Metalúrgicos interrompem produção na Renault por segurança na linha

São Paulo – Funcionários da Renault paralisaram a produção na fábrica de São José dos Pinhais, PR, por um dia, na quarta-feira, 11, alegando falta de segurança na linha de utilitários da CVU, Curitiba Veículos Utilitários, onde é produzida a Oroch e trabalham cerca de seiscentos profissionais.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba houve acidentes na estrutura suspensa de rolagem de automóveis que, por diversas vezes, foi rompida ocasionando a derrubada parcial ou total de veículos.

O diretor do sindicato, Ezequiel Romão Pereira, o Formigão, afirmou que a parada, aprovada em assembleia, foi seguida por 2,5 mil trabalhadores do chão de fábrica, que deixaram de produzir quatrocentos veículos. Formigão relatou que os metalúrgicos que já protestaram contra esta situação solicitaram ação de manutenção ou substituição de toda a linha do setor e alertaram que pode ocorrer uma fatalidade grave.

A falta de uma resposta da empresa, segundo ele, gerou o protesto aprovado com um dia de parada. Os cerca de 2,5 mil trabalhadores voltarão ao expediente na segunda-feira, 16, uma vez que para a sexta-feira fora negociada a compensação.

Formigão disse que o sindicato aguarda até a semana que vem uma manifestação da empresa e a apresentação de laudo técnico da estrutura: “Até agora foi apresentado somente o laudo dos pontos de intervenção das soldas. Queremos uma garantia de toda a estrutura para que possamos garantir um ambiente de trabalho seguro”.

A Renault informou, em nota, que não ocorreram acidentes com consequências para a saúde e segurança dos empregados:

“Os incidentes ocorridos em 2023 com as guias laterais do transportador da fábrica CVU geraram danos materiais somente à Renault, não havendo nenhuma consequência para colaboradores. Os reparos necessários e as medidas de segurança foram realizados por uma empresa especializada com emissão de laudo técnico e ART, Anotação de Responsabilidade Técnica, pelo engenheiro responsável”.

A montadora assinalou ainda que reafirmava seu compromisso com a segurança e a saúde de seus colaboradores, permanecendo aberta ao diálogo.

De acordo com o sindicato esta situação já foi denunciada ao MPT, Ministério Público do Trabalho, em 2022, e à vigilância sanitária de São José dos Pinhais: “Foi realizada a verificação mas até o presente momento o sindicato não recebeu relatório sobre o assunto, a investigação, nem quais seriam os procedimentos adotados para tal gravidade que expõe tantos trabalhadores em uma multinacional do nível da Renault do Brasil”.

Vendas de veículos financiados avançam 7% em setembro

São Paulo – Impulsionados pelas vendas de motocicletas os financiamentos sobre veículos avançaram 6,5% em setembro com relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da B3, que opera o SNG, Sistema Nacional de Gravames, e reúne cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito. Ao todo foram comercializados a prazo 501 mil automóveis leves, pesados e motos novos e usados no mês passado.

Na comparação com agosto, no entanto, que havia sido o melhor mês desde dezembro de 2020, houve recuo de 8,9%.

O avanço registrado no financiamento de motos ante setembro do ano passado foi de 17,2% e para veículos leves o incremento foi de 4,3%. Com relação a agosto a queda da compra de motos a crédito foi de 10,5% e, de leves, de 8,6%. Pesados registraram recuo nos dois comparativos, com queda de 5,7% no anual e de 4,5% no mensal.  

Segundo o gerente de planejamento e inteligência de mercado na B3, Gustavo de Oliveira Ferro, ajuda a explicar o cenário o fato de que setembro teve vinte dias úteis, número menor com relação tanto a agosto quanto ao mesmo mês de 2022, com 23 e 21 dias úteis, respectivamente.

Ferro destacou, no entanto, o incremento na média de veículos financiados por dia útil, e afirmou que em setembro foi alcançada a melhor média diária desde fevereiro de 2021, com mais de 25 mil unidades:

“Isto representa crescimento de 4,8% na comparação com agosto e de 11,8% com relação ao mesmo mês do ano anterior. Mesmo após o término dos incentivos do governo para o setor o mercado manteve resultados positivos”. 

No acumulado do ano as vendas financiadas de veículos somam 4,3 milhões de unidades, alta de 7,3% diante dos nove primeiros meses de 2022, equivalente a 294 mil unidades a mais.

