São Paulo – A partir de 2026 uma frota piloto de Dodge Charger Daytona sairá de fábrica equipada com as baterias em estado sólido FEST, desenvolvida pela Factorial, empresa estadunidense na qual a Stellantis aportou US$ 75 milhões em 2021. Esta frota, segundo comunicado divulgado pela empresa, pretende validar a tecnologia e avaliar seu desempenho em condições reais de direção.
As células de bateria de estado sólido possuem densidade energética de 390Wh/kg e oferecem vantagens sobre as tradicionais de íons de lítio, de acordo com a Stellantis, como peso menor, maior densidade energética, melhor desempenho e potencial redução no custo total do veículo ao longo do tempo.
O Charger Daytona é montado sobre plataforma multienergia STLA Large, escolhida para o teste piloto pelo seu foco em SUVs elétricos de alto volume e em veículos de desempenho. Veículos Jeep, Chrysler, Alfa Romeo e Maserati também a utilizarão.
São Paulo – O novo Mini John Cooper Works Countryman ALL4 já está disponível em todas as concessionárias, em versão única, por R$ 378 mil. Com visual esportivo o modelo é equipado com motor 2.0 turbo de 317 cv e câmbio automático de dupla embreagem e sete marchas,
Por fora o modelo ficou maior, ganhando 136 mm de comprimento e 84 mm de altura, dispondo de mais espaço interno, com entre-eixos de 2m69, e mais porta-malas, que ganhou 55 litros a mais, totalizando 505. O visual também passou por mudanças na dianteira e na traseira, com para-choques redesenhados assim como a grade frontal e as entradas de ar.
A lista de itens de série oferece tração integral, head up display, quadro de instrumentos digital, kit multimídia com tela sensível ao toque, ar-condicionado digital e automático, comandos com controle de voz, sistema de som Harman-Kardon, piloto automático adaptativo, detector de ponto cego, assistente de manutenção em faixa, câmara 360º.
São Paulo – Guilherme Ferreira é o novo gerente de suporte a vendas da Volvo CE na América Latina. O executivo será responsável pela área no momento em que a companhia está mudando seu portfólio na região, renovando alguns equipamentos e ampliando a oferta com algumas opções de máquinas elétricas.
Ferreira é formado em engenharia mecânica pela PUC de Minas Gerais e tem mais de quinze anos de experiência na área de gestão de portfólio, dos quais os últimos sete foram trabalhando na Volvo CE. Antes de entrar na empresa o novo gerente trabalhou na CNH Industrial e na Liugong América Latina.
São Paulo – A estimativa da ABVE de comercializar 150 mil veículos eletrificados no mercado brasileiro em 2024 será alcançada já em novembro, segundo o presidente Ricardo Bastos. A projeção para o ano, assim, foi corrigida: 160 mil unidades até dezembro, crescimento de 70% sobre as 94 mil no ano passado.
De janeiro a setembro foram comercializados 122,5 mil veículos eletrificados, crescimento de 113% sobre os primeiros nove meses de 2023. 45,7 mil foram 100% elétricos, 40,6 mil híbridos plug-in, 15,8 mil híbridos flex, 10,9 mil híbridos e 9,5 mil híbridos leves.
Bastos divulgou as novas estimativas na abertura do E-Mob, Salão da Mobilidade Verde e Cidades Inteligentes, em São Paulo. Com diversos expositores do sistema de mobilidade elétrica terá portas abertas até a quinta-feira, 24, com entrada gratuita no SP Expo. Em paralelo ocorre o C- Move, congresso organizado pela ABVE para debater o setor.
Dentre os temas em debate está a segurança e prevenção de incêndios na recarga dos VEs em edifícios residenciais e comerciais, que gerou polêmica no início do ano. Representantes dos bombeiros estarão presentes no painel.
São Paulo — Globalmente 95% da energia consumida pelo setor de transporte é de origem fóssil. No Brasil este porcentual cai para 33%. No caso da indústria também há diferença significativa, 69% na média mundial e 31% no País. Ainda assim o segmento transportador é o maior emissor de CO2 tendo lançado na atmosfera, no ano passado, 217 milhões de toneladas de carbono equivalente a pouco mais da metade do total de emissões associadas à matriz energética brasileira, de 428 milhões de toneladas de carbono equivalente.
