Brose reutiliza embalagens de fornecedores em sua operação local

São Paulo – Três anos atrás, durante a pandemia e a falta de insumos e componentes que deixaram amarga lembrança à indústria automotiva, a Brose do Brasil decidiu reunir profissionais de diversas áreas para pensar alternativas às embalagens que levavam seus produtos aos clientes. Diante da iminente dificuldade em se obter madeira, papelão e plástico nasceu o projeto – hoje, processo incorporado à empresa – de reutilizar embalagens de fornecedores para compor uma nova e, assim, solucionar problema de escassez e, ao mesmo tempo, dar um novo destino aos resíduos.

“Com aquela explosão do consumo online e as papeleiras paradas, o papelão, por exemplo, virou artigo de luxo. Sumiu a disponibilidade, subiu o preço e, como já vínhamos trabalhando a questão dos 5Rs, de repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar, tudo se somou para gerarmos esse trabalho”, lembrou Cleverson Rabito, diretor da fábrica da Brose do Brasil.

Foi quando o reciclar, que já era amplamente adotado, deu lugar ao reduzir e reutilizar, adiando o momento da reciclagem. Desde então a iniciativa reduziu a compra de matéria-prima virgem na fábrica de São José dos Pinhais, PR, em 35%. Estendida às outras unidades em Jarinu, SP, e Goiana, PE, houve diminuição de 13%, na média, com este tipo de gasto na Brose do Brasil.

O primeiro passo, lá em 2021, foi fazer o mapeamento de tudo que pudesse ser reutilizado, contou Rabito: “Pegamos caixas de papelão que vinham dos nossos fornecedores europeus e asiáticos e reembalamos os produtos finais para enviar aos nossos clientes. O alvo do projeto não era só reduzir custo ou obter o material, mas também ampliar nosso escopo dentro dos 5Rs, e acho que este foi o grande diferencial, pois identificamos possibilidades de reconcepção com base em matérias-primas reutilizáveis a partir daquelas embalagens recebidas.”

Uma das estratégias foi reutilizar os paletes de plástico sem a parte de cima, recortar embalagens de papelão e construir tampas ou adicionar partes de outras embalagens e adaptar a uma nova, ou seja, criar uma terceira a partir de duas originais. As caixas de madeira, que anteriormente eram endereçadas à reciclagem, começaram a ser desmontadas e tornaram-se tábuas.

“Formamos verdadeiros tetris [em alusão ao jogo de encaixar as pecinhas] para montar novas embalagens com a responsabilidade de manter a qualidade, até porque um caminhão roda mais de 2 mil km com o produto para distribuí-lo. Imagine um cliente nosso numa rodovia, começa a chover e o levantador do vidro não funciona. Precisamos ter zero falha e, para isso, o produto tem que estar bem acondicionado e transportado em segurança, para que chegue em condição impecável.”

No caso do invólucro que abriga o levantador de vidros, antes era composto por caixas de papelão de primeiro uso e, então, enviado para reciclagem. Quanto às lascas das caixas de madeira elas eram picotadas, viravam tijolos compactados e alimentavam cimenteiras. E esse processo de reconcepção, ressaltou Rabito, acabou gerando emprego, uma vez que o processo de desmontar e remontar é realizado por meio de parceiro local.

A Brose, que tem como objetivo alcançar carbono neutro em 2039, tem neste projeto redução anual de 11 toneladas de CO2.

Em vez de serem descartados, carretéis de cabos de aço são endereçados a entidade de artesãos que os transforma e comercializa. Foto: Divulgação.

Projeto foi reconhecido em premiação da Hyundai

Iniciativa que nasceu como projeto multifuncional, com equipe de dez pessoas das áreas de logística, qualidade, compras, engenharia e manufatura, e hoje possui calendarização das atividades, revisões anuais das oportunidades e exerce influência na geração de novos produtos, rendeu à Brose reconhecimentos externos.

