Vendas em julho cresceram puxadas por retomada do varejo

São Paulo – Os 241,3 mil emplacamentos de julho alçaram o mês ao melhor resultado de 2024, com aumento de 12,6% nas vendas em comparação a junho, 214,3 mil unidades, e incremento de 7% com relação ao mesmo mês do ano passado, quando estava em vigor a medida provisória que estabeleceu descontos para a aquisição de veículos de até R$ 120 mil, e em que foram comercializadas 225,6 mil unidades.

O desempenho positivo, além de ter sido ajudado pelos três dias úteis a mais frente a junho, e por um dia útil a mais do que julho de 2023, o que diluiu a média de vendas diárias de 10,5 mil unidades frente a 10,7 mil dos intervalos comparados, ainda assim mantendo bom ritmo, foi puxado pelo fortalecimento do varejo.

De acordo com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que apresentou os dados à imprensa na quarta-feira, 7, esta reação se deu em momento em que foi observada redução nas vendas às locadoras, que nos últimos anos têm contribuído significativamente por movimentar o comércio de 0 KM:

“Nossa média mensal de vendas para as locadoras estava na casa de 50 mil a 60 mil unidades e, neste mês, o número foi menor, de forma que demonstra realmente a compra do consumidor final, que está buscando a troca de seu veículo”.

De acordo com Lima Leite este é sinal muito importante aliado à maior oferta de crédito e à redução da taxa de juros, uma vez que o custo do financiamento, que por muito tempo ficou na casa de 30% ao ano, agora chega a 24% ao ano.

“Vemos desaceleração na redução da Selic, mas o fato de a taxa ter diminuído propicia a volta do cliente à concessionária. É uma realidade e a tendência é que continue com esse aquecimento.”

Do total emplacado no acumulado do ano 17,2% são importados

De janeiro a julho foram emplacados 1 milhão 385 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 13,2% a mais do que no acumulado dos sete meses iniciais de 2023, em que foram licenciados 1 milhão 224 mil veículos, e acima do registrado em 2022, com 1,1 milhão de unidades, e em 2021, com 1 milhão 250 mil unidades.

Do total 17,2%, ou 238,9 mil veículos, são importados, avanço de 38% com relação ao mesmo período do ano passado, sendo 46%, ou 109,4 mil, vindos da Argentina, 26% ou 62,2 mil da China e 11% ou 26,1 mil do México. No caso dos veículos chineses 59 mil unidades, ou seja, quase a totalidade do que entrou no Brasil este ano, são elétricos e híbridos.

A Anfavea tem reclamado quanto ao ritmo de recomposição do imposto de importação ao pleitear a retomada imediata de porcentual de 35% a fim de inibir a entrada massiva de veículos de outros países. No caso da China, por exemplo, o volume cresceu 414% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Lima Leite apontou, entretanto, que não houve novas conversas com o governo sobre o assunto: “Apresentamos as razões para antecipar a elevação do imposto a 35% e há uma expectativa positiva quanto ao tema a fim de que haja equilíbrio dos esforços da indústria e com os resultados de importação”.

A alíquota aplicada sobre elétricos é de 18%, para híbridos plug-in é de 20% e, para os demais híbridos, 25%.

Exportações de julho alcançam melhor volume desde maio de 2023

São Paulo – As exportações de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus reagiram, em julho, ao somar 39,1 mil unidades, o melhor volume desde maio de 2023. Os avanços, de 35% com relação aos 29 mil veículos de junho e de 28,3% mil frente às 30,5 mil unidades do mesmo mês no ano passado, devem-se à concentração de embarques e entrega de veículos que aguardavam autopeças de fábricas do Rio Grande do Sul atingidas pelas enchentes que assolaram o Estado do fim de abril a maio.

De acordo com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que apresentou os números à imprensa na quarta-feira, 7, além desses fatores a Argentina, diante de melhora na produção e nas venda locais, aumentou suas compras e contribuiu com o crescimento, o que acabou equilibrando a situação diante de recuo do México, que vem reduzindo pedidos há três meses por causa de dificuldades no mercado interno.

“Ainda não sabemos se a trajetória de quedas nas exportações foi interrompida ou se tivemos apenas um mês atípico. Para confirmar as hipóteses é preciso olhar com cautela para os meses de agosto, setembro e outubro. Portanto, o desafio com o tema continua.”

