Ford passa a fábrica de Camaçari ao governo da Bahia

São Paulo – Na quarta-feira, 4, Ford e governo da Bahia assinaram contrato que transfere a fábrica de Camaçari, que está sem produzir desde 2021, para o governo do Estado. Assim, segundo a Ford, está permitida a “utilização imediata do imóvel pelo Estado”.

Na segunda-feira, 9, será feita a cerimônia de assentamento da pedra fundamental da unidade pela BYD, que ali investirá R$ 3 bilhões para produzir veículos híbridos e elétricos. Estarão presentes o CEO global Wang Changu, a vice-presidente Stela Li e o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

BorgWarner projeta crescimento de 6% em 2023 puxado pelos turbocompressores

Itatiba, SP – A aposta da BorgWarner nos turbocompressores tem sido um divisor de águas na produção da companhia no Brasil, que a despeito do lento caminhar do setor automotivo em 2023 tem surfado onda da tendência dos motores com turbo que, ao que tudo indica, veio para ficar.

Tanto que em meio às dificuldades de acesso ao crédito, juros altos e de uma população que sofre com o impacto da crise e com menor poder de compra, a empresa vem ganhando participação de mercado e projeta, para este ano, crescimento de 6%.  

Não fosse pela dificuldade dos pesados em engrenar o motor Euro 6 devido ao seu custo, somado às dificuldades da economia, Wílson Lentini, diretor geral para emissões, turbos e sistemas térmicos da BorgWarner no Brasil, arriscou dizer que a expansão seria de até 10%.

Como plano de negócios em cenário em que as vendas têm andado de lado as montadoras seguem realizando lançamentos e, a fim de diferenciar suas novas versões, muitas delas trazem o motor turbo. Isto, na avaliação do executivo, protege mais a fabricante de variações econômicas, crises e soluços.

Disposta a equipar gama cada vez maior de veículos de passageiros apenas este ano a BorgWarner ganhou em torno de 10% de fatia de mercado e, até agora, conta com 60%. Considerando os pesados este porcentual é de 70%. Lentini atribuiu este avanço justamente aos lançamentos, ao citar que, em 2023, a marca equipa o Fiat Strada, o Volkswagen Polo e o Peugeot 208.

“Hoje somos o maior provedor de turbos do mercado. Temos toda a linha Stellantis mais uma linha da Volkswagen, e a nossa entrada nessas empresas vem promovendo ganho de fatia de mercado.”

Lentini lembrou que a BorgWarner começou com o Volkswagen up! anos atrás: “Nosso turbo ganhou projeção conforme ingressamos em outros veículos. Por exemplo: fomos escolhidos pela Fiat para equipar, além do Strada, o Fastback, nas duas motorizações, 1.3 e 1.0, e também entramos no Jeep Compass, com o motor 2.3, o Renegade. No caso da Volkswagen todos os motores 1.0 carregam nosso turbo, Nivus, Virtus, Polo. E isto nos trouxe volume”.

Para o diretor geral Wílson Lentini o motor turbo é tendência que veio para ficar. Crédito: Divulgação.

Turbo é o principal produto da fabricante no Brasil

O turbocompressor é hoje o carro-chefe da BorgWarner no Brasil, respondendo por 65% a 70% do faturamento. Faturamento este que dobrou nos últimos cinco anos, o que colocou o Brasil em posição diferente aos olhos da matriz, apesar de o mercado brasileiro ser considerado pequeno com relação ao europeu e ao estadunidense mas, ainda assim, permitiu expandir a operação local.

E o próximo passo para o produto será fornecê-lo para motores híbridos flex. A empresa está desenvolvendo turbocompressor para equipar lançamento que será realizado de 2025 a 2026, cujos pormenores ainda correm em sigilo.

Na planta de Itatiba, SP, são produzidos também itens de gerenciamento térmico, como embreagens viscosas e ventiladores, sistemas de sincronismo do motor e correntes de sincronismo. E em Piracicaba, SP, há a recém-inaugurada fábrica de baterias, desde fevereiro.  

O turbocompressor, conforme o diretor da BorgWarner, potencializa o comburente. O oxigênio comprimido é jogado dentro da câmara de pistão o que faz com que aumente a otimização da queima.

“O turbo aumenta a potência e minimiza o gasto. É natural que seja uma tendência que veio para ficar. Um motor 1.3 turbo é igual um motor 2.0, só que com uma diferença de desempenho gigantesca, com consumo menor, com mais de 30% de economia, e uma grande descarbonização”.

Planta de Itatiba produz, anualmente, em torno de 500 mil turbos, e fornece para 50% dos motores turbo flex no Brasil. Crédito: Divulgação.

