Bosch fatura R$ 9,8 bilhões na América Latina e investirá R$ 1 bilhão no Brasil este ano

Campinas, SP – A Bosch colheu, em 2023, faturamento de R$ 9,8 bilhões nos dez países da América Latina onde está presente, sendo R$ 7,9 bilhões no Brasil, ou 80% do total, segundo divulgou a empresa na quarta-feira, 22. As exportações das fábricas brasileiras do grupo para mercados latino-americanos, da América do Norte e da Europa representaram 23% das vendas.

O faturamento de 2023 é 4,8% inferior aos R$ 10,3 bilhões apurados em 2022 devido à retração dos principais mercados na região e à estagnação da produção de veículos no Brasil no ano passado, maiores clientes da maior fornecedora de sistemas automotivos do País e do mundo.

O resultado era esperado e não chegou a decepcionar Gastón Diaz Perez, presidente da Robert Bosch América Latina, que preferiu destacar a direção positiva que o negócio vem assumindo na região: “Nos últimos três anos alcançamos um forte desempenho de vendas com atividades extremamente bem-sucedidas em todos os setores, inclusive superando nossas expectativas, especificamente em soluções para mobilidade, ferramentas elétricas, tecnologia industrial e serviços”.

Operação competitiva

Segundo disse Perez a AutoData, após colecionar resultados deficitários por muitas décadas na região, desde 2015 o balanço virou para o lado positivo: “Somos hoje a terceira operação mais competitiva da Bosch no mundo, especialmente para itens de média e baixa escala, que são grandes volumes para os padrões latino-americanos. Isto aconteceu graças a ganhos internos de produtividade, cortes de custos e também pela melhoria das condições econômicas do País, com câmbio estável e inflação controlada e em queda: Europa e Estados Unidos tiveram inflação maior do que a nossa, nunca se imaginaria isso há alguns anos”.

Perez: operação ganha produtividade e competitividade no Brasil.

Para 2024, ano em que a Bosch completa cem anos na América Latina – o primeiro escritório comercial foi aberto em Buenos Aires, Argentina, em 1924 – e setenta anos de operação no Brasil a empresa segue com perspectivas positivas, conforme Perez: “Estamos bem posicionados para enfrentar os próximos objetivos e a América Latina continua sendo uma região de muito potencial”.

Contudo o executivo afirma que o cenário exige alguma cautela, pois já prevê alguns ventos contrários e os mais recentes sopram desde o Rio Grande do Sul: as enchentes não afetaram o fornecimento de insumos para a produção da Bosch mas certamente deverão reduzir as vendas dos clientes. A preocupação é que se as fábricas de veículos param por falta de peças do Sul todos os fornecedores param juntos e haverá perdas de vendas de veículos, o que reduz a produção e o fornecimento de componentes e sistemas.

Investimentos em novos projetos no País

Após investir quase R$ 1 bilhão nas operações brasileiras no ano passado a Bosch reservou mais R$ 1 bilhão para 2024, que segundo a empresa serão aplicados em modernização das linhas de produção, digitalização, pesquisa e desenvolvimento para manter a competitividade de suas operações na região da América Latina.

O valor inclui novas linhas de produtos, revitalização das existentes e novas soluções tecnológicas para as áreas de mobilidade, agronegócio, mineração, indústria e tecnologia da informação. Mais de 530 pessoas trabalham, hoje, em pesquisa e desenvolvimento na Bosch Brasil e quase 1 mil colaboradores trabalham diretamente com produtos e serviços de digitalização.

Perez confirmou a AutoData alguns dos novos projetos. Segundo ele a empresa já habilitou projetos para receber incentivos do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, e está envolvida no desenvolvimento de sistemas de propulsão híbridos flex para os maiores fabricantes de veículos instalados no Brasil: “Este, sem dúvida, é um dos grandes focos de nossa equipe de engenharia do País nos próximos anos”.

Mas há outros projetos, que Perez exemplifica: “Estamos nacionalizando o sistema eletrônico do nosso ESP [sistema eletrônico de estabilidade], começaremos a montar as placas aqui. Também estamos desenvolvendo uma câmara para acionar a frenagem automática de emergência sem necessidade de uso combinado com radar, o que reduzirá o custo do sistema”.