Um deles foi por parte de uma de suas clientes, a Hyundai, em 2022, na premiação de excelência em sustentabilidade na América Latina. Outro foi por parte do Sindipeças, em 2023, e do Sistema S do Sesi/Senai no Paraná, no mesmo ano.

Internamente, a fabricante reconhece as melhores práticas nas linhas de produção, a fim de exaltar os envolvidos e compartilhar as melhores ideias entre as unidades brasileiras, dentre as quais a reutilização de embalagens. Houve também reconhecimento internacional da companhia, em que o trabalho foi apresentado como referência para as outras sessenta unidades do Grupo Brose pelo mundo.

Embalagens reaproveitadas vão para a Argentina e África do Sul

Embora a proposta ainda não tenha sido replicada para fora do País, a solução tem sido enviada à África do Sul. Embalagem de papelão proveniente da Alemanha que abriga pecinha plástica para fazer o levantador de vidro é recuperada e, nela, são enviados cabos fabricados no Brasil para a unidade sul-africana.

Os eletroventiladores que seguem para a Argentina, desde Jarinu, utilizam o mesmo recipiente que parte de São José dos Pinhais até o Interior paulista e, então, ao país vizinho. “Sem este processo teríamos de usar três embalagens em vez de uma. Mas, como este produto data do fim de 2022, início de 2023, já foi aplicado a ele a concepção de reutilização. Assim somente na Argentina a embalagem é enviada à reciclagem.”

Outra ação que tem sido adotada a fim de fomentar a economia circular é a doação de carretéis de cabos de aço para entidade de artesãos, que os transformam em mesas, bancos, escrivaninhas e os comercializam. Antes eles eram descartados e enviados à reciclagem.

Atualmente as três unidades brasileiras utilizam luz de LED, toda a frota da companhia só roda com etanol e o sistema de aquecimento de água está sendo migrado de gás para elétrico.

Venda de implementos rodoviários cresce 3% no primeiro semestre

São Paulo – As vendas de implementos rodoviários somaram 75,4 mil unidades de janeiro a junho, volume 3,3% maior do que o registrado em igual período do ano passado, de acordo com os dados divulgados pela Anfir, entidade que representa a indústria nacional de implementos:

“O resultado indica que a indústria está superando as dificuldades que passamos e ao mesmo tempo consegue atender a demanda por produtos de nossos principais clientes”, afirmou o presidente da Anfir, José Carlos Sprícigo. 

O segmento leve, de carroceria sobre chassi, que nos últimos anos registrou queda nas vendas, chegou quase ao empate no primeiro semestre, com 30,7 mil unidades vendidas, contra 30,9 mil implementos emplacados no ano passado, leve recuo de 0,6%. Segundo Sprícigo, o resultado pode indicar que a economia nos centros urbanos está crescendo, uma vez que um dos indicadores é a maior demanda por este tipo de produto. 

O segmento pesado, de reboques e semirreboques, somou 44,7 mil unidades vendidas de janeiro a junho, contra 42,1 mil emplacamentos em iguais meses do ano passado, crescimento de 6,1%.

IDV fecha venda de R$ 1,4 bilhão para o Exército brasileiro

São Paulo – A IDV, divisão do Iveco Group que produz veículos para defesa e proteção civil, fechou um contrato de R$ 1,4 bilhão com o Exército brasileiro para o fornecimento de 420 unidades do LMV-BR 2, viatura blindada multitarefas, em um prazo de dez anos. Os veículos serão produzidos na fábrica de Sete Lagoas, MG, e as primeiras entregas estão programadas para 2026.

Esse é mais um contrato relevante que a IDV assinou com o Exército nacional, pr meioda Diretoria de Fabricação do Exército, uma vez que já forneceu 700 unidades da Viatura Blindada Anfíbia Guarani e 32 LMV-BR 1.

Renault entrega 280 unidades da Master para o Ministério da Saúde

São Paulo – A Renault concluiu a entrega de 280 unidades da Master transformadas em ambulância para o Ministério da Saúde. Os veículos serão usados nas operações do SAMU, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, e foram transformados pela Flash Engenharia, uma das sete empresas homologadas pela montadora para esse tipo de serviço.

