Investimento em infraestrutura deverá acompanhar adoção de ônibus elétricos pelas cidades

São Paulo – O acordo firmado pela Prefeitura de São Paulo com o BNDES, para dispor de crédito de R$ 2,5 bilhões para a compra de 1,6 mil dos 2,6 mil ônibus elétricos pretendidos até o fim do ano que vem, animou os fabricantes, especialmente os quatro cadastrados no Finame: Mercedes-Benz, Eletra, Marcopolo e BYD. Ao mesmo tempo, no entanto, trouxe à tona preocupação com a infraestrutura da rede elétrica.

Durante o segundo dia do Seminário Elétrico + ESG, realizado por AutoData, Walter Barbosa, diretor de vendas de ônibus da Mercedes-Benz, e Silvestre Cavalcante, gerente comercial da Eletra, foram uníssonos quanto ao fato de que volume é algo essencial para que o preço diminua e essa nova tecnologia engrene no País. Mas, ainda mais importante do que isto, é a necessidade de infraestrutura.

“Vejo grande ponto de atenção nessa questão porque boa parte do País possui rede elétrica de baixa e média tensão instalada nas ruas, de 13,8 mil volts a 37 mil volts”, disse Barbosa. “Que é o que atende residências e empresas. E cabe dizer que ela suporta até cinquenta veículos na garagem. Quarenta, dependendo do porte do carro.”

O diretor da Mercedes-Benz prosseguiu dizendo que quando se vê a intenção da Prefeitura [de São Paulo] em adquirir aquela quantidade de ônibus, sendo 650 até o fim deste ano, tem-se ponto fundamental que é a iniciativa do poder público, e São Paulo sai na frente com a oferta do financiamento junto ao BNDES, sendo que 66% do valor do ativo será subsidiado pelo governo e 33% ficará a cargo do operador.

“A infraestrutura, porém, é ponto que requer atenção, pois são precisos investimentos mais altos e que não estavam na conta para criar subestações e gerar voltagem de 69 mil volts até 230 mil volts, e para ter mais de cinquenta carros em uma frota, que é comum na Capital. Vamos ter alguns desafios, portanto.”

Cavalcante concordou e completou lembrando que o problema nem é o aporte em si mas o período de tempo que o poder municipal pretende colocar os ônibus na rua:

“As autoridades, em geral, querem os ônibus elétricos em uma velocidade muito rápida e focam sua preocupação no material rodante. Só que o processo da infraestrutura é mais lento do que a construção do ônibus. Se eu pudesse dar um conselho é: comecem pela infraestrutura, trabalhem por ela”.

Se for preciso fazer investimento maior em uma subestação de um bairro, além de os investimentos serem na casa dos R$ 15 milhões a R$ 20 milhões, é uma obra que demora porque as peças não são padronizadas e os projetos são feitos caso a caso, ressaltou o gerente da Eletra.

“Temos de correr contra o tempo. Temos infraestrutura suficiente para atender a frota que será colocada em um primeiro momento”, contou Cavalcante. “Mas, em um segundo, é necessário estudo bastante rigoroso e preciso, principalmente das distribuidoras e geradoras de energia.”.

E o alerta vale, reforçou Barbosa, para todas as cidades interessadas em ter ônibus elétricos. Ele chamou atenção ao fato de que, se não for feito a tempo, as empresas não conseguirão gerar demanda nem produzir baterias.

“É preciso lembrar que o carro elétrico é quase como uma carga perecível. Não é igual a um chassi a diesel que pode ficar seis meses no estoque, no qual basta trocar o fluido e está tudo certo. No caso do elétrico há uma perda de vida significativa da bateria. Talvez o caminho seja comprar gradativamente conforme houver infraestrutura.”

BNDES volta a gerir recursos para pesquisa e desenvolvimento do Rota 2030

São Paulo – O BNDES e o MDIC assinaram na terça-feira, 24, um ACT, Acordo de Cooperação Técnica, que destina R$ 200 milhões para a descarbonização da cadeia automotiva. O banco de fomento voltou a participar das operações dos Programas Prioritários do Rota 2030 ao lado de Senai, Embrapii, Finep e Fundep – originalmente o BNDES fazia parte, mas deixou há alguns anos.

Caberá ao BNDES a gestão de projetos destinados à descarbonização de toda a cadeia. Os fundos são originados a partir dos ex-tarifários, os 2% de imposto de importação recolhidos de peças e componentes importados sem similar produzido no Brasil e que compõem sistemas que colaboram com a eficiência energética do veículo. Todo o valor arrecadado deve ser obrigatoriamente investido em projetos de P&D como prevê o Rota 2030, e assim permanecerá na segunda etapa, chamada de Mobilidade Verde e Inovação.

