Toyota inaugura centro logístico de R$ 160 milhões em Sorocaba

São Paulo – A Toyota inaugurou seu novo centro logístico, no mesmo terreno da fábrica de Sorocaba, SP. Foram investidos R$ 160 milhões na nova unidade que tem 55 mil m², aumento de 66% com relação ao espaço antigo, com capacidade para processar 1,1 milhão de peças por mês, 30% a mais, e emprega 240 colaboradores.

O centro passa a ser responsável pelo abastecimento dos 23 países da América Latina e tem como função dar suporte ao aumento da produção e das exportações da Toyota, que será puxado pelo aporte de R$ 11 bilhões até 2030. Ele oferece disponibilidade imediata de 97,5% das peças e, dentro do Estado de São Paulo, entregas podem ser realizadas em até 24 horas.

Grupo Ibero amplia verticalização com aquisição da Zurlo

São Paulo – Em continuidade ao processo de verticalização iniciado em 2020 o Grupo Ibero, fabricante de eixos de rodagem e suspensões para implementos rodoviários sediado em Itaquaquecetuba, SP, adquiriu a Zurlo Sistemas Automotivos, operação que ainda está sujeita a aprovação do Cade. A expectativa é que esta movimentação seja concretizada no primeiro semestre do ano que vem – até lá a empresa prefere não divulgar o valor da compra.

A Zurlo também é fabricante de eixos e suspensões, mas possui outros produtos que complementam a linha do Grupo Ibero, como aparelho de levantamento mecânico, pino rei e engate de contêineres. Fundada há 37 anos em Caxias do Sul, RS, possui forte participação no mercado de reposição e expressiva fatia de exportação – justamente o que falta para a companhia, relatou em conversa exclusiva com a Agência AutoData o CEO e fundador do Grupo Ibero, Ronaldo Linero.

“Com esta aquisição o Grupo Ibero se tornará uma das empresas mais completas do segmento em termos de portfólio de produtos. Teremos toda a parte de suspensão, eixos, acessórios, reservatórios de ar, suspensor pneumático, aparelho de levantamento mecânico. Tudo o que se vê na parte de baixo de uma carreta podemos oferecer ao cliente implementador.”

A fábrica da Zurlo em Caxias do Sul emprega 160 funcionários e exporta em torno de 20% de sua produção para países da América Latina, principalmente para pequenos fabricantes de implementos e também para o aftermarket da região: “A operação complementa nosso plano de dar mais velocidade à participação do grupo no mercado de reposição e de estrear no mercado externo”.

A expectativa, com a aquisição, é ampliar o faturamento projetado para este ano, de R$ 1 bilhão, de 20% a 25% em 2025. Hoje apenas 1% da receita da companhia provém do aftermarket, o restante é gerado das fabricantes de implementos brasileiras:

“A Ibero fabrica produto direto para montadora e não tem muita peça de reposição. Atrapalha o andamento da linha a produção de um eixo de R$ 10 mil, por exemplo, se o comprador quer também uma peça de R$ 200. Dispor de unidade fora da nossa estrutura em São Paulo para se dedicar ao aftermarket, assim, tornará tudo mais viável. Sem contar que, geograficamente, estaremos mais preparados para atender ao cliente no Sul e no Sudeste”.

Desde 2020 o Grupo Ibero deu início ao seu processo de verticalização e hoje possui em seu guarda-chuva, além da Ibero System e da Ibero Parts, a Fontaine, a Sthall Master e, agora, a Zurlo. Concluída há cerca de quatro meses a compra da Sthall, que complementa a operação com a produção de acessórios para carretas, como reservatório de ar, suspensor e arco de graneleira, deverá trazer incremento de 10% ao faturamento, para o valor projetado de R$ 1 bilhão este ano.

Linero contou que o investimento realizado não só para a compra da empresa sediada em Orleans, SC, em que trabalham 144 funcionários, é de cerca de R$ 40 milhões. Até então metade do capital da Sthall Master era controlado pela Librelato e o restante, pertencia a outro sócio, cujo nome não foi divulgado, quando foi decidido que ela seria 100% adquirida pelo Ibero Group, uma vez que a companhia é especializada em peças de implemento rodoviário.

A Librelato havia tornado pública, no primeiro semestre, a compra da Sthall realizada em 2023, que agora mudou de mãos: “O negócio da Librelato é carreta e, o nosso, peças. Ela representava 90% da receita da Sthall Master e, agora, o plano é dobrar esta receita ao trazer clientes da Ibero”.