De janeiro a julho foram enviados a outros países 204,4 mil veículos, recuo de 21,7% com relação ao mesmo período do ano passado, 260,9 mil unidades. O patamar é bem inferior ao registrado no acumulado dos sete meses iniciais de 2022, quando foram exportados 288,2 mil veículos, e também está aquém do desempenho no período em 2021, 223,9 mil.

Embora os automóveis tenham registrado maior porcentual de retração no período, de 26,6%, com 151,1 mil unidades, os embarques de caminhões recuaram 10,3%, para 8,5 mil unidades, e os de ônibus diminuíram 8,7%, para 2,5 mil. Comerciais leves foram os que menos sofreram, com leve queda de 1,2%, para 41,8 mil.

Diante disto Lima Leite destacou a necessidade de haver linhas de crédito atrativa para a aquisição de veículos pesados em outros países: “Temos trabalhado com o BNDES para que elas sejam mais rápidas e acessíveis. Queremos subsidiar inclusive clientes na ponta. Pois caminhões que chegam de outros países acabam tendo condições de financiamento, seja na velocidade ou no custo, mais favoráveis que as nossas. Isso faz com que caminhões e ônibus brasileiros percam competitividade nos países de destino”.

Os mercados com maiores dificuldades de penetração em 2024 têm sido México, com redução de 35%, Uruguai, de 31% e Argentina, de 30%. Segundo o presidente da Anfavea foi realizada reunião sobre o tema no primeiro dia da Lat.Bus 2024: “O crédito para quem compra caminhões e ônibus é tão ou mais importante do que para os leves”.

Quanto ao valor obtido com as vendas ao Exterior este ano os US$ 5,7 bilhões estão 16,3% abaixo dos US$ 6,8 bilhões até julho de 2023. No mês passado alcançou US$ 925 milhões, alta de 11,6% com relação a junho e recuo de 8,9% se comparado ao sétimo mês do ano passado, com US$ 1 bilhão.   

Julho aponta para recuperação da indústria de ônibus

São Paulo – As vendas de ônibus, em julho, somaram 2,5 mil unidades, volume 43,3% superior ao de junho e 65,8% maior do que o comercializado em igual mês do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Anfavea na quarta-feira, 7. No acumulado do ano as vendas caíram 11,4% com relação a 2023, mas o bom desempenho em julho aponta para uma recuperação da demanda, segundo o presidente Márcio Lima Leite:

“Em julho o programa Caminho da Escola ajudou bastante, assim como outras vendas para prefeituras e para o segmento de transporte urbano. Tudo isso nos mostra que a recuperação está vindo e indica que teremos um ano de crescimento de 10% nas vendas e de 30% na produção de ônibus”.

Em julho foram produzidos 2,2 mil chassis, alta de 15,4% sobre julho de 2023 e queda de 16,8% com relação a junho. No acumulado do ano a indústria de ônibus registrou alta de 47,4% na comparação com iguais meses de 2023, com 16,9 mil unidades.

Se os números apontam para a recuperação do segmento de ônibus no País no caso das exportações o cenário ainda é negativo. Em julho foram embarcados 393 chassis, queda de 25,4% na comparação com julho de 2023 e recuo de 22,8% com relação a junho. E o resultado acumulado somou 2,5 mil unidades, retração de 8,7%.

Lat.Bus 2024

A maior feira do segmento de ônibus da América Latina segue no Expo São Paulo até a quinta-feira, 8, com 150 expositores e expectativa de 15 mil visitantes nos três dias de evento. A Anfavea espera volume de negócios na casa dos R$ 3,5 bilhões, com 3 mil ônibus e carrocerias vendidas, mais um fator que ajudará na retomada do crescimento.

Produção de caminhões cresce 76% em julho

São Paulo – Em julho a produção de caminhões somou 11,9 mil unidades, alta de 76,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado e leve queda de 2,7% com relação a junho, de acordo com dados divulgados pela Anfavea na quarta-feira, 7. O presidente Márcio Lima Leite disse que o grande crescimento sobre julho do ano passado se deu pela base baixa de comparação:

“O resultado sobre o ano passado foi expressivo, mas ocorreu porque no mesmo período de 2023 a produção de caminhões ainda estava em baixa e só começou a retomar volumes maiores ao longo do segundo semestre. Em julho do ano passado ainda havia uma ressaca muito grande no mercado por causa da mudança do Euro 5 para o Euro 6”.

O resultado no acumulado do ano somou 76,3 mil unidades produzidas, expressivo aumento de 41,5% sobre janeiro a julho do ano passado. 

