Com novo Tiggo 8 Pro Caoa Chery busca ganhar mercado acima e abaixo

Anápolis, GO — O Tiggo 8 Pro é a mais nova aposta da Caoa Chery para seguir com seu impressionante desempenho de vendas, que nos sete primeiros meses deste ano já supera os 33 mil emplacamentos, com crescimento de 150% sobre o mesmo período de 2023 – e a expectativa é avançar 190%, para 73,7 mil unidades, em 2024 inteiro.

Para tanto a empresa ajustou o preço de lançamento do SUV de grande porte, com até sete assentos, em R$ 188,9 mil, com todos os equipamentos possíveis e sem nenhum opcional, o que faz o modelo competir com vantagens tanto no seu próprio segmento como abaixo dele, com SUVs médios.

Depois dos Tiggo 5x e 7 o novo Tiggo 8 completa a renovação da gama Chery produzida pelo Grupo Caoa, promovida como parte do plano de investimento de R$ 3 bilhões no período 2024-2028 – dos quais R$ 1,5 bilhão serão aplicados até fevereiro de 2025 também na ampliação e modernização da fábrica de Anápolis, GO, incluindo a montagem local da versão híbrida plug-in do Tiggo 8, até agora importada da China.

Anuar Ali, vice-presidente do Grupo Caoa, afirmou que todo o expressivo crescimento da Caoa Chery está baseado no lançamento de bons produtos por preços altamente competitivos: “Assim redefinimos a categoria de SUVs médios quando lançamos o Tiggo 7 Sport e queremos fazer o mesmo agora com o Tiggo 8 Pro. Temos potencial para dobrar as vendas para 1 mil ou 1,2 mil unidades por mês”.

Este ano, de janeiro a julho, o nível médio mensal de vendas do Tiggo 8 está bem próximo do registrado um ano antes: cerca de 670 unidades. Com a renovação do modelo, que teve motor e suspensão recalibrados e ganhou sofisticações visuais, a expectativa é ganhar novos clientes não só no mesmo segmento competindo com outros SUVs de sete lugares como os bem mais caros Jeep Commander e Volkswagen Tiguan All Space, mas também SUVs médios menores na faixa dos R$ 200 mil, como Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos.  

Configuração ao gosto brasileiro

Para competir com tamanha eficiência em faixa de mercado cada vez mais povoada a Caoa Chery aplica a mesma estratégia desde a união da duas empresas, em 2017, aliando o grande poder de distribuição e publicidade do grupo brasileiro, bem como sua capacidade de produção em Anápolis, com os custos imbatíveis do fabricante chinês que envia seus carros desmontados para a montagem nacional.

“A Caoa Chery atua desde o desenvolvimento do produto até a sua comercialização”, pontuou o diretor de engenharia Leonardo Lukacs. “Sempre crescemos com produtos bem-sucedidos, porque nosso diferencial é desenvolver os veículos para o gosto dos brasileiros e não somente importar configurações prontas.”

O novo Tiggo 8 Pro segue o mesmo plano: como segunda maior cliente da Chery no mundo – só perdendo para o imenso mercado chinês – a Caoa monta o carro no Brasil com a configuração que julga fazer maior sucesso para os clientes brasileiros. E nesta faixa de mercado a opção foi por lançar um SUV topo de linha completo, sem opcionais, com o máximo de sistemas tecnológicos de última geração, por preço mais acessível que o dos concorrentes.

Velhas e novas qualidades

Assim como o modelo lançado no Brasil há quatro anos o novo Tiggo 8 Pro conserva suas qualidades e ganhou algumas novas, especialmente no painel, onde uma tela curva contínua de 24,6 polegadas agora incorpora o quadro de instrumentos digital, à esquerda, e o sistema multimídia, ao centro, que reúne todos os controles de infoentretenimento do veículo – inclusive o mapa com GPS nativo que pode ser espelhado no cluster do motorista –, tudo conferindo um visual mais tecnológico ao interior da cabine.

Nova tela curva de 24,6 polegadas integra o quadro de instrumentos digital e a central multimídia

O conforto interno e a qualidade dos revestimentos segue de alto nível. O amplo e renovado console central agora abriga uma alavanca do tipo joystick de segunda geração para a comutação eletrônica de marchas. Os bancos dianteiros têm ajustes elétricos – e o motorista, com sua mão direita, pode acessar o controle extra do assento do passageiro. O sistema de som com oito falantes foi projetado pela Sony especificamente para o espaço do Tiggo 8. O porta-malas, quando não estão em uso os dois assentos sobressalentes, é o maior do mercado, com vastos 900 litros.

