Kia apresenta o EV5, seu primeiro veículo 100% elétrico no Brasil

Itu, SP – O primeiro Kia 100% elétrico oferecido no mercado brasileiro chega às concessionárias. Ainda com restrição de volumes – serão vinte unidades mensais até o fim do ano, segundo o presidente José Luiz Gandini, que alega “tremendo sucesso” no Exterior que limita a importação – o EV5 tem versão única, a Land, por R$ 399 mil 990.

Produzido na China oferece 402 quilômetros de autonomia, segundo o PBEV, com suas baterias de alta tensão de fosfato de ferro e lítio, as Blades conhecidas dos brasileiros por serem produzidas e equiparem modelos da BYD. Seu motor elétrico alcança 217 cv e recebeu nota A no programa do Inmetro, com eficiência de 0,63 MJ/km rodado.

Segundo Gustavo Gandini, diretor de operações da Kia, o EV5 concorre com Volvo XC40 e BMW iX1. O SUV tem 4m615 de comprimento, 1m875 de largura, 1m715 de altura e 2m750 de entreeixos, que garantem 513 litros de porta-malas sem prejudicar o espaço interno dos ocupantes.

O preço ficou abaixo dos concorrentes diretos, mas superior ao de outros chineses como o BYD Yuan Plus. José Luiz Gandini justificou: “Por ser lançado agora o EV5 chegou ao mercado já com 18% de imposto de importação. Muitos concorrentes ainda estão nas lojas com preço do imposto mais baixo, o que, em breve, possivelmente, terão que corrigir”.

O presidente da Kia lamentou não ter mais disponibilidade de produto: “Além de ser sucesso lá fora a Kia tem gargalos na produção do EV5 na China, em alguns componentes. Conseguimos neste primeiro momento vinte unidades por mês mas estamos trabalhando para ampliar o volume em 2025”.

Das 61 concessionárias Kia no Brasil 22 estão credenciadas para vender modelos eletrificados: são aquelas que já adaptaram suas oficinas e oferecem carregador elétrico.

Até o fim do ano será lançado outro elétrico, que foi mostrado na apresentação do EV5 à imprensa na sede da Kia, em Itu, SP: o EV9, outro SUV mas com porte maior e capacidade de transportar até sete pessoas. Mas Gandini garantiu que a Kia continuará sendo multienergia: 

“Traremos também o Sorento diesel, em 2025. A Kia não será totalmente elétrica: nosso planejamento é continuar em todas as frentes”.

GWM discute oportunidades de negócios com governo de Minas Gerais

São Paulo – Executivos da GWM e do governo de Minas Gerais reuniram-se com o objetivo de estreitar relações e discutir oportunidades de negócio. Durante o encontro, realizado na sexta-feira, 23, o secretário de Desenvolvimento, Fernando Passalio, apresentou a agenda dedicada ao setor no Estado ao diretor financeiro da montadora, Way Chien, ao gerente de ESG e relacionamento com stakeholders, Thiago Sugahara, e à responsável pela área de impostos, Sílvia Tomazette.

Os executivos da GWM, por sua vez, falaram sobre os planos da companhia envolvendo manufatura, autopeças, eletromobilidade e descarbonização. E, inclusive, o projeto de veículos a hidrogênio para o País.

Sugahara compartilhou as primeiras impressões sobre a visita que a companhia e os executivos chineses da FTXT, divisão da GWM especializada em hidrogênio, fizeram a Itajubá, MG, a fim de tornar viável projeto piloto com caminhão a hidrogênio da marca, que deve começar até o fim deste ano.

Operação local da Bosch desenvolve tecnologia que rastreia em tempo real a emissão de CO2

São Paulo – Foi a engenharia da Bosch no Brasil que desenvolveu o CO2 Tracking, tecnologia que permite o rastramento em tempo real das emissões de um veículo, além de compará-las por combustível – gasolina, diesel e etanol e pode ser adaptado para combustíveis sintéticos. O desenvolvimento e implementação levou cerca de um ano e o foco inicial será em veículos de frota, começando pelos automóveis e comerciais operados pela própria Bosch, que já estão equipados com o sistema.

Fábio Ferreira, diretor de produtos da divisão de power solutions da Bosch, disse que o projeto faz parte de um dos focos de trabalho da companhia, dedicado a melhorar a experiência de uso dos veículos de frota: “A intenção era criar um sistema que permitisse mapear a emissão de CO2 e realizar comparações, para mostrar como as frotas podem poluir menos quando utilizam etanol, por exemplo”.

O CO2 Tracking também permite que as empresas coletem dados e usem como base para reduzir suas emissões. Toda empresa que mantém uma frota e que está preocupada com a emissão de CO2 dos seus veículos é um cliente em potencial, segundo Ferreira. Os dados podem ser utilizados para ajudar a reduzir a pegada de carbono, algo que está no planejamento estratégico de diversas companhias, com metas para serem alcançadas nos próximos anos.

Segundo Ferreira muitas conversas já estão em andamento e os dados dos veículos da Bosch mostram que apenas trocando a gasolina pelo etanol se chega a uma redução de 62% no volume de CO2 emitido.