Soluções para o mundo

A Bosch também segue aumentando o fornecimento de soluções para aproveitar o bom momento do agronegócio brasileiro, com diversas tecnologias desenvolvidas no País, como sistemas automáticos de plantio e de pulverização inteligente – este equipamento, por meio de câmaras, identifica o local exato onde pulverizar defensivos, somente borrifados em cima de ervas daninhas no meio de plantações de milho ou soja, por exemplo, o que reduz em 80% o uso de agrotóxicos.

“Apresentamos a tecnologia na última Agrishow. É a primeira vez que uma tecnologia disruptiva como esta foi desenvolvida primeiro no Brasil para o resto do mundo.”

A Bosch sedia no Brasil seu centro de referência global para o desenvolvimento de sistemas de propulsão com biocombustíveis e começa a aproveitar o crescimento do interesse de outros países, ainda que tímido, por suas tecnologias desenvolvidas para uso de etanol.

Está em andamento um projeto para exportar para a Índia a tecnologia flex fuel, inovação desenvolvida pela Bosch no Brasil há mais de vinte anos, bem como o seu FlexStart, que elimina a necessidade do uso do reservatório de gasolina para alimentar o motor na partida a frio com etanol. Além de cooperação técnica e de serviços de engenharia para o uso do biocombustível no mercado indiano o negócio também pode favorecer a exportação de componentes como bombas de combustível e unidades de controle.

O volume estimado, inicialmente, é para atender de 50 mil a 70 mil veículos por ano, com perspectivas de aumento de acordo com a evolução das políticas do governo indiano. Além da Índia Suécia e Tailândia são outro países que já possuem projetos relacionados ao sistema flex a partir de tecnologia desenvolvida pela Bosch no Brasil. O potencial está crescendo: a empresa aponta que atualmente trinta países já utilizam o etanol misturado a gasolina em diferentes proporções.

“É preciso vencer algumas barreiras políticas e ideológicas para aumentar o uso de biocombustíveis no mundo”, constatou Perez. “É preciso dizer que a Bosch não vive só de vender o sistema flex fuel para etanol pois também desenvolvemos no mundo uma série de sistemas para veículos elétricos e híbridos. Defendemos o uso do etanol no Brasil porque é algo que faz mais sentido aqui e em algumas outras regiões do mundo.”

Abril foi o melhor mês em vendas financiadas desde dezembro de 2014

São Paulo – Em abril foram comercializados de forma financiada 611 mil veículos leves, motos e pesados, novos e usados, aumento de 45% com relação ao quarto mês de 2023 e de 7% frente a março. Foi também o mês com mais veículos financiados desde dezembro de 2014.

Os dados foram divulgados pela B3, que opera o SNG, Sistema Nacional de Gravames, que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo território nacional.

A maior demanda nos financiamentos foi para a aquisição de 151 mil motos, 47,3% acima de abril do ano passado e 5,4% maior do que em março. Na sequência vieram os 427 mil automóveis e comerciais leves, com incremento de 42,7% sobre o mesmo mês de 2023 e aumento de 8,5% com relação ao mês anterior. A venda de 25 mil pesados a prazo avançou 32,5% na comparação anual e 1,3% na mensal.

No quadrimestre os 2,2 milhões de financiamentos cresceram 27% diante do resultado do mesmo período em 2023, o que equivale a 482 mil unidades a mais. Além disso trata-se da melhor marca para os quatro primeiros meses do ano desde 2011. Embora o ambiente doméstico continue favorável para o financiamento de veículos de acordo com a B3 foi percebida diminuição no ritmo de crescimento.

Máquinas de construção crescem e máquinas agrícolas recuam no primeiro quadrimestre

São Paulo – O setor de máquinas vive momentos bem diferentes em 2024, com as máquinas de construção crescendo e com os equipamentos agrícolas com vendas em queda. Nas vendas de máquinas de construção houve expansão de 12,8% nos negócios de janeiro a abril, sobre iguais meses do ano passado, somando 10,8 mil unidades, de acordo com dados divulgados pela Anfavea na terça-feira, 21.

O aumento foi puxado por fatores como maior confiança dos clientes com relação às obras e investimentos em infraestrutura, assim como pelo segmento de locação de máquinas, que está aquecido. O impacto dos R$ 9 bilhões de intenções de compras gerados na feira M&T Expo deverá chegar nos próximos meses, enquanto os reflexos do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, já ajudaram no avanço da demanda no acumulado do ano, uma vez que R$ 21 bilhões já foram dedicados em obras de infraestrutura, assim como R$ 7,1 bilhões para urbanização de favelas.

