GWM pede mais prazo para o imposto de importação zerado para elétricos

São Paulo – Para a GWM o retorno do imposto de importação para veículos elétricos, tema que vem sendo debatido pela indústria com o governo, é inevitável. A empresa, porém, defende seu retorno de forma gradual, para que fabricantes, como ela, possam explorar melhor o mercado e investir em produção local.

“Ninguém disse que vai subir o imposto de importação da noite para o dia, de zero para 35%”, disse o chefe de operações da GWM, Oswaldo Ramos, na quinta-feira, 21. “A ideia é que se aumente ao longo de três anos e somos a favor, porque estamos investindo no Brasil. E queremos uma razão para investir. Mas não é agora neste mercado que é super pequeno, nem é de zero para 35%. Viemos para ficar e para investir.”

O executivo reforçou a necessidade de haver previsibilidade para trazer aportes ao Brasil, o que é aguardado a partir do programa Mobilidade Verde e Inovação, que substituirá o Rota 2030: “Estas tecnologias que estão vindo ao País, hoje por meio de veículos importados, serão produzidas em Iracemápolis”.

Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais da GWM, ponderou que o imposto de importação é regulatório, para atrair a tecnologia, e que, portanto, parte da lógica desse tributo para os eletrificados é que seja retomado, gradativamente, a medida em que houver volume: “Sem isto significa a inexistência da produção nacional. O nome do jogo é escala e custos”.

Ramos complementou que a falta de diversidade de modelos de veículos eletrificados no mercado brasileiro reflete a ausência de investimento e, portanto, de concorrência. Tanto que assim que a GWM desembarcou seu primeiro carro por aqui, o híbrido Haval H6, quatro meses atrás, as demais fabricantes começaram a mexer nos seus preços:

“A versão híbrida do Jeep Compass baixou R$ 70 mil, e a tecnologia é muito inferior à que apresentamos: foi lançada há dez anos na Europa.”

Segundo ele a atual fatia de mercado de 0,6% da GWM não incomoda pelo volume mas pela diferença de tecnologia embarcada e por forçar outros atores a baixarem seus preços: “O parque automotivo brasileiro está sucateado, marcas foram embora, os veículos estão antigos e ultrapassados. Por isto é urgente a reindustrialização proposta pelo governo”.

Da mesma forma, prosseguiu, se o imposto de importação for retomado de uma só vez, o que classificou como “irresponsável”, todo o mercado elevará seus preços, não apenas os de eletrificados importados: também os de veículos a combustão:

“Se não houver um similar nacional a indústria ficará acomodada novamente e o preço crescerá de qualquer forma. E quem não investir até o fim de 2025 terá problema em 2026, com o imposto de volta.”

Oswaldo Ramos exaltou a conduta do governo ao em receber em Brasília, DF, todos os interessados do setor automotivo e escutar suas propostas e “não apenas uma entidade, achando que sozinha terá o poder de ditar o que o governo faz”.

Mobilidade Verde será primordial para que GWM paute seus investimentos

São Paulo – A GWM aguarda a divulgação dos incentivos propostos pelo programa do governo federal Mobilidade Verde e Inovação, que substitui o Rota 2030, para que defina seus investimentos na planta de Iracemápolis, SP, pelos próximos cinco anos. O programa, que deverá ser enviado ao Congresso em algumas semanas, segundo o diretor de relações institucionais da montadora chinesa, Ricardo Bastos, deverá trazer as regras do jogo, envolvendo benefícios acerca de como serão tratados os investimentos automotivos: “A partir de então poderemos refinar nossos investimentos.”

Os incentivos do Mobilidade Verde e Inovação estão ancorados nos aportes em engenharia e pesquisa e desenvolvimento no Brasil, ou seja, será preciso aprimorar soluções já produzidas localmente, como o motor flex, e nacionalizar tecnologias que combinam motor elétrico com etanol, os 100% elétricos e células de hidrogênio. Além de incorporar melhorias em termos de segurança e conectividade.

“A importação, porém, precisa continuar para que possamos manter essa conexão com os países mais desenvolvidos, aproveitar as ideias e melhorar o que já está sendo feito lá fora, a partir do uso da energia verde aqui no Brasil”.