VW Caminhões e Ônibus exporta e-Delivery para a Costa Rica

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus exportou duas unidades do e-Delivery 14 toneladas, caminhão elétrico produzido em Resende, RJ, para a Costa Rica. Os dois veículos foram comprados pela Coca-Cola Femsa, que também adquiriu duas unidades do Meteor 29.520, que saíram da fábrica brasileira para o país.

Os dois e-Delivery já estão rodando na Costa Rica, em operações de distribuição urbana de bebidas, enquanto os dois Meteor 29.520 estão operando no transporte de combustível.

Mercedes-Benz reduz preço e equipamentos na linha 2025 do Classe E

São Paulo – Poucos meses depois de lançar o novo Classe E no Brasil a Mercedes-Benz anunciou a chegada da linha 2025 com redução de preço: de R$ 639,9 mil para R$ 578,9 mil, ainda em versão única. Mas reduziu também a lista de equipamentos do modelo, que deixa de oferecer suspensão a ar, eixo traseiro esterçante e cortinas laterais.

O acabamento interno também foi alterado, trocando a madeira por pormenores em black piano. O motor segue o mesmo 2.0 de 258 cv de potência, com sistema híbrido leve e acoplado ao câmbio automático de nove marchas.

Clarios mantém o foco nas baterias de baixa tensão

São Paulo – Natural imaginar que a maior fornecedora de baterias automotivas de baixa tensão do mundo se interessaria em competir também no crescente e promissor mercado de baterias de alta tensão, as que integram o powertrain dos veículos 100% elétricos. Mas não é o caso da Clarios, no Brasil mais conhecida pelas baterias Heliar: seu foco seguirá nas baterias de baixa tensão, até 48v, segundo Federico Morales-Zimmermann, vice-presidente e líder global de equipamento original, produto e engenharia.

Na avaliação da companhia muitas empresas direcionaram seus esforços para este negócio e a Clarios, já consolidada na baixa tensão, preferiu concentrar seus investimentos nas melhorias daquilo que entende e domina. Morales-Zimmermann apontou que é promissor, também, o segmento das baterias de baixa tensão, devido à transformação do automóvel para o que chama de computador sobre rodas.

“A bateria deixou de ser um commodity e tem papel fundamental na inteligência do veículo. Hoje dirigimos um computador, ou o computador nos dirige e damos a instrução a ele. Quanto mais crescem os sistemas de segurança, mais se demanda das baterias”.

Com a ampliação de infoentretenimento e, especialmente, de segurança e auxílio à condução, cresceu também a demanda por baterias. Já existem carros, nos segmentos mais elevados, que são equipados por duas baterias de baixa tensão apenas para garantir o funcionamento dos sistemas de segurança.

O vice-presidente afirmou que, como usual, isso começa nos segmentos mais elevados e tende a expandir para os demais segmentos. Ou seja, a demanda por baterias de baixa tensão pode dobrar.

No Brasil a Clarios já mantém conversas com montadoras que planejam comercializar carros com sistema micro híbrido flex, segundo Alex Pacheco, vice-presidente e gerente geral para o Cone Sul. A companhia fornece as baterias de 48v que compõem MHEV.

Futuro

Uma das apostas que brilha os olhos de Morales-Zimmermann é o protótipo de bateria de íons de sódio, no qual a Clarios colabora com a sueca Altris no desenvolvimento para uso veicular. Os materiais utilizados são recicláveis e abundantes: sal, madeira, ferro e ar.

“Essa bateria dispensa o uso do lítio. Já temos alguns protótipos em testes e acreditamos que em cinco anos, ou menos, conseguiremos lançar esta tecnologia no mercado”.

BYD encerra o primeiro semestre no Top 10 do mercado brasileiro

São Paulo – Desde janeiro ocupando a décima posição do ranking brasileiro de automóveis e comerciais leves a BYD encerrou o primeiro semestre com 32,6 mil licenciamentos, todos de eletrificados importados da China. O desempenho surpreende por ser superior ao de marcas tradicionais, como Peugeot e Citroën, e de fabricantes locais, como Caoa Chery, Ram e Mitsubishi.