BorgWarner tem planos de localizar mais, mas esbarra na falta de escala

A empresa, que hoje possui 30% de nacionalização neste produto, pretende ampliar a base de fornecedores locais como uma questão estratégica. Lentini ponderou, no entanto, que há percalços devido ao tamanho das empresas e também ao alcance de tecnologia, o que não permite ganhar escala.

“É difícil encontrar fornecedor robusto para forjado fundido em alumínio, por exemplo. A competitividade local ainda é uma barreira. Carecemos de volume para ficarmos mais competitivos aqui. E também de alguns incentivos do governo para ajudar a cadeia.”

A nacionalização cresceu um pouco este ano, admitiu o diretor da BorgWarner, sem dar números, mas não como a empresa gostaria, complementou. O mercado, segundo ele, tem começado a reagir para movimentos de localização, a demonstrar mais competitividade.

“E vemos o Brasil como polo de produção de motor a combustão. A Europa vai toda para a eletrificação. E aí, sim, vemos que haverá escala para localizar mais. Acredito que isso ocorrerá nos próximos dois a cinco anos. Mas o Brasil não pode perder a vez: precisamos estar preparados e ser mais competitivos. O que depende também do governo, de regras claras sobre qual caminho seguir. Temos também de ficar de olho na Índia e no México.”  

Venda de veículos usados avança 9% de janeiro a setembro

São Paulo – As vendas de veículos usados chegaram a 10,6 milhões de unidades no volume acumulado de janeiro a setembro, 8,8% maior do que o registrado em igual período de 2022, de acordo com dados divulgados pela Fenauto.

Com o resultado a entidade segue com a sua projeção de vendas em torno de 15 milhões de unidades até dezembro, apostando nos últimos meses do ano, que costumam ser os melhores para os lojistas, de acordo com Enílson Sales, presidente da Fenauto.

Em setembro foram vendidos 1,2 milhão de veículos, volume estável na comparação com igual mês de 2022 e 13,9% menor com relação a agosto.

Fenabrave revisa para cima a projeção para o ano: 2,2 milhões de veículos.

São Paulo – Restam três meses para o fechamento do ano e a Fenabrave revisou, pela primeira vez, suas estimativas de vendas para 2023. Agora a entidade que representa as associações de marca que representam as empresas concessionárias passou a projetar crescimento de 5,6% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, somando 2,2 milhões de unidades. No início do ano sua projeção era de empate com 2022: 2,1 milhões de veículos.

Desde janeiro, quando divulgou as primeiras estimativas, seu presidente José Maurício Andreta Jr,. dizia ter a sensação de que haveria crescimento: “E poderemos ter números ainda melhores caso o governo divulgue, junto com o Mobilidade Verde, medidas que alavanquem as vendas do setor”.

Segundo o presidente da Fenabrave o cenário está mais positivo neste segundo semestre, impulsionado pelos descontos gerados a partir da MP 1 175. A sua expectativa é a de que, junto com o Mobilidade Verde, a segunda fase do Rota 2030, algumas medidas sugeridas pela entidade sejam colocadas em prática: “Fizemos diversas sugestões, entregamos um estudo que mostrava que o aumento da escala, com redução do imposto, não prejudicaria a arrecadação. Algo mais para o longo prazo, não pontual como o programa”.

Resultados

As vendas de veículos avançaram 1,9% em setembro, comparado com o mesmo mês de 2022, para 207,7 mil unidades. Com relação a agosto houve recuo de 4,8%, “mas tivemos três dias úteis a menos no mês passado. Na média diária a alta foi de 10%”.

No acumulado dos três primeiros trimestres o setor registrou avanço de 8,5%, somando 1 milhão 629 mil unidades.

O segmento de automóveis e comerciais leves, o mais volumoso, puxou o crescimento no ano, com alta de 10% sobre janeiro a setembro do ano passado, 1,5 milhão de unidades. Em setembro foram 187,4 mil unidades vendidas, alta de 3,9% na comparação anual e queda de 4,8% na mensal, com os três dias úteis a menos.

Nas projeções divulgadas pela entidade quem puxa o crescimento é o segmento leve: alta de 7,3%, somando 2,1 milhões de unidades.

Caminhões para baixo e ônibus para cima nas novas projeções da Fenabrave

São Paulo – No mesmo dia em que perdeu a validade a MP 1 175, que garantiu a concessão de descontos patrocinados pelo governo na compra de veículos 0 KM, a terça-feira, 3, a Fenabrave revisou para baixo suas projeções de vendas de caminhões este ano e aumentou as estimativas para as de ônibus.