Em abril foram vendidas 3 mil máquinas rodoviárias, volume 30,8% superior ao comercializado em abril do ano passado e alta de 2% na comparação com março.

Segmento agrícola

A venda de máquinas agrícolas caiu 11,6% até abril, com 14,6 mil unidades. O resultado de abril apontou 4,2 mil máquinas comercializadas, recuo de 1,7% na comparação com igual mês do ano passado e avanço de 8,9% sobre março.

Ana Helena Andrade, vice-presidente da Anfavea, revelou alguns fatores que estão puxando o setor para baixo: “A queda no preço global das commodities produzidas no País, principalmente grãos, refletiu em um menor interesse em investimentos em novas máquinas por parte dos agricultores. A falta de financiamentos a partir das linhas do Plano Safra também causou efeitos negativos nos negócios”.

Para os próximos meses existe a expectativa positiva de que a intenção de compra de R$ 13,6 bilhões registrada na Agrishow torne-se realidade e ajude na retomada das vendas.

Exportações

A exportação de máquinas rodoviárias somou 4,4 mil unidades de janeiro a abril, queda de 13,6% na comparação com iguais meses de 2023. Abril registrou 1,1 mil máquinas exportadas, retração de 19,4% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 13,7% na comparação com março.

No segmento agrícola foram exportadas 2,1 mil máquinas no primeiro quadrimestre, volume 34,9% menor do que o exportado em iguais meses de 2023. Em abril somou 515 unidades, recuo de 37% na comparação com abril do ano passado e avanço de 10,5% sobre março.

Alguns fatores afetaram os dois segmentos, como entraves aduaneiros e o cenário global instável no caso das máquinas rodoviárias, enquanto as exportações de máquinas agrícolas sofreram pelo mesmo motivo da queda no mercado interno: o recuo no preço das commodities que reduziram o apetite de novos investimentos dos agricultores.

Ao menos quatro fornecedores de peças para máquinas estão parados no Rio Grande do Sul

São Paulo – Ao menos quatro fornecedores de peças e componentes para máquinas agrícolas e de construção estão com suas operações paradas no Rio Grande do Sul, consequência das fortes chuvas que afetaram o Estado. Ao menos é o que Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, diz ter de informações concretas: é possível que outros também estejam parados, mas a entidade não conseguiu contato para saber da real situação.

O sinal de alerta está ligado para toda a indústria automotiva, pois de acordo com dados da Anfavea 5% de todas as compras de peças e componentes são realizadas com fornecedores gaúchos. Em algumas fabricantes o porcentual chega a 11%. Algumas montadoras já estão sofrendo com os efeitos da crise no Rio Grande, como a Volkswagen, que protocolou pedido de férias coletivas em duas fábricas e foi atrás de fornecedores no Exterior para reduzir o tempo de parada.

O estado de calamidade na região dificulta a troca de informações, segundo o presidente, porque a situação vai muito além da indústria automotiva. Ele disse entender que existem outras questões mais importantes para serem resolvidas, como a própria condição de vida da população local. Por isso a postura da Anfavea é de recuar e aguardar novidades, ainda que as informações não cheguem na velocidade que Lima Leite gostaria:

“Sabemos desses quatro que tiveram suas fábricas alagadas, mas existem outras empresas com dificuldades e por questões logísticas não conseguem escoar sua produção. Também existem empresas que estão com a fábrica em ordem, mas não conseguem produzir porque a sua cadeia de fornecimento foi afetada pela chuva”.

A fábrica da AGCO, em Canoas, RS, está parada há duas semanas. A cidade foi uma das que mais sofreram com os alagamentos, mas a unidade da empresa não foi tão atingida, ainda que esteja com algumas áreas alagadas. Segundo Ana Helena Andrade, vice-presidente da Anfavea e diretora da companhia, os equipamentos não foram danificados:

“Precisamos esperar a água baixar para limpar tudo e solicitar a religação da energia para avaliar de perto o impacto do desastre. Acredito que ainda demorará algumas semanas, pois até a sexta-feira ainda chovia na região”.