Segundo o MDIC a nova etapa será divulgada “nas próximas semanas”. O ministro do MDIC, e vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou que o programa envolverá outros ramos da mobilidade. Ele e o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, assinaram o ACT.

Além do programa que o BNDES passará a gerir estão em andamento outros como P&D para Mobilidade e Logística, coordenado pela Embrapii, Finep 2030, pela Finep, Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, Fundep, Desenvolvimento de Tecnologias em Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, Fundep, A3 Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo, Senai, e Estímulo à Produção de Tecnologias Relacionadas à Conectividade Veicular, Fundep.

Stellantis fecha acordo para reciclar baterias com Orano

São Paulo – A Stellantis divulgou que assinou memorando de entendimento com a Orano a fim de estabelecer joint venture para a reciclagem de baterias de veículos elétricos em fim de vida, inclusos os resíduos das gigafábricas situadas na Europa expandida e também na América do Norte.

Esse processo de economia circular garantirá à companhia o acesso a minerais como lítio, níquel e cobalto recuperados. A Orano construirá unidade hidrometalúrgica em Dunquerque, França, onde será realizada a reciclagem.

O fato de a Orano utilizar pré-tratamento inovador e tecnologia de hidrometalurgia de ponta permite que as taxas de recuperação dos metais alcancem mais de 90%. O que ajudará a Stellantis a atingir os níveis da taxa de reciclagem da Comissão Europeia em baterias de veículos elétricos a ser estabelecida a partir de 2031, e assegurar a sustentabilidade do modelo de negócio.

Primeiro eletrificado nacional da Stellantis será um MHEV

São Paulo – A Stellantis possui plano robusto de eletrificação de seus modelos fabricados no Brasil a partir do ano que vem. Esta nova etapa começará pelo sistema mild hybrid, que será apresentado até o fim de 2024, afirmou o vice-presidente para assuntos regulatórios, João Irineu, durante o segundo dia do Seminário Elétrico + ESG, realizado por AutoData.

Há uma semana, quando a Stellantis divulgou que o primeiro híbrido flex sairá de Goiana, PE, onde são fabricados os SUVs Jeep Renegade, Compass e Commander, e as picapes Fiat Toro e a Ram Rampage, ela não havia informado por qual sistema iniciaria a produção de veículos com a nova tecnologia. O primeiro modelo ainda segue em sigilo.

Como apresentou Irineu o sistema de entrada para o universo da eletrificação da companhia no Brasil terá um motor elétrico de 3 kW de potência e uma bateria de íon-lítio de 1 Kwh, responsáveis pela redução de 7% a 10% do consumo de combustível: “Esta bateria, para ser ter ideia, é sessenta vezes menor do que a utilizada em um carro 100% elétrico”.

O sistema, chamado de elétrico híbrido multifuncional dotado da tecnologia Bio-Hybrid, carregará a bateria enquanto gera torque adicional, terá função que transforma a energia elétrica armazenada em mecânica, função que permite que o veículo continue em movimento com o câmbio desacoplado ou mesmo com o motor desligado, e ganhará nova geração do botão start-stop.

Além do mild hybrid a Stellantis fabricará localmente também modelos com dois motores elétricos, híbrido plug-in e 100% elétrico. E continuará produzindo também veículos flex, usufruindo da matriz energética composta em 48% por energia renovável – melhor do que este índice, mostrou o executivo com base em dados da IEA, Agência Internacional de Energia, só a Noruega, com 51% de energia renovável.

“Destaque para o fato de que, quando se compara com outros países, apenas o Brasil conta, atualmente, com 36% dos carros de sua frota circulante de baixo carbono.”

Irineu lembrou também que um veículo movido a etanol emite 26 toneladas de CO2 e que um 100% elétrico na Europa emite 30 toneladas. Para efeito de comparação unidade movida a bateria no Brasil emite 23 toneladas de CO2.

“A emissão de CO2 de um carro produzido no Brasil é um terço da emissão do mesmo veículo fabricado na Europa, o que é motivo de orgulho.”

No País 13% das emissões são oriundas do setor de transporte.

João Irineu chamou atenção, porém, para o fato de que a descarbonização tem de ser compromisso de todos os setores, ao destacar que 11% das emissões está na fabricação de componentes do veículo, das quais 80% são provenientes dos processos produtivos do aço, do alumínio e do plástico.