Segundo a entidade, que representa as associações de marcas presentes no mercado brasileiro, ao contrário do que aconteceu com automóveis e comerciais leves, que em dois meses consumiram todos os R$ 800 milhões em créditos tributários colocados à disposição para bancar os descontos, o efeito do programa de R$ 1 bilhão para veículos pesados foi bastante reduzido: só R$ 320 milhões, ou 32%, foram solicitados pelas montadoras e nem tudo foi efetivamente utilizado, segundo dados do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualizados até 28 de setembro.

Dirigentes da Fenabrave avaliam que a complexidade do programa desenhado para veículos pesados, que previa a concessão dos descontos sob a condição de entregar para sucateamento outro veículo antigo de mesmo porte com mais de vinte anos de uso, acabou por limitar a efetividade da ação do governo.

Caminhões em queda maior do que a esperada

No início deste ano a Fenabrave previa a estabilidade do mercado de caminhões em 2023, com 124 mil vendas. Agora a projeção baixou para 96 mil unidades e queda expressiva de 23,2% sobre 2022.

De acordo com dados do Renavam consolidados pela entidade e divulgados na terça-feira, 3, em setembro foram emplacados 8,4 mil caminhões, o que representou recuo de 5,8% sobre agosto e retração de 23,8% na comparação com o mesmo mês de 2022. No acumulado de nove meses a soma é de 75,9 mil caminhões emplacados, volume 17,5% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Segundo o presidente da entidade, José Maurício Andreta Jr., “o segmento veio de dois anos muito positivos, mas o crédito restrito e o ajuste de preços dos novos modelos afetou o desempenho do mercado”.

O dirigente observou que os descontos oferecidos no programa do governo, aliado à complexidade de se entregar outro veículos em troca para sucateamento, não foram suficientes para superar os aumentos de preços dos caminhões, de 15% a 30%, devido à adoção de motorização Euro 6 para atender à fase 8 da legislação brasileira de emissões para veículos pesados, o Proconve P8, em vigor desde o início de 2023.

Dos R$ 700 milhões em créditos tributários disponíveis para bancar os descontos a caminhões apenas R$ 130 milhões, ou 18,6%, foram solicitados pelos fabricantes. Segundo a Fenabrave após o vencimento da MP que criou o programa não há qualquer indicativo de que o programa seja estendido ou de que os R$ 570 milhões que restaram para patrocinar descontos sejam dedicados a qualquer outro programa, como o Renovar, criado no fim de 2022 com objetivos parecidos de renovar a frota nacional de caminhões.

Vendas de ônibus surpreendem

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Se as vendas de caminhões decepcionam mais do que o esperado este ano as de ônibus surpreendem, o que levou a Fenabrave a revisar para cima suas expectativas: a entidade projeta 26 mil unidades, em crescimento de 18,2% sobre 2022. No início de 2023 a projeção era de 23 mil unidades e leve avanço de 4,5%.

Apesar de os frotistas de ônibus e vans terem utilizado proporcionalmente bem mais os descontos da MP – R$ 190 milhões, ou 63,3% dos recursos disponíveis de R$ 300 milhões – não foi exatamente por causa do programa que a Fenabrave atualizou para cima sua projeção de vendas do segmento.

Para a entidade fez mais efeito a recuperação das vendas nos segmentos rodoviário e de fretamento e a eficiência na adoção de uma nova fase do Programa Caminho da Escola, que no próximo dia 9 de outubro deverá licitar mais 16,3 mil ônibus – e a maioria deles nem deverá ser emplacada este ano, devendo influenciar positivamente também o desempenho de 2024.

No acumulado de janeiro a setembro a Fenabrave contabilizou o emplacamento de quase 19 mil ônibus, em alta de 23,7% sobre o mesmo período de 2022. No mês passado o resultado não foi tão bom, com cerca de 1,9 mil licenciamentos e queda de 4% na comparação com agosto, bem como retração de 26,3% com relação a setembro do ano anterior.

Para o presidente da Fenabrave houve apenas um pequeno intervalo na recuperação das vendas do segmento: “Os emplacamentos de ônibus passam por um momento de consolidação da recuperação iniciada ainda em 2022. Este, que foi um dos segmentos mais impactados pela pandemia, vem se recuperando e com mais força ainda neste ano, quando foi beneficiado pelo Programa Caminho da Escola, cuja adoção foi efetiva para o setor”.

