Audi A3 sedã será o próximo nacional com sistema start stop

A lista de modelos nacionais equipados com start stop crescerá nos próximos meses: o A3 sedã que sairá da fábrica da Audi em São José dos Pinhais, PR, terá motor 1.4 litro turbo bicombustível produzido em São Carlos, SP, com sistema de desligamento automático em paradas curtas.

Os pacotes de itens de série e opcionais do A3 nacional ainda não estão totalmente definidos e os estudos ocorrem em paralelo com as negociações de fornecimento local.

Representantes de compras da Audi já trabalham na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, SP. A ideia é que cada marca tenha sua equipe própria, mas trabalhando em sinergia.

A montagem pré-série do A3 sedã já começou em linha compartilhada com a Volkswagen, para o novo Golf. As primeiras unidades para o mercado estão previstas para entrar em produção em outubro deste ano.

Uma linha dedicada apenas ao crossover Q3 deve iniciar os testes até o fim de 2015, enquanto a produção efetiva começará no primeiro semestre de 2016.

No entanto estão descartadas as linhas de pintura e de estamparia na produção dos Audi nacionais, ainda que estas existam na unidade paranaense: as peças da carroceria serão importadas prontas, pois segundo a fabricante a capacidade produtiva de 26 mil veículos/ano – 16 mil A3 e 10 mil Q3 – não justificaria o investimento nesses processos.

A Audi projeta vender 30 mil carros/ano no País até 2020, sendo os 26 mil nacionais acrescidos de quatro mil importados.

Para tanto está ampliando a rede: atualmente com 40 casas, prevê fechar o ano com 50 e até 2017 saltar a 67, em plano de investimento específico de R$ 200 milhões. A região Nordeste e o Interior do País concentram o maior número de inaugurações.

Para este ano a estimativa de vendas é de 15 mil unidades, alta de 20% em relação aos 12,5 mil emplacamentos de 2014.

Gerold Pillekamp, responsável pelo marketing de produto da Audi, afirma que as principais alavancas para o crescimento neste ano serão o A3 nacional e os modelos A4 e A5, que estreiam novos e mais econômicos motores.

“O novo A4 deve ampliar em 10% as vendas em relação a seu antecessor e o A5 em 8%.”

A partir de agora os modelos A4 Sedan, A4 Avant e A5 Sportback aposentam os propulsores 2.0 e passam a contar com motorização 1.8 turbo FSI com potência de 170 cv e sistema start stop.

Segundo testes médios de consumo nos ciclos urbanos e rodoviários apresentados pela Audi no A4 o rendimento avançou de 14,1 quilômetros por litro para 17,24. Para o A5 a melhora foi de 13,88 km/l para 16,95.

Grupo Continental nomeia novo presidente para Brasil e Argentina

O Grupo Continental anunciou na quinta-feira, 29, a nomeação do francês Frédéric Sebbagh como seu novo presidente para as operações do Brasil e Argentina.

O executivo ocupava o posto de Diretor das Unidades de Negócios Fluid Technology e Vibration Control da ContiTech, ambas instaladas em Ponta Grossa, no Paraná. Sebbagh, que ainda tem passagens por BMW e PSA Peugeot Citroën, está no Brasil desde 2000.

Ele sucede ao alemão Matthias Schönberg, executivo mundial da unidade de negócios Fluid Technology da ContiTech, que ocupava o posto de forma interina desde maio do ano passado, após a saída de Sandro Beneduce, que assumira o cargo em fevereiro de 2013 em lugar de Maurício Muramoto.

Em comunicado a empresa afirmou que “com o novo presidente o Grupo Continental pretende dar continuidade às suas estratégias a fim de manter seu padrão de excelência em produtos e serviços oferecidos para todos os segmentos em que atua. O Grupo segue investindo fortemente em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e soluções inovadoras para a indústria automobilística mundial”.

Sebbagh possui formação em Engenharia Mecânica pela Universidade de Tecnologia de Compiègne, na França, e Mestrado em Gerenciamento de Projetos Industriais pela Universidade de Sherbrooke, no Canadá. Acumula mais de 20 anos de experiência nas áreas industriais, de produto, produção, marketing e vendas.

BMW estima alta de 10% nas vendas de carros de luxo no País em 2015

Mesmo com projeção de estabilidade para o mercado automotivo em 2015 pela Anfavea, o segmento de luxo fechará o ano em alta de dois dígitos. A avaliação é de Arturo Piñeiro, presidente e CEO do Grupo BMW, em entrevista exclusiva a AutoData.