O pacote Max Drive, com catorze sistemas de segurança ativa e assistência ao motorista é de série, incluindo ACC, controle de velocidade adaptativo, frenagem automática de emergência e assistência de permanência em faixa, que complementam seis airbags e o controle eletrônico de estabilidade e tração. As câmaras externas monitoram os 360 graus do entorno para facilitar as manobras de estacionamento.

Por fora a dianteira foi suavemente redesenhada, sem alterações profundas, mas com aperfeiçoamentos, como o novo conjunto de faróis de LED mais potentes que contam com controle inteligente do farol alto, que identifica veículos vindo em sentido contrário e baixa o faixo luminoso para não ofuscar os outros motoristas.

A grade frontal cresceu e ganhou novo desenho para aumentar a sensação de profundidade. Nas laterais o veículo ganhou mais personalidade com as novas rodas aro 19”, gravadas com o nome Tiggo em alto relevo e calçadas com pneus Pirelli 235/50 R19. O SUV também cresceu 20 mm no comprimento e agora mede 4 mil 720 mm.

Embaixo do capô o powertrain é o mesmo: motor a gasolina 1.6 turbo de 180 cv e 28 kgfm de torque máximo, e câmbio automático de dupla embreagem de sete marchas. O conjunto garante condução macia e bem-disposta. Porém, segundo Lukacs, também houve melhorias: o sistema de lubrificação foi redesenhado para garantir maior eficiência ao motor e assim também ficou mais silencioso. O sistema de gerenciamento eletrônico foi recalibrado para conferir manifestações de potência mais lineares.

O conjunto da obra é bom: a renovação deu ao Tiggo 8 Pro mais vigor para competir no mercado brasileiro.

AutoData promove fórum gratuito para discutir perspectivas do setor de ônibus

São Paulo – Em 23 de setembro, uma segunda-feira, AutoData realizará o Fórum AutoData Perspectivas Ônibus, evento online e gratuito que se destaca como um dos principais pontos de encontro para líderes da indústria automotiva no segmento de ônibus. Com 90% da programação já confirmada o fórum reunirá executivos de destaque das empresas fabricantes de veículos e de carrocerias do Brasil para debater tendências, desafios e oportunidades que o setor enfrenta em 2024.

O desempenho positivo registrado pelo segmento de ônibus nos primeiros meses deste ano, impulsionado principalmente pelo Programa Caminho da Escola, será um dos principais temas em discussão. Este programa tem sido um catalisador para a produção e venda de ônibus no Brasil, reforçando a relevância deste mercado no cenário automotivo nacional.

O segmento, no entanto, também enfrenta desafios significativos. A eletrificação, por exemplo, surge como uma tendência promissora para o futuro, especialmente em grandes metrópoles como São Paulo e nas capitais, mas ainda há cautela com relação à sua adoção em larga escala. Além disso os segmentos de ônibus rodoviários e de fretamento lidam com obstáculos importantes, especialmente após a introdução dos motores Euro 6 em 2023, que trouxe novas exigências para as operações.

Já confirmaram a sua presença Ruben Bisi, presidente da Fabus, Maurício Lourenço da Cunha, vice-presidente industrial da Caio, Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, Jorge Carrer, diretor de vendas de ônibus da Volkswagen Caminhões e Ônibus, e Danilo Fetzner, vice-presidente da Iveco Bus.

Todos os leitores da AutoData já estão automaticamente inscritos para o evento. O link de acesso será divulgado nos primeiros dias de setembro.

Marcopolo vende 472 ônibus na Lat.Bus

São Paulo – A Marcopolo anunciou a comercialização de 472 ônibus durante os três dias de Lat.Bus 2024, maior evento dedicado ao segmento na América Latina. De acordo com Ricardo Portolan, diretor de operações comerciais no mercado interno e marketing da companhia, os pedidos envolvem 278 micro-ônibus da Volare e 194 modelos rodoviários da Marcopolo.

Outras negociações foram iniciadas na feira e a empresa estima que o volume de vendas durante o evento pode chegar a 1,2 mil ônibus:

“O mercado de ônibus está mais aquecido do que no ano passado, em quase todos os segmentos. Apenas no escolar é que a demanda está abaixo da esperada. Se os pedidos do programa Caminho da Escola estivessem acontecendo em um ritmo maior a produção brasileira superaria as 24 mil unidades este ano.”

BorgWarner é a fornecedora do turbo que equipa o Citroën C3 You!

