Abeifa e ABVE calculam que elétricos representarão 7,5% do mercado em 2030

São Paulo – Contrariando números que demonstram a desaceleração das vendas de veículos elétricos puro-sangue ao redor do mundo, no Brasil a representatividade deverá ser crescente, avaliaram os presidentes da ABVE, Ricardo Bastos, e da Abeifa, Marcelo de Godoy, durante o Fórum AutoData Perspectivas Automóveis, realizado de forma online na segunda-feira, 13.

Bastos arriscou dizer que, em 2030, do total de emplacamentos 30% serão eletrificados, desconsiderando os chamados microhíbridos. Metade deste volume será de híbridos plug-in, 7,5% de híbridos e os 7,5% restantes puramente elétricos.

No meio das associadas da Abeifa Godoy disse que não foi vista nenhuma mudança drástica e que a aposta nos veículos a bateria continua:

“Talvez as metas globais de algumas empresas se dilataram um pouco, mas aqui vemos a antecipação da eletrificação. O híbrido exerce papel fundamental porque ajuda a quebrar o gelo do carro elétrico. Satisfeitas algumas questões que clientes possuem, de recarga, do valor residual e do preço do veículo, eles estão dispostos a comprar um elétrico. Seja no Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer outro país”.

Godoy disse, também, que cabe às montadoras quebrarem as barreiras e que o aumento da infraestrutura está sendo realizado, principalmente com a expansão de pontos de recarga rápidos. Ele acredita que se trata de gargalo de curto prazo que caminha para equalizar a oferta “até porque, dado o prazer do ponto de vista de dirigibilidade do carro elétrico e o fato de contribuir com o meio ambiente com emissão zero, entendo que isso veio para ficar”.

O dirigente da Abeifa afirmou que, embora a forma de propulsão seja importada, sua importância também está no fato de que, assim como outros tipos de veículos que venham de fora, eles ajudam a subir a régua da indústria pois vêm recheados de tecnologia avançada.

Bastos lembrou que volume de até 100 mil unidades não justifica produção local mas que, acima disso, já é o caso de se pensar. Tanto que a própria China já está cuidando para espalhar a produção ao redor do mundo, inclusive no Brasil, para onde está sendo estudada a vinda de mais duas ou três fabricantes depois de BYD e GWM — GMW que, inclusive, considera erguer uma segunda unidade produtiva.

“A GWM decidiu concentrar a produção de SUVs em Iracemápolis em vez de fazer picapes também. E talvez os volumes projetados para esta fábrica já não comportarão as picapes, que são chassis. Como na China o grupo possui um segundo negócio de caminhões e ônibus estamos olhando para esta oportunidade, mas não para este ano”.

Perdas da rede com as chuvas no Rio Grande do Sul podem ter chegado a 2 mil veículos

São Paulo – Concessionários instalados no Rio Grande do Sul podem ter perdido até 2 mil veículos com as fortes chuvas que afetaram e ainda afetam o Estado. Segundo Cássio Pagliarini, da consultor da Bright Consulting, que participou do Fórum AutoData Perspectivas Automóveis, esses veículos viraram sucata, assim como uma parte da frota circulante:

“A frota de veículos do Rio Grande do Sul é de 2,8 milhões de unidades e a projeção da Bright é de que cerca de 150 mil a 200 mil veículos tiveram perda total por causa das chuvas. Boa parte desses veículos precisará ser substituída nos próximos meses”.

As vendas também foram afetadas desde o início das chuvas: a região não registrou nenhum emplacamento desde a terça-feira, 7 de maio. A razão é que boa parte das concessionárias está fechada ou foi danificada pelas chuvas e, em regiões que não estão alagadas, a falta de sistema ou de internet não permite o registro de venda de veículos novos.

A consultoria também está avaliando de perto o cenário de veículos pesados, pois o Estado concentra diversos fornecedores, principalmente de componentes de freios. Suas fábricas podem não ter sido afetadas pela chuva, mas a distribuição de peças sim, porque as estradas estão fechadas ou em péssimo estado. Pagliarini afirmou que a produção de caminhões poderá ser afetada, atrasando ou deixando de entregar de 4 mil a 5 mil veículos. 

