Fábio Merighi assume aftermarket da TMD Friction Américas

São Paulo – Frente ao bom resultado de expansão da marca Cobreq na América do Sul, que junto à Textar integra portfólio de itens de fricção da TMD Friction Américas, Fábio Merighi foi promovido ao cargo de diretor de aftermarket da companhia para todo o continente.

Na TMD Friction desde 2018 ele ocupou o posto de diretor de aftermarket da América do Sul nos últimos dois anos e, agora, ganha o desafio de impulsionar também outras marcas do grupo no continente.

Stellantis amplia acordo com a CTR para lítio

São Paulo – A Stellantis anunciou investimento de US$ 100 milhões no projeto Hell’s Kitchen da CTR, Controlled Thermal Resources. É o maior projeto geotérmico de lítio do mundo com capacidade para produzir 300 mil toneladas de carbonato de lítio por ano.

As duas empresas expandiram o contrato de fornecimento inicial para que a CTR forneça até 65 mil toneladas de HLM, hidróxido de lítio monohidratado para baterias por ano, durante dez anos. O contrato original, assinado em 2022, previa até 25 mil toneladas de HLM anuais. O início do fornecimento está previsto para 2027.

Este projeto, Hell’s Kitchen, da CTR na Califórnia recuperará o lítio das salmouras geotérmicas usando energia renovável e vapor para produzir um lítio considerado verde, em processo totalmente integrado. Isso elimina a necessidade de tanques de salmoura de evaporação, minas a céu aberto e processamento de lítio por combustíveis fósseis.

Continental reconhece seus melhores fornecedores

São Paulo – A Continental concedeu seu Supplier Award àqueles fornecedores que, em 2022, atenderam aos critérios de qualidade no material ou serviço, prazo de entrega, inovações tecnológicas, competitividade comercial e presença nos segmentos da empresa. Dezessete empresas foram reconhecidas durante o evento organizado pela área de compras das divisões Automotiva, Pneus e Contitech. 

Esta foi a terceira edição da premiação, que ganhou a divisão Sustentabilidade, com duas categorias, com o objetivo de incentivar projetos desenvolvidos por fornecedores de todas as divisões da empresa. Quatro projetos foram premiados em 2023 nesta categoria, dois na categoria sustentabilidade social e dois em sustentabilidade ambiental:

“Temos excelentes fornecedores. Eles são peças fundamentais na competitividade dos nossos produtos e na relevância da marca Continental no mercado”, disse Arnd Schmitz-Simonetti, diretor de compras América do Sul e idealizador do Supplier Award no Brasil. “Muito obrigado por contribuírem com as nossas entregas de qualidade e por caminharem lado a lado conosco.”

Veja abaixo a lista de todos os fornecedores premiados:

Algar Telecom
Cenci
Italbras Moldes e Injetados
Kluber
KSPG Automotive
Logística Festo
Metalsider Automotive
Metalúrgica FEY
Metalúrgica Hame
TCM Logística e Transporte
Têxtil Asself Maluf
Translogistic
Vesper

Sustentabilidade Ambiental
Bras Onda
Metalsider

Sustentabilidade Social
Nitriflex
Vantage Specialty Chemicals

Eaton muda nome do Grupo Veículos eMobility para Grupo Mobility

São Paulo – A partir deste mês o Grupo Veículos eMobility da Eaton passa a se chamar Grupo Mobility. A alteração é justificada pela companhia pela mudança de foco para fornecer soluções em todas as frentes de propulsão.

A fim de apoiar a demanda gerada pela eletrificação o Grupo Mobility oferecerá conjunto de tecnologias que inclui soluções de distribuição de energia, eletrônica de potência e transmissões com o objetivo de melhorar a segurança, a eficiência e o desempenho dos veículos.

Segundo o braço de mobilidade da Eaton seus principais mercados são fabricantes de equipamentos originais de veículos rodoviários e fora de estrada e clientes do mercado de reposição.  

