Fenabrave deverá revisar projeções ao fim do trimestre

São Paulo – Para José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, setembro será importante para definir o futuro de curto prazo da indústria automotiva. A associação que representa o setor de distribuição aguarda o fim do mês para revisar suas projeções para o ano, o que costuma fazer de noventa em noventa dias. Segundo ele, que participou do 5º Congresso Latino-Americano de Negócios do Setor Automotivo, realizado por AutoData, o desempenho do mês ajudará a calibrar o desempenho do mercado até o fim do ano:

“Estamos esperando o resultado de setembro para revisar a projeção do mercado, se será maior, menor ou igual ao que já era esperado”.

Ele tem seus palpites. Um deles é que o segmento de automóveis e comerciais leves terá desempenho um pouco melhor do que o esperado. A média diária de setembro, que está quase fechando a primeira quinzena de vendas, registra 8 mil 70 unidades emplacadas/dia, volume superior a maio, mês sem incentivos do governo, mas abaixo dos meses de junho, julho e agosto, que foram afetados positivamente pelos descontos da MP 1 175. A grande questão é se o desempenho registrado no começo de setembro será mantido pelo mercado até o fim do mês, segundo o presidente da Fenabrave.

A atual projeção da Fenabrave é de 1 milhão 957 automóveis e comerciais leves vendidos em 2023, estável na comparação com 2022.

Uma saída para aumentar a venda de veículos leves, segundo Andreta, seria reduzir o preço dos veículos de entrada em torno de R$ 10 mil. Seus cálculos apontam que a medida poderia agregar ao mercado cerca de 300 mil unidades por ano. Outras alternativas seriam reduzir as taxas de juros e aumentar o prazo para financiamentos e a aprovação das fichas, movimento também que ajudaria no desempenho do mercado para os próximos anos.

Nissan finaliza seu plano estratégico para a região

São Paulo – Até o fim do ano a Nissan divulgará seu planejamento para a América Latina para os próximos cinco anos, promessa de Guy Rodriguez, responsável na Nissan por todas as divisões da região – México, América do Sul e NIBU, Nissan Importers Business Unit – durante o 5º Congresso Latino-americano de Negócios do Setor Automotivo. Embora não tenha entrado em pormenores ele reforçou que a ideia é expandir a quantidade, e o volume, de modelos produzidos localmente.

“91% dos 280 mil veículos vendidos no ano passado na região foram produzidos em uma das fábricas do México, Brasil ou Argentina. Ampliaremos a produção na região.”

Na fábrica de Resende, RJ, o único modelo produzido é o Kicks. De Córdoba, Argentina, sai a picape Frontier, fábrica em parceria com a Renault, sua companheira de Aliança. Do México, para o Brasil, são produzidos os sedãs Versa e Sentra.

Um dos modelos que chegará à região será a nova picape, já anunciada globalmente. Em breve os brasileiros receberão, também, um modelo com a tecnologia e-Power, já disponível na Argentina e no Chile com o X-Trail importado da Europa.

Desde junho Rodriguez ficou responsável por toda a região, movimento definido pela matriz para tornar mais integrado o trabalho para a América Latina. Sob seu guarda-chuva estão cinco fábricas, setecentos concessionários e 19 mil empregados, mesmo número de trabalhadores que a Nissan mantém nos Estados Unidos.

“Produzimos no ano passado 440 mil veículos. Um terço das vendas nas Américas fica nos países da América Latina, onde fechamos com 6,4% de participação e a liderança no México.”

A companhia procede investimento de US$ 250 milhões em Resende, para modernizá-la e prepará-la para produzir novos modelos. A expectativa, portanto, é a de que boa parte das informações seja divulgada até o fim do ano e a Nissan trilhe seu caminho para o crescimento no mercado brasileiro, onde, hoje, detém 3,3% de participação nas vendas.

Automóvel usado é o novo carro popular, opina Besaliel Botelho

São Paulo – O atual cenário dos veículos 0 KM, em que quase a metade do mercado projetado para este ano, de 2,3 milhões de unidades, será composto por unidades de até R$ 120 mil, impõe patamar que privilegia o consumidor de classes A e B. Resta aos integrantes das classes C e D ficarem no segmento de seminovos e usados, disse Besaliel Botelho, integrante do conselho consultivo da Bright Consulting e ex-presidente da Bosch para a América Latina, durante o 5º Congresso Latino-americano para Negócios do Setor Automotivo, realizado por AutoData.