Linha de produção do Grupo Ibero
Grupo Ibero projeta ampliar a participação no mercado de reposição e estrear no cenário externo com a aquisição da Zurlo. Foto: Divulgação.

Quase a metade do faturamento do Grupo Ibero provém da Librelato

A Librelato possui participação no Grupo Ibero – o CEO preferiu não informar quanto e disse apenas que a implementadora representa 40% de seu faturamento: “Temos uma boa troca de figurinhas.” Em maio sócios da holding Librepar, criada no início de 2024, injetaram na Ibero cifra de R$ 17 milhões na aquisição de terreno em Itaquaquecetuba, a fim de ampliar o espaço de 30 mil m² para 40 mil m², e outros R$ 5 milhões na infraestrutura do local.

Como lembrou Linero tudo começou com um sócio em comum da Librelato e o Grupo Ibero, o fundo de investimentos CRP Participações. Em 2021 houve a saída da Librelato e, em 2022, o fundo deixou o Ibero, fatia que foi assumida pela implementadora.

Além de fornecer para a Librelato o Grupo Ibero abastece boa parte do mercado de eixos, exceto para Randon, Facchini e, recentemente, Guerra, que produzem seu próprio eixo – até pouco tempo atrás era a Ibero que produzia para Guerra.

“Estas três fabricantes possuem, juntas, 60% do mercado. Dos 40% que restam detemos fatia de 32 pontos porcentuais. E o plano para crescer, portanto, é incorporar novos produtos e novos mercados, o que será possível a partir da aquisição da Zurlo.”

De acordo com Linero são investidos, anualmente, 25% do EBITDA para a compra de máquinas e equipamentos e avanço em tecnologia e inovação. Em 2025 deve ser apresentado protótipo de produtos de aço verde em parceria com a Arcelor Mittal.

Sobre os próximos passos na verticalização do Grupo Ibero, que completou 25 anos de mercado e emprega em torno de 1 mil profissionais, o CEO assinalou que o ano que vem será reservado para pôr em prática as aquisições, de modo que eventuais novas compras ficarão para 2026.

Outubro registra o primeiro crescimento do ano na Argentina

São Paulo – Em outubro a produção de veículos, na Argentina, registrou, pela primeira vez no ano, crescimento com relação a igual mês do ano passado. Segundo divulgou a Adefa saíram das linhas de montagem 52,4 mil automóveis e comerciais leves no mês passado, 0,9% acima de outubro de 2023.

Comparado com setembro o avanço foi de 5,7%. Outubro foi, também, o melhor mês do ano em termos de produção na Argentina.

A queda no acumulado do ano é de 19,8% na comparação com janeiro a outubro do ano passado, somando 414,9 mil unidades. Em unidades a indústria argentina fabricou 102,3 mil veículos a menos do que em iguais meses de 2023.

As exportações também registraram em outubro o maior volume do ano, 36 mil unidades, 25,9% acima do exportado em outubro de 2023. Na comparação com setembro houve crescimento de 12,7%. No acumulado do ano somaram 255,8 mil veículos, retração de 6,5%. 

O Brasil foi o principal destino dos veículos fabricados na Argentina, recebendo 71,4% do total exportado. Em segundo lugar ficou a América Central, com 11,6%, seguida pela Colômbia na terceira posição com participação de 3,9%.

As vendas, conforme antecipado pela Agência AutoData, registraram 44,1 mil emplacamentos em outubro, alta de 5,2% sobre igual mês do ano passado e de 1% com relação a setembro. No acumulado do ano houve queda de 9,9% com 355,8 mil unidades comercializadas.

Grupo SHC desenvolve método para substituir apenas parte da bateria

São Paulo – O Grupo SHC, do empresário Sergio Habib, divulgou na segunda-feira, 11, que desenvolveu tecnologia em seu laboratório local que possibilita o reparo das baterias dos carros elétricos e que evita a substituição de toda a bateria, prática que vem sendo adotada e que representa, em alguns casos, até 55% do valor do veículo.

Segundo a empresa é possível substituir apenas um módulo, ou parte de um módulo defeituoso, em vez de todo o pack, graças à tecnologia desenvolvida para a manutenção, que consumiu investimento de R$ 1 milhão em equipamentos e treinamento, na China, para o processo. Evita-se assim, também, o descarte das baterias e de lítio, fosfato e outros materiais.