Considerando todo o ciclo de vida as emissões do processo de montagem respondem por 1%, o uso do veículo por 85%, e 3% correspondem ao desmonte e descarte do carro e a sua reciclagem — com o que evita-se minerar tudo de novo que for necessário para produzir um veículo do zero.

“O Brasil reúne todas as condições de ser protagonista desse processo e de exportar veículos, componentes e tecnologia eletrificada para países que, sozinhos, não conseguirem evoluir. Pode tornar-se referência em baixo carbono sem ter de migrar totalmente para a eletrificação. Mas todos têm de mitigar, se não corremos o grande risco de ficar de fora dessa corrida.”  

SUV elétrico Mercedes-Benz EQS chega ao Brasil por R$ 999 mil

São Paulo – A Mercedes-Benz ampliou seu portfólio de veículos elétricos com o lançamento do EQS SUV no Brasil, que chega equipado com motor elétrico de 360 cv de potência. Sua bateria é de 108,4 kW, com autonomia de 411 quilômetros.

O modelo será importado em versão única, a 450+, com preço de R$ 998,9 mil.

Na comparação com o sedã o EQS SUV é 20 centímetros mais alto com relação ao solo, mas o espaço entreeixos é o mesmo, 3 mil 210 milímetros. O modelo é equipado com o sistema multimídia MBUX Hyperscreen, composto por telas que ocupam quase todo o painel, quatro modos de condução, itens de condução semi autônoma, teto solar panorâmico.

TE Connectivity tem avançadas tecnologias de conexões para veículos, eletrodomésticos, residências, indústrias, aviões e até naves espaciais

Quanto mais elevadas são as demandas por veículos mais inteligentes, bem como por serviços e por produtos mais conectados, maior será o protagonismo da TE. Como é tendência global que produtos, para serem mais eficientes e sustentáveis, sejam, fundamentalmente, conectados, as soluções da TE vêm ganhando importância e conquistando mercados ao redor do mundo.

No Brasil, a TE atende praticamente todos os setores em que atua globalmente. No automotivo, a empresa supri montadoras, sistemistas e fabricantes de chicotes elétricos com conectores e terminais de alta tecnologia. E a empresa também fornece essas soluções de conectividade que são indispensáveis para fabricantes de eletrodomésticos, aviões, embarcações, empresas de eletricidade, segurança, máquinas industriais e robóticas.

Os avanços em IoT (Internet of Things – Internet das Coisas, em português) vêm alavancando as soluções que a TE oferece para permitir que “todas as coisas” possam estar conectadas a supercomputadores. A TE provê avançada tecnologia, em conectores e terminais, que permite que essas conexões funcionem plenamente e tornem veículos, máquinas, robôs, aviões ou eletrodomésticos mais eficientes, sustentáveis e, sobretudo, seguros e conectados.

No setor automotivo, especificamente, os resultados destas conexões já podem ser observados globalmente. Para veículos mais conectados e com inteligência artificial, as soluções de Data Connectivity possibilitam entregar a condução não apenas muito mais segura, mas também muito mais confortável e agradável.

No Brasil, veículos comerciais como furgões, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e tratores já se beneficiam desses recursos que permitem, por exemplo, que montadoras, sistemistas e implementadoras ofereçam avançados recursos de telemetria e gestão digital online de frotas. Outro benefício já em testes na Europa são os “plattoonings” de caminhões com diversos veículos conectados entre si fazendo a mesma rota onde só o primeiro precisa ser conduzido por motorista com os demais seguindo em fila na mesma velocidade, mantendo distância segura e fazendo os mesmos movimentos do líder.

Como atua em diversos setores industrias, a TE também atende demandas por mais inteligência embarcada para as indústrias naval, aeroespacial, de eletrodomésticos e, também, de geração de energia. Quando se fala em eletrodomésticos inteligentes que entendem a comando de voz ou apenas o toque humano, fique certo, há produtos TE nesses modernos equipamentos.

Grandes empresas que operam com geração e distribuição de energia elétrica para todo o Brasil também se valem das soluções oferecidas pela TE. A energia elétrica que está na sua casa, indústrias, hospitais, escolas, escritórios, museus, estações de trem ou metrô, seja convencional, solar ou eólica, aérea ou subterrânea, certamente utiliza as soluções TE.