Tal condição, resultante da atualização de itens de segurança e de nova tecnologia, ao mesmo tempo em que não se tem escala não é exclusiva do Brasil pois estende-se por toda a América Latina: “O preço define a escala, a tecnologia e o comprador”.

Somado aos custos elevados a escassez de crédito, os juros altos e a perda do poder de compra o “carro usado é o novo carro popular”, segundo Botelho. Sendo assim o segmento de reposição tem possibilidade única, pontuou, ao complementar que se trata de mercado crescente e com potencial de expansão de 6% a 7% na América Latina.

Somente no Brasil, citou, esse mercado deve girar em torno de R$ 100 bilhões, sendo 60% gerados por automóveis e comerciais leves, 30% por pesados e 10% por motos. Números do Sindipeças mostram que no acumulado de 2023 tem-se expansão de 23% frente a 2022. Até a metade do ano foram comercializadas 6 milhões de unidades usadas, volume que pode chegar a 15 milhões até dezembro.

No México, na Argentina e na Colômbia a demanda por usados também está crescendo, citou o consultor, ao ponderar que, apesar da grande possibilidade há, ao mesmo tempo, muita importação: “A oportunidade também é vista por outros mercados. Por isso é importante que possamos nos unir para buscar alternativas que façam com que sejamos mais competitivos e geremos maior volume de produção e mais investimento no setor de autopeças”.

Botelho prosseguiu destacando a existência de potencial para fortalecer a produção nacional e focar em volumes, a fim de preparar o setor para essas novas tecnologias: “É preocupante o contexto da eletrificação porque é preciso preparar oficinas e concessionárias para lidarem com esse novo veículo na reposição. E isto em um tema que não está totalmente definido e que traz riscos”.

O consultor destacou que se trata de oportunidade de investimento para nacionalização, para se preparar para esse novo mundo tecnológico e exportar tecnologias nos mercados latinos. Mas chamou atenção para o fato de que, se não tivermos volumes, como seremos competitivos para exportar? Até porque a China produz quantidade muito maiores e em condições de produção muito mais favoráveis do que as brasileiras.

Ele ressaltou também que o setor tem a possibilidade de pensar em reciclagem veicular frente ao envelhecimento da frota com o objetivo de tentar reduzir o risco deste processo e o impacto no meio ambiente.

E que se abre leque de oportunidades nos modelo de negócios das concessionárias, oficinas e distribuidoras do varejo, que estão fazendo cada vez mais vendas remotas, por meio da internet: “A gestão de frotas também tem gerado oportunidades a partir do uso de big data, por meio do qual é possível reforçar a adesão à manutenção preditiva nos veículos e deixá-los mais seguros nas rodovias”.

Botelho afirmou que é preciso prestar atenção, também, à necessidade de desenvolver alguma forma de baratear os custos das peças de reposição: “É preciso ter discussão envolvendo montadoras, concessionárias e sistemistas para que haja alternativas, como peças genéricas, que caibam no bolso do consumidor e garantam qualidade e segurança sem fugir das especificações e do combate à pirataria”.

Era o motor turbo que faltava ao Peugeot 208

São Paulo – Desde a chegada da nova geração do hatch Peugeot 208, produzida sobre a plataforma CMP desde 2020, o mercado aguardava a chegada de uma versão com motor turbo. A fusão da PSA com a FCA no fim daquele ano acelerou a chegada de um inesperado 1.0 para a gama, aproveitando-se do Firefly produzido em Betim, MG. Agora, também beneficiado pelas sinergias da criação da Stellantis, chegou a vez do T200, também saído das linhas mineiras, equipar o hatch produzido em El Palomar, Argentina.

Assim o Peugeot 208 passa a competir em 100% do segmento hatch: tem opções 1.0 de entrada, com o 1.6 que foi seu primeiro motor e agora com o 1.0 turbo, colocado nas prateleiras mais altas da linha. Segundo Felipe Daemon, vice-presidente da Peugeot para a América do Sul, os hatches com motor turbo já representam 23% do segmento.