A bateria de um veículo é composta por células que, conectadas, compõem um módulo. Diversos módulos são instalados um ao lado do outro e formam os packs. No processo as células danificadas são identificadas a partir de um equipamento de alta precisão e o núcleo defeituoso removido com uma serra-copo, que remove apenas a área necessária para extraí-lo e substituí-lo por um novo. Uma soldagem a laser conecta o novo núcleo à bateria.

Após este processo o módulo é colocado em uma balanceadora que faz o carregamento do novo núcleo na mesma voltagem das demais células. O processo inteiro, segundo o Grupo SHC, leva três dias por módulo, em média.

Fenatran bate recorde e gera bom volume de negócios

São Paulo – A Fenatran encerrou com recorde de público na sexta-feira, 8: segundo a organização mais de 70 mil pessoas passaram pelos corredores do São Paulo Expo, onde mais de seiscentas marcas, 74 estreantes, expuseram seus produtos e serviços em 100 mil m² de área.

“Desde o primeiro dia, com maior volume de visitantes, já se percebia que seria um grande evento”, afirmou o presidente da Anfir, José Carlos Spricigo. Segundo ele o público da segunda-feira, 4, dia em que a feira abriu ao público, foi 60% superior ao da edição anterior, de 2022. Houve crescimento de 50% no credenciamento prévio.

As rodadas de negócios, com participação de sessenta expositores e dezessete empresas compradoras como DHL, BYD, Eldorado Brasil Celulose, JBS e Pepsico, geraram potenciais R$ 98 milhões em negócios para os próximos doze meses, de acordo com a organização.

A Scania diz ter vendido mais de 2 mil caminhões nos cinco dias da Fenatran. Lá foi realizada também a negociação da primeira unidade do seu caminhão elétrico 30 G 4×2, uma das estreias da feira, vendido para a Reiter Log, segundo o presidente e CEO para operações comerciais no Brasil, Simone Montagna:

“Comprovamos com esta venda para a Reiter Log que a Scania está fazendo uma Fenatran histórica. O ano de 2024 vem sendo muito especial com recordes de vendas de caminhões. O elétrico chegou para oferecermos o portfólio mais completo do mercado em matrizes alternativas ao diesel”.

No estande da Volvo circularam mais de 45 mil pessoas durante os cinco dias de feira. Em torno de R$ 3 bilhões em negócios, somando caminhões, planos de serviços, seguros, consórcio e locação, foram fechados durante a Fenatran, segundo o diretor executivo Alcides Cavalcanti:

“A Fenatran 2024 superou nossas melhores expectativas. Mais uma vez a feira acontece num momento especial para o setor de caminhões, com forte demanda em todos os tipos de operação de transporte”.

Implementos rodoviários

A Anfir calcula que R$ 4 bilhões em negócios foram acertados por suas associadas durante a feira de transporte, acima dos R$ 3,5 bilhões da edição anterior. 58 associadas estiveram na Fenatran, doze a mais do que em 2022, de acordo com o presidente José Carlos Spricigo:

“Meio bilhão a mais em vendas é um aumento bastante expressivo e amplia ainda mais a posição da Fenatran como o maior polo de atração de negócios do setor de transporte de cargas da América Latina”.

Achim Puchert retornará à matriz para ser CEO global da Mercedes-Benz

São Paulo – O atual CEO da Mercedes-Benz do Brasil e América Latina, Achim Puchert, foi nomeado pelo conselho da Daimler Truck para ocupar o cargo de CEO da Mercedes-Benz Trucks a partir de 1º de dezembro, ficando responsável pelas operações da marca na Europa e na América Latina. Ele sucede a Karin Rådström, que foi promovida a CEO da Daimler Truck.

O nome do sucessor de Puchert na operação regional será informado em breve, segundo comunicado divulgado pela Daimler Truck na segunda-feira, 11. O executivo passa a ocupar, também, uma cadeira no conselho de administração.

Rådström afirmou, no comunicado, que Puchert demonstrou habilidade e conhecimento em sua função no Brasil: “Em menos de três anos trabalhou com sua equipe para trazer um negócio desafiador, com margens abaixo da média, de volta aos trilhos. Estou ansiosa para trabalhar com ele em sua nova responsabilidade”.

Puchert iniciou sua carreira no Grupo Daimler em 2002, ocupando posições importantes em diversos mercados. Antes de assumir o atual cargo de CEO no Brasil e América Latina, em 2022, foi vice-presidente de vendas, marketing e atendimento ao cliente da Daimler Truck Ásia e vice-presidente da Daimler Truck Overseas.