Em julho foram vendidos 11,4 mil caminhões, alta de 35,6% na comparação com julho do ano passado e expansão de 13,7% com relação a junho. No acumulado do ano os emplacamentos somaram 68,1 mil unidades, incremento de 11,8% sobre 2023. Mesmo com os resultados positivos Lima Leite disse que a Anfavea ainda não pretende revisar para cima a sua projeção de venda de caminhões.

As exportações de caminhões, em julho, chegaram a 1,5 mil unidades, crescimento de 10,7% com relação a julho do ano passado e expansão de 20,5% sobre junho. No acumulado do ano foram embarcados 8,5 mil unidades, volume 10,3% menor do que o exportado em iguais meses de 2023.

Peugeot coloca suas fichas no 2008, seu principal lançamento na região

Barra de Santo Antônio, AL – O 2008 é considerado o principal lançamento da Peugeot na América do Sul este ano. Mesmo com a iminente apresentação do modelo mais procurado da marca, o 208 compatriota feito na Argentina, tem uma relevância maior pois, “com o 2008, esperamos crescer e atrair o cliente que busca um SUV, o segmento que mais cresce no Brasil”, afirmou Fabiana Figueiredo, vice-presidente da Peugeot na América do Sul.

Este modelo traz pela primeira vez para o País sua nova identidade visual global. Batizado de design magnético tem na enorme grade frontal o novo logo da Peugeot e a nomenclatura do veículo na ponta do capô. Também apresenta uma nova assinatura luminosa caracterizada por três garras verticais em led no pára-choque.

Além disso o 2008 recebe o motor turbo 200 de até 130 cv de potência utilizando etanol e torque de 20,4 kgfm. Feito em Betim, MG, e exportado para a fábrica de El Palomar, na Argentina, este motor de 1 litro e de três cilindros oferece um desempenho interessante para o SUV francês. O modelo argentino, aliás, utiliza 70% de seu conteúdo produzido no Mercosul e, portanto, está habilitado a ser enviado aos países que fazem parte do bloco sem qualquer restrição alfandegária.

Rodando pelas estradas sinuosas e bem pavimentadas do Estado de Alagoas percebe-se o compromisso entre conforto e esportividade, dependendo da escolha do motorista. Em qualquer situação o 2008 responde prontamente à força no acelerador. A transmissão CVT pode ser configurada em três modos: automático, que se ajusta à forma de conduzir privilegiando o conforto e a eficiência; o manual, quando o motorista pode realizar a troca das sete velocidades por meio de borboletas atrás do volante e o sport, que garante uma tocada mais esportiva, alterando o tempo de resposta e troca de marchas, aproveitando a potência máxima do motor.

A cabine do 2008 não muda muito com relação à geração anterior e repete o conceito i-cockpit, que privilegia a informação à vista do condutor posicionando o volante numa posição abaixo das telas de instrumentos. O design interno continua muito bonito e envolvente, com a utilização de materiais de ótima qualidade e bem torneados.

Este conceito também privilegia o conforto dos ocupantes e permite a utilização dos controles com teclas de piano no console central e da tela touchscreen de 10,3 polegadas de alta definição. Esta nova multimídia permite o espelhamento do smartphone sem fio.

Considerando os concorrentes no segmento o Peugeot 2008 oferece bom pacote de equipamentos nas três versões disponíveis, Active, Allure e GT: as rodas liga de 17 polegadas estão em todas as versões, assim como sensor crepuscular dos faróis, ar-condicionado digital e freio de estacionamento eletrônico.

Mesmo com muitos itens, principalmente a partir da versão Allure, intermediária, ainda faltam algumas tecnologias presentes em concorrentes diretos, como o renovado Volkswagen T-Cross. Por isto a Peugeot optou por lançar estratégia de preço menor no lançamento deste modelo. Os preços são válidos, a princípio, até o fim deste mês, com os modelos já disponíveis nos concessionários a partir desta semana.

O 2008 Active tem preço de lançamento de R$ 119 mil 990, a Allure de R$ 129 mil 990 e a topo de linha, GT, de R$ 149 mil 990: “Estamos preparados para atender à demanda e após o período de lançamento avaliaremos a política de preços”.