A intenção é brigar no topo do segmento, de acordo com ele. A Peugeot mira, especialmente, consumidores do Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Volkswagen Polo, os três modelos mais vendidos no mercado brasileiro. Será preciso acelerar bastante: até agosto foram cerca de 18 mil Peugeot 208 emplacados no mercado nacional, 62,7 mil Onix, 62,4 mil Polo e 54,2 mil HB20.

Para esquentar essa disputa a Peugeot, junto com a chegada do 208 Turbo, reposicionou os preços de toda a linha. O modelo de entrada, 1.0 Like, teve seu preço reduzido em cerca de R$ 10 mil e agora parte de R$ 76 mil – abaixo do Polo Track e do Onix , ofertado por R$ 8 mil a mais, e bem próximo do HB20 Sense. Os preços foram retirados dos sites de cada empresa.

Ao mesmo tempo a empresa faz mais um movimento em direção à mudança de sua fama no pós-venda, oferecendo três revisões pelo preço de uma para toda a linha. No 208 o pacote sai por R$ 430.

208 T200

A novidade do segmento traz, acoplado ao motor turbo 1.0 T200, a transmissão CVT fornecida pela Aisin. O motor tem 130 cv quando abastecido com etanol. Para a nova versão a Peugeot mexeu em componentes do motor, da suspensões traseira e dianteira e nos sistemas de direção, rodas e pneu.

O hatch oferece sistemas de direção assistida ADAS e itens de conforto e entretenimento, como a central multimídia com pareamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, carregamento por indução para smartphone e ar-condicionado digital.

A primeira versão com motor turbo, a Allure, traz todos os itens da Active 1.6 e tem preço promocional de R$ 100 mil – e naturalmente Daemon não revelou até quando essas condições estarão em vigor. E nela retornou a versão Style, mais esportiva, que havia ficado de fora na renovação da linha 2024.

Confira os preços.

Peugeot 208 1.0 Like – R$ 75 mil 990
Peugeot 208 1.0 Style – R$ 86 mil 990
Peugeot 208 1.6 Active – R$ 97 mil 990
Peugeot 208 1.6 Roadtrip – R$ 102 mil 990
Peugeot 208 T200 Allure – R$ 99 mil 990
Peugeot 208 T200 Style – R$ 109 mil 990
Peugeot 208 T200 Griffe – R$ 114 mil 990

Peugeot busca subir mais degraus do mercado brasileiro

São Paulo – Oscilar da décima para a décima-primeira posição do ranking brasileiro de automóveis e comerciais leves, disputando com sua companheira de Grupo Stellantis, a Citroën, é pouco para a Peugeot. A avaliação é de seu vice-presidente para a América Latina, Felipe Daemon, que deseja subir mais degraus.

Não deve demorar muito. Sem revelar a receita ele disse, durante o lançamento da versão turbo do hatch 208, modelo responsável por mais de 80% dos licenciamentos da Peugeot no Brasil, que 2023 e 2024 serão grandes anos: “Estamos na briga pela décima posição, mas queremos ir além. Quando cheguei à Peugeot tínhamos 0,7% de participação. Hoje estamos com 1,6%”.

Daemon assumiu a empresa logo após a criação da Stellantis, nomeado pelo COO Antonio Filosa. Ele havia trabalhado, com destaque, na renovação da picape Fiat Strada – um exF, portanto, como se autodenominam os vindos da FCA: os exP são os que vieram da PSA.

Em 2021 as vendas da Peugeot no Brasil cresceram 126% sobre o ano anterior. No ano passado houve novo salto, de 41%, somando 41,7 mil emplacamentos: “A Peugeot foi responsável por um terço do crescimento da Stellantis na América do Sul”.

As alavancas deste crescimento, de acordo com Daemon, foram a evolução da gama de produtos – consolidada com a versão turbo do 208, que passou a competir em 100% do segmento hatch compacto –, o crescimento da rede, atualmente com 169 pontos de vendas, e comunicação mais assertiva, que conseguiu alcançar o cliente.

O vice-presidente mantém em sigilo os próximos passos da Peugeot, que terá mais um modelo, possivelmente a nova geração do SUV 2008, produzido em El Palomar. Mas deixou uma possibilidade no ar quando questionado sobre o híbrido flex, sistema que a Stellantis apresentou há alguns meses: “Ser responsável por um terço do crescimento da Stellantis na região indica que a Peugeot é protagonista dentro do grupo. Posso dizer que continuaremos sendo protagonistas”.