Iveco vende primeiros veículos com descontos do governo

Sete Lagoas, MG — A Iveco fechou sua primeira venda sob as regras do programa de descontos patrocinados pelo governo para veículos comerciais, com o recolhimento para reciclagem de modelos equivalentes com mais de vinte anos de idade. Na quarta-feira, 16, a empresa fez a entrega simbólica de vinte caminhões e dez ônibus em cerimônia realizada no complexo industrial de Sete Lagoas, MG, com a presença de autoridades municipais, estaduais e do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e considerado idealizador do benefício para estimular o mercado com a renovação de frota.

Vinte caminhões pesados, semipesados e leves, das linhas S-Way, Tector e Daily, foram adquiridos pelo Grupo Sada, de Minas Gerais, e dez chassis de ônibus de 10 e 17 toneladas, que receberão carrocerias urbanas da Mascarello, operarão em Campo Largo, PR, na Autoviação Nossa Senhora da Piedade. Segundo Rodrigo Hoelzl, presidente da empresa de ônibus, o investimento total é de cerca de R$ 6 milhões, sendo R$ 3 milhões nos chassis e outros R$ 3 milhões nas carrocerias.

Ambas as empresas desmobilizarão veículos antigos da própria frota que estavam parados ou utilizados em operações internas. No caso da Sada, que investiu em uma unidade certificada de reciclagem, a própria transportadora desmontará os caminhões velhos.

O programa para veículos pesados, criado em junho, destinou por até quatro meses subsídios fiscais de R$ 700 milhões para compra de caminhões e de R$ 300 milhões para ônibus, atrelado à obrigação de tirar de circulação e entregar para reciclagem um modelo similar com mais de vinte anos de uso, para obter descontos de R$ 33,6 mil a R$ 80,3 mil para veículos de carga e de R$ 38 mil a 99,4 mil para vans e ônibus, que são convertidos em créditos tributários que os fabricantes podem usar para abater impostos federais como IPI e PIS Cofins.

Caminhões com mais de vinte anos de uso em área da fábrica da Iveco em Sete Lagoas: Grupo Sada entrega para reciclagem em troca de descontos na compra de vinte veículos novos.

Destravamento

Depois de alguns ajustes, segundo Alckmin, “o programa está rodando muito bem”. Nenhum negócio foi fechado em junho mas começaram a ser realizados em julho, com o anúncio da Mercedes-Benz de que vendeu com descontos patrocinados 110 chassis de ônibus para a Suzantur – que também comprou vinte da Scania e mais vinte da Volvo –, além de seis caminhões pesados Actros para a Carga Transportes, do Espírito Santo.

O destravamento dos negócios ocorreu após o governo facilitar as transações com a publicação de uma portaria que permite a entrega de veículos velhos que não precisam ser, necessariamente, de propriedade do comprador dos caminhões ou ônibus novos com desconto.

O vice-presidente e ministro lembrou que “alguns Detran estavam demorando para dar baixa nos veículos entregues para reciclagem, mas estamos desburocratizando o processo e os negócios começaram a acontecer”. De fato, depois da Mercedes-Benz e da Iveco, Alckmin já tem agenda, no fim do mês, para novo evento, desta vez na Volkswagen Caminhões e Ônibus, que anunciará a venda de veículos com descontos.

Alckmin, no entanto, não deu pistas se o governo pretende estender a duração do programa, previsto para terminar no começo de outubro, ou torná-lo permanente, como querem os fabricantes de veículos pesados. Para Márcio Querichelli, presidente da Iveco América Latina, “esta é uma primeira etapa de um programa de renovação de frota que estamos discutindo há mais de vinte anos, é um começo”.

O executivo reconhece, contudo, que a iniciativa ainda está muito abaixo da necessidade de retirar de circulação 500 mil caminhões com mais de vinte anos de uso que rodam no País com problemas de segurança, alto consumo de combustível e altos níveis de emissões de poluentes.