A executiva disse que nos últimos três anos a Peugeot teve crescimento da sua participação de mercado, partindo de 0,7% em 2020 para 1,6% no ano passado. Foram 35 mil unidades negociadas. Este ano a marca espera seguir melhorando seu desempenho e conta muito com o novo 2008: “Preferimos não criar expectativas considerando o potencial de vendas de cada versão deste novo modelo”.

Mas considerando que este é o primeiro Peugeot com a nova logo e identidade visual global feito na região, a esperança depositada nele é grande.  

Busscar espera dobrar vendas de double decker com lançamento do Panorâmico DD

São Paulo — A Busscar lançou durante a Lat.Bus Transpúblico 2024, realizada no São Paulo Expo de 6 a 8 de agosto, o ônibus rodoviário Panorâmico DD, integrante da família NB1. A encarroçadora de Joinville, SC, aproveitou o evento bienal para apresentar sua aposta para dobrar as vendas de ônibus double decker a partir do primeiro trimestre do ano que vem, quando iniciará a fabricação do modelo, também destinado ao mercado de exportação. Com valor em torno de R$ 1 milhão a R$ 1,2 milhão pode levar chassis Mercedes-Benz, Scania e Volvo.

De acordo com o designer da Busscar, José Carlos Bohrer, o projeto traz melhorias focadas no cliente, pois geralmente o proprietário do ônibus rodoviário é o próprio motorista do veículo, e nos usuários, em torno de 50% mulheres:

“Gosto da ideia de que o ônibus se pareça cada vez mais com um carro. Fizemos poltronas mais ajustadas a elas, com o encosto de cabeça se encaixando melhor. O assento não atende pessoas muito altas, mas como a maior parte do público que viaja é feminino, pensamos em trazer mais conforto”.

Os dois andares foram padronizados em 1m80 e a quantidade de vidro nas janelas do segundo piso foi reduzida com o aumento do peitoril, a fim de melhorar a segurança e sem deixar de oferecer visão panorâmica: “A cabine está mais ampla e confortável, e conta com a aproximação dos espelhos, propiciando melhor visão e dirigibilidade”.

A despeito do lançamento Paulo Corso, diretor comercial da Busscar, afirmou que o segmento está sendo retomado e que até o fim do ano deverá tornar-se mais aquecido. As vendas da companhia, porém, tenderão a ficar estáveis com relação a 2023, girando em torno de setecentas unidades.

O que faz a companhia a não acompanhar a tendência do mercado é a mão de obra: a capacidade de produção da fábrica de Joinville é de até noventa ônibus por mês, ou seja, pode passar de 1 mil por ano em pleno funcionamento: “Se estivéssemos fazendo mais estaríamos vendendo mais. Joinville vive momento de pleno emprego mas o processo de fabricação de ônibus é bastante artesanal, não atrai tanto. Trata-se de desafio para os próximos anos. Estamos trabalhando com formação de mão de obra junto a entidades industriais a fim de tentar trazer mais profissionais”.

Em torno de 35% do volume comercializado é de ônibus menores, dedicados ao fretamento, como o El Buss 320 e o El Buss FT. O plano, no entanto, é ganhar mercado com o Panorâmico DD a partir do ano que vem e ampliar os emplacamentos de double decker frente a 2024.

Corso preferiu não arriscar porcentual, mas lembrou que o produto poderá ajudar nas exportações, que hoje respondem por 15% da produção. Principal mercado externo da empresa, o Chile, que já chegou a comprar anualmente 150 veículos da marca, reduziu suas compras de double decker este ano.

“Acreditamos que recuperaremos os embarques para o Chile com o Panorâmico DD. Além disto reforçaremos as vendas para outros países latino-americanos e entraremos no mercado africano.”

Volare sai na frente e apresenta seu ônibus híbrido flex

São Paulo – A Volare, da Marcopolo, apresentou na Lat.Bus Transpúblico seu modelo híbrido movido a etanol, inovação inédita no segmento de transporte de passageiros. O Attack 9 híbrido traz junto com o motor elétrico uma solução desenvolvida em conjunto com a WEG e a Horse, do Grupo Renault: um motor a combustão, flex, que opera como gerador de energia para as baterias.

O objetivo é auxiliar na descarbonização de regiões onde o elétrico demanda muita infraestrutura e a energia possa ser obtida por meio renovável, como usinas e fazendas, segundo o CEO André Armaganijan: “Pretendemos oferecê-lo nas versões urbana, escolar e fretamento”.