Os planos indicam que outras marcas tradicionais podem ficar para trás nos próximos meses: o resultado do primeiro semestre foi conquistado com menos de cem concessionárias abertas. A centésima foi inaugurada em maio e a meta é dobrar o número de revendas até dezembro. As importações não param de chegar, inclusive com navio próprio capaz de transportar 7 mil unidades de uma só vez. E nem o aumento do imposto de importação parece abalar os chineses, que prometeram manter os preços, dentro do atual cronograma.

Honda e Nissan, nona e oitava colocadas, podem ser superadas pela BYD até dezembro. A intenção é a de comercializar 120 mil veículos no ano.

Top 3

A Fiat encerrou o primeiro semestre na liderança do mercado, com 20,5% de participação e boa distância sobre a Volkswagen, que roubou a vice-liderança da Chevrolet. Enquanto as vendas da VW cresceram 21,1% no período as da marca da GM cederam 5,2%, uma das duas do Top 10 a apresentar desempenho negativo.

A outra a fechar o semestre em queda foi a Jeep: 15,1% de baixa, com 53,8 mil unidades vendidas. A surpreendente BYD pode, por que não?, ameaçar também a sétima colocada.

Veja o ranking:

ZF recicla embalagens plásticas em Limeira

São Paulo – Projeto da ZF na fábrica de Limeira, SP, reciclou 39 toneladas de plásticos que seriam descartados e, com isso, promoveu a redução da emissão de 6 toneladas de CO2. Esses resíduos transformaram-se em 4 mil recipientes reutilizáveis para uso no fluxo logístico.

As novas embalagens, que atendem ao padrão de qualidade da ZF, tiveram apenas custos adicionais para frete e manuseio. O projeto executado de dezembro de 2023 ao mês passado liberou, ainda, espaço de 500 m² em que as embalagens plásticas obsoletas eram armazenadas.

A empresa objetiva alcançar total neutralidade climática até 2040 e reduzir as emissões nas instalações da ZF em até 80%, em relação a 2019, até 2030, para os escopos 1 e 2, e em até 40% para o escopo 3.

Produção argentina de veículos recua 26% no primeiro semestre

São Paulo — Saíram das linhas de produção argentinas, durante o primeiro semestre, 216,7 mil veículos, 26,7% abaixo das 295,7 mil unidades fabricadas de janeiro a junho de 2023. De acordo com os dados da Adefa, que representa as montadoras locais, as exportações também recuaram no acumulado do ano, 16,6%, com 126,8 mil embarques.

Contribuiu à menor produção, além da queda nas vendas a outros países, a diminuição de 22,6% no total de veículos emplacados no primeiro semestre, de 182,4 mil unidades, de acordo com dados da Acara, representante das concessionárias do país.

De acordo com Martín Zuppi, presidente da Adefa, conforme era previsto o processo de adaptação ao novo contexto econômico continua. Desde o fim do ano passado o governo local onerou a produção e as exportações, que tiveram sua carga tributária dobrada.

Além disso, a tragédia sem precedentes que assolou o Rio Grande do Sul por causa das enchentes provocou a paralisação em algumas fábricas da Argentina, além do Brasil nos últimos dois meses, e, portanto, elas ainda estão retomando o ritmo de produção.

Os quinze dias úteis de atividade de junho, um a menos que maio, somado às paradas, resultaram em 32 mil unidades fabricadas, 16,7% menos que no mês anterior e 40,2% abaixo das 53,5 mil unidades do mesmo mês em 2023. As exportações somaram 20,8 mil veículos e recuaram 9,1% frente a maio e 10,3% em comparação a junho do ano passado.

“Este é um momento para redobrarmos esforços e continuarmos trabalhando em conjunto com a cadeia de valor e o governo em uma agenda proativa para que, com as medidas anunciadas sejam promovidas as condições para retomar o crescimento do setor”, assinalou Zuppi.