Governo argentino dobrou a carga tributária para exportação de veículos

Buenos Aires, Argentina – No fim do ano passado o governo da Argentina apresentou o Pacote de Urgência Econômica, com uma série de medidas que têm como objetivo recuperar a combalida economia do país. Tais medidas, no entanto, geraram impacto imenso na venda de veículos nacionais no mercado interno e, principalmente, nas exportações, que carregam desde então uma carga tributária de 24,7%, quase o dobro da média histórica.

A decisão onerou a produção de veíclos local e, no início do ano, surgiram boatos de que poderia provocar o fechamento de operações produtivas. Na semana passada o site Motor1 Argentina teve acesso a documentos que circularam pelas mesas de executivos das fabricantes locais mostrando a carga destes impostos na cadeia e o seu impacto sobre os negócios. Houve uma rodada de reuniões de representantes da indústria automotiva com o ministro da Economia, Luis Caputo, mas até agora nenhuma medida foi tomada no sentido de recuperar a competitividade dos veículos feitos na Argentina e exportados para outros países, principalmente o Brasil.

Martin Galdeano, presidente da Ford para América do Sul, disse em entrevista exclusiva a Agência AutoData que neste momento o incremento de 12,2% na carga tributária está sendo absorvido pelas exportadoras: “Quem faz o preço de um veículo é o cliente, que não compreenderia um aumento repentino. No caso das exportações, os mercados poderiam muito bem comprar a Ranger de outra origem, como a Tailândia, que não teve um aumento dos impostos”.

Ele disse que vem dialogando com os representantes do governo para fazer o papel do empresário, que é o de explicar essas situações que retiram a competitividade do produto nacional: “Estamos conversando muito com o governo e eles compreendem que o melhor para o país é continuar exportando. Mas o foco, neste momento, é a recuperação da economia”.

Não se trata de uma situação permanente e nem de longo prazo, disseram a Galdeano os interlocutores do governo argentino. Por enquanto, no caso da Ford, o projeto é seguir não aplicando ao valor da picape Ranger exportada a carga total de impostos.

Para os veículos produzidos na Argentina e vendidos no mercado interno a situação é ainda pior, segundo a reportagem do Motor1. De acordo com os dados levantados e obtidos pelo jornalista Carlos Cristófalo os automóveis passaram de uma carga de impostos – considerando a cascata de tributos no mesmo estilo do que acontece no Brasil – de 21% para 58,09%. Os veículos comerciais leves recolhem agora 47,59% ante a carga tributária de 10,5% antes do Pacote de Urgência Econômica.

Outro documento obtido por Carlos Cristófalo mostra que a Adefa, a associação dos fabricantes, também está trabalhando junto aos representantes do governo para mudar esta política tributária e, ainda, mostra sua preocupação com as companhias chinesas, que podem aproveitar o projeto RIGI, Regime de Incentivos a Grandes Investimentos, que dará vantagens a empresas que instalarem fábricas na Argentina. A Adefa negou a autoria do documento apresentado pelo jornalista, que pede uma revisão nos benefícios como redução de impostos, vantagens aduaneiras para importação de veículos, dentre outros, por um período de 30 anos.

O RIGI é uma política de incentivos apresentada pelo atual governo para projetos de investimentos superiores a US$ 200 milhões, ou quase R$ 1,1 bilhão.

Após 162 dias indústria alcança 1 milhão de emplacamentos em 2024

São Paulo – A Anfavea anunciou que na terça-feira, 11, mesmo dia em que o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, foi aprovado no Congresso e enviado à sanção presidencial, o mercado brasileiro emplacou o veículo de número 1 milhão em 2024. A velocidade do feito, alcançado em 162 dias, foi a mais rápida desde 2019, quando foram necessários 142 dias para que 1 milhão de veículos fossem licenciados, em 23 de maio.