Stellantis reconhece seus melhores fornecedores em premiação global

São Paulo – Pela terceira vez a Stellantis reconheceu globalmente seus melhores fornecedores, divididos em categorias por área e região. No total dezesseis empresas foram premiadas, em evento que reuniu mais de 150 fornecedores e executivos da companhia.

Em comunicado a Stellantis informou que todas as empresas, quarenta no total, foram selecionadas por equipes de liderança multifuncionais. Os fornecedores foram avaliados em diversos critérios como inovação, qualidade, custo, segurança, compromisso com o plano Stellantis Dare Forward 2030, que implica o avanço na eletrificação.

Maxime Picat, chefe de compras e da cadeia de suprimentos, falou sobre o trabalho das empresas premiadas: “Estendemos os nossos mais sinceros parabéns aos vencedores do Fornecedor do Ano deste ano, cuja dedicação e padrões impecáveis nos ajudaram a enfrentar desafios e alcançar novos patamares”.

Veja abaixo a lista completa de Fornecedores do Ano:

América do Norte
Alps Alpine

América do Sul
F2J Industry

Europa expandida
Plastic Omnium

Oriente Médio e África
A2ME Industry

Índia e Ásia-Pacífico
Iljin Group

China
VMAX New Energy

Serviços indiretos
Accenture

Qualidade
Gestamp

Desempenho de material direto
CATL, Contemporary Amperex Technology Limited

Gerenciamento de programa
Plastic Omnium

Inovação
EFI Automotive

Responsabilidade social corporativa
Pirelli

Capex
Qian Yuan Mould

Cadeia de suprimentos de peças
Aisin

Logística da cadeia de suprimentos
Bertani Transporti

Pós-mercado
Sercore Tech SL

JLR inaugura eletroposto que capta energia solar e armazena em bateria

Rio de Janeiro, RJ – A JLR apresentou seu novo sistema de carregamento para veículos elétricos, que capta energia solar e a armazena em bateria já utilizada por veículo elétrico e que está em sua segunda aplicação, em parceria com a Energy Source. Quando um carro chega ao eletroposto para recarregar utiliza-se aquela energia armazenada. O projeto piloto dispõe de bateria de um Jaguar E-Pace e foi instalado na concessionária Land Rio, no Rio Janeiro, RJ, que é a primeira concessionária zero carbono da marca. 

Para clientes da JLR a recarga não terá custo, mas para clientes de outras marcas será cobrado um valor por cada kWh. João Oliveira, presidente da montadora para a América Latina, disse que as baterias usadas no projeto podem ser retiradas dos veículos após muitos anos de uso, “mas em casos como acidentes, nos quais o veículo não será recuperado, o componente pode ser usado para uma segunda aplicação”.

Para os próximos anos a JLR pretende o avanço deste modelo de negócio para todas as suas concessionárias no Brasil, uma opção viável para segunda aplicação das baterias, até que elas não tenham mais capacidade de armazenamento e necessitem passar pelo processo de reciclagem. O projeto nacional também poderá avançar para outros países a médio prazo:

“Estamos estudando a exportação dessa solução para outros mercados mais maduros, como Europa e Estados Unidos, que possuem um volume muito maior de veículos elétricos e baterias que permitem uma segunda aplicação”. 

O eletroposto foi fornecido pela WEG, parceira do projeto, e ficará conectado à rede de gestão da EZvolt, outra parceira, assim como no aplicativo, que permite que os usuários verifiquem qual carregador está mais perto dele, assim como sua capacidade de carga e disponibilidade.

MDIC admite intenção de tornar permanente programa de renovação de pesados em 2024

São Paulo – Encerrado o programa do governo de descontos para a compra de veículos pesados, após a MP 1 175 ter caducado em 3 de outubro e o Congresso não ter renovado o benefício, o setor ficou na expectativa por nova iniciativa que traga de volta incentivos à renovação de frota. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, a experiência avaliada como bem sucedida pelo governo abre caminho para que se torne um programa perene em 2024.

Moreira e o secretário executivo do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa, participaram do Congresso SAE Brasil 2023, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo, na terça-feira, 10. À Agência AutoData Rosa afirmou: “A MP caducou e nós corremos para fazer um projeto de lei. O Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados] até chegou a dizer que aprovaria, mas nós não conseguimos convencê-lo”.

