Inadimplência recua em ritmo sete vezes superior ao dos juros

São Paulo – Desde que começou a já interrompida sequência de cortes na taxa básica de juros Selic, que de agosto do ano passado para cá cedeu de 13,75% para 10,5%, os atrasos nos pagamentos de financiamentos de veículos 0 KM superiores a noventa dias recuaram de 5,4% para 4,5%, segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na sexta-feira, 26.

A queda na inadimplência foi de 16,7% no período, ou 0,9 ponto porcentual. Em doze meses foi de 1 pp e, desde dezembro, 0,7 pp De maio para junho cedeu 0,3 pp.

No mesmo período a taxa de juros média aplicada em financiamentos de veículos 0 KM caiu de 26,8% para 25,5%, ainda segundo o BC. A queda foi de apenas 2,3%, sete vezes menor do que o recuo da inadimplência.

A média dos juros cobrados nos financiamentos recuou em ritmo inferior, inclusive ao da Selic: enquanto a taxa básica perdeu 2,75 pp de agosto do ano passado para junho de 2024 os juros para veículos 0 KM caíram apenas 0,7 ponto porcentual. Quase quatro vezes menos.

Os juros ficaram estáveis de maio para junho e repetiram o índice de dezembro do ano passado. Mesmo com a queda da Selic e a aprovação do marco de garantias, que em tese ajudaria a reduzir os juros cobrados no setor, eles insistem em manter patamar elevado.

Toyota lidera venda de veículos híbridos no primeiro semestre

São Paulo – A Toyota encerrou o primeiro semestre como líder de vendas de veículos híbridos no Brasil, com 11 mil unidades comercializadas. O volume representou 23% das vendas dos híbridos no mercado nacional.

Em maio a Toyota já atingira um marco importante, o de 100 mil veículos híbridos comercializados no mercado doméstico. Hoje, de cada três veículos eletrificados que rodam no País um é Toyota ou Lexus, a divisão de luxo da empresa.

Corolla Cross é um dos modelos híbridos flex produzidos pela Toyota no Brasil

Outro resultado importante foi conquistado no primeiro semestre: 12,9 mil veículos híbridos exportados, posicionando a Toyota como maior exportadora de veículos eletrificados do País. Este volume representou cerca de 40% do total exportado pela Toyota.

IQA cria certificação ESG para empresas do setor automotivo

São Paulo – O IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, desenvolveu nova certificação dedicada a empresas do setor automotivo que têm práticas ambientais sustentáveis, de responsabilidade social e de gestão ética. O certificado atesta o compromisso das empresas com iniciativas ESG, e foi desenvolvido com base nos padrões internacionais estabelecidos pelo SASB, Sustainability Accounting Standards Board, e pela GRI, Global Reporting Initiative.

Para conquistar o selo ESG do IQA as empresas do setor automotivo passam por um processo que avalia quarenta e cinco requisitos distribuídos pelos três pilares de sustentabilidade: ambiental, social e governança.

Citroën agrega itens mas mantém preços das versões do C3 2025

São Paulo – A Citroën anunciou a chegada da linha 2025 do C3 sem alterações de preço mas com novidades na lista de itens de série de algumas configurações. A chave canivete foi adotada como item de série em todas as versões, atendendo à demanda dos clientes.

A versão Live, a opção de entrada do C3, ganhou desembaçador, lavador e limpador traseiro e sistema de som com bluetooth, itens que antes eram oferecidos no pacote Plus, que saiu do portfólio. Também deixou a gama a configuração Feel Pack 1.6 AT, que será substituída por uma nova versão em breve. 

Veja abaixo todas as versões e preços do Citroën C3 2025:

Citroën C3 Live 1.0 MT – R$ 74,8 mil
Citroën C3 Feel 1.0 MT – R$ 86,4 mil
Citroën C3 Live Pack 1.6 AT – R$ 97 mil

Ana Paula Zanetti é a nova conselheira jurídica da Scania Latin America

São Paulo – A Scania Latin America anunciou Ana Paula Zanetti como nova conselheira da diretoria jurídica no Brasil, baseada em São Bernardo do Campo, SP. A executiva, com 26 anos de experiência no mercado financeiro, já trabalhou em grandes empresas como Bradesco e Elo.

Ela chega com a missão de otimizar os processos dentro da Scania, replicando a inovação e a agilidade presentes no dia a dia da sua antiga carreira no mercado financeiro. Zanetti possui diversas formações, como MBA em direito da economia e da empresa pela FGV, Fundação Getúlio Vargas, e MBA em direito societário e corporativo pela Insper.

Stellantis vende parte da Comau para empresa de private equity

São Paulo – A One Equity Partners, empresa de private equity, entrou em acordo para adquirir da Stellantis parte da Comau, cinquentenária empresa de automação e robótica que integra o grupo. A OEP fará um investimento e se tornará acionista majoritária da Comau, deixando a Stellantis como minoritária ativa, segundo comunicado divulgado pela montadora.

