BYD avança no mercado de picapes com a híbrida plug-in Shark

Cidade do México – O México foi escolhido como palco do primeiro lançamento global de um veículo BYD fora da China. Na terça-feira, 14, a picape Shark, desenvolvida a partir da plataforma inédita DMO Super Híbrida Off-Road, foi apresentada em grandioso evento na Capital, Cidade do México, com mais de oitocentos convidados de diversos países latinos, mercados para os quais a BYD direciona seu primeiro foco com a picape.

Produzida em Zhengzhou, China, a Shark é um veículo PHEV, híbrido plug-in: o sistema de combustão híbrido, composto por um motor a combustão de 1.5 litro turbo e dois elétricos, um na parte dianteira e um na traseira, que juntos alcançam até 430 cv, o equivalente, segundo a BYD, a um motor 4.0 V8. A aceleração de 0 a 100 km/h demora 5,7 segundos.

O sistema híbrido permite autonomia de 840 quilômetros pelo ciclo europeu – ainda não tem os números do Inmetro, que costumam reduzir em torno de 30%. No 100% elétrico a picape roda em torno de 100 quilômetros, segundo a BYD.

No mercado brasileiro, onde a Shark deverá chegar no segundo semestre, o objetivo é concorrer no segmento de picapes médias, o qual hoje a Toyota Hilux lidera com certo conforto: vendeu 15 mil unidades de janeiro a abril, quase o dobro da Chevrolet S10, segunda mais vendida. Seu porte é maior, no entanto: tem 5 m 547 mm de comprimento, 3 m 260 mm de distância entre-eixos e 1 m 971 mm de largura. Sua caçamba oferece 1 mil 450 litros, mas apenas 835 quilos de carga – menos do que as suas principais concorrentes.

Para isto a BYD caprichou no acabamento e na eletrônica embarcada da Shark. O interior traz itens como painel instrumentos de 10 polegadas e a tradicional tela multimídia giratória de 12,8 polegadas, com todas as funções de infotainment dos modelos lançados pela companhia no Brasil.

O nome Shark segue a analogia ao oceano nos carros da BYD, que já tem o Dolphin, golfinho, e o Seal, foca. Por ser uma picape a escolha do tubarão acabou sendo a mais óbvia – e o design trouxe algumas inspirações, como a luz traseira que remete à nadadeira do animal.

A picape ainda traz a funcionalidade VTOL, na qual pode se transformar em uma fonte de carregamento de energia para outros aparelhos, como no recém-lançado Tan.

Por enquanto a Shark está disponível apenas no mercado mexicano, a partir de 899 mil 980 pesos, o equivalente a R$ 274 mil.

Fábrica no México

A escolha do México para palco do lançamento e primeiro país a negociar a Shark em seu mercado tem a ver com os planos da BYD para a América Latina. Oficialmente a razão anunciada é o desempenho das picapes no mercado mexicano, em franca ascensão. Existem outros fatores, no entanto.

A presidente para as Américas, Stella Li, confirmou que a companhia terá uma fábrica no país, sinalizando a intenção de colocar o pé no mercado estadunidense, o maior do mundo e grande consumidor de picapes, apesar dos recentes planos do governo de barrar a presença de produtos chineses, mesmo os produzidos no México, em seu mercado.

A nova unidade trabalhará em parceria com a brasileira em Camaçari, BA, onde estão sendo investidos R$ 5,5 bilhões, para atender à demanda da BYD na América Latina, onde claramente estão concentrados os esforços da diretoria para a expansão.

Volkswagen Caminhões e Ônibus começa a produzir na Argentina

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus começou a produzir seus modelos em Córdoba, Argentina, na segunda-feira, 13. Segundo a companhia cinco modelos sairão da linha de produção exclusiva, instalada em área de 15 mil m² do Centro Industrial do Grupo Volkswagen Argentina, parceira da empreitada.

A expectativa é a de fabricar oitocentas unidades este ano, mas a capacidade produtiva inicial é de 2,7 mil veículos. O volume será partilhado por dois modelos da família Delivery, o 9.170 e o 11.180, dois Constellation 17.280 nas versões rígida e cavalo-mecânico, e um VolksBus, o 15.190 OD.