O Estado do Rio Grande do Sul representa 7,5% das vendas nacionais de máquinas agrícolas e de construção e o mercado está praticamente parado em maio.  O presidente da Anfavea afirmou que a situação na região ainda é muito nebulosa e que, por isto, as informações concretas são escassas e é difícil prever qual o tamanho do prejuízo na produção de máquinas e veículos.

Greve na Renault e na Horse entra no décimo-quinto dia sem acordo

São Paulo – A greve na Renault e na Horse entrou sem acordo no décimo-quinto dia corrido, o décimo-primeiro dia útil. No período deixaram de sair da linha de produção aproximadamente 8,8 mil veículos, de acordo com cálculos do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que estima a fabricação de oitocentas unidades diárias. Para efeito de comparação em abril foram emplacados, segundo a Fenabrave, quase 11,9 mil veículos Renault. O que não foi produzido equivale a 74% das vendas do mês passado.

Na tarde de terça-feira, 21, foi realizada assembleia virtual no lugar da presencial, pois, conforme o presidente do sindicato, Sérgio Butka, não havia o que ser apreciado pois as empresas mantiveram suas propostas. O sindicalista afirmou que na segunda-feira, 20, foi dado novo prazo de 72 horas para que seja feita nova oferta de PLR e dissídio coletivo: “Queremos sentar para conversar mas a falta de diálogo tem sido o maior problema com as empresas”.

Na quinta-feira, 23, foi agendada nova assembleia:

“Se houver negociação a assembleia será presencial. Se não tiver será virtual. Mas eu acho muito difícil que até a quinta-feira isto aconteça”, disse Butka aos metalúrgicos na transmissão virtual: “Não vamos para a fábrica, mas isto não quer dizer que devam sair viajando. Devemos ficar mobilizados: pode ser que a qualquer momento precisemos de vocês”.

Durante a assembleia também foi exposto o pleito do sindicato, de uma PLR, participação nos lucros e resultados, de R$ 30 mil, sendo a primeira parcela de R$ 18 mil, para volume de produção de 201 mil veículos. A oferta da Renault nesta condição é de R$ 25 mil.

Embora a data base da categoria seja apenas em 1º de setembro a entidade colocou na pauta da negociação também o dissídio coletivo. Enquanto as companhias propuseram reajuste com base na inflação o sindicato pediu INPC, cuja previsão é de 3,66%, mais aumento real equivalente ao PIB de dois anos atrás, ou seja, de 2022, de 3,02%, somando 6,8%.

No caso do vale-mercado o pleito é esta correção de 6,8% mais a incorporação da defasagem salarial do INPC de 2020 a 2024, de 8,82%: “Hoje o vale-mercado está no valor de R$ 1 mil 40 e, com o reajuste, passará R$ 1 mil 746. Mas estamos dispostos a conversar. Esta correção pode ser discutida, por exemplo, para que ocorra em dois anos. Somos flexíveis quanto a isto”.

Outro ponto alegado pela categoria diz respeito à sobrecarga no chão de fábrica e à consequente falta de segurança. A Renault ofereceu a contratação de cinquenta profissionais imediatamente mas a entidade quer trezentos: “Seguiremos em casa até que tenhamos, de fato, uma proposta para poder votar”.

Justiça do Trabalho mais que triplicou multa por dia de paralisação

A Renault não comentou sobre a assembleia mas informou que na sexta-feira, 17, foi determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região o aumento do valor da multa diária devido ao descumprimento das decisões anteriores. Desde sábado estão sendo cobrados R$ 100 mil por dia de paralisação, além de R$ 100 mil por dia para o caso de obstrução de acesso ao Complexo Industrial Ayrton Senna. As cifras anteriores eram R$ 30 mil e R$ 10 mil, respectivamente.

Segundo o desembargador do trabalho Marco Antônio Vianna Mansur, apesar da liminar concedida pelo TRT “a paralisação continua, bem como a atuação irregular com relação ao acesso dos empregados, conforme certidões referentes aos mandados de constatação expedidos e material de vídeos e imagens anexadas pela parte suscitante”. 

A postura do sindicato, conforme Mansur, “revela o absoluto desprezo à lei e ao Poder Judiciário, sendo presumível de que assim age na certeza de contar com o beneplácito do Judiciário para ter reduzido o valor ou ser isento do pagamento da multa. Seu comportamento censurável ficou patente, inclusive, nas duas audiências de conciliação, por mim presididas, nas quais não se evidenciou a menor disposição em colaborar na busca de um entendimento. Diante da falta de atitude colaborativa ficou difícil até mesmo de entender qual o objetivo buscado com o movimento grevista”.