A curto e médio prazo o consultor espera que o Estado consiga se reestruturar e resolver todos os problemas causados pela chuva. Lembrando que o setor automotivo, hoje, não é nem de longe uma das prioridades, pois diversos moradores do Estado perderam tudo e estão em abrigos aguardando uma solução.

Mercados dos principais destinos de exportações encolhem até 24% em 2024

São Paulo – Os principais destinos de exportação dos veículos brasileiros tiveram seus mercados internos encolhidos no primeiro quadrimestre, com impactos diretos sobre a quantidade de unidades embarcadas. No caso da Argentina, que continua como a maior cliente brasileira, tendo inclusive ampliado sua fatia de 31% para 35% nos primeiros quatro meses de 2024 com relação ao mesmo período do ano passado, a compra de 38,4 mil unidades de automóveis e comerciais leves representam recuo de 18% neste comparativo. Isto reflete a diminuição de 24,4% nas vendas.

Os dados, fornecidos pela Anfavea, foram compilados a partir de informações da Secretaria de Comércio Exterior e das entidades que representam as fabricantes locais, como Andemos, Acara, Anac e Marklines. De acordo com a Anfavea depois dos aumentos abruptos de preços no início do ano no mercado argentino, que não foram aceitos pelos consumidores, foi iniciada espécie de guerra de preços para reativar as vendas, na tentativa de aquecer o setor.

O segundo maior destino das exportações de carros brasileiros é o México, que apresenta situação inversa à Argentina pois, embora seu mercado tenha crescido 12% no primeiro quadrimestre, estimulado pela maior atividade econômica, o que tem favorecido as vendas de veículos, os embarques diminuíram 26%, para 30,8 mil unidades. Ainda assim sua participação, na comparação anual, subiu de 27% para 28%.

Fecha o pódio dos principais clientes o Uruguai, que elevou seu apetite por veículos brasileiros em 17% no quadrimestre, totalizando 11,6 mil automóveis e comerciais leves, o que elevou o market share de 7% para 11%. Os dados da Secex mostram que este foi o único mercado, dentre os principais, que aumentou suas compras no período. De acordo com a Anfavea o cenário é reforçado pela projeção de crescimento de 3,5% do PIB, o que demonstra os efeitos da força do mercado de trabalho e a redução dos gastos no Exterior.

A quarta posição dentre os principais compradores brasileiros é ocupada pela Colômbia, que de janeiro a abril reduziu em 49% suas encomendas, totalizando 9,4 mil unidades. Com isto a sua fatia nas exportações brasileiras recuou de 12% para 9%. O mercado colombiano encolheu 8% no período, refletindo o menor ritmo da economia, a volatilidade do câmbio e o aumento dos juros e dos preços. No mês passado completou um ano consecutivo de resultados ruins, apontou a Anfavea.

Missão brasileira foi à Colômbia pleitear o fim das cotas

No mês passado delegação brasileira composta por vice-presidentes da entidade integrou missão do governo brasileiro na Colômbia para pleitear o fim da cota de veículos, uma vez que alguns países de fora da região, a exemplo da China, tem praticamente livre comércio e são isentos de cotas.

“A Colômbia tem sido foco de trabalho da Anfavea porque queremos ampliar nossas exportações, mas desse jeito fica difícil ser competitivo”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, ao completar que nos últimos dois anos este mercado sofreu redução significativa.

Segundo Lima Leite a China hoje tem participação de 23% no mercado da América Latina contra menos do que 5% oito anos atrás. O Brasil, nesse mesmo período, tinha 23% e caiu para 17%. Embora atualmente estejam até sobrando cotas, diante da desaceleração do mercado local, a ideia é estar melhor preparado para quando a recuperação ocorrer:

“Este é um mercado no qual acreditamos e que deverá voltar a crescer. Quando isso acontecer, precisamos ter iguais condições de competitividade. Por isto estamos debatendo as questões com muita transparência.”

Até o momento, porém, o governo colombiano ainda não sinalizou resposta.

O Chile também diminuiu sua demanda por carros brasileiros no quadrimestre em 42%, para 5,6 mil unidades, e sua participação recuou de 6% para 5%. Isto reflete os problemas do mercado local, que encolheu 13% no período. Dados da Anfavea mostram que em abril houve reação de 30,6% nas vendas, na comparação anual, após vinte meses de quedas, o que foi motivado pela entrada de novas marcas com ofertas atrativas.