Mercado melhor para a Iveco

Querichelli estima, em linha com as projeções da Anfavea, que este ano o mercado nacional de caminhões deve cair em torno de 30%: “Para além da adoção de veículos Euro 6, que são de 20% a 30% mais caros, também temos o problema da elevada taxa de juros. Esta combinação travou o mercado. Só agora, com o início dos cortes na taxa Selic, é que vamos começar a destravar os negócios, mas ainda demora para chegar ao nível ideal de juros de apenas um dígito, na faixa de 7% a 9% ao ano”.

Mas o executivo projeta desempenho melhor para a empresa que dirige, com queda nas vendas em torno de 14%: “A Iveco vive outro momento: somos a marca que mais ganhou participação de mercado de caminhões nos últimos anos, saindo de 5,6% em 2019 e em julho chegando a 13%. Por isto caímos menos. Esperamos que 2024 seja muito bom e estamos mantendo a fábrica trabalhando em dois turnos para estarmos preparados para atender a demanda que virá”.

Para destravar o mercado Querichelli sugere que o BNDES retome o Finame com taxas de longo prazo que levem em conta o mercado futuro, que projeta a queda constante dos juros ao longo deste e do próximo ano.

Projeto de Valinhos será exportado para demais unidades Eaton no mundo

São Paulo – Trabalho de eficiência energética estabelecido na fábrica da Eaton em Valinhos, SP, tornou-se referência para a companhia e deverá ser replicado em outras unidades ao redor do mundo. Trata-se de projeto de substituição do elemento interno dos fornos que traz a redução do consumo de energia, neste caso, de gás natural.

A partir de investimento de US$ 65 mil foi obtida a redução de gastos com energia de US$ 25 mil por ano e da emissão de 26 toneladas de gases de efeito estufa, o que significa a diminuição de 420 MWh por ano, capaz de abastecer 210 residências anualmente.

O elemento interno do forno era tradicionalmente composto por material refratário de tijolos isolantes, que foi substituído por material cerâmico refratário, informou Cristiane Mota, diretora de sustentabilidade, meio ambiente, saúde e segurança da Eaton:

“Com a evolução da engenharia de materiais estas placas permitem menor dissipação do calor para o ambiente. Ou seja: trata-se de iniciativa simples baseada na evolução de materiais. Se eu não perco energia por calor para o ambiente tenho maior eficiência enérgica e não consumo mais energia elétrica.”

A partir do momento em que o processo substituiu atmosfera endotérmica e passou a operar com atmosfera inerte à base de nitrogênio houve redução dos tempos de setup e dos procedimentos de verificação de segurança para partida e corretivas. Foi verificada redução de 10 toneladas métricas por ano de emissão de gases de efeito estufa. E houve o aumento da segurança de operação.

O projeto já foi apresentado em estudo global de tratamento térmico da Eaton como trabalho de referência e de transferência de boas práticas e eficiência energética: “A ideia é que ele seja transferido para outras unidades no mundo”.

Planta da Eaton em Mogi Mirim, SP, é uma das três unidades que contam com sistema de captação de água da chuva para que ela seja reutilizada posteriormente. Crédito: Divulgação.

Reduzir o volume de resíduos e reaproveitá-los

Objetivo ambicioso para as operações no Brasil é garantir que 100% da manufatura não produza resíduo industrial nos aterros sanitários. O projeto teve início em 2019 e chegou à última unidade produtiva em abril de 2022.

Mesmo após a certificação o pessoal de manufatura continua se desafiando em manter melhoria contínua neste processo. Isso porque a certificação zero resíduos enviados para aterro sanitário requer destinação inferior a 2%. Em janeiro, comparando com os doze meses anteriores, a companhia destinou 0,68% de resíduos para aterro. Os demais resíduos, 99,32%, foram reciclados e reutilizados em processos que possuem recuperação energética.