Mover fica fora da pauta da Câmara e setor tem apreensão com prazo

São Paulo – Mais uma vez o projeto de lei do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, não entrou na pauta da Câmara dos Deputados e sua votação foi postergada. Ao menos é o que indicava a casa até o início da noite de terça-feira, 21, quando a reportagem foi publicada.

Representantes da indústria automotiva, e do próprio governo, esperavam que o tema fosse apreciado na terça-feira, mas não houve avanço. Há agora a expectativa pela votação na quarta-feira, 22, mas a cada dia que passa o prazo fica mais apertado e a apreensão cresce.

A medida provisória que criou o Mover vigora até 30 de maio e para que não exista um limbo jurídico é preciso que este projeto de lei, o 914/2024, criado com o mesmo texto da MP, seja votado antes. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, afirmou que existe, sim, preocupação com o prazo:

“Temos a preocupação para que não ocorra ruptura do prazo porque a medida provisória expira em 30 de maio e a semana que vem é curta, por causa do feriado [de corpus christi]. Após a votação na Câmara é possível também que o Mover precise ser aprovado no Senado, se assim a casa desejar. O prazo é muito curto”.

O governo optou por enviar ao Congresso um PL com texto idêntico à MP justamente para ganhar tempo: foi colocada em regime de urgência constitucional para que não precisasse passar por comissões e para que, se não fosse votada, travasse a pauta. Ocorre que a urgência precisou ser retirada para que as medidas para ajudar o Rio Grande do Sul fossem votadas pela Casa. Após a aprovação destas medidas a urgência foi retomada mas não mais como urgência constitucional, não travando mais a pauta.

Para tornar a coisa mais difícil o relator do PL, deputado Átila Lira, incluiu no texto um jabuti, tratando da taxação para compras online inferiores a US$ 50. Como o tema é polêmico dificultou o acordo do governo com a oposição para a votação.

A reportagem apurou que todos os esforços do governo e Anfavea estão concentrados para que o tema seja votado na quarta-feira, 22. Caso não seja possivelmente ficaria para a semana que vem, mais curta por causa do feriado e com apenas um dia na prática, a terça-feira, 28, porque às segundas-feiras votações não são habituais e na quarta-feira os deputados estariam retornando às suas bases, deixando pouco quórum em Brasília, DF.

Uma fonte informou que o tema poderia também ser votado na primeira semana de junho sem impacto nenhum ao que foi feito até o momento, mas que provocaria desconfiança na indústria, que soma em torno de R$ 130 bilhões de investimentos no País.

Iveco Bus apresenta novos modelos para atender Caminho da Escola

São Paulo – A Iveco Bus apresentou o novo ORE 2, ônibus rural escolar, produzido para atender a demandas do programa Caminho da Escola. A versão 10-190 do ORE 2 tem capacidade para transportar 44 alunos e a 15-210 para 59. A configuração menor possui motor de 190 cv de potência e a maior utiliza motor de 210 cv.

A novidade foi apresentada durante evento realizado em Brasília, DF, com a novidade de carroceria Busscar. Na atual edição do programa Caminho da Escola a Iveco recebeu mais de 2 mil encomendas.

Itália apreende Fiat Topolino produzidos no Marrocos

São Paulo – Diversos Fiat Topolino produzidos no Marrocos foram apreendidos pelas autoridades italianas por desrespeitar uma lei local: bandeiras da Itália estampam as carrocerias dos modelos, o que só é permitido para veículos produzidos no país da bota.

Segundo a agência de notícias Bloomberg este é mais um capítulo da briga do governo italiano com a Stellantis, que divulgou planos de cortar empregos e transferir produção para países com custos mais baixos. No mês passado milhares de italianos se juntaram a grevistas próximo à sede da companhia, em Turim, para protestar.

À Bloomberg um porta-voz da Stellantis confirmou a apreensão dos veículos no porto de Livorno e disse que removerá os adesivos com a bandeira da Itália do carro, que foi adicionada pelo fato de o projeto ter sido desenvolvido em Turim. Acrescentou que nada foi feito de errado e a comunicação que os veículos são produzidos no Marrocos foi feita com transparência.

