corrigido pelo INPC em 2026. Nesta proposta a GM sugere credenciar a unidade para futuros investimentos e contratações.

De acordo com a entidade é exigido aumento real de salário e renovação do acordo coletivo sem ameaças veladas:

“Em outras oportunidades os metalúrgicos de São José dos Campos já aceitaram flexibilização de direitos para tornar viáveis investimentos que nunca se concretizaram”, disse o presidente em exercício do sindicato, Valmir Mariano, durante a assembleia. “A palavra da direção da GM, neste contexto, tem pouco crédito para o sindicato e para o conjunto dos trabalhadores.”

A unidade da GM em São José dos Campos emprega cerca de 3 mil 250 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer. Procurada a montadora disse que não se manifestaria a respeito.

Em São Caetano do Sul metalúrgicos aprovaram a proposta que contou com ponto determinante: o credenciamento da unidade para futuros investimentos e contratações. Foto: Renato Miguel Quinquio

Acordo coletivo é aprovado no ABC Paulista

Em São Caetano do Sul, SP, onde trabalham cerca de 7 mil profissionais e são fabricados Montana, Spin e Tracker, também houve assembleia, no entanto, a proposta foi aprovada. A oferta validada, tal qual a rejeitada no Interior paulista, inclui reajuste salarial com reposição do INPC este ano e no ano que vem, vale-alimentação de R$ 700 e correção da inflação em 2025, válido até agosto de 2026.

Quanto à PLR, foi deferido o valor de R$ 20 mil no ano que vem e, em 2026, será o mesmo valor corrigido pelo INPC. O desconto de refeição e transporte será congelado por dois anos mas, o principal, diferentemente da proposta anterior, é o credenciamento da unidade para futuros investimentos e contratações – o que não foi assegurado em São José dos Campos.

No início do mês o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, afirmou, em evento na unidade do ABC Paulista, afirmou que dos R$ 7 bilhões a serem injetados na operação brasileira até 2028 para produzir dois híbridos flex, R$ 5,5 bilhões serão aplicados nos novos modelos, em atualização das operações fabris de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, SP.

Outro ponto de debate do acordo proposto pela GM é a cláusula de estabilidade para profissionais lesionados. A empresa ameaçou retirar o benefício mas, por fim, o manteve, desde que o operário não recuse o novo posto de trabalho oferecido pela empresa.

Horse fornecerá os motores do carro híbrido da Lecar

São Paulo – A Horse será a fornecedora do motor do veículo de passeio Lecar 459 Hybrid, cujo lançamento é esperado para 2026, primeiro carro da montadora brasileira focada em modelos eletrificados. O acordo firmado prevê, inicialmente, a entrega de 12 mil motores de 1.0 litro e três cilindros HR10, que roda com etanol ou gasolina, por ano.

A tecnologia EREV, Range Extender, utilizada pela Horse em veículos comerciais, será aplicada no automóvel. Diferentemente dos híbridos plug-in tradicionais o motor a combustão de um EREV nunca aciona diretamente as rodas do carro, mas fornece carga para a bateria por meio de gerador elétrico a bordo. A tração é feita pelo motor elétrico.

A bateria também pode ser carregada de forma semelhante a qualquer outro veículo elétrico, por meio de carregador público ou fonte de energia doméstica. Quando utilizado com combustíveis de baixo carbono, como etanol, a pegada de carbono do EREV é comparável à de um elétrico.

Busscar anuncia ampliação da capacidade produtiva de Joinville

São Paulo – A Busscar anunciou a ampliação da sua capacidade de produção em Joinville, SC, para dar suporte ao processo de manufatura do ônibus Panorâmico DD NB1, que foi lançado durante a Lat.Bus 2024, e pelo qual a empresa já recebeu uma série de encomendas. A capacidade produtiva da companhia, hoje, é de 15 unidades/dia.

A produção em série do Panorâmico DD NB1 começará no primeiro trimestre de 2025 e, até lá, a empresa realizará mudanças na fábrica para produzir mais. Está prevista também a ampliação do seu quadro de funcionários. A expansão da fábrica também ajudará o crescimento dos negócios no ano que vem, quando a empresa pretende conquistar 20% de participação:

“Para atingirmos nosso objetivo de participação no mercado, precisamos captar mão de obra”, disse o diretor comercial, Paulo Corso. “E é um grande desafio porque Joinville, cidade onde está localizada a fábrica, possui pleno emprego.”