Comparando o volume total de resíduos das quatro fábricas da Eaton no Brasil enviados para aterro em 2022, frente ao ano anterior, houve redução de 34%, o equivalente a 64 toneladas por ano. Com relação a 2019, quando tiveram início as iniciativas de aterro zero, a diminuição atingiu 57% ou 160 toneladas anuais.

“Destinamos os resíduos a processos mais sustentáveis, pois queremos que eles cumpram ciclo do berço ao berço e não mais do berço ao túmulo.”

São exemplos a compostagem, no caso de matéria orgânica, o coprocessamento, em que os resíduos são utilizados para gerar energia para a área de cimenteiras, e o trabalho conjunto com cooperativas para que seja feita a reciclagem.

No caso de sucatas metálicas os cortes e os resíduos das aparas voltam para as siderúrgicas para que possam compor novas matérias-primas, eliminando, assim, o aterro. Mota relata que a companhia também possui o objetivo de reduzir o volume de aparas metálicas pois, ainda que elas voltem às siderúrgicas, trata-se de processo que consome energia:

“Estamos engajando nossas engenharias de produto e manufaturas para pensar qual é a maneira de forjar, como podemos desenhar as peças para que a sucata metálica diminua. Qual o melhor aproveitamento dessa matéria-prima? Precisamos convidar essas áreas de expertise para fazer esse trabalho”.

A executiva observou que processos sustentáveis precisam de parceiros, o que significa, internamente, o esforço de influenciar terceiros que trabalham junto com a atividade fabril, como empresas de refeitório e de limpeza, para aderirem à coleta seletiva “porque, a partir do momento em que contamino materiais com óleo, não posso destinar à compostagem, por exemplo: preciso dar outra finalidade”.

As quatro unidades da Eaton no Brasil possuem estações de tratamento de água, como a de São José dos Campos, SP. Crédito: Divulgação.

Água de reuso em 100% dos sanitários

Desde 2021 a Eaton está desenvolvendo e ampliando projetos de reuso de água. Um dos mais abrangentes nas fábricas da companhia é o projeto de água de reuso na rede de sanitários e mictório, relatou Cristiane Mota.

“Como demonstrou ser projeto viável pode ser replicado para outras plantas. A ideia é avançar com esta proposta para que 100% de vestiários e banheiros tenham o reuso.”

Outra iniciativa está na planta de Valinhos e leva água de reuso para as torres de resfriamento de processos industriais, uma das áreas que mais consome o recurso natural. Para levar água para a torre de resfriamento é preciso sistema específico de osmose reversa. Para ampliar sua adesão, no entanto, demora um pouco mais de tempo, segundo Mota: “O caminhar não é lento, mas a cada passo que se dá requer planejamento e validação técnica e operacional”.

Na mesma unidade a água de reuso já está presente em algumas áreas administrativas, onde trabalham 1,5 mil profissionais. A executiva notou que todas as fábricas possuem projetos de reuso em curso e as plantas de Valinhos, Mogi Mirim, SP, e Caxias do Sul, RS, possuem sistemas que captam água da chuva.

Caxias apresenta o maior volume, sendo que somente este ano a unidade já captou e utilizou 2 mil 304 litros de água de chuva, Mogi Mirim utilizou 888 litros e, Valinhos, 100,9 litros.

Em São José dos Campos, SP, a água é proveniente da estação de tratamento que provê água de reuso desde 2021 – presente em todas as plantas – e que, em vez de lançá-la em córregos ou rios, faz com que retorne ao sistema.

Mota assinalou que, apesar de reutilizar a água, nem todas as iniciativas têm retorno do investimento. No caso da Eaton a água é extraída de poços artesianos outorgados, em que o valor é muito menor do que se fosse consumida de companhias do ramo. O reuso, portanto, não tem diferença significativa.

