Iveco Bus avança para faixas de mercado menos concorridas

São Paulo – O planejamento da Iveco Bus no mercado brasileiro, de buscar ofertar soluções em segmentos nos quais não existem tantos concorrentes, está dando resultado: no primeiro semestre sua participação de mercado dobrou, ao crescer as vendas em 70%, segundo o diretor comercial Danilo Fetzner. Os planos seguem, inclusive na área da descarbonização. Duas das novidades são as atrações da companhia na Lat.Bus Transpúblico, que tem portas abertas de 6 a 8 de agosto no São Paulo Expo, na Capital paulista: o 17-210 G, movido a gás natural ou biometano, e o conceito 17-E BEV, desenvolvido em parceria com a Giaffone Electric.

O primeiro não é bem uma novidade: o chassi a GNV é produzido em Córdoba, Argentina, desde 2022. Lá já há algumas unidades circulando e, agora, está pronto para chegar ao mercado brasileiro: “O chassi ainda está na fase de homologação e duas capitais já nos contataram para solicitar cotação. A expectativa é que a partir de novembro possamos tê-lo homologado para poder vendê-lo. Acredito que no ano que vem já poderemos ter algumas unidades em circulação”.

Iveco 17-210G

Para Fetzner é uma solução de descarbonização alternativa à eletrificação, de três a quatro vezes mais barata e que não demanda forte investimento em infraestrutura. A capacidade de produção em Córdoba não é problema e pode atender às demandas de prefeituras brasileiras.

De toda forma a Iveco também direciona solução 100% elétrica, até para não ficar atrás da concorrência – todas as outras fabricantes de chassis brasileiras estão ofertando modelos a bateria. Na mesma Lat.Bus o conceito 17 E-BEV é apresentado como alternativa diferenciada, pois tem piso elevado: a maior parte dos elétricos disponíveis no Brasil são de piso baixo.

“A rentabilidade dos nichos é maior, mas não estamos focando só nisto. A nossa intenção, ao apresentar estas soluções de descarbonização, é dar um recado: que a Iveco está no jogo, podem vir nos consultar, nós temos soluções para apresentar.”

Iveco 17-E BEV

O modelo ainda é conceito e envolve um consórcio: a Iveco fornece o chassi, a WEG os motores elétricos, a CATL as baterias e a montagem foi feita pela Giaffone Electric, em operação semelhante à feita pela Eletra em São Bernardo do Campo, SP. Com tração 4×2 pode ser equipado com quatro ou oito packs de bateria, com autonomia de 120 quilômetros a 250 quilômetros.

Mercedes-Benz dobra aposta no elétrico com novo chassi articulado produzido no Brasil

São Paulo – Um enorme chassi de ônibus articulado de 18 metros de comprimento com tração 100% elétrica, que transporta até 120 passageiros em rotas urbanas, é a principal atração da Mercedes-Benz na Lat.Bus Transpúblico, Feira Latino-Americana do Transporte, realizada de 6 a 8 de agosto no São Paulo Expo.

O eO500UA é o segundo chassi de ônibus elétrico a ser fabricado pela Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, SP, depois do eO500U, que já tem 250 entregas confirmadas até o fim deste ano. Embora as encomendas já tenham sido abertas para o novo modelo articulado o início da produção está previsto para 2026.

A parte eletrificada do novo chassi tem os mesmos fornecedores do ônibus elétrico que já está em produção: os pacotes de baterias, que garantem autonomia de 200 quilômetros a 300 quilômetros, são montados no Brasil e fornecidos pela BorgWarner, e o motor elétrico central, com transmissão de três velocidades, é importado da Alemanha pela ZF – que poderá localizar o componentes se a demanda aumentar.

Novo investimento

Este também é o primeiro lançamento da Mercedes-Benz fora do ciclo de investimento que terminou no ano passado, sugerindo que a empresa já começou a investir recursos no País que seriam de um novo programa.

O presidente da empresa, Achim Puchert, confirmou que já está gastando dinheiro em novos desenvolvimento no Brasil mas só deverá anunciar um pacote completo mais para o fim deste ano: “Já temos programas habilitados para receber incentivos do Mover [Programa Mobilidade Verde e Inovação] mas ainda estamos estudando outras possibilidades, por isto ainda não temos um anúncio oficial para fazer”.

Puchert também não revelou qual foi o investimento isolado para desenvolver o novo chassi elétrico, mas admitiu que é um pouco acima dos R$ 100 milhões que foram aportados para desenvolver o eO500U, pois o eO500UA tem sistemas novos e de maior capacidade para tracionar um veículo bem maior.