Ainda conceito deverá entrar em testes a partir de 2025 e chegar ao mercado um ano depois. O desenvolvimento foi todo brasileiro, unindo Volare, WEG e Horse. O propulsor 1.0 turbo flex é o mesmo que equipa o Renault Kardian, produzido em São José dos Pinhais, PR: ele é ligado a um transformador de energia que recarrega as baterias instaladas no ônibus.

“A tração é toda elétrica: o motor a combustão alimenta o grupo gerador e pode ser abastecido com etanol, garantindo energia limpa e com emissão zero, se levada em consideração a medição de todo o ciclo do combustível renovável a partir da cana-de-açúcar.”

A autonomia é destaque: pode chegar a 450 quilômetros, segundo a Marcopolo, com a instalação de três packs de bateria.

A companhia, de Caxias do Sul, RS, celebra seus 75 anos durante a feira, que ocorre de 6 a 8 de agosto no São Paulo Expo. No seu estande, além de sua linha diesel, o Attivi Integral, 100% elétrico e desenvolvido pela Marcopolo, é destaque: segundo o CEO cerca de 1 mil ônibus elétricos, sejam seus ou desenvolvidos com parceiros, estão em circulação.

Irizar negocia com a matriz dois novos investimentos no Brasil

São Paulo – A fabricante de carrocerias de ônibus Irizar, de origem espanhola, discute com a matriz dois novos investimentos para o mercado brasileiro. O primeiro, previsto para 2025, visa a reestruturar a operação fabril da unidade instalada em Botucatu, SP, que terá o seu lêiaute alterado e aumento da capacidade produtiva, segundo Abimael Parejo, diretor comercial para a América Latina. Ele tem, também, como objetivo ampliar o portfólio nacional da Irizar, que tem planos de produzir uma carroceria para ônibus rodoviário elétrico e a chegada de novos produtos para o segmento urbano e de double decker.

O segundo aporte está sendo negociado para 2026 ou 2027 e será usado para a construção de uma nova fábrica no Brasil. Segundo Parejo, que concedeu entrevista exclusiva à Agência AutoData durante a Lat.Bus Transpúblico 2024, no momento a empresa está definindo o local:

“Estamos discutindo o assunto com a matriz e estudando a região em que pretendemos instalar a nova fábrica, procurando um novo terreno e conversando com as prefeituras. Como é um ano eleitoral as conversas com as prefeituras não avançaram muito, mas este tema ganhará força no ano que vem, após as eleições municipais”.

Câmaras substituem o retrovisor externo do i6S Efficient

Durante a Lat.Bus a Irizar apresentou o seu principal lançamento de 2026, o ônibus i6S Efficient, desenvolvido com foco nas demandas da América Latina. O veículo teve o seu peso reduzido por meio do redesenho de componentes usados na produção e a carroceria passou por mudanças na dianteira, traseira e no teto, o que ajudou a melhorar o consumo em 13% na comparação com o modelo anterior vendido na região.

O novo ônibus rodoviário também traz uma grande novidade para o segmento com a adoção de câmaras no lugar dos retrovisores externos, que melhoram o campo de visão direto e indireto do motorista, segundo a empresa. No interior o veículo adotou novas poltronas e novo sistema de ar-condicionado.

VW Caminhões e Ônibus planeja entregar dez e-Volksbus a São Paulo até fim do ano

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus começou a negociar o e-Volksbus durante a Lat.Bus Transpúblico 2024, realizada no São Paulo Expo de 6 a 8 de agosto. Enquanto negocia com futuros clientes acelera a produção para entregar pelo menos dez unidades a operadores de São Paulo até o fim do ano, segundo o vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen Ricardo Alouche.

O objetivo, de acordo com ele, é legitimar os predicados dos veículos antes que ele chegue ao mercado em geral: “Os testes já foram feitos. O objetivo agora é que estes veículos rodem nas mãos de clientes a fim de certificar que são bons e econômicos antes das entregas para o mercado em geral. Por se tratar de uma inovação nós preferimos entrar no mercado de maneira cautelosa: não por causa do produto mas, para junto do cliente, criarmos argumentos de vendas”.

Um diferencial no qual o executivo aposta para emplacar o modelo, cujo preço encarroçado gira em torno de R$ 3 milhões a R$ 3,2 milhões, está na sua autonomia. A licitação da cidade de São Paulo, por exemplo, determina que os ônibus elétricos ofereçam pelo menos 250 quilômetros de autonomia – a do e-Volksbus gira em torno de 250 quilômetros a 350 quilômetros, a depender da configuração de baterias, que pode ir de oito a doze pacotes.

