Produção de veículos cresce 10% de janeiro a novembro

São Paulo – As empresas fabricantes de veículos conseguiram recuperar o ritmo de produção perdido em percalços do início do ano, como greves, falta de peças e componentes e as enchentes no Rio Grande do Sul, e registraram, até novembro, 2 milhões 359 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus produzidos, volume 9,6% superior ao do mesmo período do ano passado.

Se comparado o primeiro com o segundo semestre, segundo a Anfavea projeta para dezembro, o volume subiu de 1 milhão 138 mil de unidades na primeira metade para 1 milhão 436 mil unidades na segunda, crescimento de 26,2%.

“A forte recuperação vista nos últimos seis meses permitirá encerrarmos o ano com alta de quase 11%”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. “É claro que pensamos que sempre poderia ser melhor, mas o avanço não foi maior por causa do aumento das importações e a queda das exportações.”

Caso a perspectiva se consolide e a produção alcance 2,5 milhões de veículos o número estará acima também de 2022, 2,3 milhões de unidades, e 2021, 2,2 milhões.

Somente no mês passado saíram das linhas de produção 236,1 mil unidades, volume 5,1% aquém das 249,1 mil de outubro e 16,5% acima das 202,7 mil de novembro de 2023.

Lima Leite ressaltou a criação de 100 mil postos de trabalho na cadeia automotiva ao longo do ano, quase 10 mil nas montadoras, apesar das adversidades. As associadas da Anfavea empregam 108,1 mil pessoas.

Anfavea projeta mercado de 2,8 milhões de veículos em 2025

São Paulo – Após ser surpreendida por um mercado mais vigoroso do que o estimado, com cerca de 100 mil unidades a mais, a Anfavea divulgou na quinta-feira, 12, suas projeções para mercado, produção e exportações, de leves e pesados, em 2025. Segundo seu presidente, Márcio de Lima Leite, as vendas domésticas chegarão a 2,8 milhões de unidades, crescimento de 5,6% sobre as 2 milhões 654 mil esperadas até dezembro.

Poderia ser melhor, ponderou o executivo, caso a trajetória da taxa básica de juros não fosse ascendente. O Copom, Comitê de Política Monetária, do BC, Banco Central do Brasil, elevou a Selic em 1 ponto porcentual na quarta-feira, 11, para 12,25%, e informou que novas elevações de 1 ponto deverão ocorrer nas próximas reuniões.

Sem entrar no mérito se o BC acertou ou errou Lima Leite disse que, caso fosse mantido o patamar de 9,25% do início do ano, a indústria poderia alcançar novamente a marca de 3 milhões de veículos vendidos no ano que vem:

“O volume poderá ser maior do que o projetado, também. Neste ano não tivemos o efeito do Marco das Garantias no juro automotivo, algo que poderá vir a partir de agora porque temos os primeiros casos de retomada começando a aparecer, o que pode mexer no spread. E depende, também, do apetite das instituições financeiras”.

Para a Anfavea o ritmo das fábricas crescerá em velocidade superior ao do mercado em 2025, em sentido oposto ao registrado em 2024: a projeção é de aumento de 6,8% na produção, com 2 milhões 749 mil veículos. Segundo o presidente da Anfavea já estão computados os volumes adicionais esperados pelo início da produção de novos competidores, como a GWM e a BYD, que prometem começar a produzir em 2025.

Este crescimento maior da produção, porém, está estabelecido sobre uma expectativa de redução das importações: Lima Leite confessou que nas previsões da Anfavea está contabilizado o retorno do imposto de importação para veículos eletrificados a 35% no primeiro trimestre, conforme pedido ao governo – mas que ainda não foi decidido. Oficialmente este patamar será alcançado apenas em julho de 2026: em julho de 2025 subirá para 25% para elétricos, para 28% para híbridos plug-in e para 30% para híbridos.

No caso das exportações, após um ano estagnado, a Anfavea projeta crescimento de 6,2% no ano que vem, para 428 mil veículos.

Veja as projeções da Anfavea:

Produção de caminhões supera 130 mil unidades

São Paulo – Nos últimos onze meses a produção de caminhões chegou a 130,6 mil unidades, forte expansão de 41,5% sobre iguais meses do ano passado, que foi afetado pela chegada do Proconve P8, que derrubou o ritmo produtivo. Segundo o vice-presidente da Anfavea, Eduardo Freitas, o segmento voltou à normalidade em 2024 mas ainda tem espaço para crescer mais, pois em 2021 e 2022 o volume produtivo estava no patamar das 160 mil unidades:

“Para conseguir voltar ao ritmo do passado nós precisamos retomar volumes maiores de exportação, porque temos perdido mercado na América Latina. Temos custos mais altos de produção que reduzem a nossa competitividade na comparação com produtos vindos de outros mercados, assim como dificuldades com financiamentos”.