A indústria aparece na sequência, com 73,9 milhões de toneladas de carbono equivalente, de acordo com dados do BEN, Balanço Energético Nacional, apresentados pelo diretor comercial da ComBio Energia, Gustavo Marchezin, durante o Seminário Brasil Elétrico 2024, realizado por AutoData.
Outro dado que integra o documento é que o consumo de energia para o ramo de transportes em 2023 aumentou em 4,4%, na média, frente ao ano anterior. A boa notícia é que o biodiesel, embora represente 5,2% do total, foi o que mais cresceu, 19,2%. E o etanol, que responde por 17,3%, avançou 6,3%.
“Significa que, somados, biodiesel e etanol representam 22,5% de fontes renováveis”, afirmou Marchezin. O diesel, para efeito de comparação, ainda responde por 43,4% do total da matriz energética demanda pelo setor.
Na indústria, segmento em que 65% da energia utilizada é renovável, o consumo geral elevou-se em 2,9% neste mesmo período, 2022-2023. Destaque para a expansão em 26,1% do uso do bagaço da cana-de-açúcar, cuja participação nas fontes energéticas é de 22,4%, ao mesmo tempo em que houve a redução de 5% no uso de carvão mineral, que responde por 11,6% do total, e recuo de 2,8% na demanda por liquor preto, que possui fatia de 8,7% nas formas de energia demandas pelo setor. A demanda pelo gás natural, com fatia de 9,5%, manteve-se.
É aí que entra a energia térmica renovável proposta pela ComBio Energia para descarbonizar as indústrias. No caso do setor automotivo esta opção é bastante utilizada por montadoras para as estufas, contou Marchezin.
As principais formas de energia térmica são vapor, ar quente, gás quente, água quente, e fornos: “Propomos caminhos para descarbonizar por meio do uso de biomassa, que são subprodutos agroflorestais, como caroço de açaí, serragem, casca de arroz, bagaço de cana e cavaco de madeira, como eucalipto, além de energia elétrica renovável e biometano.”
No caso dos resíduos o Brasil possui grande potencial de geração e, conforme o executivo, quando é feita a queima deste material a emissão da fonte poluidora como caldeira ou gerador de água quente é zerada.
“A biomassa é muito diversificada e regionalizada. Há múltiplas opções, o que facilita seu uso. E quando substituímos a queima de óleo combustível e gás natural por biomassa temos impacto muito grande. Uma caldeira para a geração de vapor com aplicação de biomassa reduz a emissão de CO2 em até 95%.”
Ele contou que, no caso de indústrias exportadoras, já existe movimento de aplicação de sanções para produtos que não sejam feitos em uma linha de descarbonização, principalmente os embarcados para a Europa.
“No Brasil isso deverá acontecer também talvez no médio prazo. Está tramitando na Câmara o projeto de lei do Carbono e quando isso for aplicado, de fato, provavelmente haverá regras que compulsoriamente trarão métricas para segmentos de indústrias visando à redução da pegada de carbono.”
A ComBio se instala dentro do cliente e faz todo o investimento para a produção da energia térmica renovável. Desde a fundação da empresa, em 2008, mais de 3,4 milhões de toneladas de CO2 foram evitadas e, a partir de 2025, serão mais 1 milhão de toneladas ano que deixarão de ir à atmosfera. Como resultado para as empresas, de acordo com Marchezin, tem-se a redução de 47% nos custos de geração de energia térmica.
São Paulo – Fabricantes de veículos e de autopeças que planejavam habilitar projetos para receber incentivos em créditos tributários do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, ainda este ano, não vão mais encontrar recursos do governo. Isto porque todos os R$ 3,5 bilhões destinados em 2024 a este eixo do Mover foram esgotados antes do fim do terceiro trimestre por iniciativas de 121 empresas que se habilitaram ao programa.
Na prática os recursos deste ano do Mover para financiar projetos acabaram em cerca de seis meses, pois a regulamentação dos incentivos só foi publicada no fim de março. Conforme a legislação, uma vez esgotados os recursos do ano só poderão ser destinados novos créditos tributários às empresas habilitadas nos anos seguintes do programa. Está prevista a concessão de R$ 3,8 bilhões em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028.
