Alckmin diz que Scania anunciará investimento de R$ 2 bilhões

São Paulo – O vice-presidente da República e chefe do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na quarta-feira, 19, que a Scania anunciará ciclo de investimentos de R$ 2 bilhões no Brasil. 

O tema foi tratado em seu discurso durante a celebração dos 70 anos da CNT, Confederação Nacional dos Transportes, em Brasília, DF. Segundo a Agência Estado o anúncio da Scania será feito na sexta-feira, 21, durante visita de comitiva liderada pelo ministro à fábrica, em São Bernardo do Campo, SP.

Alckmin citou o investimento da Scania, que a Agência AutoData confirmou com fontes ligadas à empresa, enquanto falava sobre o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, que, após ser criado, no fim do ano passado, atraiu em torno de R$ 100 bilhões em investimentos. No total, somados valores anunciados antes do programa, a indústria automotiva investe mais de R$ 130 bilhões no Brasil.

Presença feminina na fábrica da Nissan dobrou em quatro anos

São Paulo – A participação feminina na Nissan vem crescendo ano a ano. Em 2023 mulheres formavam 20% do efetivo e, este ano, 23,6% dos 2,8 mil funcionários, 660 profissionais. No chão de fábrica dos 2 mil 148 operários 21% são mulheres — no ano passado eram 15%. Em 2021, para se ter ideia, eram 9,6% do total, ou seja, de lá para cá a representatividade dobrou.

Nos escritórios o porcentual é mais expressivo: 36,6% dos 652 funcionários são do sexo feminino ante 36% em 2023. Três anos atrás eram 32,9%. O ano 2021 é utilizado como referência porque foi quando a montadora, com a intenção de fomentar a presença delas em sua operação, aderiu aos chamados WEP’s, princípios de empoderamento das mulheres, da ONU, Organização das Nações Unidas, Mulheres e o Pacto Global das Nações Unidas.

Os dados foram apresentados pela empresa durante o evento Nissan Mulheres 2024, cujo objetivo foi debater a presença feminina no mercado de trabalho, em especial no setor automotivo, majoritariamente masculino, e na sociedade como um todo.

O presidente da Nissan do Brasil, Gonzalo Ibarzábal, ressaltou a importância de incentivar o ingresso de mulheres no setor desde o início de suas carreiras, a fim de que elas se tornem líderes futuramente. No programa de estágio aberto este ano 52% dos 128 estudantes aprovados foram do gênero feminino e, nos jovens aprendizes 49% de 111.

“Hoje 20% das líderes da Nissan são mulheres, 14% de nossas funcionárias ocupam cargo de gestão e 65% das mulheres foram promovidas no último ano”, afirmou o executivo. Para seguir ampliando estes índices a cada três meses as ações para incentivar esse movimento são revistas. “Avaliamos periodicamente o que podemos fazer diferente, como podemos melhorar para que elas estejam cada vez mais presentes em posições de liderança. Muitos talentos femininos acabam indo embora do País e queremos mudar esse cenário ao valorizá-los e retê-los na companhia.”

Dentre as ações consolidadas destacam-se o plano de sucessão com foco em mulheres, programas de mentoria e preparação de funcionárias, revisão anual de salários a fim de garantir remuneração igualitária de gêneros e equilíbrio de vida profissional e pessoal com a disseminação do modelo híbrido de trabalho.

Eloise Brillo, responsável pela área de diversidade, equidade e inclusão da Nissan América do Sul, contou que algumas políticas e procedimentos de benefícios foram adotados não só no País como também nas unidades de Argentina, Chile e Peru: “Nós praticamente triplicamos a licença-paternidade. No Brasil o benefício já fazia parte da Empresa Legal. Mas agora conseguimos discutir sobre licença parental”.

A ideia é que o papel de cuidador responsável pela criança seja o centro, independentemente se for homem ou mulher, que vivencie maternidade, paternidade, reprodução assistida e adoção, assim como auxílio creche aos que têm a guarda dos filhos.