O Topolino é um minicarro, inspirado no Citroën Ami mas com design que remete aos clássicos Fiat 500. Seu preço na Itália está na casa dos 10 mil euros.

Não foi a primeira vez que o governo italiano encrencou com a Stellantis por causa desta lei: o SUV elétrico Alfa Romeo Milano precisou mudar de nome por ser produzido na Polônia. Foi rebatizado Junior.

GWM lançará nova versão do Haval H6 em junho

São Paulo – A GWM anunciou que colocará em junho, no mercado, o Haval H6 PHEV19, mais uma versão híbrida plug-in do SUV, ainda importada da China. Ficará posicionado no espaço que vai da configuração H6 HEV2 à H6 PHEV36.

A nova opção terá bateria de 19 kWh e o seu conjunto híbrido dispõe de potência combinada de 326 cv. O câmbio é automático.

O visual da nova versão será quase igual ao das outras já vendidas no País, mas com rodas exclusivas e pequenas alterações no interior, segundo a empresa. Suas vendas começarão no início do mês que vem por meio do site da GWM e das setenta concessionárias que a empresa possui no Brasil.

O preço será divulgado mais próximo ao lançamento.

Gigante até no detalhe

A Gerdau nasceu há 123 anos em Porto Alegre (RS), com uma pequena fábrica de pregos. Hoje, conta com 29 unidades produtoras de aço, com mais de 30 mil colaboradores diretos e indiretos no mundo. Ela está presente em vários países nas Américas e tem ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova York.

Na posição de uma das maiores empresas mundiais que produzem aços especiais, a Gerdau não perdeu, porém, o foco em segmentos específicos de mercado. E o automotivo é um dos mais significativos para a companhia, bem como o de máquinas agrícolas e de construção, além do eólico. No automotivo, especificamente, a Gerdau produz aços especiais que irão servir para produzir peças de motores, transmissões e suspensão, entre outros.

A Gerdau possui operações de aços especiais no Brasil e nos EUA, operando com fornos elétricos a arco (FEA) em 100% das suas operações, representando um importante passo em direção à produção de aço com baixa emissão de carbono. Esse tipo de forno, como princípio de funcionamento, gera um arco de alta temperatura entre eletrodos de grafite, utilizando eletricidade como fonte de energia, para fundir o metal dentro de uma câmara.

As usinas de rota elétrica que utilizam os fornos (FEA) destacam-se por empregar até 100% de sucata como insumo na fabricação do aço, contribuindo significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Ao reciclar 1 tonelada de sucata, evita-se a emissão de cerca de 1,5 tonelada de CO2, segundo a World Steel Association (worldsteel), configurando uma alternativa menos intensiva em carbono. Além disso, esta abordagem fomenta uma economia circular, na qual materiais já existentes são reutilizados, minimizando a necessidade de extrair novos recursos naturais. A Gerdau, inclusive, é a maior recicladora da América Latina: 70% do aço que produz é feito a partir desse de sucata, transformando anualmente 11 milhões de toneladas desse material em aço.

Outra vantagem significativa dessas usinas é a capacidade de se adaptar rapidamente à produção de diferentes tipos de produtos de aço, graças à sua flexibilidade operacional. Isso assegura uma operação mais eficiente do ponto de vista energético e minimiza o desperdício durante períodos de flutuação de mercado. A utilização de fontes de energia renováveis ao processo também amplia a sustentabilidade da produção, resultando em um perfil de emissão de carbono ainda menor. E a Gerdau utiliza aproximadamente 90% de energia renovável no processo de aços especiais.

“Fornecemos produtos de alta performance, promovendo uma cadeia mais sustentável. Nosso foco na inovação e na proximidade com os clientes nos permite entender suas necessidades, gerar valor e aumentar sua competitividade, melhorando o padrão de qualidade e oferecendo diferenciação de cada produto”, explica o vice-presidente da companhia, Aldo Tapia Castillo.

A Gerdau tem, hoje, uma das menores intensidades de emissões de gases de efeito estufa da indústria global de aço, com 0,86 t CO2. “Queremos ir além: nossa meta é atingir 0,82 t CO2 de aço produzido até 2031”, aposta Castillo. O executivo explica que a estratégia de descarbonização está baseada em maior eficiência energética e operacional, ampliação do uso de sucata na matriz de produção, investimentos em energia renovável e novas tecnologias, além de expansão da base florestal, atualmente de 250 mil hectares.