Mercedes-Benz vende 16 caminhões para OnTime

São Paulo – A Mercedes-Benz vendeu dezesseis caminhões para renovar a frota da OnTime Logística e Transportes, sediada no Rio de Janeiro, RJ. Por meio da Guanabara Diesel foram vendidos quinze leves Accelo 1017, que serão utilizados na distribuição urbana do Sul do País, e um extrapesado Actros 2651 6×4, para operar do Rio de Janeiro para São Paulo.

Com os novos caminhões o Grupo Alop+ Logistics, ao qual pertencem a OnTime, a Login e a Rodofly, contabiliza frota de cerca de 450 caminhões, sendo 75% Mercedes-Benz dos modelos Accelo, Atego e Axor.

GM abre pré-venda do Chevrolet Blazer EV por R$ 479 mil

São Paulo – A pré-venda do SUV elétrico Chevrolet Blazer EV será iniciada na terça-feira, 17, com preço de R$ 479 mil. As primeiras entregas estão previstas para outubro, de acordo com a General Motors. 

Para atrair clientes para o seu primeiro veículo produzido na plataforma Ultium vendido no Brasil a GM oferecerá uma série de atrativos durante a pré-venda: carregador portátil de 7 kWh ou ou wallbox de 22 kWh, um ano de crédito para recarga na rede pública da EZVolt de até 1,2 mil kWh e agendamento antecipado em até 24 horas para utilizar os eletropostos da EZVolt.

Os benefícios ainda incluem quatro anos de OnStar gratuito, junto com 20 GB mensais para usar o wi-fi nativo do Blazer EV, três anos de revisões programadas gratuitas, descontos especiais para blindagem e valorização de R$ 40 mil para donos de Bolt EV e Bolt EUV que troquem um dos modelos pelo Blazer EV.

Eletra investiga incêndio em ônibus elétrico

São Paulo – O teto de um ônibus elétrico de 15 metros produzido pela Eletra pegou fogo na tarde do sábado, 14, na garagem da Transppass, proprietária do veículo, instalada na Zona Oeste da Capital. O fogo iniciou na área onde ficam as baterias produzidas e fornecidas pela WEG, que junto com a Eletra investigará suas causas.

As duas empresas adotaram um protocolo internacional, que é recomendado pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo quando ocorre incêndio envolvendo veículo elétrico: aguardar 48 horas para iniciar o processo de investigação. Isto porque as baterias de lítio podem passar por um processo de reignição, causando um novo incêndio. Após o fogo ser controlado o veículo ficou em observação e não foi registrado um segundo foco de incêndio. 

Na noite do sábado os bombeiros seguiram o protocolo de trabalho e jogaram água durante 60 minutos no local das chamas, para resfriamento e segurança da garagem onde o veículo estava. Agora os engenheiros das duas empresas trabalharão juntos para desvendar o caso.

A Eletra ressaltou, em nota, que os seus ônibus elétricos, antes de serem homologados para vendas no País, “passam por rigorosos testes de órgãos federais com relação à segurança e a viabilidade operacional”.

O Corpo de Bombeiros, junto com a ABVE, entidade que representa o segmento eletrificado, debateram no primeiro semestre quais seriam os protocolos para instalação de eletropostos no País, com a intenção de criar normas necessárias no momento em que a demanda por este tipo de veículo cresce. 

Na época a entidade informou que o momento da recarga é mais seguro do que quando o veículo está em circulação, pois existem diversos sensores que monitoram a temperatura do veículo. A ABVE questionou as normas sugeridas pelos bombeiros, consideradas muito rígidas.

eActros 600 é mais eficiente do que seu equivalente a diesel

Hannover, Alemanha – Na última IAA, em 2022, ele ainda era um candidato mostrando a sua competência nos exigentes testes de desenvolvimento da Mercedes-Benz. Em dois anos o eActros 600, caminhão pesado para longas distâncias 100% elétrico, passou no vestibular e ganhará as estradas europeias a partir de novembro, já com 2 mil pedidos firmes de compra, segundo Karin Rådström, chefe da divisão de caminhões da Mercedes-Benz. Ela está confiante de que este produto dará relevante contribuição ao meio ambiente: “Ele tem grande potencial de combater o aquecimento global retirando o CO2 do transporte de longas distâncias”.