No geral foram embarcados quase 111 mil automóveis e comerciais leves de janeiro a abril, conforme os dados da Secex, o que representou retração de 26% nas exportações brasileiras.  

BYD anuncia 13 novos grupos para ampliar rede de concessionárias

São Paulo – Com o objetivo de expandir sua rede de concessionárias e encerrar o ano com mais de duzentas lojas a BYD anunciou treze novos grupos que estarão à frente de futuras unidades. Um deles é o Grupo Grand Brasil, que responderá por duas lojas em São Paulo, uma na Capital, no bairro do Ibirapuera, e outra em Barueri. Também na Capital os grupos T-Line e DHG Mori abrirão unidade na Avenida dos Bandeirantes.

No Interior paulista o Grupo Mover se encarregará de revendas em Franca e Sertãozinho.

O Grupo Carbel terá três concessionárias no Estado de Minas Gerais, sendo duas na Capital, no bairro da Savassi, e em Antônio Carlos e em Contagem.

Na Região Nordeste o Grupo Via 1 abrirá lojas da BYD em Salvador, BA, Recife, PE, e Fortaleza, CE. Lauro de Freitas, BA, receberá unidade com a bandeira do Grupo Indiana, que também terá uma em Salvador. No mesmo Estado, em Vitória da Conquista, a revenda ficará a cargo do Grupo Oliveira Neto e, em Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, do Grupo Primavia. No Piauí haverá concessionária do Grupo Jelta em Parnaíba.

Na Região Sul o Grupo Via Porto abrirá três lojas em Porto Alegre, RS, Gravataí, RS, e Criciúma, SC, e o Grupo Barigui se encarregará de unidades em Curitiba e Guarapuava, PR. Em Brasília a revenda será do Grupo Bali.

Ford anuncia retorno ao Rally Dakar em 2025

São Paulo – A Ford voltará a participar do Rally Dakar 2025 com uma picape Raptor, preparada pela divisão Ford Performance. Os pormenores da picape, assim como seu visual, ainda são guardados em segredo pela companhia, que até o momento divulgou apenas um teaser.

Seus pilotos já foram escolhidos: trata-se de Carlos Sainz Jr, que busca o seu quinto título de Rally Dakar, e Nani Roma, que já venceu a competição duas vezes. A picape que será usada pelos pilotos já está sendo testada pela Ford Performance para superar todos os desafios da competição, que será realizada na Arábia Saudita em 2025.

Fundação Marcopolo doa R$ 5 milhões para o Rio Grande do Sul

São Paulo – A Fundação Marcopolo anunciou a doação de R$ 5 milhões para o Estado do Rio Grande do Sul, para ajudar as famílias atingidas pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas que atingiram a região. O valor doado é de recursos próprios da fundação, que está promovendo uma campanha por meio da chave pix contato@fundacaomarcopolo.com.br para aumentar o valor enviado. 

A Fundação Marcopolo, que possui 35 anos de existência, prestará conta das doações realizadas no seu site oficial www.fundacaomarcopolo.com.br.

MDIC contabiliza 69 empresas e projetos habilitados no programa Mover

São Paulo – Com novas portarias publicadas na sexta-feira, 10, o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, habilitou 69 empresas e projetos no Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação.

Dez habilitações são de fabricantes de veículos leves: BWM, Stellantis – com duas, uma FCA e uma PSA –, General Motors, Honda, Hyundai, Nissan, Renault, Toyota e Volkswagen. Apenas a HPE, que produz os modelos Mitsubishi, e a Audi ainda não têm sua habilitação concedida. Das fabricantes de pesados receberam a habilitação Agrale, BYD, por sua operação de Campinas, SP, Iveco, Marcopolo, Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões e Ônibus. Restam as fabricantes de caminhões DAF, Scania e Volvo.

A Ford recebeu habilitação por pesquisa e desenvolvimento e a Stellantis possui mais uma, pela localização de linha de produção usada importada do Exterior.