A TE atua no Brasil há mais de 50 anos. A empresa tem sua unidade industrial em Bragança Paulista, SP, empregando mais de 1.500 colaboradores. Com maciços investimentos em modernização de seus equipamentos, com foco nos processos da Indústria 4.0 e em linha com os preceitos da Pauta ESG, a empresa, inclusive, exporta componentes de alta complexidade tecnológica para outras unidades da TE do mundo, especialmente Estados Unidos e Europa.

Para se ter uma boa ideia da alta tecnologia que a empresa trabalha, e da confiabilidade de seus produtos, basta mencionar que até mesmo a NASA é cliente da TE. A empresa fornece à agência espacial dos EUA os “termistores” de coeficiente de temperatura negativa (NTC) que equipam a espaçonave “Juno” cuja missão é nada menos que explorar o planeta Júpiter. Vale explicar o que são esses componentes: eles medem de maneira precisa temperaturas que nem sequer existem no planeta Terra.

Com o crescimento das demandas global e nacional por produtos mais eficientes e conectados, que valem-se da Conexão de Dados (“Data Connectivity”) e da Inteligência Artificial, a TE projeta crescimento sustentável de seus negócios em todo o mundo, especialmente em mercados onde a empresa tem unidades industriais, como no Brasil.

Assinado, Volkswagen

Não são poucas as vantagens dos programas de assinaturas de carros, o que tem implicado em um dos segmentos que mais cresce no mercado automotivo do país. De acordo com a Associação Brasileira de Locadoras de Veículos (ABLA), o setor registrou um aumento de 30% em 2022 em comparação ao ano anterior. Neste ano, quem oferece um dado relevante é o Google, que apurou crescimento de 20,3% nas pesquisas sobre esse tipo de serviço.

Os carros por assinatura transformaram-se em um business tão vultoso que as próprias montadoras ensejaram unidades de negócio com esse propósito. A Volkswagen que o diga. O Volkswagen Sign&Drive, criado em novembro de 2020 pela parceria entre a montadora e a Volkswagen Financial Services, foi pioneiro na criação de um programa de marca. Três anos depois, o intuito é continuar expandindo os serviços, como a recém-criada oferta do ID.4, primeiro modelo totalmente elétrico da marca no Brasil e que só pode ser “adquirido” por intermédio do VW Sign&Drive.

Em um mundo cada vez mais conectado, com um consumidor que busca soluções de mobilidade inteligentes, é altamente digitalizado ao executar seus hábitos de consumo e que busca simplificação nas operações – inclusive na obtenção de crédito –, o carro por assinatura aparece como opção cada vez mais robusta. E melhor ainda para quem foi protagonista nesse negócio.

O programa simboliza a estratégia de posicionamento da própria marca no país. Quando foi pioneira na criação desse programa, a Volkswagen já pretendia ser vista como uma marca que oferece soluções de mobilidade. O cliente pode comprar ou locar um carro, de acordo com sua necessidade e preferência.

O programa é gerenciado pela LM Soluções de Mobilidade, empresa de gestão de frotas e locação de veículos controlada pela VWFS Brasil, que conta atualmente com frota de 70 mil veículos. Concebido para proporcionar uma jornada online de apenas seis passos até a assinatura, que prioriza o mobile e é centrada na experiência do cliente, o programa elimina burocracia e torna o processo de contratação ágil e descomplicado.

Mas a ambição para o futuro não é pequena. “Queremos triplicar o portfólio ativo até 2024. As vendas no primeiro semestre deste ano já ultrapassaram o volume total do ano passado”, comemora Rodrigo Capuruço, CEO da VWFS Brasil.

O executivo lembra que a chegada do ID.4, que tem o VW Sign&Drive como solução exclusiva, é um dos fatores para apontar esse forte crescimento. “Estamos focando na oferta certa de produtos, publicidade e jornadas digitais, considerando o perfil ultra digital dos nossos clientes – 80% dos brasileiros com 44 anos ou menos”, afirma. Mas não o único. Modelos mais acessíveis, como o Polo Track, que pode ser locado por cerca de R$ 2 mil mensais, tendem a multiplicar rapidamente a base de clientes.

Com contratos de assinatura flexíveis de 12, 18 ou 24 meses, o cliente pode escolher o veículo que deseja (inclusive a cor) e a quilometragem que vai percorrer mensalmente. O carro será entregue com documentação completa, taxas pagas, seguro e manutenção preventiva incluídos. O serviço está disponível em todo o Brasil e pode ser adquirido online ou em uma concessionária da marca.

