São Paulo – Apesar do desempenho pujante que fez com que o Chile comercializasse internamente 426,7 mil veículos no ano passado, dessa forma ultrapassando a Argentina, com 407,5 mil unidades em 2022, o mercado chileno amarga queda de 28,8% até agosto. Com 210,5 mil vendas em 2023 a expectativa é a de que dezembro acumule 320 mil unidades ou, no máximo, 340 mil.
A estimativa foi feita por Diego Mendoza Benavente, secretário geral da Anac, Associação Nacional Automotiva do Chile, durante o 5º Congresso Latino-Americano de Negócios do Setor Automotivo, realizado por AutoData.
Apesar da redução no acumulado do ano, e de o país ter passado por “alguns meses mais difíceis em 2023”, como classificou Benavente, em agosto o porcentual de redução recuou para 19,1%, com 28,3 mil vendas. Para 2024 a perspectiva da Anac é a de que o mercado retome o patamar de 420 mil vendas.
“Este ano estamos com maior dificuldade no acesso ao crédito, que também ficou mais caro devido ao aumento das taxas de juros. Ao mesmo tempo a inflação elevada encareceu os preços de combustíveis e alimentos, e a população perdeu poder de compra.”
Ele disse haver, no entanto, expectativa de redução dos juros até o início do ano que vem: “Em 2017 tivemos financiamento recorde, em que 80% das vendas foram feitas com crédito. As taxas eram muito boas, mas no pós-pandemia subiram muito. Esperamos que a situação melhore em 2024”.
Benavente ressaltou que apesar desse cenário não houve perda de representatividade de modelos, e que o ritmo de lançamentos continua a pleno vapor. É preciso ressaltar, porém, que o Chile não produz veículos e que, portanto, 100% dos veículos são importados de 29 origens.
Considerando somente veículos de passeio há 72 marcas com 1,8 mil modelos e versões. Caminhões, 32 marcas e 450 modelos e versões. Ônibus, treze marcas e cinquenta modelos e versões. A vantagem, segundo ele, é que o cliente pode pesquisar, comparar e comprar.
“Acredito que a pior parte já passou e estamos em um momento de retomada, por isso estamos otimistas para o ano que vem.”
Meta é que 5% das vendas em 2025 sejam eletrificados
Outro fator que estimula estse mercado e eleva as perspectivas de crescimento é a meta de que em 2025 pelo menos 5% das vendas sejam de veículos eletrificados.
A representatividade de híbridos e elétricos comercializados este ano no Chile é de 0,6% do mercado total. Projeção da Anac é que este porcentual chegue a 1,3% em 2024 e, no ano seguinte, a 2,2%.
Benavente ponderou que este será o cenário sem incentivos à aquisição destes veículos, como ocorre hoje. Com os incentivos pleiteados, porém, o plano é chegar a 5% em 2025 e, em 2030, a 100%.
“Queremos eliminar o imposto que se aplica hoje a todo veículo com zero emissão que ingressa no País. Por esse motivo a maior parte das vendas são para empresas e frotistas que buscam reduzir seus custos e emissões. Apenas 23% dos proprietários são pessoas físicas.”
Até julho a frota de eletrificados era de 4,6 mil unidades. A Anac propõe ainda que donos de veículos com zero emissão tenham benefícios como poder trafegar por vias exclusivas ou estacionar em vagas preferenciais.