O esgotamento dos incentivos a projetos de pesquisa e desenvolvimento antes do fim do ano corrente, e a incerteza se de fato as empresas receberão os recursos requisitados, foi a única crítica endereçada ao Mover durante apresentações no Congresso SAE Brasil, realizado na semana passada, em São Paulo. A maioria dos participantes elogia o programa mas afirma que alguns ajustes já são necessários para continuar estimulando projetos da indústria no País.
Insegurança
Bruno Bragazza, diretor de inovação e parcerias da Robert Bosch – uma das empresas do setor automotivo que mais vem utilizando subvenções de programas governamentais para financiar pesquisa e desenvolvimento no País –, em sua apresentação no Congresso SAE elogiou o Mover mas ponderou que o governo deveria aumentar os valores dos créditos tributários e tornar mais claro o acesso a eles: “O Mover é melhor do que o Rota 2030 porque ampliou os recursos para P&D no Brasil, mas talvez o governo tenha sido pouco otimista com relação ao número de empresas que querem acessar o programa. É necessário ampliar os valores e facilitar a aprovação dos projetos”.
Segundo o executivo as empresas que têm habilitado projetos de desenvolvimento no Mover não guardam certeza se, de fato, serão aprovados e nem se terão acesso aos créditos pleiteados: “Com o Mover não conseguimos aprovar o andamento de projetos porque não sabemos se teremos acesso aos créditos solicitados”.
Isto ocorre porque os projetos vão sendo habilitados por ordem de chegada e só depois o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços define o porcentual a ser financiado com créditos tributários, até que os recursos previstos para cada ano sejam esgotados – como já aconteceu este ano.
No mesmo painel Flávio Marcondes, jurista e advogado do escritório Marcondes & Marcondes, apontou que ainda existe insegurança quanto ao acesso aos recursos do Mover: “O Ministério da Fazenda ainda não regulamentou como os créditos tributários do Mover poderão ser utilizados”.
São Paulo – Biocombustíveis e gás natural serão os protagonistas do futuro de curto prazo no mercado brasileiro, e em muitos outros países do Hemisfério Sul, no segmento de veículos comerciais pesados, com os elétricos ganhando espaço em rotas específicas. Esta é a aposta de Christopher Podgorski, CEO e presidente da Scania Latin América, e de Márcio Querichelli, presidente da Iveco América Latina, que participaram do Seminário Brasil Elétrico 2024, organizado por AutoData.
Podgorski arriscou o mapa do combustível no Brasil: “Veremos veículos rodando com biodiesel em algumas regiões, como no Centro-Oeste, que tem boa capacidade para produzir o combustível a partir de sementes oleaginosas. O biometano também estará presente, mas mais próximo das regiões produtoras, como o Sudeste. E ainda aposto em uma forte eletrificação no eixo Rio-São Paulo, São Paulo-Campinas”.
A visão do presidente da Iveco é semelhante. Querichelli disse que é a razão da aposta da empresa em soluções diferentes para cada segmento, acreditando no gás para os caminhões pesados e na eletrificação para os caminhões leves, caso da Daily elétrica, que já é ofertada no mercado brasileiro:
“Pela matriz do Brasil o gás deve ganhar escala nos próximos anos, assim como na Argentina. O biometano também deverá ganhar espaço e ajudar no processo de descarbonização dos veículos comerciais, pois o Brasil tem um potencial gigante para produzir esse combustível localmente. Já os elétricos deverão avançar na distribuição urbana”.
Os dois presidentes concordaram que o Brasil tem muito boa oportunidade para produzir biometano e criar uma rede de abastecimento para os veículos comerciais. Afirmaram, ainda, que cada município tem um passivo de resíduos que precisa ser eliminado que, com a produção do biometano, poderão ser usados como matéria-prima, virando um ativo gerador de receita.
Com a lei do Combustível do Futuro a expectativa é de que as plantas de biometano avancem no Brasil, uma vez que já existem setenta projetos aprovados e a expectativa é de que parte delas estejam produzindo em 2029, de acordo com Podgorski.