O primeiro caminhão da marca a deixar a linha de montagem, ainda em junho do ano passado, na fase piloto, foi um Delivery 11.180. Segundo a companhia ao longo de 2023 foi realizada a homologação dos veículos, agora já liberados para a comercialização no país, anteriormente o principal destino para a Volkswagen Caminhões e Ônibus de Resende, RJ, que exporta para lá há 25 anos.

Estados Unidos elevam imposto de importação de veículos chineses para 100%

São Paulo – O governo dos Estados Unidos anunciou na terça-feira, 14, uma série de reajustes das tarifas de importação de diversos produtos chineses, de veículos elétricos a medicamentos. Segundo comunicado divulgado pela Casa Branca eles representam US$ 18 bilhões em importações. No caso dos veículos elétricos produzidos na China a tarifa será de 100% já em 2024, contra a anterior de 25% — as baterias para veículos passaram de 7,5% para 25% no mesmo período.

A intenção do governo Biden “é proteger a indústria local e seus trabalhadores”. De acordo com o comunicado, apesar do bom avanço da produção de veículos elétricos no país, a China controla mais de 80% de alguns segmentos da cadeia produtiva de baterias, como mineração, processamento e refino de minerais críticos.

O governo também subiu as tarifas de alguns minerais críticos de zero para 25% em 2024, mesmo porcentual adotado para grafite natural e ímãs permanentes a partir de 2026. Os mesmos fatores levaram ao aumento das tarifas de importação dos semicondutores produzidos na China, que sairão de 25% para 50% até 2025.

A indústria do aço é considerada vital para o país e, por isto, alguns produtos de aço e de alumínio importados da China também passaram por aumentos em 2024, saindo de de zero a 7,5% para 25%.

Segundo Biden “a China possui práticas comerciais injustas em pontos como transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação, que ameaçam as empresas e os trabalhadores americanos, além de inundar diversos outros países com suas exportações mais baixas”.

O aumento dos impostos é uma resposta dos Estados Unidos a todos movimentos que eles consideram desleais. Vale ressaltar que em diversos segmentos que passaram por aumento de tarifa estão ocorrendo investimentos importantes para avançar a produção estadunidense, somando US$ 860 bilhões. Veja abaixo todos os itens que passaram por aumento de tarifa:

Aço e Alumínio – Aumento de zero a 7,5% para 25% em 2024.
Semicondutores – Aumento de 25% para 50% em 2025.
Veículos elétricos – Aumento de 25% para 100% em 2024.
Baterias para veículos elétricos – Aumento de 7,5% para 25% em 2024
Peças de baterias – Aumento de 7,5% para 25% em 2024
Minerais críticos – Aumento de zero para 25% a partir de 2024 até 2026, dependendo do minério.
Células solares – Aumento de 25% para 50% em 2024.
Guindastes ship-to-shore – Aumento de zero para 25% em 2024.
Itens médicos – Aumento de zero para 50% em 2024.

Leapmotor inicia operação para vender carros elétricos na Europa

São Paulo – A Stellantis e a Leapmotor anunciaram na terça-feira, 14, que concluíram a formação da joint-venture Leapmotor International BV. Liderada pela Stellantis, que em outubro investiu € 1,5 bilhão para adquirir 21% da startup chinesa de veículos elétricos, a sede da nova empresa está em Amsterdã, Holanda, e tem como CEO Tianshu Xin, ex-executivo da Stellantis na China.

As vendas iniciam com o minicarro elétrico T03, que pode ser produzido em fábrica da Stellantis na Polônia, embora as empresas nada tenham falado a respeito. O veículo, carro urbano compacto de cinco portas do segmento A e autonomia de 265 quilômetros já é vendido na França por meio de importador local.

A nova empresa prepara-se agora para ampliar a presença do T03 nos mercados europeus, inicialmente em nove países, com duzentos pontos de venda até o fim do ano, assim como do premium C10, primeiro produto global da Leapmotor, veículo do segmento D totalmente equipado e centrado na família com autonomia de 420 quilômetros.

O passo seguinte será, a partir de setembro, iniciar a venda global dos dois modelos, ampliando presença para a Índia e Ásia-Pacífico, exceto a Grande China, Oriente Médio, África e América do Sul.