A partir de um pequeno hardware conectado na porta OBD dos veículos a Bosch consegue coletar os dados de emissão, que vão para a nuvem e são atualizados em poucos segundos. As empresas que adotarem a tecnologia poderão acompanhar a quantidade de CO2 emitida pela sua frota a partir de uma plataforma que permite o acesso via smartphone e computadores. O investimento é a mensalidade e o custo para instalar o equipamento nos veículos, valor que é considerado baixo pelo executivo. 

A tecnologia agradou a matriz da Bosch e poderá ser exportada a partir do Brasil no futuro, pois emitir menos CO2 é um interesse de todos: “Com o mundo todo buscando reduzir as emissões nosso sistema pode ser usado em outras regiões, como a Índia, que também aposta no etanol, e a Europa, que aposta em veículos pesados movidos a combustíveis sintéticos. Já testamos o CO2 Tracking até em veículos elétricos para rastrear a pegada de carbono da fonte de energia que é usada”.

O CO2 Tracking também poderá ser comercializado para montadoras: o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, prevê o rastreamento de CO2 dos veículos, sendo obrigatório no futuro, aguardando ainda a regulamentação. Além disso a tecnologia pode agradar os compradores de veículos que possuem consciência ambiental e querem saber quanto o seu veículo está emitindo. 

Eaton elege fábrica de Mogi Mirim referência global em indústria 4.0

São Paulo – A unidade da Eaton em Mogi Mirim, SP, que produz kits para transmissões compostos por eixos, engrenagens e sincronizadores para carros de passeio, caminhões e ônibus, obteve reconhecimento da multinacional como referência global de Indústria 4.0 Lighthouse.

Significa que a fábrica atingiu maturidade digital considerando critérios internos de desempenho e que adotou soluções de indústria 4.0 em 70% de suas células para obter melhores resultados. De acordo com a Eaton a unidade de Mogi Mirim “possui planejamento de expansão das soluções já implantadas e introdução de iniciativas alinhadas com as necessidades de negócio e maturidade da tecnologia”.

Veículos autoguiados, robôs colaborativos, óculos de realidade aumentada, controle estatístico de processo automatizado e impressora 3D são algumas das soluções que contribuem para a agilidade e mais ergonomia em diversas linhas.

Estudo aponta motivos para a escassez de motoristas de caminhão no Brasil

São Paulo – O envelhecimento da mão de obra, a mudança no perfil dos habilitados e o desafio de atrair novas gerações para a profissão são fatores que têm contribuído para diminuir a oferta de motoristas de caminhão no Brasil. Foi o que apontou estudo realizado pelo IPTC, Instituto Paulista do Transporte de Cargas.

O levantamento mostrou que a idade média dos motoristas contratados aumentou de 37 anos em 2011 para 40,3 anos em 2023. Neste período foi detectada a redução no número de jovens habilitados e um acréscimo na faixa etária de 51 a 60 anos.

A economista do IPTC, Raquel Serini, avaliou que “essa mudança pode refletir diversos fatores, incluindo o envelhecimento geral da população, mudanças nas qualificações exigidas para novos empregos e possíveis barreiras à entrada de jovens no mercado de trabalho, aliado à falta de interesse dessa faixa etária”.

Todo esse contexto dificulta a renovação da mão de obra. Anteriormente, de acordo com Serini, observava-se maior representação de jovens nas faixas etárias de 18 a 30 anos, com tendência de crescimento progressivo à medida que a faixa etária aumentava até os 50 anos. 

Diante deste cenário o IPTC propõe ações como investimentos em programas de treinamento e qualificação tanto para os profissionais em atividade como para os que acabaram de ingressar no ramo:

“A maior arma contra este desafio é a capacitação e a oportunidade. Muitas empresas estão investindo em programas de treinamento, apadrinhando e subsidiando a troca da categoria da habilitação para oferecer oportunidades à equipe”.

E esta não é realidade apenas do Brasil. De acordo com a ATA, American Trucking Association, a falta de motoristas é monitorada há 15 anos nos Estados Unidos. Em 2018 foi relatada a falta de 60 mil profissionais e, em 2028, a perspectiva é que faltem 160 mil. Na Europa o déficit em 2019 chegava a 127 mil motoristas, principalmente em países como Inglaterra, Alemanha e Espanha.

“As empresas do setor precisam se adaptar a esta nova realidade e investir em soluções inovadoras para atrair e reter talentos. Além disso é fundamental que o poder público crie políticas públicas que incentivem a formação de novos motoristas e a modernização do setor.”.

Timbro importou 10 mil veículos no primeiro semestre

São Paulo – A trading Timbro, focada em comércio internacional, importou 9,8 mil veículos leves e pesados para o Brasil no primeiro semestre. Por meio do seu centro automotivo, inaugurado com investimento de R$ 25 milhões, no Espírito Santo, chegaram 7,2 mil veículos eletrificados da BYD.

No mesmo período o número de caminhões importados pelo Porto de Navegantes, SC, chegou a 379.

O transporte deste tipo de veículo é realizado 100% em contêineres, que são registrados e transferidos para o serviço de PDI, inspeção pré-entrega, realizado pelos próprios clientes.