Randoncorp alcança maior receita líquida trimestral da história

São Paulo – A Randoncorp alcançou a maior receita líquida trimestral de sua história: R$ 3,1 bilhões. Teve avanço de 8,2% com relação ao período de julho a setembro do ano passado. No acumulado do ano a cifra é de R$ 8,7 bilhões, incremento de 3,9% com relação aos nove primeiros meses de 2023.

No terceiro trimestre o EBITDA ajustado somou R$ 475,1 milhões, com margem de 15,2%, alta de 1,5 ponto porcentual em comparação ao período de julho a setembro de 2023. De acordo com a companhia o valor nominal ajustado representa recorde histórico para este indicador.

Para a Randoncorp fatores como aumento das vendas para os mercados de OEMs e reposição, demanda positiva em todos os mercados de atuação, estabilidade nas receitas geradas no Exterior e melhora da margem bruta do período influenciaram estes números. 

Além do desempenho no período a companhia anunciou, em outubro, a aquisição do Grupo EBS, um dos líderes em reposição no Reino Unido. A transação, que representará ampliações de portfólio, geografia e receitas, aguarda o cumprimento de condições previstas em contrato.

No Brasil também foram registrados avanços relevantes, com as novas operações da vertical autopeças em Mogi Guaçu, SP. A unidade da Castertech já está em início de operação e a construção da fábrica da Suspensys – que produzirá eixos dianteiros para a Mercedes-Benz – avança, e a expectativa é que esteja concluída até o fim de 2024 para iniciar as operações em 2025.

Larisa Gambrell estuda a ampliação da fábrica da DAF em Ponta Grossa

São Paulo – Simpática, acessível e com a capacidade de compreender o português e arriscar algumas frases completas, em apenas seis meses no Brasil, a finlandesa Larisa Gambrell, presidente da DAF Caminhões e a primeira mulher a ocupar o cargo em uma montadora de caminhões no País, recebeu jornalistas para apresentar um pouco de sua história e as projeções da marca para o futuro – entrevista que começou com ela mesma preparando e servindo café a quem não dominava a máquina no estande DAF na 24ª Fenatran, realizada de 4 a 8 de novembro no São Paulo Expo.

Sobre a feira elogiou a forma como é pensada, pois embora a estrutura grandiosa seja similar a de eventos do tipo em outros países, como nos Estados Unidos, lá a ideia é mais focada em apresentar os produtos aos visitantes enquanto que, aqui, há o claro objetivo de fechar negócios. E não são economizados esforços para tal, o que a deixou encantada. 

Com fatia de 10% no segmento de caminhões acima de 15 toneladas e de 8% no mercado em geral de janeiro a outubro, o plano é continuar expandindo nesta que é segunda década da DAF no Brasil, instalada em Ponta Grossa, PR, em 2012. Nos próximos três anos faz parte da meta ampliar a participação em 1 ponto porcentual ou 2 pontos percentuais por ano, conforme forem conquistados novos clientes – com os caminhões vocacionais, por exemplo, apresentados na Fenatran – e trazidos novos produtos com melhor eficiência de combustível e zero emissão, a exemplo dos caminhões elétricos.

Gambrell contou que em 2025 a fábrica paranaense será ampliada principalmente na área administrativa e no espaço dedicado à linha de produção. Embora não tenha informado valores a cifra deverá ser expressiva, ao apontar que os recursos continuarão a ser injetados de forma consistente. Desde que abriu as portas no Brasil a DAF já investiu mais de R$ 1,5 bilhão, sendo que o ciclo recente somou quase R$ 400 milhões para ampliar a fábrica e promover a transição para o Euro 6.

Hoje produz 46 caminhões por dia – ao traduzir o número a executiva confundiu-se e disse 56, mas depois retificou a informação e a incluiu em sua projeção: “Crescemos pouco a pouco, mas de maneira firme. Embora não acredite que alcancemos este número já no ano que vem, isso é o que eu quero, chegar a 56 por dia.”

E essa expansão prevê também a contratação de profissionais. Atualmente já há cinquenta vagas abertas na empresa, que hoje soma 1 mil 50 funcionários. Destes 22% são mulheres em cargos de liderança, sendo 25% delas na diretoria e presidência – no início havia apenas uma, Jeanette Jacinto, diretora de RH desde que a empresa aportou no Brasil.