O protótipo do veículo foi apresentado em maio de 2023 na fábrica de Resende, RJ, onde será fabricado. Embora compartilhe diversos componentes do caminhão e-Delivery, que possui em torno de 90% de índice de nacionalização, o e-Volksbus não terá, inicialmente, porcentual tão elevado, pois motor e baterias serão importados. O número não foi divulgado, por ora, mas segundo Alouche eixo, suspensão, transmissão, longarina, painel, chicotes e conectores, por exemplo, serão nacionais.

Renovação da frota, hoje com onze anos, é bala de prata

Segmento mais afetado durante a pandemia a produção de ônibus tem se recuperado mas ainda depende de fatores macroeconômicos para que possa retomar patamar de vendas de anos atrás. A projeção é que sejam emplacadas no mercado brasileiro 22 mil mil unidades em 2024 — há quinze anos o volume chegava a 30 mil.

Para o CEO da VW Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, o PIB é o que move o setor, que precisa voltar a crescer de forma mais pujante a fim de propiciar a redução da taxa de juros e ampliação da oferta de crédito. Outros pontos como novas licitações do programa Caminho da Escola, maior oferta de subsídios por parte do governo ao transporte público e incentivos para a retomada do turismo rodoviário são listados pelo executivo como cruciais.

A bala de prata, porém, que poderia impulsionar a produção de ônibus de forma imediata, é a instalação, de forma perene, de um programa de renovação de frota: “A legislação do segmento obriga a troca por modelos mais novos mas, mesmo assim, a idade média recentemente envelheceu quatro anos e, hoje, ultrapassa onze anos. Sem dúvida isso estimularia a troca de veículos Euro 5 por Euro 6”.

O executivo propôs, ainda, a extensão do Caminho da Escola para o segmento urbano, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, em que há incentivo para as duas vertentes e não somente a rural: “Estamos conversando com o governo para verificar a viabilidade desta medida”.

A intenção esbarra, ao que tudo indica, na restrição da oferta de verba para esta finalidade.

Quanto às vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus a empresa está otimista. Segundo Alouche recentemente foram comercializados duzentos chassis do Volksbus, para diferentes clientes, nos últimos dias. Atualmente a fabricante possui participação de mercado de 27,4%.

Volvo Buses produzirá dois novos chassis em Curitiba em 2025

São Paulo — A Volvo Buses apresentou dois novos chassis de ônibus 100% elétricos, incluindo um articulado e biarticulado, na Lat.Bus 2024, realizada no Expo São Paulo de 6 a 8 de agosto. Com participação ativa da engenharia nacional o BZR e o BZRT estão em fase final de testes mas já têm produção confirmada para a fábrica de Curitiba, PR, no primeiro trimestre do ano que vem.

Segundo afirmou André Marques, presidente da companhia na América Latina, assim que estiver homologado o veículo seguirá para alguns clientes para testar em suas operações. Mais: negociações com algumas prefeituras já estão em andamento: “Existem muitas cidades que demandam por ônibus articulados e que procuram por uma opção elétrica. Estamos conversando para apresentar o nosso novo modelo”.

A nacionalização dos dois chassis, recém-apresentados na Europa, resultam do aporte de R$ 250 milhões, usado para desenvolvimento e mudanças na fábrica, e que faz parte do investimento de R$ 1,5 bilhão que o Grupo Volvo aplica no Brasil.

O BZRT está equipado com dois motores elétricos de 200 kW cada, que juntos geram 540 cv de potência, e trabalham com câmbio automatizado de duas velocidades, desenvolvido com base na transmissão I-Shift, da Volvo. Ele pode ser equipado com seis ou oito baterias, que rodam até 250 quilômetros com uma única carga, sendo que o tempo de recarga varia de duas a quatro horas. Como opcional a Volvo Buses oferece carregador no teto da carroceria para recargas rápidas em terminais BRT.

O BZR traz os mesmos dois motores de 200kW e câmbio I-Shift, mas conta com quatro a cinco baterias e alcanca de até 300 quilômetros de autonomia. Pode operar em rotas urbanas, intermunicipais e fretamento e pode ser oferecido, também, na variação BZRLE, com piso baixo.

Os ônibus elétricos da Volvo estão sendo testados em outros países da América Latina, como Colômbia e do Chile, sendo que no primeiro é o BZR que está rodando com alguns clientes.