Reunião após o feriado deverá encaminhar segunda fase do Rota 2030

São Paulo – Representantes da Anfavea e do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, têm reunião agendada para a segunda-feira, 11, para definir os últimos pormenores da segunda fase do Rota 2030. A expectativa do presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, é a de que ainda em setembro as regras sejam publicadas, restando apenas alguns decretos para regulamentação, como ocorrido na primeira fase, há cinco anos.

Na semana passada o ministro do MDIC, e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que a publicação ocorreria “nos próximos dias”.

Como já divulgado, tanto pelo governo como por representantes da indústria, a grande alteração nesta etapa será a medição das emissões do poço à roda. A eficiência energética será medida por megajoule por quilômetro, segundo o presidente.

Da mesma forma que na primeira fase haverá metas para serem seguidas e bonificações para aqueles que as superarem, com descontos de um ou dois pontos porcentuais no IPI. São aguardadas também indicações a respeito da eletrificação.

“A segunda etapa do Rota 2030 dará a previsibilidade tão esperada pela indústria e as indicações para pesquisa e desenvolvimento.”

Sem paradas de fábricas em agosto produção retoma patamar de maio

São Paulo – Sem paradas nas montadoras em agosto a produção deu um salto e somou 227 mil veículos, 24% acima do registrado em julho, 183 mil unidades. O volume volta ao patamar de maio, mês que antecedeu o anúncio do programa de incentivo do governo à venda de veículos de até R$ 120 mil, com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, quando foram produzidas 228 mil unidades.

Segundo o que afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, durante entrevista coletiva à imprensa na terça-feira, 5, o quinto mês do ano foi marcado por reforço na fabricação a fim de aproveitar o que seria anunciado em junho, embora ainda não se soubesse exatamente o teor da medida.

“A ausência de paradas de fábricas é sinal muito positivo em razão do que vínhamos vivendo nos últimos anos e meses.”

Na comparação com agosto de 2022, porém, quando saíram das linhas de produção 238 mil veículos, tem-se recuo de 4,6%. Leite lembrou que aquele mês no ano passado foi chave porque, diante das férias de países da Europa e dos Estados Unidos, e em meio à crise de semicondutores, acabou sobrando mais componentes para o Brasil, que aproveitou para acelerar a produção e “o País ficou no oceano azul”.

No acumulado do ano foram fabricadas 1 milhão 542 mil unidades, leve alta de 0,4% frente ao período janeiro a agosto de 2022, 1 milhão 479 mil veículos, o que o dirigente classificou como estabilidade.

Com relação aos estoques no mês passado havia 244,7 mil unidades nas montadoras e concessionárias, o equivalente a 35 dias de vendas. Em julho a quantidade de veículos prontos era de 198,8 mil, sendo necessários 29 dias para a desova das unidades.

“Em agosto, historicamente, considerando os últimos três anos antes da pandemia, 2017, 2018 e 2019, é normal haver aumento de estoque. Até para se prepararem para o segundo semestre, além de ser período de férias em países do Hemisfério Norte quando, portanto, há maior disponibilidade de insumos e componentes para o Brasil.”

Leite complementou que a quantidade está alinhada ao que a entidade esperava para o período e em volume inferior ao cenário de pré-pandemia.

Quanto aos empregos, em linha com o dado macroeconômico de que o índice de desemprego caiu ao menor patamar desde 2014, para 7,9% no segundo trimestre, as montadoras estão com 100,1 mil empregados, leve alta de 0,5% frente a julho. Em comparação a agosto de 2022, porém, o número está 3,3% abaixo. Na cadeia automotiva o número de funcionários chega a 1,2 milhão, segundo o presidente.

Com últimas medidas veículo brasileiro ficou 35% mais caro na Argentina

São Paulo – A Argentina, outrora principal parceiro comercial do Brasil, hoje responde por 29% da demanda pelos veículos exportados, demanda que tem andado de lado. Com a crise econômica o país tem registrado dificuldade em obter dólares e, portanto, tem exercido medidas para restringir as importações.