De acordo com a Stellantis, que detém 51% do capital da Leapmotor International, ao longo dos próximos três anos será lançado pelo menos um modelo a cada ano. Para o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, a criação da joint venture ajuda a solucionar a questão urgente do aquecimento global com modelos 100% elétricos de última geração que competirão com as marcas chinesas existentes nos principais mercados em todo o mundo:

“Aproveitando a nossa presença global em breve seremos capazes de oferecer aos nossos clientes veículos elétricos com preços competitivos e centrados na tecnologia que irão exceder as suas expectativas”.

GM apoiará reconstrução das casas de 115 funcionários do RS

Pirenópolis, GO – A General Motors dará total apoio aos seus 115 funcionários afetados diretamente pela intensas chuvas que devastaram o Estado do Rio Grande do Sul: “São funcionários da fábrica de Gravataí que tiveram suas casas destruídas pelas chuvas. Levaremos os recursos necessários para que todos eles possam reconstruir suas vidas”, garantiu Fábio Rua, vice-presidente da General Motors para a América do Sul.

A GM dará uma espécie de vale reconstrução a esses funcionários, recursos originados de um fundo emergencial criado para essas situações de calamidade que atingem a comunidade da fabricante no País.

A fábrica de Gravataí seguirá paralisada esta semana e a avaliação é de que, dependendo das condições meteorológicas e, também, da infraestrutura disponível para dar acesso aos fornecedores à linha de montagem e escoar a produção, “na próxima semana faremos as avaliações necessárias para definir a retomada das atividades. Por enquanto aguardaremos e torceremos para que o clima melhore”.

Fábio Rua também é presidente do Instituto GM, entidade que desenvolve ações sociais. Por meio de doações de funcionários o instituto arrecadou R$ 500 mil para ajudar as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.

“Com este valor incrível doado espontaneamente pelos funcionários a GM aportou o mesmo valor, R$ 500 mil. E depois disso continuaram a chegar doações. Atingimos nesta segunda-feira, 13, o total de R$ 1,2 milhão.”

Este recurso, segundo Rua, será aplicado em ações específicas junto às comunidades afetadas em diversos regiões do Estado.

Problemas logísticos gerados por chuvas no Sul já provocam paradas em fábricas

São Paulo – Os problemas logísticos decorrentes das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul começam a afetar a produção de veículos. Na Stellantis em Córdoba, Argentina, onde se produz o Fiat Cronos, a produção foi paralisada e não há data para o retorno, mesmo cenário da General Motors em Gravataí, RS, parada desde a semana passada. A Volkswagen protocolou férias coletivas em suas unidades brasileiras, uma medida preventiva para possíveis complicações no fornecimento de peças e componentes.

A Stellantis informou em nota que a paralisação na Argentina é decorrente dos problemas logísticos de alguns fornecedores: “O impacto sem precedentes da catástrofe em todo o sistema logístico de transporte e fornecimento de componentes somou-se à paralisação do órgão responsável pela emissão das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente.”

A companhia afirmou, ainda, que segue analisando a necessidade de novas paradas em suas unidades na região.

No caso da Volkswagen as três fábricas paulistas poderão entrar em férias coletivas a partir de 20 de maio. Anchieta e Taubaté podem ter a operação suspensa por até dez dias, enquanto a unidade de São Carlos, onde a montadora produz motores, deverá paralisar por até onze dias.

“A fábrica de São José dos Pinhais, neste momento, seguirá produzindo normalmente. A Volkswagen do Brasil se solidariza com o povo sul-rio-grandense e reforça sua convicção de que a reconstrução desse Estado será realizada com a mesma grandeza dos gaúchos”.

A GM informou que as instalações da sua fábrica de Gravataí não foram afetadas pelas chuvas, nem os veículos em estoque no pátio, mas a produção não foi retomada ainda por causa da logística para chegada das peças, uma vez que as estradas dessa região estão bloqueadas ou em péssimas condições.

A montadora também enfrenta alguns problemas com cerca de cinquenta funcionários que tiveram suas casas atingidas pelas chuvas e que, segundo a empresa, estão recebendo o auxílio necessário.

Renault deverá seguir sem produção até quarta-feira

A unidade da Renault em São José dos Pinhais, PR, está sem produzir a terça-feira, 7, mas por motivo distinto. Em torno de 4,1 mil operários cruzaram os braços na Renault e na Horse, fábrica de motores que funciona dentro do Complexo Industrial Ayrton Senna, por não concordarem com as propostas de PLR, Participação nos Lucros e Resultados, e de dissídio coletivo.