VW Caminhões e Ônibus entrega primeiro e-Delivery na Argentina

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus entregou o seu primeiro caminhão elétrico na Argentina para a Express Logística, que cuida do transporte da Cervejaria e Malteria Quilmes. O e-Delivery 6×2 de 14 toneladas, produzido em Resende, RJ, possui autonomia de até 250 quilômetros com uma carga. 

Segundo a empresa montadora, o negócio representa um passo importante na sua estratégia de descarbonização e também marca o avanço da Quilmes, que busca a neutralidade carbônica até 2040.

Iveco nomeia Luciane Dall’Oglio como diretora comercial para importadores da região

São Paulo – Luciane Dall’Oglio é a nova diretora comercial para países importadores da Iveco na América Latina. Ela sucederá a Reinaldo Rossoni, que ocupará o cargo de diretor regional do mercado de São Paulo e se reportará diretamente ao presidente na região, Márcio Querichelli.

Dall’Oglio terá o desafio de desenvolver planos comerciais nos países latino-americanos que não possuem fábricas Iveco – todos os da região exceto Brasil e Argentina.

Formada em administração de empresas com mestrado em marketing pela FGV, e especializada em gestão de negócios internacionais pela Universidade Internacional, Dall’Oglio tem pouco mais de dezessete ano de vivência no setor automotivo, passando por Michelin, Continental AG e DAF Trucks. Sua última etapa profissional foi no Grupo Santa Rosa, distribuidor oficial da Iveco no Uruguai.

Mercedes-Benz mostra imagem estilizada do eActros 600

São Paulo – O Mercedes-Benz eActros 600, caminhão elétrico extrapesado dedicado ao transporte de longa distância, será lançado globalmente em 10 de outubro. A empresa, contudo, já apresentou uma primeira amostra do veículo ao liberar imagem estilizada.

Com autonomia de 500 quilômetros o eActros 600 terá três conjuntos de baterias que darão capacidade total instalada de mais de 600 kWh. Daí vem a designação 600, derivada da capacidade de suas baterias, assim como nos modelos eActros 300/400 para transporte pesado em serviços de distribuição urbana.

Além disso o extrapesado de linhas claras e de design aerodinâmico virá com dois motores elétricos como parte do novo eixo elétrico capazes de gerar potência contínua de 400 kW, bem como uma potência máxima de mais de 600 kW.

Anfavea vende sua sede em São Paulo e está de mudança

São Paulo – Quarenta e oito anos depois as decisões mais importantes dos rumos da indústria automotiva nacional não serão mais tomadas na casa que ocupa o número 496 da avenida Indianópolis, na Capital de São Paulo, também dotada de endereço na alameda dos Nhambiquaras. A Anfavea mudará de sede.

Localizado em região com forte avanço do setor imobiliário, onde muitas casas estão indo abaixo para dar lugar a prédios – como o quase vizinho Buffet Colonial, que por diversas vezes sediou entrevistas coletivas e outras celebrações da entidade –, o imóvel que abriga a Anfavea desde 1975, comprado por Mário Bernardo Garnero, foi vendido para uma incorporadora.

A associação das fabricantes de veículos, agora, terá nova sede: acertou na quinta-feira, 14, a compra de um imóvel na avenida Luiz Carlos Berrini, 105, no quarto andar do condomínio Berrini One. O local tem história na indústria automotiva: foi sede da FCA antes da fusão com a PSA e criação da Stellantis.

História

Quando a Anfavea decidiu deixar escritórios no Conjunto Nacional, em plena avenida Paulista, fugia de trânsito caótico em busca de sossego quase que interiorano. Aquelas franjas de Moema separadas pela avenida Indianópolis pareciam ser um bom caminho: fácil de correr para o aeroporto de Congonhas, fácil para fugir para a Região do ABCD, onde estava instalada boa parte das empresas associadas. Com acesso à avenida 23 de Maio rumo ao Centro, ao Centro Novo, ao Centro expandido, ao Terraço Itália, ao Buck’s Clube. No sentido contrário o restaurante Massimo, predileto de dez em cada dez dos executivos da entidade, era alcançado em menos de 20 minutos.