“A opção da empresa é para contribuir com a redução do consumo, até porque passamos por problemas de estiagem. É utópico o que vou dizer mas o objetivo é que tenhamos um circuito fechado, sem perdas de água. Hoje isso é inviável porque a água se deteriora. Tem seu limite de uso. Mas este é o ideal.”

O E de Eaton e de ESG aplicado na prática no Brasil

São Paulo – No ano passado tomou forma na Eaton iniciativa que começou a ser estruturada no fim da pandemia, em 2021, e que tem a missão de identificar e tirar do papel projetos diversos a fim de tornar o processo produtivo mais eficiente, gerando menos resíduo e poluindo menos. Trata-se do comitê de sustentabilidade regional.

Liderado pela área de meio ambiente e sustentabilidade esse trabalho multidisciplinar envolve inicialmente representantes do setor de engenharia de processos das quatro fábricas brasileiras da Eaton: em Valinhos, onde são produzidas transmissões e embreagens; São José dos Campos, em que são feitas as válvulas; Mogi Mirim, SP, dedicada aos kits de transmissão; e em Caxias do Sul, RS, focada no portfólio agrícola.

À medida que esses processos vão avançando é preciso convidar outros atores para fazer parte dos encontros: profissionais da qualidade, da manufatura, operadores de máquinas, responsáveis pela infraestrutura civil. E então aprovar tanto o projeto quanto o capital necessário para cada uma das iniciativas.

Cristiane Mota, diretora de sustentabilidade, meio ambiente, saúde e segurança, conta que “o grande desafio é nos tornarmos cada vez mais eficientes ambientalmente. Nós nos reunimos periodicamente para destacar pilotos que foram um sucesso e que podem ser replicados, para que tenham sua viabilidade estudada, e também para avaliar lições aprendidas sobre o que foi testado e não deu certo”.

Os princípios de sustentabilidade da Eaton são inspirados em treze dos dezessete ODSs, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Organização das Nações Unidas. Os primeiros passos foram dados cinco anos atrás, com o estabelecimento de metas e planos de desenvolvimento para 2030 e 2050.

“Os objetivos aspiracionais para os próximos sete anos têm foco nos três pilares que sustentam o planeta: água, solo e ar. Como interagimos para resguardá-los e protegê-los?”

Foi o que motivou a formação do comitê.

Cristiane Mota: “Sustentabilidade é uma palavra bonita, mas dá muito trabalho. Pequenas ações, contudo, também movem o mundo. Quando vemos que o tempo passou e o que fizemos percebemos que deixamos nosso legado”. Crédito: Divulgação

O que o alinhamento aos ODSs agrega à Eaton?

Mota observou que a Eaton está comprometida com as mudanças climáticas e que, muitas vezes, precisa estar disposta a investir porque nem todas as iniciativas representarão redução de custos. É exemplo a substituição do uso de gás natural, mais barato, por energia elétrica certificada, a fim de garantir que seja de origem renovável, mais cara do que a eletricidade comum, que inclui geração de termelétricas.

E que por também estar alinhada a valores de mercado isto acaba reforçando o compliance e fortalecendo a marca: “À medida que nos esforçamos para contribuir com o meio ambiente temos um ganho indireto que é exceder a legislação. Posso lançar água tratada em corpos hídricos? Posso. Mas mesmo com a água que tratamos tendo qualidade superior à do córrego não lançamos para evitar alterar as suas características. Além de promover o reuso”.

Mota, que chefia o comitê regional da companhia, contou que a Eaton participa de comitês de sustentabilidade do Sindipeças, da Amcham e do Ciesp e que compartilha práticas da companhia, o que a torna mais amigável e sustentável.

A executiva ponderou que ainda há muito a ser feito, tanto na empresa como por todo o parque fabril brasileiro, que carece de desenvolvimento e atualização. Há máquinas com dois anos de uso e máquinas com oitenta, o que gera grande defasagem de eficiência energética de motores e compressores.