O spin-off da Comau estava nos planos desde a assinatura do acordo que uniu os grupos FCA e PSA em janeiro de 2021 e criou a Stellantis. A equipe executiva da fabricante de equipamentos de automação será mantida, incluindo o presidente executivo Alessandro Nasi e o CEO Pietro Gorlier.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, disse que a negociação foi planejada para fortalecer a Comau: “Esta transação foi projetada para ajudar a Comau a alcançar autonomia e a fortalecer ainda mais seu sucesso, no apoio a todos os participantes, especificamente funcionários e clientes. Isto também permite à Stellantis concentrar-se em suas principais atividades comerciais na Europa”.

Harman apresenta tecnologias e busca mais produção local

São Paulo – Embora jovem no mercado brasileiro, onde foi estabelecida em 2014 com produção local em Manaus, AM, a Harman foi crescendo ano a ano até conquistar, em sua linha de operação, cerca de 40% de participação de acordo com suas contas. Fabricante de equipamentos de áudio, centrais multimídia, sensores e câmaras, enxerga enorme potencial de crescimento pelo fato de a quase totalidade dos carros vendidos no País, hoje, agregarem sistemas da qual é fornecedora.

Nesta semana organizou em São Paulo um showroom das tecnologias que ainda sequer chegaram lá fora. Recebeu equipes de diversos clientes, as principais fabricantes de veículos aqui instaladas. A intenção, segundo o diretor sênior Flávio Sakai, é demonstrar às montadoras aquilo que pode ser agregado a seus planos de produtos.

“Trouxemos as tecnologias que foram apresentadas no início do ano no CES, em Las Vegas [Estados Unidos] e no MWC em Barcelona [Espanha]. São produtos que estão entrando em linha nos próximos meses e, alguns, com potencial de serem nacionalizados.”

A Harman trabalha, no Brasil, com três modelos de negócio: a produção de hardwares, que são os equipamentos que integram boa parte dos veículos comercializados no País, o desenvolvimento e fornecimento de software para diversos sistemas, como de infoentretenimento, e a assistência a produtos que chegam ao Brasil importados, por eles ou dentro dos veículos das fabricantes.

Dentre as tecnologias apresentadas destacam-se uma versão mais alongada dos head-up display, que pode se estender por toda a parte inferior do para-brisa proporcionando, segundo Sakai, mais segurança ao motorista, que recebe as informações na altura de seus olhos. Foi exposta também uma câmara que funciona como uma espiã: monitora o motorista durante todo o trajeto e consegue identificar se ele mantém os olhos na estrada, se está com sono, seus batimentos cardíacos e até suas funções cognitivas. Mais um item que, além de conforto, garante mais segurança.

São exemplos, assim como as telas Neo QLED da Samsung, gigante do setor de tecnologia que adquiriu a Harman em 2016, que ainda estão longe de chegar ao mercado brasileiro em grande volume – estas tecnologias começam a aparecer, primeiro, nos importados marcas premium. Mas a Ready Connect, unidade de controle telemática, que melhora a escalabilidade e a capacidade de atualização dos sistemas instalados nos veículos, já começa a ser produzida até o fim deste ano em Manaus.

Venceu o obstáculo de volume citado por Sakai: para serem nacionalizados os itens deverão alcançar escala de, pelo menos, em torno de 200 mil unidades produzidas por ano. Podem, assim, ser produzidos em Manaus e garantem aos clientes, as montadoras, redução nos custos que podem chegar a até 10% comparado com os importados.

ABVE lidera projeto para tornar viável a produção de baterias para veículos eletrificados no Brasil

São Paulo – A ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, está liderando conversas para a criação de um projeto que une montadoras e fornecedores a fim de gerar o volume que torne economicamente viável a produção doméstica de baterias para automóveis. O tema está em discussão na entidade, que possui diversas empresas associadas que fazem parte da cadeia automotiva e da produção de baterias para produtos como celulares e notebooks.

Ricardo Bastos, presidente da ABVE, disse que tudo ainda está no campo dos debates, com o plano de negócios sendo estabelecido, assim como a projeção de veículos elétricos e híbridos plug-in que o Brasil deverá comercializar nos próximos anos. A sua expectativa é que o desenvolvimento seja acelerado a partir do ano que vem:

“Em 2025 o Brasil começará a produzir veículos híbridos plug-in e acredito que o tema ganhará ainda mais força. Espero que daqui a um ano e meio tenhamos um anúncio importante da produção de baterias para veículos elétricos virando realidade no País e, depois, acredito que em 2027 tenhamos a fabricação local de baterias”.

Segundo o presidente fabricantes de bateria de lítio para outros setores possuem interesse em produzir o componente para veículos, sendo que alguns fornecedores já fazem algum tipo de processo deste item para veículos no País, mas dependendo de conteúdo importado, realizando só a montagem por aqui:

“Dentro deste universo da ABVE temos empresas que produzem baterias e montadoras que gerarão demanda no futuro. Todas elas querem avançar nesse tema porque para produzir veículos eletrificados no Brasil será necessário ter mais conteúdo local e a bateria é um componente importante”. 