Iniciativa que extrapola os muros da fábrica que, segundo Brillo, contou com o apoio incondicional de Ibarzábal, foi a elaboração de cartilha racial infantil que visa promover a inclusão e combater o racismo em linguagem infantil. O material foi distribuído em escolas públicas de Resende, RJ, onde está a fábrica da companhia.

O passo seguinte, de acordo com a executiva, será levar o conceito de diversidade às concessionárias – os profissionais da rede não são funcionários da Nissan. Recentemente foi lançado manifesto de diversidade que está em todas as revendas: “Queremos que estes valores estejam em tudo o que é relacionado à companhia, em tudo o que fazemos. É o nosso compromisso”.

Ronald Koning sucede a Carlos Garcia na Mercedes-Benz Cars e Vans no Brasil

São Paulo – A Mercedes-Benz Cars e Vans anunciou que Ronald Koning será o seu novo presidente e CEO no Brasil a partir de 1º de setembro. O atual presidente, Carlos Garcia, que entrou na companhia em 1988, se aposentará.

Koning entrou na Mercedes-Benz Automóveis em 2008 e o seu primeiro cargo foi gerente de vendas corporativas. Atualmente é o chefe do departamento da Mercedes-Benz Customer Solutions Mechanical, onde seguirá até assumir o novo cargo.

Randon lança série especial para celebrar seus 75 anos

São Paulo – A Randon lançou uma série especial de implementos rodoviários para celebrar os seus 75 anos. Os equipamentos chegam ao mercado com acabamento externo diferente do padrão e com alguns itens de série, como a tecnologia Randon Smart, que permite monitorar e controlar todas as funções do implemento à distância, por meio de aplicativo, e que será oferecida de forma gratuita no primeiro ano de uso.

Além disto há o plano de peças de reposição especial para os clientes que comprarem a série limitada, e o Banco Randon oferecerá condições especiais de financiamento com taxa de 0,75%, carência de seis meses para o primeiro pagamento e prazo de 48 meses. O seguro do implemento também poderá ser parcelado em até dez vezes.

Caminhão elétrico Volvo é testado na coleta de lixo em Curitiba

São Paulo – O caminhão elétrico Volvo FM 4×2 rígido começou a ser testado na coleta de lixo em Curitiba, PR, como parte das análises para redução de emissão de CO2 dos veículos que prestam serviço na cidade, conduzidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A operação terá duração de três meses e o veículo está na frota da Cavo, empresa que faz coleta de resíduos.

O Volvo FM Electric 4×2 rígido possui dois motores elétricos que geram 450 cv de potência e quatro baterias de 360 kWh, com autonomia de 150 quilômetros. Ele será carregado no pátio da Cavo. O caminhão está equipado com um compactador de lixo de 15 m³.

Na comparação do caminhão elétrico com um similar com motor a diesel, que roda 50 mil quilômetros por ano, ele deixa de consumir 20 mil litros de diesel por ano, evitando a emissão de 60 toneladas de CO2.

Montadoras chinesas pressionam governo para responder às tarifas elevadas na Europa

São Paulo – As montadoras chinesas estão pressionando o governo local para que respondam a União Europeia e elevem os impostos de importação de veículos produzidos nos países da região. A Comissão Europeia decidiu taxar em até 38,1% os veículos elétricos produzidos na China a partir de julho, o que causará uma grande elevação nos preços dos veículos chineses na região.

Segundo o jornal Global Times, editado em Beijing, houve uma reunião de representantes da indústria com o governo chinês para solicitar que as autoridades adotem medidas para combater a taxação da União Europeia. A decisão ainda não foi tomada pelo governo chinês, mas a reunião já serviu para pressionar os europeus, que podem revisar a taxação divulgada e chegar a uma decisão que seja boa para a China e para a Europa.

Nissan faz adequações em Resende para produzir novos SUVs e motor turbo

São Paulo – A fábrica da Nissan em Resende, RJ, passou quatro semanas sem produzir para que adequações fossem feitas para a introdução de novas tecnologias que visam à produção de dois novos SUVs e um inédito motor turbo 1.0, parte do investimento de R$ 2,8 bilhões até 2025 anunciado no ano passado. 120 funcionários foram enviados ao Japão para capacitação, tudo dentro do planejamento para ampliar participação no Brasil e expandir as exportações.