As demais habilitações são de autopeças e fabricantes de implementos: Bosch, Braslux, Bruning Tecnometal, Castertech, Chris Cintos, Continental, Cooper Standard, Dana, Denso, Eaton, Edscha, Engrecon, Faurecia, FMM, Forbal, FPT Industrial, Frasle Mobility, Controil, Gestamp – também duas habilitações –, Hitachi, Horse, Iochpe Maxion, Jost, Jtekt, Litens, Macrosul, Mahle Behr, Mahle Metal Leve, Marelli, Master, Maxion Wheels, Metalmatrix, Moura, MWM, Nakata, Nione, Plastic Omnium, Randon, Rudolph, Schulz, SMR Automotive, Sodecia, Stara, Tupy, Valeo, Vipal e WEG, as duas últimas também com duas habilitações.

Stellantis realocará linha de produção de motores para sistemas híbridos no Brasil

São Paulo – A Stellantis apresentou ao MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, projeto de realocação de uma linha de produção de motores, que está em outro país, para uma de suas fábricas brasileiras. De acordo com o ministério serão investidos R$ 454 milhões no projeto, o que gerará em torno de seiscentos empregos.

A reportagem da Agência AutoData apurou com uma fonte da indústria que trata-se de linha de produção de motores a combustão capazes de serem utilizados por sistemas híbridos. Ela poderá ter como destino a fábrica de Betim, MG: um anúncio oficial deverá ser feito em 20 de maio, pelo presidente Emanuele Cappellano. Procurada a Stellantis afirmou que não comentaria.

A importação de linhas de produção utilizadas em outros países está prevista no Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, desde que se enquadre em suas diretrizes. Por isto a utilização de sistemas híbridos.

A intenção do governo é gerar mais empregos a partir de linhas que seriam descontinuadas em outras regiões e que podem ser aproveitadas para produzir estes itens no mercado local e até para exportação.

Motores a combustão, por exemplo, devem deixar de ser produzidos na maior parte dos países do Hemisfério Norte, que ficará com a produção de propulsão de nova tecnologia, como os 100% elétricos. Mas estes motores ainda têm demanda no Hemisfério Sul. Os sistemas híbridos também, especialmente os MHEV, micro híbridos, que consistem em um pequeno motor elétrico que atua em situações específicas e trabalha em conjunto com um motor a combustão para gerar maior economia de combustível e, consequentemente, menos emissões.

Iveco anuncia Carlos Fraga como diretor de marketing e desenvolvimento de rede

São Paulo – Carlos Fraga é o novo diretor de marketing e desenvolvimento de rede da Iveco para a América Latina. O executivo, que desde 2021 trabalhava no pós-venda da companhia, terá a incumbência de ampliar a capilaridade da marca na região e lidar com desafios como a descarbonização do setor.

Formado em engenharia elétrica e telemática e com dezoito anos de experiência no setor ele se reportará diretamente a Márcio Querichelli, presidente da Iveco para a América Latina.

Mercado chileno encerra sequência negativa e volta a crescer em abril

São Paulo – Abril marcou o retorno do crescimento do mercado de veículos do Chile após vinte meses de quedas consecutivas. De acordo a Anac, que representa o setor automotivo no país, no mês passado foram vendidas 25,5 mil unidades, volume 30,6% maior do que o registrado em abril do ano passado e 8,5% superior às vendas de março.

Segundo a Anac o crescimento em abril foi puxado pela maior atividade econômica no Chile e pelas perspectivas mais otimistas com relação à inflação em 2024. Também houve o lançamento de novos modelos e versões, assim como a chegada de novas marcas, que ajudaram a aquecer a demanda.

No acumulado até abril as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 96,6 mil unidades, recuo de 12,9% com relação ao mesmo período do ano passado.

Pesados 

Abril também foi positivo para a venda de caminhões, com 1 mil veículos comercializados, incremento de 13,7% sobre igual mês do ano passado e avanço de 24% na comparação com março. O acumulado do ano somou 3,8 mil unidades, volume 6,9% menor do que no primeiro quadrimestre do ano passado.

Já os ônibus registraram 150 vendas em abril, queda de 46,6% com relação a abril do ano passado e crescimento de 45,6% na comparação com março. De janeiro a abril foram vendidos 721 unidades, volume 44,4% menor do que o registrado em iguais meses de 2023.