O COO da GWM, Oswaldo Ramos, reforçou que o Brasil é peculiar, pois há muita exclusividade no mercado, que requer produtos dedicados a ele. “Não dá para trazer carro de fora para cá. Precisamos desenvolver aqui veículos para o brasileiro e que também serão exportados à América Latina”.

Ramos afirmou, ainda, que a companhia trará modelos híbridos plug-in flex para o Brasil: “Estamos trabalhando em homologação, desenvolvimento, software, o que demora de um a dois anos”.

Outra promessa é introduzir no País o caminhão FTXT, movido a células de combustível a hidrogênio. A companhia acredita que essa forma de propulsão é mais adequada aos extrapesados rodoviários.

A produção em Iracemápolis é aguardada para maio de 2024, no entanto, ainda não foi batido o martelo nos modelos a serem fabricados localmente – mais uma decisão que será tomada após o anúncio do programa.

Prêmio global de Engenharia da Ford tem brasileiro na lista dos dez premiados

São Paulo – A Ford e o seu braço filantrópico, o Ford Motor Company Fund, promovem anualmente o Prêmio de Engenharia Alan Mulally, que oferece bolsas de estudos para dez universitários em todo o mundo. Em 2023 um brasileiro foi um dos dez premiados: Fernando Antônio Marques Schettini, estudante de engenharia da computação do Senai Cimatec, na Bahia, instituição da qual a montadora é parceira.

O projeto começou em 2015 e pretende distribuir US$ 1 milhão em dez anos para incentivar a formação de novos talentos na área. Em nove edições realizadas o Brasil teve alunos premiados em seis, sendo que cinco eram alunos do Senai, parceiro da Ford, e um aluno da Universidade Salvador.

GM deixará de emitir 35 toneladas de CO2 com caminhões a gás e elétricos

São Paulo – Com o transporte de peças e acessórios em caminhões elétricos e a gás a General Motors, como parte de seu projeto de sustentabilidade, busca a redução de 35 toneladas de CO2 por ano.

O projeto conta, inicialmente, com quatro veículos para o transporte de carga pesada que circulam no Estado de São Paulo, pelas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos, o centro de distribuição de Sorocaba, SP, e as concessionárias da região.

Em comunicado a empresa informou que os quatro veículos deverão somar 80 mil quilômetros rodados por ano. No momento a GM está desenvolvendo os fluxos da operação para depois avaliar a sua expansão, pois pretende ser neutra em carbono até 2035.

O projeto é realizado em parceria com a JSL, com a Ceva Logistics e com a Tegma Gestão Logística, que transportam motores, transmissões e para-choques pelas fábricas e também levam componentes e acessórios para as concessionárias. A inclusão de mulheres no transporte é outro pilar do projeto: dos quatro caminhões, três têm motoristas do sexo feminino.

Toyota faz sutis mudanças visuais no Corolla, que ganha novos equipamentos

São Paulo – Chegou ao mercado linha 2024 do Toyota Corolla, produzido em Indaiatuba, SP, com mudanças visuais e na lista de equipamentos. Por fora, a partir da versão XEi, o sedã possui nova grade frontal e as rodas aro 17 tem novo desenho. Internamente, novo quadro de instrumentos digital com tela de 12,3 polegadas.

A versão GLi, de entrada, também ganhou cluster digital, mas de 7 polegadas, que era usado até a linha 2023 na configuração topo de linha. O sistema multimídia possui tela sensível ao toque de 9 polegadas em todas as versões. 

Já a versão GR-Sport, desenvolvida pela divisão Gazoo Racing, ganhou teto solar, item muito pedido pelos clientes, de acordo com a Toyota. Alerta de ponto cego e de tráfego cruzado traseiro também são novos itens da versão GR-Sport, Altis Premium e Altis HEV.

Os pneus, desde a versão XEi, mudaram de medida e agora são 215/50 R17, reduzindo o ruído de rodagem e o consumo de combustível. Nas versões flex com motor 2.0, informa a companhia, o consumo na estrada quando abastecido com etanol foi reduzido em 8,4% ante a linha 2023, e as configurações híbridas tem consumo 12% menor na mesma base comparativa. 

O Toyota Corolla 2024 produzido no Brasil continuará sendo exportado para oito países da América do Sul.