O executivo estima crescimento de 10% nas vendas das marcas premium, que no ano passado responderam por 56 mil emplacamentos e, assim, neste deverão ultrapassar até com boa folga a faixa de 60 mil.

Os modelos BMW e Mini totalizaram 17,5 mil unidades no País em 2014, ou 26,5% dessa fatia de mercado, e a projeção para as marcas é acompanhar a trajetória ascendente. “As classes A e B somam mais de 20 milhões de consumidores no Brasil. Há um enorme potencial.”

Piñeiro revela que para atender o mercado a capacidade de produção local de modelos na nova unidade de Araquari, SC, também avançará: chegará a 15 mil veículos/ano até dezembro – atualmente a montagem é de 50 carros/dia.

“Em 2016 atingiremos capacidade de 32 mil unidades/ano e, se houver demanda, podemos futuramente ampliar a unidade para até 100 mil veículos ao ano. Estamos em terreno de 1,5 milhão de metros quadrados, sendo 500 mil m2 pavimentados. Espaço para isso não nos falta.”

O executivo também anunciou que até setembro o índice de conteúdo local da BMW alcançará mais de 30%. “Estamos desenvolvendo fornecimento local de itens de powertrain com a Benteler, que já se instalou na nossa fábrica, de bancos, com a Lear, e de partes em plástico, dentre outros. Há negociações em curso com diversas empresas.”

De acordo com o executivo 80% dos fornecedores globais do Grupo BMW já estão no País. “A questão é que eles não produzem localmente os itens que nos fornecem no Exterior. Podemos elevar a nacionalização considerando principalmente que haverá demanda não só da BMW mas também das demais montadoras premium que estão se instalando no Brasil.”

A proximidade com Joinville, onde está uma das unidades da General Motors, e com o Estado do Paraná, que conta com boa base de fornecedores, são pontos positivos na localização de componentes.

Já uma possível filiação à Anfavea continua em estudo, segundo Piñeiro, mas, por ora, a BMW seguirá como associada da Abeifa.

Brasil cai mas segue como quarto maior mercado global

O Brasil manteve a quarta posição no ranking global de mercados de automóveis e comerciais leves no ano passado, segundo levantamento da consultoria Jato Dynamics divulgado na quarta-feira, 28. O crescimento de 3,2% do quinto colocado, a Alemanha, foi insuficiente para superar o volume de vendas do mercado brasileiro, mesmo com a redução de 6,9% nas vendas.

Os brasileiros consumiram 3 milhões 329 mil automóveis e comerciais leves no ano passado, ao passo que os alemães adquiriram 3 milhões 261 mil veículos leves. Ambos viram o Japão, terceiro maior mercado, se distanciar com o aumento de 4,5% nas vendas, para 5,6 milhões de unidades.

A China manteve a primeira posição no ranking, com mais de 21 milhões de unidades comercializadas, crescimento de 8,8% e novo recorde – os dados da Jato Dynamics, porém, só incluem automóveis. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos, com 16,5 milhões de veículos vendidos e avanço de 5,8% nas vendas.

O mercado indiano fechou 2014 com estabilidade nas vendas e a sexta posição do ranking. A Grã Bretanha superou a Rússia e ficou na sétima posição: o mercado britânico cresceu 10,3%, para 2,8 milhões de veículos, e o russo caiu 10,5%, para cerca de 2,5 milhões de unidades.

França e Canadá completam o ranking dos dez maiores mercados automotivos globais.

Marcas – A Toyota encerrou o ano como a marca mais vendida no mundo, apesar da redução de 0,6% nas vendas, segundo a Jato Dynamics. Foram cerca de 6,4 milhões de veículos entregues, com 8,8% de participação no mercado global.
A Volkswagen também registrou queda, de 0,3%, e reduziu a diferença para a Toyota, com 6 milhões de veículos vendidos e 8,3% de participação.

A Ford ficou na terceira posição, com 7,5% das vendas globais, 5,4 milhões de unidades.

Caminhões: bancos oferecem alternativas para movimentar o mercado.

Os bancos de montadoras colocaram no mercado ofertas próprias de parcelamento para o porcentual variável do Finame PSI, ainda sem operação plena devido à necessidade de adaptação nos sistemas deles e do BNDES. A alternativa consiste em financiar os 50% ou 70% pelo banco de fomento, a juros pré-fixados definidos ainda no ano passado pelo governo, e o restante com recursos próprios, com base no seu capital de giro.