“Vamos elevar Resende a um novo patamar. Toda a preparação já começou”, afirmou o presidente Gonzalo Ibarzábal. “Temos capacidade suficiente para atender ao nosso mercado e também os de outros países. O Brasil possui grande potencial para exportar SUVs.”

O movimento inclui olhar mais atento a novos fornecedores: “Faz diferença ter uma cadeia localizada, pois é possível oferecer um produto muito mais forte olhando no longo prazo”.

O plano, segundo Ibarzábal, é continuar crescendo ao longo do ano – a marca foi uma das que mais expandiram suas vendas nos primeiros meses de 2024. Como em 2023 o salto foi de 35% e, portanto, a base de comparação foi elevada. A meta é encerrar o ano com ganhos de 15%. Em termos de participação de mercado o objetivo é passar dos 3,5% no ano passado para 3,9% este ano.

Quanto às exportações a fábrica de Resende, que em 2024 completou dez anos, atualmente envia veículos apenas para Argentina e Paraguai. Ibarzábal disse que a meta é atingir mais de vinte mercados, principalmente da América Latina. O Kicks é a sua forte aposta: o primeiro dos dois SUVs será a nova geração do modelo.

Com a aprovação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, muitas montadoras anunciaram desenvolvimento de sistema híbrido flex. Ibarzábal respondeu que este tema que está sendo analisado à parte pela Nissan:

“Nós estamos discutindo as possibilidades para ver quando podemos começar a falar de híbrido, eventualmente, no Brasil. Preferimos esperar para ter o produto e a tecnologia certos. Com a rede preparada. E isso inclui o elétrico.”

Sobre a concorrência chinesa o executivo assinalou que não teme a perda de mercado neste contexto em que a companhia ainda estuda a possibilidade de oferecer veículo híbrido aqui: “Nós competimos com os chineses na própria China. Conhecemos suas fortalezas e fraquezas. Estamos muito bem preparados para isto”.

CBMM testa nióbio em baterias para outras aplicações 

Araxá, MG – O e-Volksbus em circulação na fábrica da CBMM em Minas Gerais é apenas um de 42 projetos que a companhia mantém com parceiros para aplicações de nióbio em baterias. Segundo o CTO Rafael Mesquita existem testes de baterias em veículos de mineração, robôs e carros híbridos.

A aposta da empresa, no primeiro momento, é nos veículos comerciais. Segundo Mesquita a razão é o custo e a autonomia: em veículos leves os dois itens entram no topo das exigências na hora do desenvolvimento e a bateria NTO não atende a esta demanda.

“No momento veículos de passeio não são o nosso foco. Ela funciona melhor em operação com rota bem definida, que não é o caso dos automóveis.”

Pode ser que, no futuro, a equação faça sentido. A CBMM investe para isto: só no ano passado foram R$ 80 milhões em pesquisa e desenvolvimento para baterias de nióbio. Outros R$ 450 milhões foram aplicados em uma fábrica, que será inaugurada em agosto, para produzir até 3 mil toneladas por ano de óxido de nióbio e em outras unidades que fornecerão insumos a esta nova.

Ônibus a bateria com nióbio em sua composição entra em teste

Araxá, MG – Recarga completa de um ônibus a bateria em 10 minutos. É o que promete o projeto apresentado por Volkswagen Caminhões e Ônibus, CBMM, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, e Toshiba na quarta-feira, 19, na sede da mineradora, com a substituição de grafite por nióbio na composição da bateria de íon lítio utilizada no veículo.

Ainda em fase protótipo o e-Volksbus com a bateria SCiNb, produzida pela Toshiba, começou a circular na operação da CBMM para uma etapa final de testes, na qual ele será monitorado pelas empresas para, dentre outras coisas, confirmar os resultados da etapa de desenvolvimento, avaliar o desempenho em operação real e confirmar a durabilidade da bateria. Após um período de cerca de doze meses os dados serão analisados e o teste prossegue e avança para uma nova etapa.