Na quinta-feira, 9, a montadora obteve liminar junto Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em Curitiba, PR, que determinou a volta imediata dos trabalhadores à fábrica, o que ainda não ocorreu, apesar do estabelecimento de multa diária de R$ 30 mil e de mais R$ 10 mil caso o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba continuasse vetando a entrada dos profissionais.

Audiência de conciliação iniciada na sexta-feira, 10, foi inconclusiva e novo encontro foi marcado para a quarta-feira, 15, às 14h. De acordo com o sindicato até lá a greve continuará e, antes que os metalúrgicos voltem a produzir, a nova proposta será apreciada em assembleia.   

Fabricantes apostam em mercado mais aquecido no segundo semestre

São Paulo – Ao que tudo indica o segundo semestre de 2024 será de mais crescimento das vendas de carros no mercado brasileiro. Fatores como redução na taxa de juros, embora em um ritmo menor que o esperado, estabilidade na inflação e na cotação do dólar, aumento da demanda pela venda direta típica do período e oferta de novos produtos no mercado criam ambiente de maior otimismo para as montadoras.

Foi o que disseram, durante o Fórum AutoData Perspectivas Automóveis, realizado de forma online na segunda-feira, 13, o diretor comercial da Toyota, José Ricardo Gomes, e o diretor de marketing da Renault, Aldo Costa.

Segundo Gomes para a Toyota, que aposta em 2,5 milhões de veículos emplacados este ano, a tendência de mercado está um pouco acima do que a Anfavea projetou em janeiro, sustentado pelo crescimento econômico, também acima do que especialistas estimavam. “Já observamos o crescimento de 5% até maio. Para 2024 projetamos a venda de 200 mil unidades, também acima das 194 mil comercializadas em 2023.”

Para sustentar esse movimento e o título de maior exportadora do País, a marca segue forte na exportação, inclusive, dos veículos híbridos Corolla e Corolla Cross. Até então a montadora vendia a outros países apenas híbridos a gasolina e, agora, deu o primeiro passo com híbridos flex, cujas primeiras unidades foram exportadas para o Paraguai.

Costa assinalou que a participação da Renault vinha estável este ano, o que mudou com o lançamento do Kardian, em abril. “Isso abre o leque da gama e inicia processo de conquista. A Renault está reposicionando sua proposta de valor dentro do mercado nacional, mudando a imagem da marca e com novo alvo de clientes.”

O diretor de marketing da Renault ressaltou que a nova plataforma da montadora RGMP, Renault Group Modular Platform, que embasa o Kardian, é multienergia, e pode receber powertrain a combustão ou híbrido. “Estamos trabalhando no desenvolvimento do híbrido flex em parceria com a Horse. Temos projeto em curso.”

Outro fator que anima os executivos é a estabilidade dos preços nos últimos doze meses em comparação ao período da pandemia. O diretor comercial da Toyota lembrou que o incremento, em alguns casos, chegou a 50%, em todo o mundo.

“Isso se deu, basicamente, por três motivos, instabilidade da cadeia de fornecimento, hoje muito mais estável, o aumento dos juros, o que reduziu a demanda, e os subsídios do governo com relação a auxílio emergencial e a gastos governamentais, o que pressionou a inflação.”

Mas agora, ao que tudo indica, na avaliação dos executivos, isso é passado.

Autozone pretende chegar a 170 lojas no Brasil até 2025

São Paulo – A Autozone anunciou plano de expansão de suas lojas no País, projetando dispor de 170 unidades até dezembro de 2025 — a meta para 2024 é encerrar o ano com 150 lojas em operação, contra as 107 atuais. O processo de expansão é reflexo dos resultados positivos no Brasil, que surpreenderam a matriz, com crescimento de 50% do faturamento em 2023 na comparação com 2022:

“Já temos diversas lojas aprovadas, em processo de fechamento de contratos ou aprovação em prefeituras, que pretendemos abrir até o fim deste ano”, disse o presidente Maurício Braz. “Como todas as nossas lojas são próprias, ou seja, operadas por nós, seguimos em busca de terrenos para compra e aluguel nas principais capitais do País”.