De acordo com Ricardo Bastos durante as discussões estão participando possíveis candidatos à produção de baterias para veículos, fornecedores de matéria-prima e diversas montadoras associadas como Nissan, GWM, BYD, Porsche, GM e Ford. As fabricantes que não fazem parte da ABVE interessadas também podem participar. A intenção é unir todos os elos da cadeia para discutir os volumes necessários para localizar a produção de baterias nos próximos anos. 

Bastos acredita que será preciso que as montadoras tomem a decisão de usar uma bateria em comum, produzida no País, que deverá variar de tamanho para determinar o seu custo e a autonomia dos veículos. Este movimento garantirá a escala para que o investimento em uma fábrica local de baterias seja factível, mas o executivo lembrou que não há espaço para muitas unidades no Brasil, estimando uma ou no máximo duas para atender às demandas da indústria automotiva, e a necessidade de uma parceria com o governo para estimular e coordenar este desenvolvimento:

“Estamos levando esse projeto para discutir com o governo federal, para mostrar que existe essa oportunidade para o Brasil. Também debateremos o tema com outras entidades”.

O Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, deverá impulsionar as discussões dentro da ABVE pois, segundo Bastos, é fundamental para que a produção de baterias torne-se realidade, pois garantirá descontos em impostos para quem investir em novas tecnologias que ajudem na descarbonização da indústria e dos veículos produzidos no Brasil. 

Outro ponto que deverá ajudar o avanço deste tema é o interesse das montadoras em exportar veículos elétricos e híbridos produzidos no Brasil. Para acessar países da América Latina por meio de acordos comerciais os modelos deverão atender a um porcentual de componentes nacionais:

“A produção local de baterias será necessária para atingir os porcentuais nos acordos comerciais, pois ela tem grande peso no índice de nacionalização. As montadoras têm ciência disso”.

Além da necessidade de atender os porcentuais de conteúdo nacional para exportar, importar baterias para produzir veículos eletrificados no Brasil deixa a operação obviamente muito exposta à variação cambial e a possíveis gargalos logísticos.

Novos editais do Mover oferecem R$ 267 milhões para projetos do setor

São Paulo – O MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Senai, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, e a Fundep, Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais, anunciaram mais R$ 267,4 milhões em financiamento para projetos do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. São R$ 182,8 milhões, dos quais R$ 118,8 milhões pelo Senai e R$ 64 milhões pela Fundep, para os projetos estruturantes, mais complexos, e o restante para outras propostas.

Os recursos, como lembrou o ministro Geraldo Alckmin, são oriundos do FNDIT, Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico, gerido pelo BNDES e constituído a partir do recolhimento de 2% do ex-tarifário da importação de componentes sem similar produzido localmente.

Os projetos estruturantes são conduzidos por pelo menos cinco empresas-âncoras, em parceria com algum instituto, e envolvem temas complexos que olham para o futuro da indústria. Um exemplo, citado pelo superintendente de inovação e tecnologia do Senai,  Roberto de Medeiros Júnior, é um projeto, já em curso, de desenvolvimento de baterias de íon lítio, que gerará conhecimento nacional para o segmento.

Nesta chamada serão cinco as linhas temáticas: 

  1. aplicação de materiais verdes no setor automotivo e novos materiais em ferramentais e implementos de veículos leves ou pesados;
  2. desenvolvimento e aplicação de técnicas dos 4Rs [reúso, reparabilidade, remanufatura e reciclabilidade] para descomissionamento veicular para aplicação em ferramentais em sinergia com a economia circular;
  3. aumento da maturidade tecnológica para desenvolvimento e aplicação de tecnologias e insumos para eletrificação on-board e off-board;
  4. avaliação de aspectos técnicos e econômicos para aumento da maturidade tecnológica e eficiência da aplicação de combustíveis de baixa emissão em sistemas híbridos com hidrogênio e células a combustível; e
  5. desenvolvimento e aplicação de técnicas de conectividade veicular para integração com cidades inteligentes do ponto de vista da descarbonização.

As propostas devem ser enviadas de 11 a 19 de setembro pelos interessados por meio do Portal da Indústria.

Ainda foram anunciadas chamadas para projetos de P&D+I em alianças, para consultorias lean ou digitalização, para projetos estratégicos de mapeamento setorial, para refinamento de projetos estratégicos e para um curso de MBI Indústria 4.0. Os editais, com prazos de inscrição a partir de agosto, também estão disponíveis no Portal da Indústria.

VW Caminhões e Ônibus cria torre de controle para monitorar veículos conectados

São Paulo – A VolksCare, estrutura de serviços e pós-vendas da VW Caminhões e Ônibus, desenvolveu torre de controle para fazer a gestão de dados dos veículos de seus clientes. O Volks|Uptime integra serviços e dados dos veículos conectados em tempo real por meio da plataforma RIO, identifica a necessidade de uma manutenção preditiva e informa o cliente.

Com este sistema o alerta de manutenção chega de forma mais rápida para os clientes, segundo a VWCO, que monitora mais de 4 mil veículos diariamente. A intenção é usar a leitura inteligente de dados para oferecer maior disponibilidade dos veículos nas operações.