Como a Agência AutoData informou na sua edição de quarta-feira, 28, a linha de financiamento do BNDES ainda não está em operação para financiar até 90% do valor dos caminhões e ônibus. Os sistemas bancários precisam se adequar às novas regras para a chamada participação ampliada, com taxas de juros atreladas à Selic e à Cesta Moeda.

Porém a parte fixa, para 70% do valor para as pequenas empresas com taxas de 9,5% ao ano, e 50% para as grandes, a 10% ao ano, já pode ser contratada. Como alternativa para tentar movimentar o mercado neste difícil início de ano os bancos de montadoras decidiram investir em ofertas que mesclam o financiamento do BNDES com os seus recursos.

A Volvo chega a oferecer planos de financiamento de até 100% do valor – o BNDES, com a participação ampliada, exige 10% de entrada.

Segundo Valter Viapiana, diretor comercial e de marketing do Banco Volvo Financial Services, as taxas fixas do BNDES são combinadas a planos pré-fixados calculados conforme o perfil do cliente. “Os prazos de pagamento vão de seis a sessenta meses e o maior diferencial é que o comprador saberá quanto vai pagar até o fim do empréstimo. Os juros não estão atrelados à Selic ou ao dólar.”

A Iveco anunciou quarta-feira, 28, um plano com entrada de 10% do valor total do veículo e prazo de financiamento em seis anos, como explicou Jucivaldo Feitosa, diretor comercial de marketing e de seguros do Banco CNH Industrial:

“A linha de crédito complementa a parte não coberta pelo PSI, com a mesma taxa da operação feita pelo BNDES e no mesmo prazo, de 60 meses. Para os clientes que quiserem uma vantagem ainda maior há a opção de financiar esse complemento de 20% ou 40% do caminhão em 12 meses sem juros.”

Feitosa acredita que os financiamentos via banco da montadora deverão crescer: “O consumidor brasileiro não está acostumado com o Finame PSI atrelado à Selic e isso gera incertezas na compra”.

A MAN Latin America também entrou na disputa, com uma linha de financiamento de 100% do bem via Banco Volkswagen, taxas a partir de 0,93% ao mês, prazos de pagamento de até 60 meses e parcelas fixas.

A Ford divulgou seu plano na sexta-feira, 23: 10% de entrada e taxa de 0,76% ao mês, com seis meses de carência e pagamento em até 72 meses. A ação, parceria da Ford Credit com o Bradesco, vale para os caminhões leves, médios, pesados e extrapesados da linha Cargo, bem como para os semileves e leves da nova Série F.

A Mercedes-Benz, conforme divulgado pela Agência AutoData, também oferece planos que mesclam os recursos do BNDES com os do Banco M-B. Procurada pela reportagem, a instituição financeira não passou as condições oferecidas até o fechamento desta edição.

Redução de investimento da Petrobras afeta indústria de máquinas

O setor de máquinas e equipamentos sofrerá impacto com a redução do volume de investimentos da Petrobras este ano. A avaliação foi feita pelo presidente da Abimaq, Carlos Pastorizza, durante a divulgação dos resultados de 2014 na quarta-feira, 28.

“O setor de óleo e gás representa fatia significativa da indústria de máquinas e equipamentos e está basicamente atrelado às demandas da Petrobras.”

A petroleira indicou que reduzirá o volume de investimento este ano como resposta às preocupações sobre uma possível necessidade de captação de recursos, no momento em que é penalizada no mercado financeiro pelos desdobramentos da Operação Lava Jato.

Segundo o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, além da possível redução do volume de pedidos o setor tem sido prejudicado pela falta de pagamento das empresas contratadas pela Petrobras por causa, principalmente, de impasses sobre aditivos de contratos.

“Estamos finalizando um levantamento com as associadas e até agora sabemos que 120 fabricantes de máquinas estão com problemas de inadimplência nesse contexto. Trinta dessas empresas relataram dívidas que somam R$ 200 milhões e esse volume aumentará ao passo que outras associadas repassarem os dados.”

A Abimaq tem reunião agendada com a presidente da Petrobras, Graça Foster, na quarta-feira, 4 de fevereiro: “Esperamos que haja uma solução breve, pois para muitas dessas empresas o negócio depende desse recebimento”.

Governo federal — A Abimaq recebeu com decepção a lista de medidas anunciadas recentemente pelo governo federal, que inclui o aumento de impostos, a elevação da TJLP e também das taxas do BNDES PSI.

O presidente da entidade classificou o conjunto de medidas como “pacote de maldades” e afirmou estar decepcionado com a falta de “mudanças estruturais que ajudem a retomar a competitividade da indústria”.

Para discutir possíveis alternativas a Abimaq se encontrará com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na quinta-feira, 29, e com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sexta-feira, 30.