Problemas iguais

Os tamanhos são diferentes mas os problemas para introduzir ônibus elétricos no Brasil são os mesmos: “Apesar dos desafios que o País tem em adotar a infraestrutura necessária para os veículos elétricos nós estamos lançando o nosso segundo ônibus elétrico, aproveitando a competência de nosso centro mundial de desenvolvimento de chassis que é sediado aqui”.

O executivo apontou que “a América Latina é uma das mais importantes regiões do mundo para o nosso negócio de ônibus e precisamos oferecer produtos atualizados aos clientes, em linha com as políticas públicas de cada país”.

O Brasil, isoladamente, é o terceiro maior mercado de ônibus do mundo, atrás de China e Índia.

Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, ponderou que, apesar de alguns atrasos, o País está adotando os quatro pilares que tornam viável a eletromibilidade: tecnologia desenvolvida, políticas públicas de incentivo, financiamento e infraestrutura de recarga.

Segundo Barbosa essas condições variam bastante a depender dos diferentes estágios de desenvolvimento dos municípios, mas indica que São Paulo, Curitiba, PR, e Salvador, BA, estão mais adiantados na adoção do transporte público elétrico, apesar de alguns atrasos.

A maior compra esperada para o município de São Paulo, que proibiu a compra de novos ônibus a diesel e planejava colocar 2,6 mil elétricos para rodar na cidade até o fim deste ano, não será concretizada por falta de fornecimento de energia de alta tensão para as garagens dos operadores recarregarem os veículos.

“No máximo teremos de quinhentos a seiscentos ônibus elétricos rodando até o fim deste ano. Entregaremos 250 unidades do eO500U, mas é um número insuficiente para renovar a frota da cidade no padrão histórico de 8% a 10% por ano, que significa a compra de cerca de 1,3 mil ônibus por ano para uma frota de 13 mil”, ponderou Barbosa. “Com isto é muito provável que a SP Trans volte a autorizar a compra de ônibus diesel para conviver com os elétricos.”

Apesar da demora em instalar a infraestrutura Barbosa avalia que são boas as condições de subsídios e financiamentos para ônibus elétricos na cidade de São Paulo: “As linhas do BNDES cobram de 10% a 11% ao ano e os operadores só precisam financiar um terço do veículo [que custa perto de três vezes mais do que o similar a diesel], porque a Prefeitura subsidia 66% do valor da compra, o que torna o preço do ônibus elétrico para o operador igual ao de um diesel”.

A infraestrutura de alta tensão para as garagens também será fornecida pela Prefeitura, mas o problema é que este processo todo deve demorar de um a dois anos.

Fiat mantém liderança com um carro a cada cinco vendidos no Brasil

São Paulo – Ao fim de junho a diferença da líder do mercado brasileiro, Fiat, para a vice-líder, Volkswagen, superou as 65 mil unidades. É mais do que um mês de vendas de distância – a Fiat emplacou 50 mil veículos em julho –, o que indica que, pelo quarto ano seguido, a companhia fechará o ano no lugar mais alto do pódio.

Os dez primeiros do ranking ao fim do primeiro semestre mantiveram suas posições com o fechamento do resultado de julho. Mas a Jeep, sétima colocada, encostou na sexta, Renault, com cerca de quatrocentos veículos de distância. A ver o desempenho nos próximos meses até porque as duas são, dentre as dez primeiras, das poucas a registrar queda nas vendas na comparação com 2023 – a outra é a Chevrolet, da General Motors.

A BYD consolidou-se na décima posição, com 38,3 mil emplacamentos. A tendência é de aceleração neste desempenho, pois a companhia projeta vender 120 mil veículos até dezembro.

Venda de usados segue em alta em julho

São Paulo – Em julho o mercado de veículos usados registrou alta de 20,4% sobre igual período do ano passado, com 1,5 milhão de unidades comercializadas, de acordo com dados divulgados pela Fenauto, entidade que representa os revendedores independentes. Na comparação com junho o volume vendido foi 13,3% maior.

No acumulado do ano as vendas chegaram a 8,8 milhões de veículos, expansão de 9,2% sobre iguais meses do ano passado. Segundo a Fenauto os constantes resultados positivos em 2024 mostram “que o setor está passando por um momento especial e, caso se mantenha assim, o crescimento no fim do ano será expressivo”.

Carlos Eduardo Cardoso de Souza é o novo diretor executivo da TEVX Higer

São Paulo – A TEVX Higer anunciou Carlos Eduardo Cardoso de Souza como seu novo diretor executivo, responsável pelos projetos de eletromobilidade para cidades inteligentes no Brasil. Souza trabalhou por duas décadas no grupo Enel, sendo que nos últimos sete anos como head de B2G na Enel X. 

O diretor possui mestrado profissional em gestão de sistemas de engenharia pela Católica de Petrópolis e MBA em gestão estratégica de negócios com ênfase em energia no IBMEC.