Machadinho, dublê de garçon e de motorista de táxi, tinha tudo para ser diferente do tradutor Waldemar Heinrich, antigo diretor da Frigidaire que dividia seu trabalho pelas comissões internas da Anfavea. Um fazia o próprio café que servia e outro chegava, todo dia, pouquinho antes das 9 da manhã, vestindo capacete de couro das antigas e estacionava sua moto debaixo de árvore perto da piscina. Um era dono de humor desconcertante e o outro era a gentileza em pessoa. Estas duas personalidades sintetizam as lembranças do diretor de AutoData, Vicente Alessi, filho, daquele espaço, onde trabalhou por pouco mais de dois anos.

Pois a sede da entidade tinha uma piscina, que viera junto com a casa nova e a promessa de nunca ser usada. No fim dos anos 1980 ainda se fazia as festas de fim de ano naquele espaço que perdera a piscina, aterrada por ordem de alguém temeroso de mau uso. A casa foi ampliada e reformada logo depois da gestão de Luiz Adelar Scheuer, 1992-1995, e ganhou mais espaço com a compra de casa vizinha, com porta para a Nhambiquaras. A inauguração daquele, digamos, complexo urbanístico, foi realizada na gestão de Silvano Valentino graças a Scheuer, que soube empregar o eterno dinheiro curto da entidade.

Antes, um bocado antes, desde 1977, aquele casarão de frente bonita costumava abrigar reuniões que não deveriam ser públicas, de diretores seus com representantes sindicais, por exemplo, num processo de conhecimento e, claro, de busca de camaradagem. Às vésperas da greve de 1978 e em busca de solução para o impasse instalado e com toda a imprensa brasileira na calçada mais de um representante sindical teve que pular o muro para poder participar de reunião.

São história que serão massacradas pelo bulldozer chamado mercado imobiliário.

Mercosul perdeu espaço e China ganhou relevância no mercado mexicano

São Paulo – De 2005 para 2022 a venda de veículos leves exportados do Mercosul para serem vendidos no mercado mexicano caiu 55,4%, de 248,1 mil para 110,8 mil unidades. Os modelos brasileiros recuaram de 219,9 mil unidades para 99,1 mil e os argentinos caíram de 28,2 mil para 11,7 mil no período.

Os dados foram apresentados por Cristina Vázquez, coordenadora de estudos econômicos da AMDA, Associação Mexicana dos Distribuidores Automotores, em sua apresentação no 5º Congresso Latino-Americano de Negócios Automotivos, realizado por AutoData. O Mercosul era o principal fornecedor de veículos para o mercado mexicano em 2005, com 34,2% do total importado, mas em 2022 este porcentual caiu para 15%. O espaço foi perdido para veículos chineses.

“No México os automóveis importados da China não são mais vistos como produtos de baixa qualidade. Atualmente eles têm uma grande oferta de SUVs no País, com preços muito bem posicionados e boa relação na comparação com sua qualidade.”

Dos 34,2% que o Mercosul representava nas importações mexicanas em 2005 30,3% eram produzidos no Brasil e 3,9% na Argentina, e a China nem aparecia na lista dos principais fornecedores. Em 2022 a China representou 24,7% do total de veículos leves importados pelo México, com o Mercosul na segunda posição com 15%, sendo 13,4% do Brasil e 1,6% da Argentina.

De janeiro a agosto de 2023 os dados mostram que o avanço chinês no mercado mexicano está cada vez mais forte, com 29,4% de participação. O Mercosul seguiu perdendo espaço e, até agosto, ficou com fatia de 14,5%. 

O cenário para veículos pesados é bem diferente: em 2018 o Brasil exportou 930 veículos para o México de janeiro a agosto, contra 2 mil 855 em 2023, aumentando sua participação de 14% para 29,4%. Atualmente o Brasil é o segundo maior exportador de veículos pesados para o México, atrás apenas do Japão, que registrou 3 mil 367 unidades. A China ficou na terceira posição, com volume bem menor do que Brasil, 1 mil 153 unidades. 

A Argentina não exportou nenhum veículo pesado para o México de 2018 a 2022, mas de janeiro a agosto de 2023 embarcou onze unidades, conquistando 0,1% de participação no total importado.