Na edição 2024 do IAA, de fato, há algumas boas contribuições que, aos poucos, cumprirão com a missão de eliminar as emissões dos caminhões pesados usados no transporte de longas distâncias, o produto mais rentável para as montadoras e que, ao mesmo tempo, são os responsáveis por dois terços das emissões de todos os caminhões rodando na Europa. Todas as grandes fabricantes têm versões destes caminhões já rodando ou prontas para iniciar sua jornada no mercado europeu.

O caminhão elétrico pesado da Mercedes-Benz, com capacidade de carga de 40 toneladas combinada, se destaca, segundo Rådström, porque os testes demonstraram uma ótima relação de consumo, culminando com a autonomia de 500 quilômetros. O eActros 600 utiliza dois packs de bateria de ferro fosfato de lítio, LFP, com capacidade de 621 kWh, e o consumo aferido foi de 103 kWh a cada 100 km rodados, o que corresponde ao consumo de 10 litros de diesel no mesmo caminhão com motor a combustão.

Durante a apresentação do eActros 600, na manhã da segunda-feira, 16, Rådström demonstrou que o consumo de um caminhão para longas distâncias carregado é, em média, de 25 litros de diesel em 100 km. Com uma eficiência muito melhor do que seus produtos tradicionais, ela afirmou que o eActros 600 reverterá em “ganhos operacionais imediatos para as frotas”.

Durante viagem feita pela reportagem, de pouco mais de 25 quilômetros por rodovias próximas ao pavilhão do IAA a bordo do eActros 600, o primeiro ponto que chama a atenção é o silêncio. O motorista que conduz o caminhão afirma que isto, numa longa jornada de 500 quilômetros, faz muita diferença, evitando um desgaste auditivo para quem está ao volante.

Na realidade um caminhão elétrico ajuda muito a, muitas vezes, desgastante jornada do motorista. No caso do caminhão da Mercedes-Benz também conta com eixo de acionamento elétrico desenvolvido pela sua engenharia que praticamente releva ao motorista o papel de acionar três opções numa alavanca posicionada à direita, logo abaixo do volante. Ali ele pode selecionar o nível de frenagem e acionamento automático do eixo elétrico para regenerar a energia, reduzindo a velocidade de forma segura em quase todas as condições.

Na prática este sistema inteligente mantém a tração em rolling, ou situação de cruzeiro, a popular banguela, ou tecnicamente sem utilizar a potência dos dois motores elétricos do caminhão, poupando e regenerando energia em quase 40% do percurso.

A Mercedes-Benz realizou milhões de quilômetros de testes de rodagem com o eActros 600 em todas as condições de pressão e temperatura. Os próprios caminhões utilizados no rápido test-drive no IAA fizeram um trajeto de 500 km de distância no dia anterior para chegar ao evento. Segundo o computador de bordo da unidade avaliada o consumo foi de 104kWh a cada 100 km, o que é muito próximo do divulgado pela Mercedes-Benz, e um pouco acima porque está, neste momento, fazendo muitas operações de para-e-anda, o que naturalmente aumentou o consumo de energia.

O eActros 600 será produzido na tradicional unidade de Wörth, no Vale do Reno, a maior fábrica da Mercedes-Benz, que iniciou suas operações em 1963. Mas até lá, de acordo com Rådström, continuará sendo avaliado em condições reais de operação porque este é um protocolo relevante para demonstrar a segurança e a eficiência da operação dos novos caminhões elétricos para longas distâncias.  

Por enquanto a expectativa é que no momento certo anunciarão o eActros 600 para o Brasil. Provavelmente haverá o anúncio dos planos desse caminhão elétrico para o mercado nacional. O objetivo neste momento é descarbonizar o transporte na Europa.

Caminhões e ônibus eletrificados finalmente ganham as estradas no IAA 2024

Hannover, Alemanha – Com a expectativa de que 1 mil 650 empresas apresentem o que está sendo considerado o primeiro passo prático neste novo momento da mobilidade sem emissões, a maior feira de veículos comerciais do mundo, o IAA 2024, tem na segunda-feira, 16, seu primeiro dia aberto para a imprensa. O número de expositores é 20% maior do que em 2022 e este ano, além da participação de novos competidores para o mercado europeu, sobretudo empresas chinesas, o destaque é para a quantidade de test-drives de caminhões, vans e ônibus eletrificados disponíveis para os visitantes.

