Menos dias úteis e a necessidade de readequação dos estoques derrubaram a produção automotiva em novembro. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 4, saíram das linhas de montagem 264,8 mil veículos, queda de 9,7% com relação ao mesmo mês do ano passado.
Por coincidência a produção automotiva de novembro de 2013 foi idêntica à de outubro deste ano: 293,3 mil veículos. Portanto a queda na comparação com o mês passado também foi de 9,7%.
Luiz Moan, presidente da Anfavea, afirmou que a redução no ritmo das linhas já era esperada: “O estoque fechou outubro em níveis elevados e era preciso uma readequação. Só existem duas maneiras de fazer isso – elevando as vendas ou reduzindo a produção”.
Como as vendas não cresceram reduzir o ritmo das linhas foi a alternativa encontrada pelas montadoras para evitar que os estoques chegassem a níveis ainda maiores. Ainda assim, eles subiram: ao fim de novembro havia 414,3 mil unidades nos pátios das montadoras e da rede de distribuição ante 413,4 mil registradas no fim de outubro. O volume é suficiente para abastecer 42 dias de vendas no ritmo atual do mercado.
No acumulado do ano foram produzidos 2,9 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, queda de 15,5% com relação ao período de janeiro a novembro do ano passado.
Deixaram de ser produzidos 539,1 mil veículos de janeiro a novembro ante mesmo intervalo de 2013. Além do mercado em baixa houve também redução nas exportações, especialmente pelo encolhimento do mercado argentino neste ano – o país vizinho e parceiro de Mercosul é o principal cliente dos automóveis e comerciais leves produzidos no País.
Nos últimos doze meses foram produzidos 3,2 milhões de veículos, abaixo da projeção da Anfavea de 3 milhões 339 mil unidades para o ano, que representaria queda de 10% na comparação anual.
Os empregos da indústria ficaram estáveis com relação a outubro, com redução de pouco mais de oitocentos postos de trabalho. As montadoras de automóveis, caminhões, chassis de ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias empregam agora 146 mil 165 pessoas.
Desde o começo do ano foram cortados 10,7 mil postos de trabalho. Nenhum, entretanto, ocorreu por demissão, garantiu Moan: “Foram pedidos de afastamento, adesão a PDVs [Programas de Demissão Voluntária], encerramento de contratos temporários, aposentadorias ou acordos com sindicatos. Nos comprometemos com o governo a não demitir ninguém e estamos cumprindo esse acordo”.