São Paulo – O total de chassis de ônibus fabricados no mês passado, 1,9 mil unidades, ficou 50,9% abaixo do volume que saiu das linhas de produção em setembro de 2022, 3,9 mil unidades. Em comparação com agosto, quando 2 mil ônibus foram produzidos, o recuo é de 8,9%. Os dados foram divulgados na sexta-feira, 6, pela Anfavea.
No acumulado do ano a queda também é expressiva, de 35,5%, totalizando 15,4 mil unidades, com relação aos nove primeiros meses de 2022, quando foram fabricados 23,8 mil chassis. Na avaliação do economista e assessor da presidência da entidade, Vinícius Pereira, o cenário é devido à mudança de motorização para o Euro 6, que encareceu os produtos de 20% a 30%, e também ao fato de que nos últimos meses do ano passado houve antecipação de compra, o que estimulou as fabricantes a elevarem seus volumes a fim de atender à demanda por modelos Euro 5.
As vendas de ônibus em setembro registraram 1,5 mil unidades, praticamente o mesmo número de agosto, com leve alta de 2,9%, mas com relação ao mesmo mês no ano passado, 1,6 mil unidades, houve recuo de 8,4%. De janeiro a setembro os 15,8 mil ônibus comercializados representam incremento de 32,6% ante o acumulado de 2022, quando 11,9 mil ônibus foram vendidos.
Pereira justificou que este crescimento baseia-se na fraca base de comparação tanto de 2022 como de 2021, que vendeu 10,9 mil unidades, uma vez que o setor de ônibus foi o que mais sofreu durante a pandemia por sua característica de transporte coletivo. Por isto a produção não está acompanhando as vendas.
“O Caminho da Escola também ajuda a explicar este aumento, pois ainda havia algumas entregas para o programa do governo.”
Da mesma maneira é esperado que a nova licitação, cujo prazo terminará na segunda-feira, 9, exerça resultado positivo e estimule a fabricação de ônibus ainda este ano, embora a maior parte deste impacto deva ser sentida apenas em 2024.
Ao todo serão comprados 16,3 mil ônibus para levar alunos à escola em áreas rurais e de difícil acesso. Trata-se de um volume duas vezes e meia maior do que os contratados nos dois últimos chamamentos públicos da iniciativa, que giraram em torno de 7 mil unidades.
Quanto a outro programa da União, que estabelecia descontos de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil para a compra de pesados 0 KM por meio da MP 1 175, e que expirou em 3 de outubro, dos R$ 300 milhões reservados aos ônibus foram utilizados R$ 190 milhões.
A demanda externa por ônibus também desaqueceu em setembro. As 461 unidades exportadas representaram recuo de 7,6% com relação às 499 embarcadas em agosto, e de 24,3% ante as 609 do mesmo mês no ano passado. No acumulado de 2023 a exportação de 3,7 mil unidades representam queda de 5,7% com relação às 3,9 mil de janeiro a setembro de 2022.