São Paulo – A BorgWarner é a fornecedora do turbocompressor utilizado no novo Citroën C3 You!, versão do hatch que marcou a entrada no segmento de modelos com motor 1.0 turbo. O turbocompressor fornecido pela BorgWarner é o B01 flex, que também é utilizado por outros modelos da Stellantis, como Fiat Strada, Fiat Pulse, Fiat Fastback, Peugeot 208, Peugeot 2008 e Citroën C3 Aircross.

A BorgWarner é responsável pela produção de 50% dos turbos utilizados por modelos produzidos no Brasil e também é líder de fornecimento do componente na América Latina. O turbocompressor B01 é produzido na fábrica de Itatiba, SP, e o seu desenvolvimento foi realizado pela engenharia nacional com base na experiência global da companhia.

Manos Implementos finaliza entrega de 88 Super Bitrens

São Paulo – A Manos Implementos, fabricante nacional dedicada ao segmento florestal, finalizou a entrega de 88 equipamentos à Suzano Papel e Celulose. Os implementos Super Bitrens foram desenvolvidos em parceria pelas duas empresas e a Suzano irá usá-los nas suas fábricas de Aracruz, ES, e Jacareí, SP. 

Os Super Bitrens, desenvolvidos em 2022, são produzidos na fábrica instalada em Videira, SC, e geram menor consumo de combustível na comparação com os anteriores.

Agrale e Allison exportam ônibus com câmbio automático para o Chile

São Paulo – A Agrale e a Allison Transmission se uniram e estão exportando ônibus com câmbio automático para o Chile. As duas primeiras unidades estão a caminho, entrarão em operação após serem homologadas e até o fim do ano outras 68 unidades serão exportadas.

Os veículos foram selecionados para uso no sistema de transporte público do Chile e são produzidos sobre chassi Agrale MT 9000 LE, transmissão automática Allison T2100 xFE de seis marchas e motor Cummins 3.8 de 162 cv, que atende às normas de emissões Euro 5.

GM retomará segundo turno de produção da S10 em São José dos Campos

São Paulo – O aumento da demanda pela picape Chevrolet S10 fez com que a General Motors anunciasse a contratação de até duzentos trabalhadores e a retomada do segundo turno, desativado desde outubro de 2023, nas instalações de São José dos Campos, SP. As novas vagas serão temporárias, com duração de um ano, prorrogável por mais um. As admissões serão realizadas em outubro.

A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Com o reforço no efetivo, atualmente composto por 3 mil 150 trabalhadores, a produção diária de picapes passará de 170 para 220 unidades. A unidade também fabrica o modelo Trailblazer e motores.

De acordo com a GM a retomada será parcial, “necessária para atender a demanda local da nova Chevrolet S10” e, para tanto, contratará “aproximadamente duzentos empregados por prazo determinado no complexo da empresa em São José dos Campos”.

Secretário geral do sindicato, Renato Almeida contextualizou que a retomada parcial explica-se porque acompanhará a demanda e, em um primeiro momento, como o processo não terá chegado ao seu ápice, o segundo turno terá seis carros por hora de produção diárias enquanto que o primeiro possui 23 carros por hora.

Almeida contou que a entidade fará assembleia com os operários nesta terça-feira, 27, para compartilhar os pormenores das contratações que, segundo ele, terão os mesmos direitos e benefícios dos efetivos.

Vale lembrar que no fim de julho cinquenta profissionais foram dispensados pela montadora, o que levou a paralisações no processo produtivo do dia 26 até 30. Após negociações do sindicato com a empresa foi obtida estabilidade no emprego por dois meses, ou seja, até 30 de setembro, mas os metalúrgicos dispensados não foram reintegrados.

Conforme Almeida a empresa sinalizou que os profissionais demitidos poderão tentar as novas vagas para a linha da S10, embora boa parte do contingente era de aposentados.

O sindicalista afirmou que essas contratações somam-se a outras duzentas que foram ocorrendo, aos poucos, desde abril, estas sim efetivas: “Embora tenha sido contraditória a demissão em meio ao processo de retomada dos postos de trabalho, o que queremos é geração de emprego. E o mercado está aceitando bem o novo produto, o que é extremamente importante para nós.”