Veja abaixo todos os preços e versões:

Toyota Corolla GLi – R$ 149 mil
Toyota Corolla XEi – R$ 158,6 mil
Toyota Corolla GR-Sport – R$ 181,6 mil
Toyota Corolla Altis Premium – R$ 183 mil
Toyota Corolla Altis Hybrid – R$ 187,8 mil
Toyota Corolla Altis Hybrid Premium – R$ 198,9 mil

Renault Megane E-Tech chega ao Brasil por R$ 280 mil

São Paulo – A Renault do Brasil deu o primeiro passo da fase Renovation do seu plano Renaulution, anunciado há dois anos pelo seu CEO global Luca de Meo. A importação do Megane E-Tech, 100% elétrico, abre uma fase de novos produtos para o mercado brasileiro – que já teve revelado seu segundo capítulo, o SUV compacto nacional Kardian.

É também o primeiro modelo a estampar na dianteira o novo losango da marca, que tem um desenho mais retrô. O Megane E-Tech foi posicionado no topo do portfólio no mercado brasileiro: seu preço é R$ 279,9 mil. O presidente Ricardo Gondo estima que a marca ganhe novos clientes: “Vamos alcançar clientes novos, que privilegiam status, design bonito, muita tecnologia e sustentabilidade”.

Renault Megane E-Tech. Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem / Renault.

Equipado com um motor elétrico dianteiro de 160 kW, ou 220 cv, o Megane E-Tech alcança autonomia de 337 quilômetros dentro das metodologias do PBEV. Possui 2 m 685 de entre-eixos que garantem bom espaço interno. A plataforma é a CMF-EV, exclusiva para 100% elétricos, e a bateria está posicionada no assoalho.

O Megane E-Tech oferece bom pacote de tecnologia e segurança assistida. Já foram importadas 220 unidades e outras cem estão a caminho: “Não temos meta de volume: o objetivo deste carro é mais de posicionamento do mercado, de imagem de marca”.

Renault Megane E-Tech. Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem / Renault.

Renault defende cotas para importação de elétricos isentos de imposto

São Paulo – O presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, disse na quinta-feira, 21, que precisa ser criado um processo de transição para a eletrificação no mercado local, com a importação de veículos elétricos isentos de imposto enquanto os investimentos para a sua produção nacional são feitos. Ele propôs o retorno, de forma gradual, dos 35% sobre a importação dos elétricos mas com cotas para as empresas que possuem produção no Brasil.

“Quem investiu e segue investindo no Brasil teria uma cota isenta de imposto. É o que nós e a Anfavea defendemos”, disse o executivo durante o lançamento do Megane E-Tech, mais um 100% elétrico a compor a gama Renault no País: “Quem já produz por aqui poderia importar algum volume sem imposto”.

Não se enquadrariam nesta proposta do presidente da Renault as duas companhias chinesas que já anunciaram fábrica no País mas ainda não estão produzindo, BYD e GWM. Gondo citou exemplos do passado, de empresas que anunciaram fábrica, importaram veículos isentos de imposto e nunca produziram veículos no Brasil, para justificar seu posicionamento.

No passado a Asia Motors importou modelos sem imposto, anunciou fábrica na Bahia mas jamais produziu um parafuso aqui. Da mesma forma, mais recentemente, a JAC se beneficiou de isenção de imposto de importação por ter anunciado fábrica em Camaçari, BA, em uma fábrica que nunca saiu do papel.

A discussão a respeito do fim da isenção de imposto de importação para 100% elétricos está em discussão no governo. Na semana passada o secretário de desenvolvimento industrial, inovação, comércio e serviços do MDIC, Uallace Moreira, afirmou que a isenção será retirada gradualmente, até retornar aos 35%.

Isonomia e previsibilidade

Gondo afirmou, também, que regimes especiais regionais não deveriam ser renovados para beneficiar uma ou outra empresa: “Não podemos ter fatores que desequilibrem o mercado. O que nós defendemos é previsibilidade e isonomia”.

A Stellantis atualmente é beneficiada com descontos tributários por meio do Regime Automotivo Especial do Nordeste, assim como a Caoa Chery. A BYD é postulante a receber os mesmos benefícios, caso sejam renovados – e há uma emenda à reforma tributária, que circula no Congresso, prevendo a renovação dos regimes, que se encerrariam em 2025, até 2032.