“Queremos empoderar as pessoas. Estimular o ingresso não só de mulheres e alçá-las a postos de liderança, como a entrada de novas gerações e pessoas com deficiência. E temos uma política de portas abertas, com um programa que cada trimestre leva funcionários para conhecerem a linha de produção.”

Sobre os desafios do mercado brasileiro Gambrell afirmou ser muito competitivo, mas que todos os países possuem seus percalços. Por isto sustentou a importância de, além de garantir a oferta de bons produtos, oferecer competente serviço de pós-vendas. Tanto que seu objetivo é encerrar 2024 com 75 concessionárias e pontos de apoio e, até 2029, a perspectiva é chegar a cem. 

Sobre a concorrência com origem na China, contou que há um mercado para o produto chinês e um para o que a DAF participa: “Você tem que traçar o seu plano, sustentá-lo e lidar com eventuais adversidades. O produto chinês ainda sofre com a questão do valor de revenda e, em muitos lugares, não possui um pós-vendas estruturado, o que nós temos”.

Com relação a veículos menos poluentes, movidos a formas de propulsão alternativas, ponderou que os produtos existem em outros lugares e que, assim que notar a demanda do cliente poderá trazer para Brasil, a exemplo do caminhão a gás.

Perguntada a respeito do interesse da marca de trabalhar com locação – uma vez que todas as outras concorrentes já trabalham com essa alternativa no País, – a presidente apontou que esta hipótese está sendo analisada, e que a modalidade é praticada pela DAF nos Estados Unidos e no México: “Estamos há pouco mais de dez anos aqui e seguimos passo a passo. Não queremos uma trajetória curta, mas uma longevidade nesta que é a nossa segunda década no País”.

Presidente da DAF, Larisa Gambrell ficou encantada com Fenatran e com sua vocação para fechar negócios. Foto: Pedro Kutney.

Quando ingressou na Paccar Gambrell buscava trabalho em multinacional, mas logo mirou a vice-presidência

Larisa Gambrell afirmou que se sente honrada por ter a oportunidade de liderar a operação brasileira da DAF e lembrou, prontamente, que trabalhou muito para construir sua carreira e ocupar sua cadeira. E que um pensamento recorrente seu gira em torno de como atrair mais mulheres para o setor.

Quando ingressou na Paccar, dona da DAF, dezoito anos atrás, seu objetivo era um só: trabalhar em uma multinacional que pudesse lhe custear uma especialização, como um MBA. Não teve relação direta com o segmento de atuação:

“Eu não sabia nada de caminhões. Sequer os nomes dos modelos. Mas eu queria trabalhar em uma multinacional e conquistar crescimento profissional”, admitiu, ao contar que cresceu com seus pais sempre dizendo que poderia fazer o que quisesse em sua vida, que era capaz disto.

Nascida na Finlândia, filha de mãe finlandesa e de pai equatoriano, Gambrell viveu períodos de seus 54 anos na Suécia, no Equador e na Finlândia, quando iniciou a faculdade e, pouco tempo depois, transferiu seu curso de graduação de economia de Helsinki para Washington. Chegou aos Estados Unidos aos 23 anos e viveu no país por 31.

“Houve um período em que não estava crescendo profissionalmente e, se não cresço, me sinto medíocre. Quando entrei na Paccar eu tinha 36 anos e um cargo baixo. Pensei que tinha de trabalhar para conquistar oportunidades e, em determinado momento, comecei a focar no cargo de vice-presidente.”

Na Paccar sua trajetória foi agitada. Durante vinte meses passou por treze divisões. Até que se tornou gerente de fábrica em que tinha seiscentas pessoas sob sua gestão. E seu desejo começou a aproximar-se da realidade.

A executiva relatou que em muitos momentos de sua carreira foi acometida pela famigerada síndrome da impostora, mas que, mesmo assim, nunca pensou “não sou capaz de fazer isto”, ainda que em ambiente majoritariamente masculino: “Sou uma profissional, independe do meu gênero. E se alguém tem algum problema com isto não sou eu. Então recomendo que as mulheres se preparem, assumam os riscos e não tenham medo”.

Casada com um estadunidense que trabalha em home office para a Microsoft, Gambrell não tem filhos, mas é madrasta de duas mulheres. Para relaxar da pressão do dia a dia ela não abre mão de suas aulas de spinning e ioga, da prática de musculação e caminhadas.

Contou que também ama cozinhar e viajar pelo Brasil – sua humildade transparece mesmo quando fala sobre o assunto, ao destacar lugares que gostou de conhecer e que passam longe de serem turísticos, como São José do Rio Preto, SP, e mesmo Pouso Alegre, MG.