O benefício concedido está consumado, prosseguiu o secretário, ao justificar que os recursos que sobraram não poderiam ser transferidos porque são carimbados. Restaram, conforme a última atualização do MDIC, R$ 680 milhões de R$ 1 bilhão reservados à iniciativa que concedeu descontos de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil à compra de caminhões, ônibus e vans 0 KM.

Moreira disse, ainda, que qualquer programa tem que ter uma fonte de recursos distinta. E que este valor estava inserido dentro do programa de descontos e, portanto, não pode ser reutilizado:

“Ele nunca foi visto como programa permanente, na forma como foi construído. Era cíclico, de curto prazo. Acabou a MP, o Congresso não votou. Agora, para o ano que vem, dialogaremos e tentaremos criar uma proposta que seja a possibilidade de um programa perene de renovação de frota”.

Ou seja: mesmo diante do fato de o Renovar, Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País, não possuir orçamento próprio, o que dificulta com que saia do papel, ele não poderia herdar o dinheiro não utilizado.

O usufruto dos descontos demorou a engrenar devido à exigência de endereçar veículo acima de vinte anos de uso à reciclagem e de solucionar a documentação do veículo usado, o que fez com que não fossem utilizados em sua totalidade.

Mas, segundo Rosa, o fato de ter adesão ampliada a partir do momento em que o MDIC tornou mais flexíveis as regras e permitiu que o dono do veículo velho não fosse o mesmo que pleiteava o desconto, mostrou que o programa de renovação de frota de pesados pode ser contínuo, até por questões de segurança e saúde, diferentemente dos veículos leves, o que não se justifica, segundo ele, pois esses veículos giram mais rápido.

“Acho que teremos espaço para renovar o programa permanentemente”, assinalou o secretário executivo do MDIC, que também falou sobre a existência de outro projeto que cria um fundo próprio para remunerar a troca de veículos, o que também é uma ideia para seguir estimulando a renovação.

“Seja qual for a iniciativa, e isto é o que [o ministro do MDIC e vice-presidente Geraldo] Alckmin e [o ministro da Fazenda Fernando] Haddad pensam também, criaremos um espaço no orçamento, não agora, mas no futuro, para fazer este programa de forma permanente. O País precisa disto porque tem uma frota muito envelhecida, o que aumenta muito o custo Brasil, sem falar nos acidentes e na poluição.”

Rosa disse acreditar que para o ano que vem o governo deverá anunciar algo neste sentido, mas que o Mobilidade Verde e Inovação, que Moreira estimou que seja anunciado até o fim do mês, após atraso por questões burocráticas, já trará algumas medidas para o setor.

“No começo tivemos muita crítica do programa”, Rosa reconheceu. “De que estaríamos protegendo novamente a indústria, uma indústria defasada. Mas o mundo inteiro faz isso. O México, a União Europeia, os Estados Unidos. Não estamos criando uma barreira nem protegendo a indústria.”

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC concordou que esta experiência ajudou o ministério a pensar também em outro ponto, que também dificultou o acesso ao programa: o financiamento.

“Com a taxa de juros que temos hoje um programa desta natureza é inviável. Finame a 20% ao ano é muito elevado. E outra: o Finame só financia ônibus e caminhões novos, e não seminovos. É algo a se pensar para o futuro.”

Volkswagen Caminhões e Ônibus vendeu cerca de 350 veículos pelo programa

A Volkswagen Caminhões e Ônibus, também presente ao Congresso SAE 2023, informou que cerca de 350 veículos foram comercializados com o desconto do programa do governo, sendo a maioria ônibus, segundo o diretor Marco Saltini.

“Não é um número fantástico mas demonstra a relevância do programa, que demorou para deslanchar mas, depois, foi bem.”

Saltini integra o conselho do Renovar representando a Anfavea e realiza reuniões periódicas para debater a utilização de fundos já existentes, a exemplo do Funset, Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito, e a encontrar soluções para a continuidade do programa.

Presidente e chefe de operações da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes relembrou o expressivo volume de vendas fechado com Vamos e Gerdau, de 140 caminhões, a partir da iniciativa.

“O importante é saber que há boa vontade do governo e que existe a necessidade de a indústria tornar viável um programa necessário.”

JLR discute a produção de elétricos em Itatiaia

Rio de Janeiro, RJ – A JLR discute com sua matriz um novo ciclo de investimento para a fábrica de Itatiaia, SP. As conversas, de acordo com o presidente para a América Latina, João Oliveira, vão além da introdução de novos modelos: o planejamento visa a tornar a operação brasileira base de exportação de veículos elétricos não só para a América Latina mas para outros mercados globais.