De toda forma a Renault segue investindo no Brasil, segundo Gondo: o ciclo de R$ 2 bilhões, que sucedeu ao de R$ 1,1 bilhão, se encerra agora com o lançamento do SUV compacto Kardian, mas já há um novo plano em discussão com a matriz. Nele, de acordo com o presidente, estará contemplado o desenvolvimento e a produção da tecnologia híbrido flex.

“O investimento independe da aprovação da nova fase do Rota 2030. Nós, da Renault, definimos que o híbrido flex será importante nesta transição para a eletrificação total e investiremos na tecnologia. E, neste novo ciclo, deveremos ter também novos modelos sobre a plataforma CMF-B, que foi introduzida neste último plano de R$ 2 bilhões.”

Correção: Ao contrário do originalmente publicado a Asia Motors não importou modelos Kia. O texto foi corrigido.

Colômbia sinaliza intenção de rever acordo automotivo com o Brasil

São Paulo – Em vigor desde 2017, o Acordo de Complementação Econômica do Brasil com a Colômbia, que trata das relações comerciais bilaterais dos veículos, poderá ser revisto nas próximas semanas. A decisão parte do lado colombiano, segundo afirmou Oliverio Enrique Garcia Basurto, presidente da Andemos, Associação Nacional de Mobilidade Sustentável, que deseja fechar a torneira e reduzir o volume de veículos brasileiros que entram no mercado livre de impostos.

Pelo ACE, que também facilita o acesso dos colombianos a produtos têxteis e siderúrgicos, há livre-comércio de veículos nos dois países, sem a cobrança de tarifas de importação, para até 50 mil veículos por ano. São duas cotas: uma com VCR, Valor de Conteúdo Regional, de 50% e outra de VCR de 35%. Desde que entrou em vigor a participação de veículos brasileiros no mercado colombiano foi crescente e, recentemente, o País tornou-se o principal fornecedor, superando o México.

“Esta é uma mensagem aos colegas da Fenabrave, Anfavea e da Adefa, na Argentina, para que fiquem atentos pois deve haver uma mudança nas regras, porque há um contingente livre de impostos com diferentes conteúdos locais, um com 50% e outro com 35%. Se houver alteração haverá um grande impacto”.

Basurto participou do 5º Congresso Latino-americano de Negócios do Setor Automotivo, organizado pelal AutoData na semana passada. Na ocasião projetou queda de 30% nas vendas locais, para cerca de 180 mil unidades, mantendo o ritmo registrado até agosto, de 118,8 mil vendas e recuo de 30%.

Como no Brasil, o mercado colombiano sofre com escassez de crédito, juros e inflação elevados e perda no poder de compra da população, ao mesmo tempo em que os preços dos veículos sobe.

O alerta feito por Basurto pode refletir nas exportações de veículos para o mercado colombiano, que também caíram em torno de 30% neste ano, segundo a Anfavea, que tem demonstrado preocupação com a maior presença de veículos chineses nos países da região. A Colômbia responde por 10% dos embarques de veículos brasileiros.

BorgWarner pretende colocar turbo para híbrido flex no mercado em 2025

Itatiba, SP – A BorgWarner está desenvolvendo um turbocompressor para equipar o motor de um modelo híbrido flex com previsão de lançamento de 2025 a 2026. Embora não possa informar o nome da fabricante em questão, a empresa avalia o projeto como porta de entrada para uma tendência que começa a aflorar no País, como a rota mais adequada para a transição para a eletrificação, principalmente quando o assunto são veículos de passeio.

Segundo Wílson Lentini, diretor geral para emissões, turbos e sistemas térmicos da BorgWarner no Brasil, a companhia considera a possibilidade de localização para atender a esta forma de propulsão, de acordo com a demanda e o volume: “Dependendo da estratégia das montadoras vemos futuro na proposta de nacionalizar”.

Lentini assinalou que o turbocompressor é um importante componente para o motor híbrido pois, como precisa ser menor, para reduzi-lo é preciso inserir um turbo. E um produto que poderia ser localizado, conforme o executivo, seria o turbo B01, que equipa, por exemplo o Jeep Compass híbrido. O dirigente destacou que para estimar o mercado existente e abocanhar fatia dele é preciso analisar quem faz o motor no Brasil e quem importa, pois, neste caso, o turbo vem de fora também.