Além da escassez de licenças de importação, que provoca filas enormes no Porto de Zárate e dificulta a entrada de carros brasileiros, e gerando paradas em fábricas argentinas, recentemente o governo estendeu o imposto PAIS, Para uma Argentina Inclusiva e Solidária, de 7,5%, aos veículos e autopeças importados – antes esta alíquota incidia apenas sobre veículos de luxo acima de US$ 25 mil.

A extensão do PAIS para o setor foi convencionada no fim de julho pelo ministro da Economia, e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Massa, como efeito colateral do pacote fiscal no âmbito das negociações com o FMI que buscavam controlar a crise de inflação, déficit e dívida.

Durante a entrevista coletiva à imprensa da Anfavea, na terça-feira, 5, o presidente Márcio de Lima Leite contextualizou que, além do imposto de 7,5%, o câmbio argentino acumula desvalorização de 27%:

“O produto final encareceu quase 35%. Então, se antes tínhamos competitividade no veículo enviado do Brasil à Argentina, em um mês o efeito econômico para as montadoras que exportam para lá é que ele ficou 35% mais caro”.

Isto acontece em um momento em que o mercado da Argentina vem crescendo: de janeiro a agosto, de acordo com dados da Acara, foram emplacados 319 mil veículos, 11% a mais do que no mesmo período do ano passado. Na avaliação de Leite, 2023 deverá terminar com 430 mil unidades vendidas.

Segundo o dirigente a Anfavea tem conversado com o governo a este respeito mas, diante do momento pré-eleitoral  – o primeiro turno será disputado em 22 de outubro  – nenhuma medida efetiva foi tomada. E dificilmente será antes das eleições presidenciais.

No fim de agosto foi acordado pelos governos dos dois países a possibilidade da liberação de US$ 600 milhões para financiar exportações brasileiras à Argentina com garantias do Banco do Brasil e do CAF, Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe. A validade da ação, porém, depende de aprovação do conselho gestor do CAF, que se reunirá em 14 de setembro.

Média diária indica que mercado retornou ao período de pré-incentivos

São Paulo – Após desempenho fora da curva em julho, quando as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 225,6 mil unidades, com média de 10,7 mil licenciamentos por dia, em agosto foram emplacadas 207,7 mil unidades, média de 9 mil/dia. O volume recuou 7,9% na comparação com julho e 0,4% com relação a agosto de 2022, segundo divulgou a Anfavea na terça-feira, 5.

Com o fim dos recursos destinados por meio da MP 1 175 para descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil na compra de veículos leves, e que ainda não engrenaram para negócios com caminhões e ônibus, o mercado retornou ao ritmo registrado no período anterior ao programa do governo.

Em junho a média diária foi exatamente igual à de agosto: 9 mil veículos/dia. Com exceção de maio, que bateu em 8 mil/dia, vem oscilando desde março nesta média. O mesmo ritmo foi registrado no segundo semestre do ano passado com exceção de novembro e dezembro, quando a média cresceu.

Por esta razão o presidente Márcio de Lima Leite descartou, por ora, revisão das projeções divulgadas pela Anfavea no início do ano. Elas apontam para mercado de 2 milhões 168 mil unidades, 3% acima do registrado em 2022.

De janeiro a agosto foram licenciados 1 milhão 432 mil veículos, alta de 9,4% sobre o mesmo período do ano passado. Em quatro meses os licenciamentos deverão somar 736 mil veículos, ou 184 mil unidades/mês, para que as projeções da Anfavea sejam alcançadas, resultado obtido em quatro dos oito meses deste ano. E em três dos quatro meses equivalentes de 2022 as vendas foram superiores a esta média – 194 mil em setembro, 180,9 mil em outubro, 204 mil em novembro e 219 mil em dezembro.

Outro bom indicativo é que mesmo com o fim dos programas de incentivos do governo o mercado manteve bom ritmo. Segundo a Anfavea apenas 2,7 mil dos 207,7 mil emplacamentos do mês passado tiveram bônus do governo.

Os SUVs dominam o mercado, com 40% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves em agosto. Os hatches responderam por 22,7% do total, as picapes por 19,1%, os sedãs por 14,5% e Outros pelos 3,7% restantes.