Desde aquele ano a indústria automotiva perdeu força. Embora estivesse em trajetória ascendente a pandemia de covid-19 derrubou a produção e as vendas, e em 2020 o veículo 1 milhão só foi emplacado em 5 de agosto, após 228 dias.

Em 2021 foram necessários 171 dias, com o feito alcançado em 21 de junho, em 2022 foi em 15 de julho, 195 dias passados, e no ano passado foi em 2 de julho, após 182 dias.

O recorde de velocidade para o emplacamento de 1 milhão de veículos foi registrado em 2013, segundo a Anfavea: 105 dias. O emplacamento 1 milhão naquele ano foi feito em 16 de abril.

Trabalhadores da Renault voltam ao trabalho e aguardam novas propostas

São Paulo – A mais recente paralisação dos trabalhadores da Renault e da Horse em São José dos Pinhais, PR, durou apenas um dia. Após assembleia na tarde da quarta-feira, 12, dirigida pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba na frente da fábrica eles decidiram retornar à produção e, agora, dizem aguardar os próximos passos das empresas.

Os trabalhadores do primeiro e do segundo turno de produção não entraram na fábrica na tarde da terça-feira, 11, e na manhã da quarta em protesto pela proposta considerada insatisfatória.

A Renault, de fato, pouco alterou as condições originais: PLR de R$ 25 mil, reajuste de inflação com 0,5% de aumento real, aumento de R$ 260 do vale-mercado e contratação de cinquenta profissionais para suprir os faltosos.

Segundo a companhia, em comunicado, a decisão agora será no tribunal: o processo de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho, suspenso na semana passado após o acordo que encerrou a greve de 29 dias, foi retomado. Será a Justiça, de acordo com a Renault, “a responsável por decidir as condições do acordo coletivo de trabalho”.

Matheus Pereira será o novo CEO da BMW Motorrad Brasil

São Paulo – Matheus Pereira foi nomeado o primeiro CEO brasileiro da BMW Motorrad Brasil, sucedendo a Julian Mallea, que deixa a empresa, por vontade própria, após dirigir a equipe brasileira por cinco anos. A troca ocorrerá em 1º de julho, quando o economista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com especialização em engenharia econômica pela Universidade Mackenzie e MBA em gestão estratégica de negócios pela FGV, assume o cargo.

Ele se reportará a Dirk Biehler, diretor regional da BMW Motorrad América Latina.

Pereira ingressou no Grupo BMW em 2008 e passou por diversos cargos e áreas, incluindo o estabelecimento da Mini no Brasil. Desde 2024 ocupava o cargo de superintendente de vendas e marketing da BMW Serviços Financeiros.

União Europeia eleva barreiras para carros elétricos chineses

São Paulo – Um mês após os Estados Unidos tomarem medidas protecionistas contra os veículos chineses em seu mercado a União Europeia decidiu elevar a tarifa de importação de automóveis elétricos chineses a partir de 4 de julho, enquanto seguem as investigações a respeito de possíveis subsídios aplicados aos modelos produzidos na China. Segundo a agência de notícias Reuters as taxas subirão dos atuais 10% para 17,4% para os veículos da BYD, 20% para os da Geely e 38,1% para os da SAIC.

A União Europeia considerou “excessivos os subsídios” concedidos a estas empresas e por isto fez crescer as taxas. As montadoras ocidentais que exportam elétricos para a Europa também serão afetadas com imposto de 21%: modelos Tesla, BMW, Mercedes-Benz, Renault e Volvo produzidos na China serão sobretaxados.

Aqueles que não colaborarem com as investigações, disse a UE, serão taxados em 38,1% e os que colaborarem em 21%. 

Segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, os veículos produzidos na China se beneficiam de níveis injustos de subsídios e ameaçam os fabricantes europeus. Disse ele à Reuters:  “A Comissão entrou em contato com autoridades chinesas para discutir estas conclusões e explorar possíveis formas de resolver as questões identificadas”.