A empresa, revendedora de autopeças e acessórios, com operação nacional desde 2012, também está contratando e pretende abrir 360 postos de trabalho no País.

Produção de motocicletas foi a maior para abril desde 2010

São Paulo – A produção de motocicletas alcançou 163,4 mil unidades em abril, o maior resultado para o mês nos últimos catorze anos. Na comparação com abril do ano passado houve aumento de 39,5% e sobre março o incremento foi de 4,6%, de acordo com dados divulgados pela Abraciclo na segunda-feira, 13.

De janeiro a abril a produção acumulada somou 601,3 mil motocicletas, volume 16,9% superior ao produzido em igual período do ano passado. O resultado do primeiro quadrimestre foi o melhor registrado pelo setor de duas rodas desde 2012:

“Com o bom ritmo do mercado de motocicletas as associadas da Abraciclo seguem empenhadas na produção”, disse o presidente Marcos Bento. “E o objetivo é sempre atender às demandas dos consumidores”.

Os emplacamentos no primeiro quadrimestre somaram 602,7 mil unidades, o maior volume para o período dos últimos dezessete anos. Na comparação com o primeiro quadrimestre de 2023, aumento de 26,1%.

Em abril foram vendidas 170,3 mil unidades, expansão de 40,8% com relação a abril do ano passado e avanço de 11,5% sobre março.

As exportações seguem como ponto negativo da indústria de duas rodas, com 12 mil unidades de janeiro a abril, queda de 13,7% na comparação com iguais meses de 2023. Em abril foram exportadas 2,6 mil motocicletas, recuo de 27,6% com relação ao mesmo período do ano passado e de 35,3% na comparação com março.

Fenabrave mantém otimismo e revisará para cima suas projeções

São Paulo – A Fenabrave mantém o seu otimismo para as vendas de automóveis e comerciais leves em 2024, com projeção inicial de alta de 12% sobre 2023, número que deverá ser revisto na virada do semestre. Alguns fatores estão puxando o mercado, como a maior oferta de crédito, acomodação do porcentual de inadimplência, queda na taxa de juros e aumento dos empregos.

Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Junior, que participou do Fórum AutoData Perspectivas Automóveis, realizado de forma online na segunda-feira, 13, a entrada dos financiamentos diminuiu e o prazo para financiar a compra de um veículo aumentou, o que ajuda a reduzir o peso da parcela no orçamento da população. Mas nem tudo são só notícias boas e a entidade monitora de perto alguns pontos de atenção, como as fortes chuvas que atingiram e seguem atingindo o Estado do Rio Grande do Sul:

“Estamos monitorando de perto essa situação para entender os impactos que teremos no mercado. Diversas concessionárias do Rio Grande do Sul estão, hoje, alagadas e o cenário poderá piorar na região nos próximos dias, por causa do frio e da chuva que devem chegar ao Estado”.

Andreta disse que não é possível afirmar, ainda, qual será o impacto desse desastre ambiental nas vendas de veículos, que poderá ser puxada para cima ou para baixo, dependendo do cenário. O executivo, sempre otimista, possui expectativa de que a população do Rio Grande do Sul demande por veículos novos quando o cenário se normalizar porque muitas pessoas perderam seus carros durante as chuvas e receberão o pagamento das seguradoras.

O resto do País, que não foi afetado pelas chuvas, está com demanda crescente por veículos novos e as vendas vão bem, de acordo com Andreta, que afirmou não ter sido surpreendido com o resultado do primeiro quadrimestre, com 691,4 mil emplacamentos, volume 17,5% maior do que o registrado em igual período do ano passado: 

“Nós já esperávamos um mercado maior do que a projeção da Anfavea e, por isto, as vendas até agora não nos surpreenderam. Acredito que esse resultado poderia ter sido ainda maior”.

Para que o mercado siga em alta a médio e a longo prazo a Fenabrave está trabalhando em uma série de estudos para apresentar soluções para o setor automotivo nacional. Um dos estudos é sobre o carro de entrada, tema que já foi levantado por Andreta, para elevar o volume produtivo no País. Outro estudo passa pela renovação de frota e a eliminação de carros com mais de trinta anos da circulação.

Em breve a entidade deverá apresentar o resultado destes estudos e os caminhos que podem ser adotados para tornar esse cenário realidade.