Roberto Cortes, presidente e CEO da VW Caminhões e Ônibus, estimou para daqui a quatro anos a viabilidade comercial do e-Volksbus com a bateria com nióbio: “É o tempo médio do desenvolvimento. O caminhão e-Delivery iniciou em 2017 para chegar ao mercado em 2021 e o e-Volksbus com bateria de lítio em 2021 e chegará no segundo semestre”.

O nióbio

Abundante no Brasil, onde é explorado e manipulado pela CBMM, o óxido de nióbio aplicado na bateria amplia em até 35% sua densidade energética comparada às baterias de íon de lítio comuns mais avançadas, de acordo com Rafael Mesquita, CTO da mineradora.

A solução permite autonomia de até 60 quilômetros e a recarga completa em até 10 minutos, criando a condição de se estabelecer a recarga de oportunidade, sem necessidade de criar enorme infraestrutura. Como exemplificou Rodrigo Chaves, CTO da VWCO, o mesmo carregador enche a bateria NTO, com o nióbio, de dez ônibus no mesmo período de tempo em que apenas um de LFP, as tradicionais de íon lítio, é carregado.

“O operador economiza na infraestrutura, pois o processo demanda menos carregadores”, disse Chaves. “Basta instalar um pantógrafo no ponto final do ônibus e carregar no fim do seu percurso.”

O pantógrafo é aquele carregador instalado no alto, que carrega a bateria pelo teto da carroceria. O exemplar em operação na CBMM tem 300kW, mas já existem com maior potência. A VWCO estima custos até 50% menores, incluindo a possibilidade de operadores investirem em carregadores em conjunto para instalar em terminais de ônibus, por exemplo. A infraestrutura pode sair da garagem com a solução.

A intenção da CBMM é ampliar o escopo do teste com mais unidades de ônibus no médio prazo.

O e-Volksbus

O ônibus que circula nas dependências da CBMM foi produzido em Resende, RJ, e tem carroceria Comil. Passado o teste será mais uma opção na linha e-Volksbus, que será oficialmente lançada nas próximas semanas.

A produção modular permite a instalação de quatro ou seis packs de bateria, das LFO ou NTO, e chassis de 9 a 23 metros de comprimento.

Metalúrgicos do Paraná aprovam acordo salarial da Renault

São Paulo – Depois de recusar por três vezes a proposta e paralisar a produção da fábrica de São José dos Pinhais, PR, por cerca de trinta dias os trabalhadores da Renault aceitaram, enfim, proposta de acordo salarial da empresa em assembleia na terça-feira, 18. E nos mesmos moldes do que já havia sido oferecido pela empresa: PLR de R$ 25 mil para até 201 mil veículos produzidos, reajuste salarial pelo INPC e mais 0,5% de aumento real a partir de setembro e incremento de 24% no vale-mercado.

Ficou acordado também que a Renault contratará mais setenta trabalhadores para reforçar a linha de produção que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, “está com ritmo intenso de trabalho”. Será elaborado também um cronograma para reavaliar a ergonomia na unidade.

A aprovação põe fim à disputa iniciada no começo de maio, quando os trabalhadores recusaram a proposta da Renault e decidiram cruzar os braços. Novas propostas foram feitas e recusadas e a greve seguiu, mesmo com decisão contrária da Justiça, que determinou multas e sanções ao sindicato.

O presidente do sindicato, Sérgio Butka, na semana passada divulgou vídeo aconselhando os trabalhadores a aceitar a proposta da Renault, inclusive informando que seria difícil conseguir com a empresa o pagamento dos dias parados. De toda forma ele considerou positivo o desfecho, em nota:

“Depois de um período intenso de luta os metalúrgicos da Renault e da Horse aprovaram o acordo deste ano. Não é preciso lembrar que trabalhador valorizado é trabalhador motivado. Os metalúrgicos da Grande Curitiba continuarão sua estratégia de acordos individuais por empresa visando a garantir mais renda e melhores condições de trabalho”.