Em novembro foram produzidos 13,2 mil caminhões, volume 31,3% maior do que o fabricado em idêntico mês de 2023. Na comparação com outubro houve desaceleração na produção, com queda de 11%.

As vendas internas somaram 113,5 mil caminhões até novembro, alta de 16,2% na comparação com iguais meses do ano passado. Em novembro foram emplacados 10,2 mil caminhões, volume 10,2% maior do que o registrado em igual mês de 2023 e 16,8% menor do que o de outubro. 

As exportações caíram 0,2% até novembro, 15,8 mil unidades. No mês passado foram exportados 2 mil caminhões, expansão de 26% com relação a idêntico período de 2023 e queda de 8,8% quando comparado com outubro.

Exportações reagem, mas Brasil perde espaço nos principais destinos

São Paulo – As exportações de veículos reagiram ao longo do segundo semestre e deverão contribuir para uma estabilidade ao término do ano, revertendo, assim, as fortes quedas registradas nos primeiros meses. De janeiro até novembro, na comparação com o mesmo período de 2023, porém, ainda há queda de 3%, considerando 366,7 mil unidades contra 378,2 mil. Os dados foram apresentados pela Anfavea em entrevista coletiva à imprensa na quinta-feira, 12.

Considerando apenas os números de novembro foram enviados a outros países 39,3 mil veículos, 9,7% abaixo dos 43,5 mil de outubro e 63,4% acima dos 24,1 mil do mesmo mês do ano passado.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, quem salvou as exportações em termos de volume foi a Argentina, responsável por comprar 40% do total de janeiro a novembro: 149,5 mil das 378,2 mil unidades, incremento de 39% com relação ao resultado de igual período em 2023.

Lima Leite também destacou o Uruguai, o terceiro maior comprador, com fatia de 9% e 34,7 mil unidades, 14% acima dos onze meses do ano passado. Mas chamou atenção ao fato de que o México, o segundo principal cliente, tenha reduzido suas compras no acumulado deste ano em 26%, somando 95 mil veículos. O Chile, quinto do ranking, reduziu em 35% seus pedidos, para 16,5 mil unidades.

“Estamos perdendo participação nos principais países de destino dos nossos veículos, mesmo com as economias locais se recuperando. Isto liga um sinal de alerta porque o Brasil precisa ser mais competitivo. O custo Brasil ainda é nosso maior desafio, e a reforma tributária se faz necessária para alterar este cenário”, avaliou, ao lembrar que a maior presença de veículos chineses não é exclusiva do Brasil e é ainda mais agressiva no restante da região, em que sua presença chega a 60% dos importados.

O dirigente da Anfavea ressalvou que o cenário composto pela queda nas exportações frente ao crescimento das importações indica que a balança comercial encerrará o ano negativa, pela primeira vez em dez anos, com 403 mil embarques frente a 463 mil entradas de veículos fabricados em outros países.

“Esta é a primeira vez que a curva se inverte desde 2014. Isto não pode ser uma tendência. Precisa ser algo pontual pois é muito perigoso para a nossa indústria”, assinalou.

Quanto ao valor obtido com as exportações nos primeiros onze meses de 2024, US$ 9,9 bilhões, tem-se queda de 2,2%. Em novembro entraram US$ 999,9 milhões, diminuição de 14,2% diante de outubro e 33% acima do mesmo mês no ano passado.

Participação das importações de empresas sem produção local dobra em 2024

São Paulo – De 2015 a 2022 a participação de empresas que não possuem operação industrial no Brasil nas vendas domésticas variou de 6% a 8%. Em 2023 o porcentual passou a 14% e, este ano, a perspectiva da Anfavea é que chegue a 28% até o fim do mês. Os dados foram apresentados pela entidade durante entrevista coletiva concedida à imprensa na quinta-feira, 12.

“É preciso dar muita atenção a estes números pois, além de as importações como um todo estarem aumentando, a participação das não fabricantes está crescendo”, afirmou o presidente Márcio de Lima Leite. O dirigente observou, ainda, o ritmo mais intenso de expansão por parte de empresas de fora do Mercosul e México, ou seja, majoritariamente montadoras chinesas. “A cada dois importados de fora desta região um chega da China.”