Na fábrica brasileira, considerada uma das mais modernas dentro da JLR no mundo, são produzidos os SUVs Discovery Sport e o Range Rover Evoque, em motorização flex e híbrido leve. O próximo passo, de acordo com Oliveira, é avançar para uma nova geração de BEVs, destes ou de outros modelos. Ele calculou que a eletrificação poderá vir em até três anos.

“Este é um tema muito discutido pois o investimento não pode ser pensado apenas para atender a demandas regionais. Temos que produzir um produto global, para exportar para mercados grandes e relevantes.”

Inaugurada em 2016 a fábrica de Itatiaia possui alto índice de presença tecnológica, mão-de-obra qualificada e baixa rotatividade de funcionários. Os índices de qualidade e eficiência e o custo por veículo produzido também são positivos, segundo o presidente, o que possibilita colocar a operação brasileira em posição mais relevante dentro da operação global.

Oliveira considerou positivo o avanço da eletrificação no mercado brasileiro: em setembro os 100% elétricos representaram 1% do total vendido no País, ainda que com veículos importados e do segmento premium, beneficiados com o imposto para importação zerado. A possibilidade do retorno da taxa preocupa o executivo:

“Como JLR e Abeifa entendemos que o retorno do imposto é importante para fomentar a produção nacional, mas deveria continuar zerado a curto prazo, por mais dois anos, para depois voltar gradualmente até chegar em um teto de 20%, que consideramos ideal. Mas o que ouvimos do governo é que o imposto de importação deverá voltar no ano que vem, começando em 9% até chegar nos 35% em quatro anos”.

Programa de visitas da BMW recebeu mais de 2,5 mil visitantes

São Paulo – A fábrica da BMW de Araquari, SC, recebeu mais de 2,5 mil visitantes em um ano de vigência de seu programa de visitas, lançado no ano passado em parceria com a Serra Verde Express. Em um tour de cerca de três horas grupos de até doze pessoas andam pelas linhas de montagem e acompanham a produção dos modelos BMW.

Marcopolo fornecerá 287 ônibus articulados para o Rio de Janeiro

São Paulo – A Marcopolo entregará, ao longo do primeiro semestre do ano que vem, 287 ônibus articulados Viale Express para o sistema de transporte da cidade do Rio de Janeiro. Eles, que foram desenvolvidos especificamente para o sistema carioca, operarão nos corredores expressos Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil.

TEVX Higer importará mini ônibus elétrico

São Paulo – A TEVX Higer anunciou que importará o mini ônibus elétrico Azure 9 para ser testado pela SPTrans a partir de dezembro. Produzido na China pela Higer Bus o modelo tem capacidade para transportar 48 passageiros e completará a gama oferecida pela representante TEVX no Brasil, já composta pelo urbano padrão A12BR, o articulado A18BR e o rodoviário FE10BR.

O Azure 8 tem motor Dana, bateria de fosfato lítio da CATL, freios Wabco, piso baixo, suspensão pneumática e painel digital Actia.

Volkswagen Tiguan Allspace retorna ao mercado brasileiro

São Paulo – O Tiguan Allspace retorna ao mercado brasileiro em versão única R-Line por R$ 278 mil 990. Com sete lugares o modelo, que já pode ser reservado na rede VW, foi o primeiro de uma série de SUVs lançados pela Volkswagen desde 2018 – depois dele chegaram T-Cross, Nivus e Taos. Só neste ano os três modelos somam mais de 87 mil licenciamentos.

Importado do México e de uma geração abaixo da comercializada na Europa o Tiguan Allspace tem nova dianteira, faróis IQ.Light Matrix interligados em uma assinatura em LED, novas ponteiras de escape traseiras e lanternas em LED. As rodas são de 19 polegadas.

Traz controles de tração e estabilidade, seis airbags, frenagem automática anti-colisão, frenagem de manobra, assistente de partida em rampa, controle de pressão dos pneus e bloqueio eletrônico de diferencial. Uma grande novidade é o Travel Assist, sistema semiautônomo nível 2, que incorpora lane assist combinado com controle de cruzeiro adaptativo que pode assumir o controle do carro, mantendo-o centralizado na faixa em velocidade pré-determinada.