Com foco na transformação digital

Qualquer executivo do setor automotivo, ligado ou não à área de TI, sabe que as montadoras e os principais sistemistas têm buscado incessantemente aprimorar seus métodos de produção em busca da Indústria 4.0, que exprime a automação e a integração de soluções tecnológicas inovadoras, como inteligência artificial, internet das coisas, robótica e utilização de dados em nuvem. Estrategicamente, os fornecedores dessas grandes companhias precisam se engajar nesse mesmo movimento, sob o risco de serem preteridos por quem o fizer antes.

É nesse cenário que surge a Vockan, empresa de consultoria de ERP (Planejamento de Recursos Empresariais), representante exclusiva da QAD, gigante mundial de sistemas de gestão presente em 23 países e que atua com soluções de diversas verticais da Economia, dentre elas a automotiva.
Apesar de já atuar com grandes companhias do setor, como Amvac e ZF, a Vockan nasceu com a percepção da “dor” de milhares de empresas de manufatura de médio porte que vinham (e vêm) sofrendo pela incapacidade de viabilizar sua transformação digital para estarem alinhadas aos grandes clientes.

Batizada de QAD BR+ (QAD Business Revolution Plus), a solução associa um software global em uma nuvem local, com uma configuração adequada às empresas de manufatura. Altamente conectivo e responsivo às necessidades de cada cliente, ele pode ser aplicado em empresas brasileiras ou multinacionais, uma vez que “conversa” facilmente com os sistemas adotadas pelas matrizes, por exemplo.

Quem explica outra vantagem relevante é o CEO da Vockan, Fabrício Oliveira. “Ao adquirir o QAD BR+, as indústrias de porte médio passam a ter acesso à expertise da Vockan junto aos grandes players do setor. Desenvolvemos uma solução eficiente e flexível, altamente aderente à realidade das empresas de manufatura brasileiras, como as do setor de autopeças, por exemplo. Nosso sistema contempla desde a comercialização, adequação do produto para atender as exigências fiscais, melhores práticas para o mercado brasileiro, implantação do projeto e o suporte final, tudo com um único provedor”, descreve.

Essa solução da Vockan reúne, conforme explica Oliveira, a robustez de uma tecnologia global, fornecida pela QAD, com as particularidades e necessidades do mercado brasileiro, customizado pelas questões tributárias e regras de Compliance, por exemplo, que são introduzidas pela própria Vockan. “Além de garantirmos os projetos de implementação, nosso pacote é financeiramente atrativo nos valores de licenças e oferece condições de pagamento flexíveis vinculadas ao fluxo de caixa de cada cliente”, garante.

A companhia aposta firmemente nessa vertical do setor automotivo. De acordo com o Portal da Indústria, há cerca de 24 mil companhias de médio porte instaladas no país, que faturam acima de R$ 30 milhões, sendo que uma boa parcela inclui produtos manufaturados, dos quais o setor automotivo é um dos mais significativos.

Com essa demanda potencial, a Vockan tem crescido substancialmente seus negócios. “Estamos em um movimento contínuo de expansão. No último ano, elevamos em 69% o quadro de colaboradores e até o final de 2023 teremos novas contratações”, projeta Oliveira, prevendo chegar a R$ 100 milhões de faturamento nos próximos cinco anos.

Uma das grandes fontes de absorção dessa nova mão de obra, inclusive, nasce da parceria com escolas, como o Instituto Federal do Mato Grosso. A Vockan aposta nessa parceria para fornecer instrução de ERP, mas foca também no aproveitamento de novos profissionais egressos das salas de aula.

“É um dos projetos que mais nos orgulhamos”, resume Oliveira.

Schaeffler prepara novo ciclo de investimentos

Como um dos maiores players mundiais no fornecimento de soluções tecnológicas para o setor automotivo, o Grupo Schaeffler está otimista. Mas só para 2024. Neste ano, além da estagnação do volume de produção de carros e comerciais leves frente aos resultados de 2022, a empresa lamenta a forte queda do setor de Veículos Comerciais, próximo aos 40%. “Andamos de lado neste ano”, sintetiza Marcos Zavanella, President & CEO – South America. “Mas estamos otimistas para 2024”.

O executivo aposta em múltiplos fatores para apontar o próximo ano como positivo. O principal deles estaria relacionado à queda contínua da taxa Selic nos próximos meses, o que deve facilitar o crédito para acessar o carro zero km. E entende que as antecipações de compra de caminhões, ocorridas em 2022 ante o aumento de preços que acometeria os modelos 2023, já está superado. Zavanella vê boas perspectivas para a retomada de produção de caminhões para o próximo ano.