De janeiro a novembro foi registrado o ingresso de 413,9 mil veículos no País, alta de 35% com relação ao mesmo período do ano passado, 307,1 mil unidades. Quase a metade deste volume, 48% ou 198,5 mil unidades, vem da Argentina. Em um ano esta quantidade praticamente permaneceu estável, com leve variação de 1%.

As importações da China, no entanto, que somam 26% do total, com 105,7 mil unidades, registraram aumento de 229%. Lima Leite acrescentou que se fossem somados a este número o volume de carros chineses ainda em estoque a quantidade de veículos subiria para 165 mil unidades, totalizando 473 mil veículos, o que no fechamento do ano ultrapassaria as 500 mil unidades.

Considerando apenas os emplacamentos, porém, a expectativa da entidade é que 2024 encerre com 463 mil veículos importados comercializados no mercado brasileiro, com incremento de 32%, frente aos de 352 mil de 2023.

O executivo apresentou ainda comparativo adicional para demonstrar o avanço de importados de fora do Mercosul e México, em que a participação deles sobe de 17% em 2022 para 25,3% no ano passado e deverá fechar o ano aos 38,5%: “Se fossem incluídos os estoques também este porcentual chegaria a 50%. Ou seja, metade das importações sem qualquer impacto em nossas indústrias. E isto é muito perigoso”:

“É diferente dos que vêm da Argentina, por exemplo, porque sempre há um reflexo em nossa cadeia, uma vez que a maior parte dos carros produzidos lá utilizam autopeças brasileiras, ou seja, geram emprego aqui”.

No geral a participação de 17,4% das importações nas vendas locais é a maior em uma década.

Mercado brasileiro registra o maior crescimento desde 2007

São Paulo – O mercado brasileiro de veículos, em alta de 15,4% de janeiro a novembro comparado com igual período do ano passado, registrou, em 2024, o maior crescimento desde 2007, de acordo com a Anfavea, que divulgou o balanço da indústria automotiva na quinta-feira, 12. Foram 2 milhões 337 mil veículos licenciados.

Segundo o presidente Márcio de Lima Leite o mercado brasileiro de veículos foi o que mais cresceu, considerando os dez principais globais: Canadá, México, China, Índia, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Japão.

Ele também ressaltou o bom desempenho das vendas no segundo semestre, que deverá fechar com 1,5 milhão de unidades, alta de 32% na comparação com o primeiro semestre e em patamar pré-pandemia.

Foram emplacados em novembro 253,5 mil veículos, volume 19,2% maior do que o de novembro de 2023 e 4,3% menor do que o de outubro. A média diária cresceu pela décima-primeira vez consecutiva no ano, chegando a 13,3 mil veículos em novembro, contra 10,8 mil em idêntico mês do ano passado:

“Foi a melhor média diária para novembro nos últimos dez anos. Para dezembro a nossa projeção é de 13,9 mil emplacamentos por dia”.

Os estoques de novembro chegaram a 251 mil unidades, reduzindo o volume de outubro, quando a indústria tinha 262,8 mil veículos estocados. Este volume é suficiente para abastecer o mercado durante trinta dias, um dia a menos do que no mês anterior. O presidente da Anfavea disse que o nível de estoque está dentro do patamar desejado, sem considerar os modelos importados.

Primeiros caminhões eActros 600 são entregues na Alemanha

São Paulo – A Mercedes-Benz iniciou a produção em série do eActros 600, seu caminhão pesado a bateria para longas distâncias, em Wörth, Alemanha, no fim de novembro. Ainda este ano serão entregues cinquenta unidades de 40 toneladas, que alcança autonomia de 500 quilômetros sem requerer recarga intermediária.

Segundo a montadora para que a entrega dos veículos elétricos fosse realizada foi crucial o financiamento às empresas pelo Ministério Federal Alemão para Assuntos Digitais e Transporte. A maioria dos eActros 600 será inicialmente enviada para filiais e concessionários para uso como veículos de demonstração – como é usual ao se lançar modelos.

Ford aumenta em 70% suas vendas no mercado brasileiro

São Paulo – A Ford comemorou resultados expressivos conquistados em 2024, quando concluiu a estruturação da operação de importação de veículos no Brasil, segundo seu CEO para a América do Sul, Martín Galdeano: “Serão 48 mil unidades negociadas em 2024, aumento de 70% sobre o ano passado. Estamos todos contentes: a rede de distribuidores e todos aqueles que se empenharam para conquistar este resultado”.