A medida, porém, não foi bem recebida por todo o setor. Segundo a agência Bloomberg alguns fabricantes europeus com grande mercado no país asiático criticaram a decisão. Já a China prometeu retaliação à decisão da Europa, sem entrar em pormenores, ameaçando subir tarifas da agricultura, aviação e até automóveis com motores mais potentes.

Mover é aprovado na Câmara e segue à sanção de Lula

São Paulo – A Câmara dos Deputados aprovou no início da noite da terça-feira, 11, o projeto de lei 914/24, que cria o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. O texto foi aprovado com onze emendas incluídas no Senado Federal na semana passada, incluindo a taxa das blusinhas, como vem sendo chamada a taxação de produtos importados de até US$ 50.

O Mover, junto com suas emendas, agora segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, ao menos na questão que diretamente interessa à indústria automotiva, deverá aprovar sem vetos. O projeto de lei foi apresentado pelo MDIC, Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, ao Congresso, em discussão que, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, envolveu indústria, fornecedores, academia e governo, dentre outros agentes da mobilidade.

Desde que foi criado, no fim do ano passado, o Mover tornou viável investimentos de quase R$ 100 bilhões somente de montadoras. O programa prevê R$ 19,3 bilhões em incentivos em cinco anos.

Trabalhadores da Renault rejeitam proposta e paralisam a produção novamente

São Paulo – Trabalhadores da Renault e da Horse de São José dos Pinhais, PR, voltaram a cruzar os braços após a extensa greve que durou 29 dias e deixou de produzir cerca de 16,4 mil veículos. A proposta apresentada pelas empresas, parte do acordo estabelecido para que os metalúrgicos voltassem às linhas, foi rejeitada em assembleia na terça-feira, 11, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Sérgio Butka, presidente do sindicato, afirmou que a ação se deve ao repúdio dos trabalhadores porque a montadora rompeu com as negociações que estavam sendo feitas na última semana: “Retornamos ao trabalho, conforme a empresa impôs, mas as conversas pararam. Então determinamos um dia de protesto para que ela volte a negociar ou sinalize esta intenção”.

A Renault informou que após período de 29 dias de greve considerada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho retomou as negociações com o sindicato “com avanços significativos na pauta social, reajuste salarial e vale-mercado, além de manter o melhor PPR, Programa de Participação nos Resultados, entre os fabricantes de veículos de passeio e comerciais leves do País”.

Ainda de acordo com a montadora, em decorrência do resultado da assembleia e da posição da entidade em levar os funcionários a uma nova paralisação sem aviso prévio, a Renault retomou o processo de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho, que será a responsável por decidir as condições do acordo coletivo de trabalho.

Informações da entidade apontam que a oferta a ser validada mudou pouco ou quase nada do que já havia sido apresentado. A PLR, participação nos lucros e resultados, foi mantida em R$ 25 mil, com antecipação de R$ 18 mil. Foi acrescido ao pacote que a PLR de 2025 teria este valor corrigido pelo INPC. Os operários pediam abono de R$ 30 mil.

Quanto ao reajuste salarial foi proposto que ele seria composto pela inflação com 0,5% de aumento real. E que no ano que vem a correção levaria apenas o INPC. A entidade pede aumento real de 3,02%, conforme o PIB de dois anos atrás.

Com relação ao vale-mercado ele passaria a valer R$ 1,3 mil — hoje é R$ 1 mil 40. A Renault comprometeu-se a contratar setenta empregados para suprir a questão dos absenteístas: anteriormente a oferta era de cinquenta, enquanto o sindicato pleiteava trezentos profissionais a mais.

Em protesto o segundo turno não teve atividades na terça-feira, 11, assim como o primeiro turno de quarta-feira, 12. Nova assembleia foi marcada para 14h00 no portão da fábrica do Complexo Industrial Ayrton Senna.