O tema principal do IAA 2024 é “as pessoas têm bens para transportar”, e esta necessidade de sair da exibição estática para a prática deve ser realmente um grande atrativo. Quase todos os fabricantes de caminhões estão oferendo a oportunidade de conhecer seus veículos eletrificados em rápidos test-drives. A expectativa é de que a partir da terça-feira, 17, quando os portões estarão abertos para o público, até o domingo, 22, as filas do lado de fora dos estandes para experimentar os veículos serão tão concorridos quanto os espaços nos estandes do complexo.

A Mercedes-Benz, por exemplo, está realizando test-drive com seu caminhão pesado eActros 600, talvez a principal novidade do IAA. Com 500 quilômetros de autonomia o caminhão está pronto para ganhar as estradas da Europa a partir de novembro, quando terá início sua produção em série. A Mercedes-Benz informa que já tem mais de 2 mil pedidos deste novo modelo elétrico.

Ao mesmo tempo em que se vê muitos caminhões e ônibus eletrificados também há um movimento dos executivos para sensibilizar as autoridades europeias com relação à necessidade de investimentos na infraestrutura para a utilização desses veículos no continente.

Martin Daum, CEO da Daimler Trucks, e sua sucessora Karen Radströn, que acumulará o cargo de CEO da Mercedes-Benz Trucks a partir de 1º de outubro, falaram diversas vezes para a imprensa internacional sobre a necessidade de as autoridades compreenderem que a eletrificação dos veículos comerciais demanda infraestrutura de carregamento. E que é processo demorado: “Não podemos mais viver com esta quantidade de CO2 na atmosfera que causa muitos danos às sociedades”, disse Daum em seu último discurso no IAA.

Além da infraestrutura os fabricantes estão preocupados com a matriz energética, longe de estar limpa no continente europeu. Este é um tema que as empresas também devem abordar com ênfase e bastante cuidado durante a IAA, pois aproxima-se o momento em que as legislações atuais começarão a multar os produtos, ou seja, os veículos, que não atinjam as metas de descarbonização.

Por isto Martin Daum trouxe com muito cuidado a necessidade de diálogo da indústria com a sociedade e as autoridades europeias para encontrar um caminho que coloque os investimentos em matriz energética limpa e infraestrutura ao mesmo tempo em que os produtos começam a chegar ao consumidor: “Não somos o problema, somos parte da solução”.

Gestamp aposta em inovação para ajudar a tornar carros mais leves e seguros

São Paulo – A despeito do tipo de propulsão dos veículos, em um contexto em que a descarbonização assume o papel de protagonista no setor automotivo, a Gestamp, companhia de origem espanhola especializada em componentes metálicos de alta engenharia, tem seu foco dedicado a diminuir o peso das estruturas e aumentar a segurança a partir da inovação. E, assim, dar sua parcela de contribuição ao processo de redução das emissões na cadeia.

Solução desenvolvida pela empresa conseguiu baixar em torno de 20% o peso de estrutura que dá forma ao carro. Conforme contou o diretor global de produtos Gestamp, Xavier Herrera Jiménez, em entrevista a Agência AutoData, o plano constante é aprimorar os processos produtivos para fazer com que eles gerem menor consumo energético.

No Brasil já tem sido colocada em prática, nos últimos quinze anos, técnica de estampagem a quente, em vez da convencional estampagem a frio. E, agora, a companhia a está aprimorando, ao aplicá-la em peças muito maiores.

“Trata-se de uma tecnologia que faz com que o material atinja resistências muito, mas muito altas. Com isto é possível reduzir a espessura do material usado e torná-lo mais leve, mas mantendo desempenho”, afirmou, ao comparar o processo a uma fatia de queijo ao ser esquentada. “Ela fica bem macia, então a gente faz a conformação, e esfria muito rápido, fazendo com que fique muito dura na sequência.”

O executivo disse que, atualmente, muitas estruturas de carros são formadas por várias peças. Após a estampagem elas são unidas e soldadas, e este conjunto é entregue à montadora. A proposta da Gestamp altera essa sequência ao fazer uma única peça, no lugar de várias distintas, e soldá-la: “Já preparamos nossas unidades no Brasil para a fabricação deste tipo de componente”, disse Jiménez, sem contar, no entanto, o valor investido na adaptação.