“Sustentabilidade é uma palavra bonita, mas dá muito trabalho. Pequenas ações, contudo, também movem o mundo. Quando vemos que o tempo passou e o que fizemos percebemos que deixamos nosso legado.”

Empresa foca na redução do consumo de eletricidade e eliminação do gás natural

O desafio da melhora da eficiência energética talvez seja um dos mais complexos da manufatura mas, também, é um dos que mais têm gerado frutos à Eaton. Com o propósito de reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 há três pontos principais quando o assunto é o tipo de energia usado na operação das quatro fábricas: eletricidade, gás natural e propano.

Como a mais consumida é a energia elétrica este foi o primeiro quesito a ser atacado: desde o ano passado a companhia consome somente eletricidade rastreável a fim de assegurar que 100% sejam de origem renovável. A iniciativa, embora não emita nenhum gás de efeito estufa e seja mais um passo rumo ao carbono neutro proposto para 2050, tem um custo, pois é paga taxa de certificação de garantia chamada i-REC.

Cristiane Mota ressaltou que o desafio, entretanto, continua, quanto ao gás natural e ao propano, importantes para gerar calor nos processos de manufatura, para o tratamento térmico das peças automotivas.

Na unidade de Mogi Mirim foi reduzido em 80% o consumo de eletricidade por meio da melhoria do tratamento térmico adotada em 2022. O sistema dissipava energia dos fornos por meio do calor: “Passamos a capturar essa energia e trazê-la ao sistema novamente, redirecionando-a para o forno seguinte. Neste caso o planeta ganha e a empresa também, porque o custo diminui”.

Em termos de consumo de energia houve redução anual de 350 MWh, eletricidade suficiente para abastecer 190 casas de porte médio, com uma família de até quatro pessoas, anualmente. E mais importante: deixam de ser emitidas 44 toneladas de CO2 na atmosfera, equivalente à neutralização realizada por 728 árvores durante dez anos. Este projeto foi reconhecido pelo prêmio de responsabilidade socioambiental da Mercedes-Benz deste ano.

Outra iniciativa nesta linha é instalação de filtros capacitivos na fábrica de Caxias do Sul, que gerou redução média de 3,5% no consumo total da unidade, ou aproximadamente 480 MWh/ano, o suficiente para abastecer 240 residências. Dessa forma, é evitado o lançamento de 56 toneladas de CO2, o que requer 926 árvores para neutralizar a emissão pelo período de dez anos.

Na planta de Caxias do Sul um dos fornos deixou de utilizar gás natural e passou a usar eletricidade no tratamento térmico das peças. Crédito: Divulgação.

Graxa é reutilizada e, o gás natural, banido

Na unidade de São José dos Campos, em que também houve reconhecimento da Mercedes-Benz, foi estabelecido no ano passado o reuso de graxa para as prensas para o forjamento de válvulas bimetálicas e VS. Desta forma o consumo de graxa grafitada nova foi reduzido à metade, em 51%, e a geração de resíduos de graxa diminuiu 26%.

As destinações de resíduos e a limpeza industrial, que eram mensais, passaram a ser trimestrais. Em média a graxa recuperada é saturada por grafite no período de três meses, quando o sistema precisa ser limpo e o resíduo de graxa grafitada usada é gerado. Segundo Mota não houve diminuição da vida útil do ferramental de punção e matriz de rebate, assim como não houve aumento na sucata de válvula.

A diretora de sustentabilidade destacou que, embora esta unidade paulista tenha sido a última a obter o certificado de aterro zero foi a primeira a eliminar o uso de gás natural, além de só utilizar energia elétrica verde.

“Para o futuro desenvolveremos mais estudos para identificar em que partes do processo produtivo podemos transferir a matriz energética de gás natural para eletricidade”, contou Mota. E que a transição já vem sendo feita onde conseguem verificar que é possível e que não traz risco para as operações, seja de qualidade, de incêndio, ao operador e da entrega ao cliente.