Caio vende 30 unidades do Apache Vip para Viação Miracatiba

São Paulo – A Caio comercializou trinta ônibus do modelo Apache Vip de quinta geração para renovar a frota da Viação Miracatiba, que circula em Itapecerica da Serra, SP. Os veículos foram encarroçados sobre chassis da Mercedes-Benz OF-1726 L/59.

Com 13m20 de comprimento os ônibus dispõem de equipamentos de cobrança como catracas eletromecânicas e validadores, e outras tecnologias embarcadas, como alarme de ré, iluminação em LED no salão interno, tomadas USB, sistema multiplex e preparação para microcâmaras.

Safra Financeira é escolhida como banco oficial do Grupo HPE

São Paulo – O Grupo HPE, detentor no Brasil das marcas Mitsubishi Motors e Suzuki, oferecerá opções de financiamento de seus veículos por meio da Safra Financeira, do Grupo J Safra, escolhida como seu banco oficial.

A novidade prevê estruturação, gestão e expansão da oferta de crédito para aquisição de veículos, assim como a participação ativa em campanhas promocionais e principais eventos das marcas, e uma plataforma de financiamento customizada.

De acordo com o Grupo J Safra serão oferecidas a seus clientes e funcionários condições especiais para a compra a prazo de unidades Mitsubishi e Suzuki e passarão a ser explorados outros pontos que beneficiem a parceria, como produtos e consultoria de investimento.

Altair trabalha na expansão de sua base de clientes locais

São Paulo – Se você, caro leitor, trabalha com desenvolvimento de veículos certamente conhece, ou ao menos já ouviu falar, da Altair. Fundada há quase 40 anos em Michigan, Estados Unidos, a fornecedora de softwares de engenharia tem no setor automotivo em torno de 40% de suas receitas, que no ano passado superaram US$ 600 milhões.

As principais montadoras globais são clientes da Altair. Presente em 29 países a empresa, agora, ensaia novos passos, segundo seu presidente para o Brasil, Valdir Cardoso: “Já estamos nas grandes empresas e, agora, nossa meta é expandir a base de clientes, buscando empresas menores. Temos soluções que ajudam a reduzir tempo e custo de desenvolvimento e queremos apresentá-las a essas empresas”.

A Altair oferece uma plataforma com mais de uma centena de programas que auxiliam no desenvolvimento de produtos. Nasceu a partir da indústria automotiva mas hoje tem soluções para diversos segmentos da indústria e do setor de serviços. Em 2017 a companhia fez um IPO, oferta pública de ações na sigla em inglês, e desde então quadruplicou de tamanho, lançando mão de aquisições que ampliaram tanto o seu portfólio de produtos e serviços como a sua base de clientes.

Muitas das simulações virtuais são possíveis graças às ferramentas oferecidas pela Altair: “Fazendo os testes no campo virtual temos economia de material, evitando gastos com protótipos físicos. O teste físico ainda existe, e pode ser usado apenas na última etapa do desenvolvimento”.

Dentre cases importantes recentes Cardoso citou a participação no desenvolvimento da nova Chevrolet S10 e em produtos da Ford, como a F-150 recém-lançada. Atualmente está em curso, ainda em caráter de sigilo do cliente, projeto de virtualização de um importante campo de provas, que poderá, no futuro, prover testes também no ambiente virtual.

Outro ponto que vem avançando muito na Altair é a inteligência artificial. Segundo Cardoso o avanço da tecnologia permitirá redução significativa no prazo de desenvolvimento de produtos, “com grande índice de assertividade”.

Trabalhadores da Scania terão reajuste salarial com ganho real

São Paulo – Os 5,3 mil trabalhadores da Scania em São Bernardo do Campo, SP, aprovaram, em assembleia, proposta de acordo coletivo que contempla aumento real de 1,5% a partir de 1º setembro, sua data-base, e a reposição da inflação mensurada pelo INPC acumulado nos doze meses até agosto que, espera-se, alcance de 4% a 4,15%.

A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O acordo coletivo, que possui validade até 2025, antecipa o pagamento do décimo-terceiro salário do ano que vem para abril. Mais: o vale-alimentação será corrigido em 20%, de R$ 830 para R$ 1 mil, e as cláusulas sociais serão renovadas.

Trabalhadores de empresas de autopeças aprovaram reajuste que repõe o INPC e confere aumento real de 1,2%. Foto: Adonis Guerra.

Com data-base também em 1º de setembro operários de fábricas de autopeças localizadas em São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra aprovaram em assembleia acordo negociado pelo sindicato com as bancadas patronais do G3, que inclui Sindipeças, Sindiforja e Sinpa, G8.3, que abrange Simefre, Siamfesp e Sinafer, e Sindicel e Siescomet.

De acordo com a entidade nos demais grupos não houve avanços nas propostas e a eles foi dado prazo até o dia 30 para apresentarem as mesmas condições de reajuste, que repõe o INPC e confere ganho real de 1,2%, ou receberão avisos de greve.

A campanha do ABC Paulista envolve 45 mil trabalhadores mais 25 mil que trabalham em montadoras e têm negociações à parte.