Ford traz a F-150 renovada com o objetivo de disputar a liderança do segmento

São Paulo – Depois de atingir volume de vendas acima do projetado pela Ford em pouco mais de um ano, em torno de 1,2 mil unidades, a picape F-150 foi renovada e agora será vendida no Brasil com visual alinhado ao dos Estados Unidos, onde é produzida. Com duas versões, Lariat e Lariat Black, e a saída da Platinum do portfólio, a meta é disputar a liderança de vendas no seu segmento:

“Não é aceitável que a F-150 não dispute a liderança do segmento em todos os mercados em que é comercializada”, disse Dennis Rossini, gerente de marketing da Ford. “Sabemos que a Ram vendeu mais do que a gente no último ano. Com a linha 2025 pretendemos nos aproximar dela”.

A principal concorrente da Ford F-150 é a Ram 1500 na versão Limited, que custa a partir de R$ 541 mil, seguida da Chevrolet Silverado, que tem preço de R$ 537,8 mil. Para ganhar mercado e atrair clientes que também olham para a concorrência a Ford comercializará as duas versões da F-150 2025 por R$ 520 mil. O valor não é de lançamento: é o preço fixo da picape, que pode sofrer alterações no futuro por questões cambiais.

A intenção é atrair novos compradores oferecendo mais potência, mais itens de série na comparação com os seus rivais e uma garantia maior, que foi ampliada de 3 anos para 5. A nova picape da Ford pode ser encomendada a partir de segunda-feira, 26, em todas as concessionárias e as primeiras entregas estão previstas para outubro ou novembro. 

Visualmente a Lariat aposta em acabamentos cromados e a Lariat Black, com o próprio nome já diz, possui acabamento externo e interno com pormenores escurecidos, mas as duas versões agregam mudanças visuais na dianteira, com alterações na grade e no para-choque. Na traseira também houve mudanças no para-choque, que tem novo desenho para facilitar o acesso à caçamba, que agora possui dois tipos de abertura de tampa: a tradicional de cima para baixo e também uma abertura lateral para ajudar no acesso em algumas situações, como quando a picape está puxando um reboque. 

Internamente o quadro de instrumentos digital de 12 polegadas é novo e o desenho do painel integrou o equipamento ao sistema multimídia da picape, que é o mesmo SYNC 4 da versão anterior. Na extensa lista de itens de série da F-150 alguns são exclusivos do segmento, segundo a Ford, caso da iluminação externa 360º quando o veículo está parado, tanque de combustível estendido com capacidade para 136 litros de gasolina, sete modos de condução, assistente de reboque, manopla do câmbio rebatível que permite criar uma superfície de apoio no console central e sensor de carga integrado a lanterna que mostra o quanto de peso ainda é possível colocar na picape.

A F-150 também mostra itens de segurança exclusivos em seu segmento, como o assistente de manobras evasivas, o sistema de monitoramento de ponto cego incluindo o reboque, oito airbags e sistema de manutenção e centralização de faixa. Outras tecnologias também fazem parte da lista: piloto automático adaptativo com função para e anda, assistente autônomo de frenagem e detecção de pedestres, assistente de descida, assistente em cruzamentos e câmara traseira que detecta objetos.

O motor continua sendo o Coyote V8 4.0 de 405 cv de potência com câmbio automático de dez marchas, responsáveis por consumo de 6,3 km/l de gasolina na cidade e 8,6 km/l na estrada.

Colômbia tem vendas de automóveis estagnadas

São Paulo – O panorama do mercado de veículos na Colômbia é dos mais peculiares: apesar de o país ser o segundo maior em habitantes na América do Sul – 51,8 milhões, segundo dados de 2022 –, o total de veículos vendidos em 2023 foi de apenas 187 mil unidades, 30% a menos do que no ano anterior. Cerca da metade das vendas previstas para a Argentina, que está lutando para sair de uma de suas maiores crises econômicas e tem população menor, com 46,2 milhões de habitantes.

O quadro é bem diferente para o segmento de motos, que teve ao redor de 600 mil emplacamentos no ano passado. Esses foram alguns dos dados apresentados por  Rodrigo Anjel Mariño, diretor técnico da entidade colombiana Andemos, Asociación Nacional de Movilidad Sostenible, que encerrou o 6º Congresso Latino-Americano de Negócios do Setor Automotivo, realizado por AutoData.

O especialista mostrou que há muito o que conquistar por lá, pois existem apenas 5 veículos para cada 1 mil habitantes, metade do que se vê na América Latina. Além disso, a frota é ultrapassada, com idade média de dezoito anos. E da frota circulante de 17,8 milhões de unidades em 2022, nada menos que 11 milhões são motocicletas, quase o dobro dos veículos de passageiros, 6 milhões.