Volkswagen amplia em 50% suas exportações

São Paulo – A Volkswagen do Brasil enviou 78,6 mil veículos para outros mercados de janeiro a outubro, crescimento de 48,5% sobre o mesmo período do ano passado. Este desempenho supera todo o volume exportado do ano passado inteiro, 62,8 mil veículos. E é oposto ao da média do mercado, que registrou queda de 7,6%, somando 310,1 mil veículos.

Em outubro os embarques somaram 12 mil unidades, o melhor resultado mensal desde abril de 2018, quando as vendas externas somaram 18,8 mil veículos.

Segundo Max Frik, gerente executivo de marketing do produto e planejamento de vendas da Volkswagen América do Sul, a empresa notou aquecimento da demanda nos países atendidos, especialmente da Argentina, que é o principal destino dos VW produzidos no Brasil: “A Volkswagen do Brasil consolida sua vocação como a maior exportadora do setor automotivo brasileiro, com mais de 4,2 milhões de unidades embarcadas em seu histórico”.

Os carros da Volkswagen seguem para dezoito países: Argentina, Mèxico e Colômbia são os principais mercados em volume, na ordem, e Aruba, Bolívia, Chile, Costa Rica, Curaçao, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, St. Maarten e Uruguai

O Polo foi o modelo mais exportado, 27 mil unidades, seguido por Saveiro, 21,9 mil, Nivus, 13,2 mil, e T-Cross, 12,9 mil.

XCMG planeja produzir máquinas e caminhões elétricos em até três anos

São Paulo – A XCMG começará a produzir máquinas de construção e caminhões elétricos na fábrica instalada em Pouso Alegre, MG, em um prazo de até três anos, afirmou Ricardo Senda, responsável pela área de energy green da companhia, durante entrevista à Agência AutoData. A produção começará pelas empilhadeiras, que já têm demanda que justifique o investimento:

“Estamos vendendo cerca de 1 mil empilhadeiras elétricas por ano. Com este volume, entendemos que vale o investimento para montar no Brasil. Acredito que em até um ano esta operação começará na fábrica de Pouso Alegre”.

Caminhão elétrico E3-10T

O caminhão elétrico E3-10T, dedicado ao segmento de distribuição urbana, deverá ser nacional em um prazo de dois a três anos. Seu lançamento foi promovido na Fenatran e em 2025 a XCMG do Brasil estima vender 500 unidades, avançando para 1,5 mil nos próximos anos, volume que justificaria sua nacionalização. Segundo Senda o cenário macroeconômico também precisa ajudar.

Para chegar ao volume que justifique a nacionalização a XCMG aposta em alguns diferenciais do seu caminhão elétrico E3-10T, como a capacidade de recarga mais rápida na comparação com os concorrentes, preço menor, suspensão pneumática, homologação para três ocupantes, autonomia de 250 quilômetros com uma carga e uma lista de itens de série robusta.

Caminhão elétrico E7-18T

Outros três lançamentos foram feitos durante a Fenatran: dois caminhões para o segmento pesado, um elétrico com PBT de 80 toneladas, o E7-80T, e outro movido a gás natural que tem autonomia de cerca de 600 quilômetros, com PBT de 80 toneladas, o P9-560G. Também foi lançado na feira o caminhão E7-18T, com foco nas operações de coleta de lixo da cidade de São Paulo, que no ano que vem abrirá licitação envolvendo 650 caminhões elétricos, afirmou Senda.

Como a empresa está se preparando para produzir máquinas e equipamentos elétricos no Brasil houve um investimento de R$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento, já aplicado ao longo de 2024, o que elevou o número de colaboradores da fábrica de 1 mil para 1,3 mil. Atualmente a unidade está focada na produção de máquinas da linha amarela:

Caminhão elétrico E7-80T

“Hoje temos uma capacidade produtiva de 10 mil máquinas por ano. Uma parte deste volume é vendido no Brasil e a outra parte é exportada para países da América Latina e também para Canadá e Estados Unidos. Como a China não pode exportar direto para a América do Norte a XCMG do Brasil absorveu a demanda destes dois países e envia as máquinas a partir de Pouso Alegre”.

Caminhão P9-560G movido a gás natural

O portfólio de máquinas da linha amarela da XCMG é composto por 150 produtos, sessenta deles nacionais. A XCMG dispõe de 45 concessionárias espalhadas pelo Brasil, número que deverá aumentar conforme o avanço das vendas.