Petronas inaugura sua rede de postos de combustível no Brasil

São Paulo – Os primeiros postos de combustíveis com a bandeira Petronas foram inaugurados no Brasil pela SIM Distribuidora, Brasileiros serão os primeiros, fora do país de origem, a ter uma rede de postos da companhia malaia.

As três primeiras unidades foram abertas em São Paulo, duas na Capital e outra na Rodovia Castelo Branco. A expectativa da SIM Distribuidora é dispor de 1 mil postos de combustíveis no Brasil.

Librelato oferece aço inoxidável em seus implementos rodoviários

São Paulo – A Librelato anunciou a chegada do aço inoxidável como opcional para a sua linha de implementos rodoviários basculantes e graneleiros. A grande vantagem do material é aumentar a vida útil dos equipamentos em até três vezes na comparação com os tradicionais, afirmou a empresa, elevando também a rentabilidade dos negócios. Mas o investimento de aquisição é maior.

Nos equipamentos graneleiros o aço inoxidável pode ser aplicado durante a produção na estrutura, como fechamentos laterais, frontais e traseiro, assim como nas tampas laterais e traseiras. Já nos basculantes o material pode ser incorporado no revestimento da caixa de carga, na parte frontal e na tampa traseira.

Eaton abre o seu programa de estágio 2025

São Paulo – A Eaton abriu o seu programa de estágio para 2025 com sessenta vagas disponíveis nas unidades de Caxias do Sul, RS, Mogi Mirim, SP, Porto Feliz, SP, São José dos Campos, SP, São Paulo e Valinhos, SP. Os interessados deverão se formar no fim de 2025 e de 2026 e as inscrições podem ser feitas até o dia 31 de agosto pelo site  https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/eaton.

As vagas estão disponíveis para as seguintes áreas: administração, ciência da computação, ciências contábeis, comércio exterior, direito, economia, todas as engenharias, marketing, psicologia, recursos humanos, relações internacionais, relações públicas e sistemas da informação. Já os estudantes de nível técnico devem estar cursando eletroeletrônica, eletrônica, enfermagem, automação, mecânica, mecatrônica, química e segurança do trabalho.

Juro escandaloso ainda limita vendas de carros

O destino do mercado brasileiro de veículos sempre esteve atado a dois fatores: concessão de crédito, que aumentou no último ano, e a taxa desemprego, que caiu para 6,9%, o melhor nível dos últimos dez anos, índice muito próximo do pleno emprego, aumentando a confiança e a renda disponível para consumo.

Esta combinação positiva aqueceu as vendas no primeiro semestre acima das expectativas mas poderia impulsionar o resultado ainda mais para o alto se não fosse pela escandalosamente alta taxa de juros ainda cobrada pelos bancos no financiamento de automóveis.

Segundo dados do Banco Central o volume de financiamentos concedidos a pessoas físicas para compra de automóveis, em junho, chegou a R$ 16,8 bilhões, valor que cresceu quase 40% nos primeiros seis meses de 2024.

Esta evolução mostra que os bancos estão menos avessos ao risco de conceder financiamentos, aprovando cerca de sete a cada dez pedidos, segundo a Fenabrave, que representa os concessionários. Endossa a confiança das financeiras em emprestar mais a expressiva redução da inadimplência do pagador de prestações do carro, que melhorou de 5,4% para 4,5% nos últimos doze meses.

Outro fator de redução de risco – e possível aumento das concessões de crédito – foi a aprovação, no fim do ano passado, do Marco das Garantias, que desburocratiza e torna mais rápido o processo de retomada do bem em caso de falta de pagamento do financiamento, agora sem que seja necessária a autorização judicial – algo que tornava muito cara e demorada a recuperação da garantia do empréstimo, no caso, o próprio carro financiado.

Bancos ganham mais

No entanto nada disso reduziu o excessivamente caro e inexplicável juro do financiamento no País. Embora o financiamento de carros seja um dos mais baratos do mercado em comparação com outras modalidades de crédito, a taxa média atual caiu muito pouco no último ano.

Em julho de 2023 a inadimplência dos financiamentos de veículos era de 5,4% e o juro básico do mercado financeiro, a taxa Selic, estava fixada pelo BC em 13,25% ao ano, enquanto a taxa média do crédito para compra de carros estava em 26,1% ao ano – a diferença da Selic para o juro final cobrado do consumidor, o chamado spread, era portanto de quase 13 pontos porcentuais.

Um ano depois a inadimplência caiu para 4,5%, a Selic foi reduzida em 2,75 pontos, para a 10,5%, mas a taxa média para compra de veículos não foi reduzida na mesma proporção, desceu apenas 0,6 ponto, para 25,5% ao ano, com spread de 15 pontos, ou 2 pontos maior do que na mesma época de 2023.