Esta técnica nasceu de um senso de urgência das próprias montadoras, que almejam desenvolver veículos cada vez mais rápido. Se antes demoravam de três e quatro anos no processo de criação hoje se fala em dois anos, desde o primeiro rascunho até que o modelo esteja circulando nas ruas. Outro ponto é que a redução do peso em 20% contribui para ampliar a autonomia, especialmente no caso dos elétricos.

“Todas as etapas estão se acelerando. Então, se desenvolvemos uma peça muito maior de forma mais simples e rápida, afinal, ganhamos tempo ao desenhar uma única peça em vez de dez diferentes. E, ao receber uma peça muito grande a montadora consegue montar primeiro o conjunto e depois levá-lo para a linha.”

Segundo Xavier Jiménez no fim das contas, no processo produtivo de uma peça de aço, o mais poluente do processo da pegada de CO2 é a fabricação da matéria-prima. Por isto a Gestamp se dedica a fazer designs o mais leves possível. Foto: Divulgação.

De acordo com Jiménez o processo de produção de uma só peça é até cem vezes mais rápido do que o anterior, pois, além de adotar a inovação na composição do veículo, o próprio processo de produção do fornecedor tornou-se mais veloz.

“Agora uma ferramenta basta. Enquanto que se temos um conjunto de várias peças é preciso ter uma ferramenta para cada uma das peças. Sem contar que depois é necessário mais uma ferramenta para fazer a soldagem delas.”

Processo produtivo ficou de 15% a 20% mais barato

“Tudo trouxe redução do custo da peça para nós, em torno de 15% a 20%”, assinalou. “E deve refletir também na montadora, pois ela passa a trabalhar com um fornecedor só, não com diversos deles que entregam peças diferentes. Logisticamente também há ganhos: ela só tem de manipular uma peça e não estocar diversas. Além disso não precisa fazer a solda dentro da sua fábrica porque já fazemos na nossa.”

Jiménez ressaltou que todas as mudanças implicam maior segurança, devido ao ganho de resistência. Em um acidente com o veículo, essas peças tendem a não dobrar nem amassar como no método anterior, tanto que elas são chamadas de gaiola de segurança.

Ao concentrar a parte estrutural em uma só peça com estampagem a quente é eliminada a diferença das diversas peças soldadas, algumas feitas neste processo e, outras, com a tecnologia a frio, o que segundo o executivo traz resistência menor.

“Isto tudo é muito importante para atender às demandas das montadoras. E, no fim das contas, no processo produtivo de uma peça de aço, o mais poluente do processo da pegada de CO2 é a fabricação da matéria-prima. Então nós tentamos fazer designs o mais leves possível para usar menor quantidade de insumos.”

A Gestamp está no Brasil desde 1997 e possui sete unidades produtivas em Betim, MG, Sorocaba, Taubaté e Santa Isabel, SP, Curitiba, PR, e Gravataí, RS. Além de um centro de desenvolvimento em São Paulo, um dos treze ao redor do mundo, que reúne dez engenheiros que participam  do desenvolvimento global de tecnologias. Ao todo emprega 5,4 mil profissionais no País.

Agosto foi mais um mês de queda nas vendas de veículos leves no Peru

São Paulo – Em agosto foram comercializados 12,8 mil veículos leves no Peru, queda de 12,6% na comparação com igual mês do ano passado e avanço de 15,3% com relação a julho, que foi o segundo pior mês de vendas do ano, atrás apenas de junho. Os dados foram divulgados pela AAP, Associação Automotiva do Peru.

No acumulado do ano foram vendidas 99,4 mil unidades, volume 13,4% menor do que o comercializado em iguais meses de 2023.

Os caminhões também registraram resultado negativo em agosto, com queda de 11,3% na comparação com agosto de 2023 e 1,3 mil veículos vendidos, ainda que o volume do mês passado tenha sido o maior do ano, resultando em alta de 30% quando comparado com julho. No acumulado de oito meses as vendas registraram pequeno crescimento de 1,9% sobre o mesmo período de 2023. 

Já os ônibus registraram alta nas vendas em agosto, com crescimento de 6,3% sobre idêntico mês do ano passado, com 221 unidades, volume que foi 27,5% menor do que o vendido em julho. No acumulado do ano o segmento cresceu 18,3%, somando 1,8 mil vendas.