Agosto terminou com 244,7 mil unidades em estoque, que conseguem suprir 35 dias de vendas. O volume, segundo Lima Leite, está dentro da média histórica para o período.

Exportação reage em agosto mas volume ainda está abaixo de 2022

São Paulo – Foram embarcados, em agosto, 34,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 13,8% maior do que em julho, 30,3 mil unidades. Esta reação foi puxada, em grande parte, por demandas do México, hoje principal destino das exportações brasileiras, com 31% do total.

É o que apontam os dados da Anfavea referentes às exportações automotivas divulgados na terça-feira, 5. Segundo o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, foi retomado um bom patamar de negócios, similar aos dos demais meses do ano, que teve como pico março e maio, com 44 mil unidades cada.

Quando comparado, porém, o desempenho ao mesmo mês no ano passado, em que as vendas externas alcançaram 46,8 mil unidades, houve recuo de 26,2%. No acumulado do ano o volume de 292,1 mil unidades também está 12,8% abaixo do mesmo período em 2022, quando foram exportados 335 mil veículos.

O presidente Lima Leite afirmou que os dados acendem sinal de alerta pelo fato de que, no ano passado, havia problema para se produzir diante da escassez de componentes, principalmente semicondutores, o que hoje não prejudica mais as linhas de produção na mesma intensidade mas, ainda assim, os embarques estão menores.

“O País está perdendo competitividade no nosso quintal, que é a América Latina, responsável pelo grosso das nossas exportações. Percebemos que esses países estão recebendo grande quantidade de produtos chineses e asiáticos.”

Mais: os mercados da Colômbia e do Chile, que respondem por 10% e 6% deste mercado externo, respectivamente, caíram, em média, 30%, o que prejudicou sobremaneira as exportações: “O Chile vinha crescendo bastante e chegou a ser o segundo mercado de automóveis da América Latina. Agora ele perde espaço nas exportações e no mercado interno”.

Leite citou que o México tem recebido investimentos muito expressivos nos últimos anos e que, nos últimos meses, principalmente da China e de outros países asiáticos. E que, devido ao acordo de livre comércio com o Brasil, há impacto importante para as vendas brasileiras.

Em valores os embarques renderam US$ 976 milhões em agosto, 6,5% a menos do que em agosto do ano passado, US$ 1 bilhão 44 milhões, e 1,9% a menos do que o valor de julho, US$ 995 milhões. No acumulado do ano, no entanto, os US$ 7,7 bilhões estão 13,1% acima dos oito primeiros meses de 2023.

Vendas de veículos usados avançam 13% em agosto

São Paulo –- Foram comercializados, em agosto, 1 milhão 374 mil veículos seminovos e usados, o que representa avanço de 12,8% frente aos números de julho. Em comparação com o mesmo mês de 2022 o incremento foi de 4,5%. É que aponta relatório da Fenauto.

A maior parte dos negócios feitos em lojas envolveu automóveis, com 866,2 mil unidades, 12,2% mais do que em julho e 6% acima de agosto do ano passado.

Os veículos mais vendidos no mês passado foram Volkswagen Gol, com 71,3 mil unidades ou 8,2% do total, seguido do Fiat Uno, com 40,5 mil unidades ou 4,7% do total, e do Fiat Palio, com 37,9 mil unidades ou 4,4% do total.

Segundo a Fenauto a maior parte das vendas foi de veículos velhinhos, acima de treze anos. Foram comercializadas 511,6 mil destas unidades, o que representa 37,2% do total, 12,2% a mais do que no mês anterior e 8,7% a mais do que um ano atrás.

Na sequência vieram os usados jovens, com quatro a oito anos de uso, com 358,6 mil unidades ou 26%, avanço de 12,7% ante julho e de 5,9% frente a agosto de 2022.

No acumulado de 2023 a comercialização soma 9,4 milhões de unidades, volume 10,7% superior ao período de janeiro a agosto do ano passado.

Na avaliação do presidente da Fenauto, Enílson Sales, os dados são positivos, pois ainda faltam quatro meses para o fim do ano e a projeção é a de que até lá sejam vendidos em torno de 15 milhões de usados e seminovos:

“Como no fim do ano as vendas costumam ser mais aquecidas para o comércio em geral, provavelmente finalizaremos 2023 com um excelente resultado”.