Ela ponderou que nem tudo é redução de custos: “Quando eu migro de uma fonte para a outra, como aconteceu recentemente em Caxias do Sul, temos aumento de custo. O gás é mais barato, mas tem impacto maior na atmosfera, e nosso apelo é para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. A mudança de matriz e de processos muitas vezes traz gastos adicionais, mas é aí que demonstramos também a responsabilidade socioambiental”.

Este ano foi realizada a transição de um forno em Caxias do Sul que faz o tratamento térmico das peças e a executiva apontou que é preciso, antes, fazer a avaliação técnica com engenheiros responsáveis. Sendo viável a conversão é preciso validá-la e aprovar recursos: “Estamos com estudos para ampliar a transição energética nesta planta e levar a iniciativa para outras unidades”.

Sobre o ritmo da conversão Mota justificou que o processo não é acelerado porque é preciso que ele se torne economicamente viável. Além disso, antes da decisão, é necessário verificar com a empresa de distribuição de energia se haverá capacidade para tal, pois a concessionária precisa autorizar esta concessão sem sobrecarregar sua rede.

“Para o processo produtivo não muda nada, pois a qualidade é mantida. No entanto traz redução do calor que é emanado no ambiente e, então, eu melhoro as condições de trabalho e, consequentemente, a saúde ocupacional da fábrica.”

Mercado sente desaquecimento nas vendas da primeira quinzena

São Paulo – Foram licenciados 84 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus até a terça-feira, 15, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. O volume é semelhante ao registrado na primeira metade de agosto do ano passado, embora 28,4% inferior às 117,3 mil unidades emplacadas na primeira quinzena de julho.

Em julho o resultado foi influenciado pela MP 1 175, que concedeu descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil a automóveis e comerciais leves de até R$ 120 mil, segundo fonte ligada ao varejo ouvida pela reportagem. Agosto do ano passado foi marcado pela retomada do mercado, após meses em dificuldades por falta de peças e componentes, em especial os semicondutores.

A fonte disse que os varejistas estimam as vendas na casa de 190 mil unidades no mês, abaixo, portanto, dos 208,6 mil emplacamentos de agosto de 2022. Segundo ela, no entanto, há dificuldades no varejo e o maior volume de vendas vai para frotistas e locadoras.

A média diária, de 7,6 mil unidades, supera a da primeira metade de junho – esta também influenciada, embora de forma negativa, pela MP 1 175, pois ainda não havia sido regulamentada e as vendas estacionaram aguardando os descontos.

Com 5,1 mil licenciamentos a Fiat Strada lidera o mercado na quinzena. O Volkswagen Polo ficou na segunda posição, com 3,4 mil unidades, e o Chevrolet Onix completou o pódio, registrando 3 mil emplacamentos.

Chevrolet Silverado terá a maior caçamba das picapes grandes

São Paulo – A picape Silverado, com seus 1 mil 781 litros, será a de maior capacidade dentre os concorrentes do segmento de picapes grandes, de acordo com a General Motors. O modelo será lançado nas próximas semanas para concorrer com Ford F-150 e Ram 1500, dentre outras.

A caçamba também oferecerá tampa basculante com acionamento elétrico para abertura e fechamento, revestimento especial para proteger o veículo e também bagagens mais sensíveis. A Silverado terá sistema de câmara que permite acompanhar a situação da bagagem pelo interior do veículo.

SVD Transportes avança na logística de colheitadeiras

São Paulo — A SVD Transportes assumiu a logística de transporte de colheitadeiras produzidas no Rio Grande do Sul de olho na crescente demanda por este tipo de serviço, puxada pela expansão do agronegócio. A empresa já fechou contrato com algumas fabricantes e negocia com outras o transporte das colheitadeiras produzidas na região.

Para atender a este segmento a SVD inaugurou uma nova unidade em Santa Rosa, RS, e adquiriu dez caminhões Euro 6, Volvo e DAF, que serão usados no transporte das colheitadeiras.