São Paulo – A Porsche traz ao Brasil a renovação da terceira geração do esportivo Panamera, em duas versões, ambas com propulsão híbrida combinando motor a gasolina V6 biturbo de 2,9 litros de 304 cv e o motor elétrico de 190 cv, que, combinados, alcançam 470 cv e torque máximo de 650 Nm, acelerando de 0 a 100km/h em 4,1 segundos.
Ele mantém suas linhas e proporções originais, com 5m052 de comprimento, 1m937 de largura e 1m423 de altura. A dianteira é nova, com uma entrada de ar adicional e a central mais larga e posicionada mais para baixo. Traz de série faróis de LED Matrix, com opcional o HD de alta resolução.
São Paulo – A Honda Automóveis em novembro celebra dez anos de operação do seu parque eólico em Xangri-lá, RS, que abastece de energia limpa as fábricas paulistas de Sumaré e de Itirapina e seu escritório em São Paulo. Como a produção ainda não é totalmente livre de emissões de CO2, por causa do gás natural usado nas cabines de pintura, a empresa traçou um plano e pretende trocar a fonte de energia pelo biogás nos próximos anos.
Otávio Mizikami, presidente da Honda Energy e vice-presidente industrial da Honda Automóveis, que participou do segundo dia do Seminário Brasil Elétrico 2024, realizado por AutoData, afirmou que a empresa já estuda a adoção do biogás para aquecer as cabines de pintura: “Temos estudos em andamento para substituir o gás natural pelo biogás. É uma troca que acontecerá nos próximos anos e, com isso, teremos uma produção que praticamente não emite CO2”.
Perguntado sobre a neutralidade de CO2 da sua cadeia de fornecimento Mizikami disse que a Honda ainda não exige que os fornecedores usem energia limpa na produção dos componentes, mas incentiva e oferece todo o suporte necessário para que realizem esta mudança, ficando a cargo de cada empresa tomar a sua decisão. Grandes companhias já realizaram estudos nesse sentido e avaliam internamente as mudanças, sendo que algumas já usam energia limpa, mas os fornecedores menores têm mais dificuldade.
Com seu parque eólico a Honda já produziu mais de 1 milhão de veículos utilizando energia 100% limpa e gerada pela própria empresa. O Brasil é o único País em que a Honda opera que, além de só usar energia de fonte renovável, ainda é autoprodutor. Segundo Mizikami a energia atualmente gerada pela Honda é suficiente para produzir cerca de 150 mil automóveis por ano, mas a empresa não tem consumido tudo porque o mercado não está demandando:
“O que sobra de energia nós vendemos no mercado, mas esse não é o foco principal dos nossos negócios. Em um exemplo: se produzirmos 120 mil veículos no ano ainda sobra 10% do total de energia elétrica gerada em Xangri-lá, que acaba sendo vendida”.
Nos dez anos de operação o parque eólico da Honda também contribuiu para que a montadora deixasse de emitir 48 mil toneladas de CO2.
São Paulo – Mesmo diante de todos os esforços, investimentos e desenvolvimentos visando à descarbonização chegará um momento em que as indústrias e os países alcançarão o teto, não sendo mais possível reduzir o CO2 emitido. Para alcançar o zero emissão, portanto, será necessário lançar mão de créditos de carbono, um mercado ainda não regulamentado no Brasil mas extremamente promissor devido às condições do País.
Algumas iniciativas já existem por aqui e foram apresentadas por Fernando Beltrame, CEO da Eccaplan, consultoria em soluções em carbono, no Seminário Brasil Elétrico 2024, organizado por AutoData. A empresa dispõe de ferramentas, certificações e caminhos que ajudam a neutralizar a emissão de gases do efeito estufa em determinadas operações.
“No Brasil ainda não existe regulamentação nem obrigação para compensar os GEE emitidos. Mas existem iniciativas próprias, como a realização de eventos carbono neutro, nos quais colaboramos.”
Os créditos de carbono são obtidos em projetos de agricultura sustentável ou de manutenção de áreas florestais, por exemplo – sempre após avaliação, certificação e comprovação dessas iniciativas: “São metodologias estabelecidas globalmente e seguidas por todos os países e empresas em todos os cantos do mundo”.
No País está em tramitação projeto de lei que regulamenta os créditos de carbono, parado no Congresso desde o fim do ano passado.