Stellantis comprova que e-fuels são compatíveis com seus motores

São Paulo – A Stellantis concluiu que os e-fuel fornecidos pela Aramco são compatíveis com 24 famílias de motores produzidos na Europa desde 2014, o que representa 28 milhões de veículos em circulação. Nos testes foram analisados, sem qualquer modificação no trem de força, as emissões do tubo de escape, capacidade de arranque, potência do motor, duração da confiabilidade, diluição do óleo, tanque de combustível, linhas e filtros de combustível e o desempenho em frio e calor extremos.

Segundo a Stellantis os e-fuel têm o potencial de reduzir as emissões de dióxido de carbono em pelo menos 70% na comparação com a gasolina ou diesel convencionais. Abastecendo os 28 milhões de veículos europeus com o combustível sintético deixariam de ser emitidas até 400 milhões de toneladas de CO2 na Europa de 2025 a 2050.

A Aramco está investindo em duas fábricas de demonstração para explorar a produção dos combustíveis sintéticos, na Arábia Saudita com gasolina e na Espanha com diesel e combustível de aviação.

Stellantis inaugura laboratório de certificação de dummies

São Paulo – A Stellantis inaugurou em seu Safety Center em Betim, MG, o Laboratório de Certificação de Dummies, um projeto desenvolvido no Brasil em parceria com empresa brasileira de tecnologia especializada na aquisição de dados e equipamentos de teste. No novo espaço os bonecos, usados em crash testes, também serão testados para certificar a precisão e a consistência dos resultados obtidos nos testes de colisão.

Segundo Márcio Tonani, vice-presidente dos centros técnicos de engenharia da Stellantis para a América do Sul, em torno de cinquenta sensores serão posicionados em cada dummy para que seja possível replicar, de forma precisa, as respostas do corpo humano em acidentes.

“Os diferentes tipos de dummies, com base em estatísticas globais e características biométricas, permitem simular uma variedade de biotipos e idades, garantindo que os veículos sejam testados para a segurança de todos.”

Antes do laboratório em Betim este processo era feito em unidades nos Estados Unidos, França e Itália.

Fiat Strada volta à liderança do mercado brasileiro

São Paulo – Finalizados os R$ 800 milhões destinados pelo governo a descontos na compra de veículos 0 KM o mercado brasileiro retorna ao seu ritmo. Depois de dois meses com o Volkswagen Polo na liderança das vendas de automóveis e comerciais leves a Fiat Strada recuperou, em agosto, a primeira posição do mercado. O Polo, produzido em Taubaté, SP, caiu para a terceira posição – foi superado, também, pelo Chevrolet Onix.

Onix, Polo e o quarto colocado no ranking, Hyundai HB20, ficaram quase empatados, com diferença de poucas centenas de unidades. Os hatches dominaram o ranking: além dos três os Fiat Mobi e Argo estão no Top 10.

O Chevrolet Tracker, sétimo mais vendido, foi o campeão dos SUVs em agosto. Destaque para o Honda HR-V no ranking, ocupando a nona posição e o segundo SUV mais vendido no mês.

BYD comercializa 70 unidades do elétrico Seal em 24 horas 

São Paulo – A BYD anunciou que contabilizou a venda de setenta unidades do Seal, seu sport coupé 100% elétrico, em 24 horas. O modelo, que possui motor de 531 cv, capacidade de ir de zero a 100 km/h em 3,8 segundos e autonomia de até 520 quilômetros, foi apresentado no Brasil em 30 de agosto. O preço sugerido para seu lançamento é R$ 296,8 mil.

O Seal é o primeiro veículo BYD a contar com tecnologia cell-to-body, em que a bateria integra a estrutura da carroceria, o que promove maiores rigidez, segurança e espaço.

A empresa realizou simulação no ranking de vendas da ABVE de julho e assinalou que o seu sedã de luxo ocuparia a sexta colocação nos emplacamentos de elétricos com apenas um dia de vendas.