Vendas de veículos recuam 12% de janeiro a maio no Chile

São Paulo – De janeiro a maio as vendas de automóveis e de veículos comerciais leves, no Chile, somaram 119,9 mil unidades, queda de 12,2% na comparação com o mesmo período de 2023. De acordo com a Anac, Associação Nacional Automotiva do Chile, a retração nas vendas é reflexo da baixa recuperação do consumo de bens duráveis no país pela lenta geração de novos postos de trabalho e também pelos juros altos cobrados nos financiamentos. 

Em maio o mercado chileno comprou 23,3 mil unidades, volume 8,9% menor do que o registrado em idêntico mês do ano passado. Na comparação com abril houve crescimento de 30%.

Nos cinco primeiros meses do ano a Toyota liderou as vendas, com 9,5 mil unidades. Em segundo lugar ficou a Chevrolet, com 8 mil 146s, seguida de perto pela Suzuki, 8 mil 119.

Pesados

A venda de caminhões recuou 12% de janeiro a maio, com 4,7 mil veículos comercializados, e a queda foi puxada pelo menor nível de investimentos no Chile, que deverá registrar números mais baixos do que em 2023. Em maio foram vendidos 919 caminhões, volume 27,9% menor do que o registrado em igual mês de 2023 e 10,9% menor do que em abril. 

O mercado de ônibus no Chile caiu 40,9% no acumulado até maio, com 869 unidades vendidas. Em maio somou 148 vendas, queda de 14,5% na comparação com maio do ano passado e recuo de 1,3% com relação a abril.

Produção de motocicletas atinge o maior patamar dos últimos 13 anos

São Paulo – A produção de motocicletas de janeiro a maio atingiu o maior patamar dos últimos 13 anos, com 761,7 mil unidades, de acordo com dados divulgados pela Abraciclo, entidade que representa a indústria local de duas rodas. O volume foi 13,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Em maio foram produzidas 160,4 mil motocicletas, melhor resultado para o período desde 2012 e expansão de 3,4% com relação a maio do ano passado. Na comparação com abril, que teve um dia útil a mais, a produção recuou 1,8%.

Segundo Marcos Bento, presidente da Abraciclo, as fabricantes nacionais estão seguindo o planejamento para atender a demanda do mercado: “O polo de motocicletas em Manaus mantém seu ritmo de produção e de investimentos para atender aos novos consumidores e àqueles que querem trocar suas motocicletas por modelos mais atualizados e com mais recursos tecnológicos”.

As vendas nos cinco primeiros meses do ano atingiram o maior volume desde 2008, com 767,3 mil unidades emplacadas, alta de 19,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em maio somaram 164,6 mil motocicletas, avanço de 1,9% sobre maio de 2023 e queda de 3,4% com relação a abril.

O resultado negativo ficou por conta das exportações: caíram 20,4% de janeiro a maio, com 13,5 mil unidades. Em maio foram exportadas 1,5 mil unidades, queda de 51,1% na comparação com igual mês do ano passado e de 44,3% com relação a abril.

Mitsubishi Pajero Sport ganha versão Legend Black limitada

São Paulo – A Mitsubishi apresentou o Pajero Sport Legend Black, edição limitada de apenas duzentas unidades no Brasil, por R$ 415 mil 990. Custando R$ 5 mil a mais do que a versão Legend, a topo de linha regular do portfólio do Pajero, o lançamento chega para ser o modelo mais luxuoso e caro vendido nas concessionárias Mitsubishi no País.

Para elevar o nível da versão Legend Black sua carroceria é toda pintada de preto, assim como retrovisores, moldura dos paralamas, maçanetas e estribos laterais, com rodas aro 20 em preto brilhante. Internamente a versão se diferencia pelo tom marrom escuro no revestimento dos bancos, apoio de braço central e lateral, com pintura em preto brilhante de alguns pormenores do painel. 

A lista de itens oferece central multimídia com tela de 8 polegadas sensível ao toque e capacidade para espelhar smartphones, ar-condicionado digital e automático, painel de instrumentos digital, sete assentos.

O motor é o 2.4 turbodiesel de 190 cv de potência com câmbio automático de oito marchas.