Ou seja: o risco e a Selic estão mais baixos mas os bancos estão cobrando spread mais caro – e ganhando mais – pelo financiamento do que faziam um ano atrás.

A explicação mais plausível para esta distorção econômica é que há quem pague. A grande maioria dos consumidores brasileiros nunca teve educação financeira suficiente para se importar com os juros que paga, mas presta atenção apenas para a conta simples do tamanho da prestação: se couber no bolso, tudo bem.

Pode ser melhor

Com crédito mais disponível, desemprego menor e confiança do consumidor em alta, o volume de vendas de veículos leves no País surpreendeu até os mais céticos – inclusive este colunista – no primeiro semestre, com pouco mais de 1 milhão de emplacamentos e crescimento de 15,4% na comparação com o mesmo período de 2023.

A aceleração acima do esperado fez a Anfavea, que representa os fabricantes, elevar de 5,7% para 11% sua projeção de expansão do mercado este ano, enquanto a Fenabrave, que representa os concessionários, espera ainda mais: 15%, contra os 12% da estimativa elaborada em janeiro passado.

Olhando para a evolução das vendas, do crédito e dos juros a conclusão é que o mercado brasileiro de veículos poderia crescer bem mais do que o ritmo atual.

Em junho, segundo dados da B3, foram financiados 86 mil veículos leves zero-quilômetro, volume 7,8% maior do que o registrado no mesmo mês de 2023, mas que representou apenas 42% dos 202,6 mil automóveis e utilitários leves vendidos no período, um porcentual ainda baixo na comparação com os cerca de 70% de 2019, por exemplo.

Como comparação o crescimento verificado no mesmo mês foi bem maior, de 40,3%, no número de veículos financiados com mais de doze anos de uso, justamente os mais baratos, que fazem a prestação caber no bolso, mesmo com juros mais elevados.

Esta enorme diferença de desempenho nas vendas financiadas de carros zero-quilômetro e dos velhos com mais de doze anos comprova que o custo do crédito ainda é uma trava importante para a evolução do mercado de veículos novos, cada vez mais caros e sem a diluição em suaves prestações.

GM se interessa em participar de um Salão do Automóvel mais pé no chão

São Paulo – Um salão mais simples, sem grandes investimentos em atrações para os estandes e com foco no carro, suas tecnologias e no consumidor. Desta forma Santiago Chamorro, presidente da General Motors América do Sul, acredita ser viável a participação da Chevrolet, terceira marca mais vendida no mercado brasileiro, na mostra – que pode, ou não, vir a ser chamar Salão do Automóvel.

O assunto está em discussão há alguns anos e começa a ganhar mais corpo, após sua realização ser cobrada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Reportagem recente da publicação AutoEsporte informou que a expectativa é realizar o evento no fim do ano que vem, próximo ao Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, e retornando ao Anhembi já revitalizado. Mas em outro formato.

Esta nova formatação é a discussão do momento, sobre o tema, nas mesas de reuniões das empresas e da Anfavea. A associação que representa as fabricantes, segundo apurou a reportagem, busca apoio também das associadas da Abeifa, dentre elas as marcas chinesas. Nada ainda está decidido, sequer se o evento sairá do campo das conversas.

Chamorro falou sobre a sua expectativa a respeito do evento reformulado: “Na minha visão não cabe mais um Salão como foi no passado, uma competição de quem tinha o melhor estande, de quem trazia as maiores atrações. Isto acabou, ficou no passado. Para termos de novo um salão precisamos focar no consumidor”.

De acordo com a AutoEsporte o salão teria estandes padronizados e proibição de ações com custos elevados, como shows com artistas famosos. A ideia também é que seja permitida a venda de veículos no Anhembi, ou no local onde for montado o Salão, bem como a realização de test drives.

Nestas condições, segundo Chamorro, a GM considera participar do evento. Reforço de peso, pois a companhia foi uma das que anunciou que deixaria de expor na mostra em 2020, antes mesmo de seu cancelamento.

O presidente concorda, também, que um salão é importante para aproximar o público das marcas e, inclusive, ajudar a explicar as tecnologias, especialmente neste momento de transição energética em que muitos brasileiros sequer sabem a diferença de híbrido para elétrico. Além de ajudar a manter a cultura do automóvel na população.

Enquanto o salão com a chancela da Anfavea não sai do papel eventos paralelos, em menor escala, ajudam os aficionados a matar a vontade. A partir da quinta-feira, 8, será realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, mais uma edição do Festival Interlagos, onde algumas empresas vão expor e oferecer test drives aos 100 mil visitantes aguardados pela organização.