Para efeito de comparação, no Brasil havia ao final do ano passado 38,4 milhões de automóveis, quase três vezes mais que o universo de motos, de 13,2 milhões.

Em contrapartida a eletrificação está acelerando rapidamente na Colômbia, com os híbridos representando 13,1% das vendas de 2023 e os modelos a bateria alcançando 2,9%. Ou seja, uma fatia significativa de 16% é de carros com algum nível de eletrificação.

No acumulado deste ano os modelos conseguiram ter alta de 45%, enquanto o mercado geral está estagnado. “Há incentivos públicos para os veículos eletrificados, como isenção de restrições de circulação urbana, como o rodízio de placas, e impostos menores”.

Incertezas à vista

Apesar dos números tímidos para o tamanho do país, o especialista estima que de 50% a 55% das vendas sejam de veículos produzidos no Brasil. “Mas existe uma preocupação com o fim do acordo comercial bilateral”. 

De acordo com ele, o governo justificou tal movimento pela intenção de fomentar a produção local de automóveis. “A questão é que isso não condiz com a realidade”, lembrando que hoje só a Renault tem uma produção digna de nota por lá e a GM recentemente encerrou as atividades fabris. 

Outro desafio na Colômbia é uma reforma tributária prevista para 2025, que pode aumentar impostos para todos os tipos de veículos, incluindo os elétricos e híbridos que atualmente contam com taxas bem reduzidas. 

“Dessa forma, as perspectivas para o setor automotivo colombiano não são muito animadoras”, analisa Mariño. “Mas esperamos que possamos fazer as mudanças necessárias no restante deste ano para que estas ameaças não se concretizem.”

“Mercado argentino é um eletrocardiograma”, diz Acara

São Paulo – “Quando converso com os colegas brasileiros, eles não entendem como fazemos e nem como o consumidor lida com tudo isso”, disse Sebastián Beato, presidente da Acara, Asociación de Concesionarios de Automotores de la República Argentina, durante o 6º Congresso Latino-Americano de Negócios do Setor Automotivo, organizado por AutoData.

O espanto é compreensível ao tomar conta de alguns dos aspectos ao redor da distribuição de veículos na Argentina. “Nosso mercado hoje é um eletrocardiograma. As mudanças são bruscas e podem acontecer de um mês para outro”.

A causa principal é a enorme variação da diferença das duas cotações do dólar usadas por lá – o câmbio oficial e o blue, paralelo – que se chama por lá de brecha cambiária. “Quando a brecha está maior, como agora, ao redor de 60%, se vende bem um carro argentino”, relatou Beato. “Já se a brecha estiver pequena, se vende melhor um importado.”

Uma amostra é que dos cinco automóveis mais vendidos na Argentina, o primeiro importado aparece só na quinta posição, o Toyota Yaris. À frente dele estão quatro modelos locais. Na ordem: Fiat Cronos, Peugeot 208, Toyota Hilux e Ford Ranger.

Neste ano, a fatia dos veículos importados vendidos na Argentina é de 43%. Em 2019 foi de 71%. O que deixa o quadro pior é que há cinco anos, o mercado total foi de 440 mil unidades e neste ano a previsão é de apenas 370 mil. 

Além de dificultar a comercialização de carros importados, as marés do câmbio e da demanda afetam a velocidade para girar os estoques. “Falando apenas de dezembro para cá, o dólar estava a 400 pesos e de uma hora para outra tivemos uma desvalorização do peso que levou a cotação para 800. Neste momento, um carro importado que eu já havia comprado passou a valer o dobro.”

Por isso, todos querem saber, diariamente, as cotações do dólar oficial e do blue, de acordo com Beato. “Estamos levando no dia a dia. Hoje creio que o empresário argentino está no esplendor do seu treinamento financeiro e administrativo”, ironizou.

Tal volatilidade também torna difícil definir os preços dos carros usados, na opinião dele.

Compras por oportunidade

O presidente da Acara analisou que a maior parte de quem compra veículos novos na Argentina o faz por uma questão de oportunidade de momento, não de necessidade. A aquisição acaba sendo realizada ou por um preço baixo ou por um financiamento favorável.

Porém, no meio de toda essa instabilidade gerada pelas medidas de choque do atual governo argentino, há bons indicadores, como o início da queda da inflação e das taxas de juros. Estas, por exemplo, caíram de 130% para 29%, segundo o dirigente. Poucos sinais mas já suficientes para o deixar otimista: “Calculo que em um curto prazo possamos ter um mercado mais estável e saudável do que o que temos agora”.