Volkswagen Caminhões e Ônibus expande negócios na Jordânia

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus está ampliando seus negócios da Jordânia por meio da sua representante oficial, a Integrated Automotive, que conquistou o primeiro grande cliente no país, a Pepsi. Cinco caminhões Delivery 17.280, produzidos em Resende, RJ, foram negociados para a distribuição de bebidas.

A Integrated Automotive também ampliou o seu centro de atendimento aos clientes, com uma nova estrutura de 5 mil m². A unidade possui uma equipe de especialistas que também atendem aos veículos em pós-vendas.

Mercedes-Benz inicia a construção de seu Centro Global de Peças na Alemanha

São Paulo – A Mercedes-Benz iniciou a construção da sua nova Central Global de Peças para reposição, em Halberstadt, Alemanha. O assentamento da pedra fundamental foi feito em 28 de agosto, durante evento realizado com diversos executivos e autoridades.

A intenção é garantir logística flexível, eficiente e sustentável de peças para garantir o sucesso de seus negócios no futuro e para atender às demandas dos clientes, que precisam dos caminhões operando o máximo de horas possível. A expectativa é de que o prédio comece a atender a todas as normas exigidas para operar a partir de 2025, mas ainda sem data para sua inauguração.

GWM abre concessionárias em Florianópolis e São Luís

São Paulo – A GWM anunciou a abertura de mais duas concessionárias nas capitais Florianópolis, SC, e São Luís, MA, que serão administradas pelos grupo Dimas e Carmais, respectivamente. As unidades serão inauguradas em 4 e 5 de outubro, com investimento de R$ 5 milhões em cada uma.

Com as duas novas lojas a GWM chega a 31 concessionárias e mais 34 lojas em shoppings, operando em mais de cinquenta cidades. A meta da companhia é estar, em breve, em todas as capitais. 

Os primeiros centro de distribuição da montadora, onde os veículos ficam armazenados até o faturamento, também começaram a operar e a projeção é chegar a 37 CDs até o fim de outubro.

Indústria admite que metas de adoção de veículos elétricos são inatingíveis

São Paulo – As metas estabelecidas para modificar a produção de veículos para modelos 100% elétricos não é viável dentro dos prazos legislativos atuais, previstos para ocorrer de 2030 a 2040. É o que avalia pesquisa global realizada pela ABB Robótica e pelo Automotive Manufacturing Solutions.

Segundo o levantamento 59% das empresas ponderam que há desafios que ainda não foram solucionados, como a adaptação à nova cadeia de suprimento de baterias, a escassez de matérias-primas, a infraestrutura adequada e a capacidade de rede, além das preocupações com os altos volumes de investimento necessários para a transição.

Constam ainda, no ranking de percalços rumo à adoção da nova tecnologia de propulsão, o preço elevado dos veículos movidos à bateria e a ausência de infraestrutura de carregamento em diversos lugares. A pesquisa foi realizada com cerca de seiscentos entrevistados que trabalham em fabricantes de veículos e de suprimentos, em todos os níveis de gerenciamento, engenharia e especialistas globais do setor.

Sobre o fornecimento de manufatura sustentável os participantes foram mais otimistas: 80% previram que a sustentabilidade pretendida com a mudança para a eletrificação é alcançável. Os entrevistados também ponderaram que a automação será fundamental para alcançar as metas de eficiência e prazos.

Onix e Polo disputam o posto de automóvel mais vendido do Brasil

São Paulo – Com os resultados de setembro, quando o Polo ficou na segunda posição no ranking de modelos do mercado brasileiro com mais de 1,5 mil licenciamentos de vantagem sobre o Chevrolet Onix, terceiro colocado, o modelo da Volkswagen assumiu a vice-liderança também no acumulado do ano e esquentou a disputa com o outrora líder de vendas.

Ao fim de agosto a distância do Onix sobre o Polo era de pouco mais de trezentas unidades. Agora o modelo produzido em Taubaté, SP, assumiu o posto de automóvel mais vendido no Brasil e, dentre os leves, está atrás apenas da picape Fiat Strada, líder com confortável vantagem do mercado no acumulado e em setembro.

A disputa promete ser quente até o fim do ano. Turbinado pela versão Track, que substituiu o Gol no mercado brasileiro, o Polo chegou a inclusive liderar as vendas por dois meses, em junho e julho. Já o Onix largou na frente, liderou em janeiro, mas deixou a distância diminuir.

No Top 10 do mercado o destaque fica com o Renault Kwid, compacto que voltou a este pódio. Nos SUVs no mês passado a liderança ficou com o Chevrolet Tracker, sexto mais vendido no mês no geral. Mas, no acumulado, o posto de mais vendido está com o VW T-Cross, que em setembro ficou na nona posição.