E é nesse cenário de um mercado “mais ou menos, mas que vai melhorar”, a empresa, estruturada para driblar crises momentâneas, terminará o ano de 2023 com a lição de casa bem feita. E já começa a ensejar as primeiras discussões com a matriz para planejar o próximo ciclo de investimentos da companhia, que é sediada em Sorocaba, interior de São Paulo. “Sempre trabalhamos com horizontes de cinco anos, com maior volatilidade no quarto e no quinto anos”. E foi essa flexibilidade que auxiliou a sistemista a vencer a estagnação de 2020 para cá.

Zavanella explica. “A Schaeffler atua com quatro pilares de negócios no Brasil: OEMs, Aftermarket, Industrial e Exportação. Se as entregas para as montadoras não registraram crescimento, nós redirecionamos esforços para as outras três opções de negócios. E deu certo”. Ele informa que a área de Aftermarket, que conta basicamente com insumos das três marcas da Schaeffler (INA, FAG e LUK) obteve ótimos resultados nos últimos dois anos, notadamente com a LUK. “Os investimentos acordados com a matriz levarão em conta o crescimento potencial do mercado futuro, a necessidade de substituição de equipamentos do atual parque produtivo e os projetos contínuos de racionalização, que sempre envolvem contenção de custos e recursos usados pela companhia”, explica.

Um desses esforços aponta, inclusive, para algo grandioso dentro da Schaeffler: a economia de recursos. E não só pelo dinheiro que será poupado, mas principalmente para atender às metas corporativas de redução de emissão de carbono. Ciente e comprometida com aspectos ligados à sustentabilidade, a Schaeffler se tornará carbono-neutro até 2030 – e até 2040 toda a sua cadeia de fornecedores. Mas está empenhada desde já em reduzir fortemente seus índices. “A planta de Sorocaba é a primeira na América e a segunda no mundo a produzir seus produtos com aterro zero. Isso não é pouco se você considerar nosso ramo de atividade”, orgulha-se Zavanella.

Dona de indiscutível experiência para elaborar sistemas e componentes que sirvam aos mais diversos tipos de powertrain, a Schaeffler também intensifica a pesquisa e o desenvolvimento de soluções cada vez mais eficientes em CO2, criando um portfólio de produtos que se estende de itens para motores de combustão interna, passando por soluções híbridas e até sistemas de acionamento totalmente elétricos. “Estamos prontos para a próxima década”, prevê Zavanella.

AutoData coloca 2024 em perspectiva

São Paulo — Já está disponível para leitura on-line a revista AutoData de outubro, que este mês publica a tradicional edição anual Perspectivas para o próximo ano. Para antever os rumos de 2024 foram escritas 29 reportagens que preencheram oitenta páginas com a opinião e os prognósticos de mais de quarenta fontes.

Estão nesta conta entrevistas From The Top com cinco presidentes das principais entidades representativas do setor automotivo nacional, Anfavea, Sindipeças, Fenabrave, Anfir e Abraciclo.

Também integram a edição seis reportagens de fôlego sobre vários aspectos do cenário atual e futuro da indústria, abordando as principais tendências que devem guiar o ano e além, um resumo sobre o conjunto de expectativas de mercado, exportações e produção em 2024, as expectativas para a economia brasileira, a visão das maiores empresas de autopeças instaladas no País e as perspectivas dos importadores.

Para fechar a edição, como já é tradição, a reportagem de AutoData apurou as expectativas de dezenove presidentes e diretores de fabricantes de veículos leves e pesados que têm operação industrial no País.

Paralelamente a revista deste mês também traz todas as informações sobre a transmissão de posse da fábrica que era da Ford em Camaçari, BA, para a BYD, que assim começa oficialmente sua operação industrial na Bahia e no Brasil, com planos de produzir inicialmente dois carros elétricos e um híbrido.

Também está nesta edição matéria mais aprofundada sobre a inesperada troca de comando na Stellantis América do Sul. Após liderar a busca por seguidos bons resultados Antonio Filosa está de mudança para os Estados Unidos, onde assume, em novembro, o comando global da marca Jeep. Para seu lugar na presidência da Stellantis América do Sul o grupo recontratou Emanuele Cappellano, que já foi chefe financeiro da divisão em 2021.

Você já pode ler on-line ou baixar o arquivo PDF da edição de outubro de AutoData Perspectivas 2024. Boa leitura e até novembro!