Na Europa a BorgWarner equipa veículos híbridos com turbocompressores do mesmo modelo dos fabricados no Brasil. Os B01, por exemplo, são aplicados em veículos nacionais com motores flex, como os Volkswagen Polo TSI, Nivus, Virtus e T-Cross 200TSI, e nos modelos Stellantis Jeep Compass, Jeep Renegade, Fiat Toro, Fiat Pulse e Fiat Fastback.

“Para o Brasil, com a riqueza natural e matriz energética extremamente benéfica que possuímos, o híbrido seria um plug and play no segmento de carros de passeio. No de veículos comerciais, como já temos baterias aqui, em Piracicaba, vamos para o nicho de caminhões urbanos elétricos, como os de lixo e de entrega, além do de transporte de passageiros, com os ônibus elétricos.”

A sistemista possui como cliente a Mercedes-Benz, para a qual é a fornecedora de baterias para seus ônibus elétricos. Lentini contou que está negociando com outra fabricante mas, que, até o momento, não pode dizer o nome.

Anualmente são produzidos em Itatiba em torno de 500 mil turbocompressores. Crédito: Divulgação.

Centro tecnológico em Itatiba adapta e otimiza turbos para o Brasil

O gerente de engenharia, vendas e projetos da BorgWarner, Vagner Davanzo, reforçou que a companhia possui as tecnologias de combustão tradicional que serão aplicadas aos veículos híbridos, que receberão algumas otimizações solicitadas pelos clientes para que o motor se adapte melhor à tecnologia.

“Estamos fazendo hoje com nossos turbos. Já componentes específicos nossos para veículos híbridos, como as arquiteturas P1, P2 e P4, localmente ainda não temos demanda. Temos consultas, alguns desenvolvimentos, mas nada específico. Então a questão de produzir aqui ou não então vai depender do volume.”

Davanzo contextualizou que a BorgWarner possui dois centros de desenvolvimento de turbos, na Alemanha e nos Estados Unidos, responsáveis pelo core, que são os principais componentes do turbo. As outras regiões, como o Brasil, não possuem autonomia de alterar alguns produtos, pois trabalham com itens padronizados.

No centro de tecnologia de Itatiba, contudo, é possível fazer adaptações e otimizações para os clientes, como desenhar carcaça ou interface, além das atualizações dos modelos.

“Por exemplo: o rotor de turbina é core. Mas podemos dizer que os existentes não atendem à necessidade de alguma montadora local. Mas aí é passada a demanda para as unidades que desenvolverão novo rotor. É feito o design e a validação, e o produto é liberado para todas as unidades da BorgWarner.”

De acordo com a fabricante 50% dos veículos que rodam no Brasil equipados com motorização turbo flex possuem turbocompressores feitos em Itatiba, que produz, anualmente, em torno de 500 mil unidades. Além dos turbos saem da planta itens de gerenciamento térmico, como embreagens viscosas e ventiladores, sistemas de sincronismo do motor e correntes de sincronismo.

Trabalhadores da ZF no Alabama aderem à greve, que chega aos fornecedores

São Paulo – Trabalhadores de uma fábrica da ZF no Alabama, que fornece eixos para a Mercedes-Benz, aderiram à greve que o UAW, United Auto Workers, organiza nos Estados Unidos. Inicialmente limitada às três grandes de Detroit, General Motors, Ford e Stellantis, a paralisação começa a se espalhar por fornecedores e a gerar impacto em outras montadoras, ainda que indiretamente.

Segundo a agência de notícias Reuters 190 trabalhadores da ZF cruzaram os braços pedindo igualdade salarial, o fim dos pagamentos por níveis, no qual os trabalhadores com mais tempo de casa recebem salário maior para fazer o mesmo serviço que seus companheiros, dentre outras reivindicações. Segundo a ZF há negociações com os metalúrgicos e a fábrica segue operando.

A paralisação das Big 3 entrou no sexto dia. Ainda não há reclamação de falta de carros em estoque e nem de peças de reposição, mas a situação é monitorada pela Casa Branca.

Na terça-feira, 19, a Ford afirmou ter entrado em acordo com o Unifor, sindicato que representa os trabalhadores no Canadá, e evitou paralisações também naquele país.