Para 2025 a expectativa é de continuar melhorando a oferta de produtos no País, com dez lançamentos, de atualizações dos modelos já ofertados à chegada de novos. Um deles, já anunciado, é uma versão do supersportivo Mustang com transmissão manual, contou Marcel Bueno, diretor de marketing da Ford para a América do Sul: “Será uma peça de colecionador, pois traremos pouquíssimas unidades para aqueles que realmente são apaixonados e que terão a possibilidade de trocar as marchas deste puro-sangue”.

Galdeano comemorou as 30 mil Ranger vendidas no Brasil, o maior volume da história da Ford no País. Por isto já está programado o aumento de 15% da produção na Argentina, que passará a 70 mil unidades em 2025:. Tivemos um crescimento de 7 pontos porcentuais nas vendas das versões topo da gama, que representam hoje 50% do volume no Brasil”.

Além do resultado no mercado Galdeano observou aos jornalistas, durante encontro para o balanço do ano, que está no radar da companhia o desenvolvimento da tecnologia híbrido flex. Sem operação fabril no País a Ford exportaria a tecnologia. Por exemplo para o México, onde é produzida uma versão híbrida da picape Maverick, já vendida no Brasil.

No caso da Ford, que tem à sua disposição no País o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, que funciona no Senai Cimatec de Camaçari, BA, esta operação pode ser beneficiada com os créditos de 50% a 70% do Mover, dependendo do investimento em P&D e infraestrutura de laboratório no Brasil.

A estrutura de Camaçari é um dos nove centros deste tipo que a empresa mantém no mundo e abriga mais de 1,5 mil engenheiros que atualmente se destacam no desenvolvimento de funcionalidades dos sistemas eletrônicos e de entretenimento de todos os modelos Ford produzidos globalmente. A Ford foi uma das primeiras empresas a solicitar habilitação no Mover como centro de pesquisa.  

Gestamp investe R$ 100 milhões em fábrica para atender Hyundai em Piracicaba

São Paulo – Ao ser nomeada fornecedora global da Hyundai a Gestamp decidiu investir R$ 100 milhões para construir uma fábrica – a oitava da companhia de origem espanhola no País – em Piracicaba, SP, próximo às instalações da montadora. A nomeação ocorreu em dezembro de 2023, também para as fábricas da Índia e da Turquia.

A expectativa, no entanto, é também atender a outros clientes a partir da operação piracicabana, cuja previsão de início da produção é no quarto trimestre de 2025, disse Daniara do Nascimento, gerente comercial da Gestamp, especializada em componentes metálicos de alta engenharia: “A nova unidade é resultado de um trabalho de muita dedicação que temos desenvolvido ao longo de anos junto à Hyundai”.

Segundo a executiva um dos pontos mais importantes deste plano foi buscar entender e adaptar-se às características do cliente, identificando os diferenciais que poderiam ser oferecidos, neste caso, a tecnologia de estampagem a quente, capaz de baixar em torno de 20% o peso da estrutura que dá forma ao carro.

O terreno de 111 mil m² deverá abrigar, em um primeiro momento, fábrica de 16 mil m². E a expectativa é abrir 150 postos de trabalho, em um primeiro momento, com previsão de chegar a quinhentos em dois anos, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Piracicaba e Região. A empresa confirma apenas a contratação inicial.

Com esta parceria a Gestamp totaliza nove montadoras atendidas no País: além da Hyundai integram a lista Volkswagen, General Motors, Stellantis, Renault, Honda, Toyota, Volvo e Mercedes-Benz.

A Gestamp está no Brasil desde 1997 e mantém sete unidades produtivas em Betim, MG, Sorocaba, Taubaté e Santa Isabel, SP, São José dos Pinhais, PR, e Gravataí, RS. E centro de desenvolvimento em São Paulo, um dos treze ao redor do mundo, que reúne dez engenheiros que participam  do desenvolvimento global de tecnologias. Ao todo emprega 5,4 mil profissionais no País.

Antonio Galvão assume nova posição global na Eaton

São Paulo – A Eaton nomeou Antônio Galvão para a presidência global da Divisão Mobility, sucedendo a Pete Denk, que será presidente global do setor industrial da empresa. As mudanças passarão a vigorar em 1º de janeiro.

Há 38 anos na Eaton Galvão, que é formado em engenharia mecânica pela Unicamp, ocupava a presidência da Mobility e Corporativo na América do Sul, após passar por diversos cargos nas áreas de qualidade, fabricação e operações. O executivo seguirá reportando a Denk mas integrará a equipe de liderança sênior da Eaton e passará a morar nos Estados Unidos.

Seu sucessor no Brasil ainda não foi anunciado.