A associação já se reuniu com Nélson Barbosa, ministro do Planejamento, mas Pastorizza revelou certa decepção com o encontro: “O ministro não deu muitos indicativos de que o programa de renovação do parque industrial, o Modermaq, que daria incentivos fiscais para a troca de equipamentos, sairá do papel. A prioridade do governo parece ser o cumprimento da meta de superávit primário de 1,2% do PIB”.

Cai pelo terceiro ano a receita do setor de máquinas

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos voltou a apresentar retração em 2014. Segundo dados divulgados pela Abimaq na quarta-feira, 28, houve queda de 13,7% no faturamento do setor, para R$ 71,2 bilhões.

Esta é a terceira redução consecutiva na receita da indústria de máquinas e equipamentos, que não apresenta resultados positivos desde 2012. Segundo o presidente da Abimaq, Carlos Pastorizza, no acumulado do período o faturamento do setor diminuiu 25%: “Isso caracteriza uma recessão. Já perdemos um quarto do nosso valor em três anos”.

Pastorizza afirmou que 2015 deve manter a trajetória de queda, mas preferiu não arriscar números nem índices: “Não esperamos um bom desempenho este ano porque não há sinalização de adoção de medidas estruturantes por parte do governo federal. Não somos pessimistas, somos realistas”.
O nível de ocupação do setor encerrou o ano no menor patamar registrado na série histórica, de 69%, “e isto significa que 31% da indústria está ociosa e a consequência é a redução do volume de empregos”.

Durante 2014 foram fechados 14 mil postos de trabalho no setor. Atualmente a indústria de máquinas e equipamentos emprega 242,2 mil pessoas, uma queda de 4,4% ante o ano anterior, “e a tendência, infelizmente, é a de que que haja mais cortes”.

As exportações foram o único segmento positivo do balanço da Abimaq. Em 2014 houve crescimento de 7,4% das remessas ao Exterior na comparação anual. No total foram US$ 13,3 bilhões. Segundo Pastorizza esse valor deve ser observado com cautela pois decorre da depreciação do real.

Já as importações caíram 12,1% no acumulado do ano, para US$ 28,6%. Esta foi a primeira queda do índice em dez anos e, de acordo com o presidente da Abimaq reflete a queda dos investimentos.

Com isso a balança comercial do setor, apesar de permanecer negativa, registrou ligeira melhora. O déficit foi de US$ 15,2 bilhões, valor 24,2% menor do que o apurado em 2013.

Na avaliação de Mário Bernardini, diretor de competitividade da Abimaq, a alta da moeda estadunidense poderia ser positiva para o setor mas a instabilidade compromete o benefício: “A oscilação do câmbio impede que o setor se aproprie de uma possível vantagem para recompor suas margens”.

Rede desde 1917

Se o primeiro veículo montado pela General Motors brasileira ganhou as ruas somente na segunda metade da década de 20, a marca Chevrolet já era conhecida por aqui anos antes. Isso graças a alguns pioneiros que, no transcorrer dos anos 10, já enxergavam na venda de automóveis no Brasil um mercado promissor.

Falar de revendedores Chevrolet é, portanto, voltar necessariamente àquela década, quase cem nos atrás, quando os primeiros veículos da marca começaram a desembarcar nos portos por iniciativa de alguns deles.

Pode-se dizer que a marca Chevrolet foi lançada aqui pela Mestre e Blatgé, empresa que em 1917, sob o comando do francês Luiz La Saigne, trouxe dos Estados Unidos modelos Buick e Cadillac, além dos primeiros Chevrolet.

Talvez por isso, apenas quatro meses depois da constituição da GMB, a Mestre e Blatgé teve nomeada sua primeira concessionária Chevrolet, então com o novo nome Mesbla Veículos, grupo que ampliou seu leque de atuação e fez história na economia brasileira.

Naquele mesmo ano mais três concessionárias foram nomeadas pela GMB: Chevel, em Minas Gerais, Casa Dico, no Rio Grande do Sul e, em São Paulo, a Felício Vigorito, até hoje uma das maiores do Brasil. Era o início da Rede Chevrolet, hoje universo de 595 pontos de vendas administrados, em sua maioria, por 179 grupos.

Espalhados por todo o País, foi por meio deles que a Chevrolet obteve a liderança das vendas no varejo – efetuadas a pessoas físicas – nos últimos dois anos: deteve 18,2% de participação em 2013 e 17,3% em 2014.

QUASE CEM – Essa trajetória de quase cem anos, contudo, não encadeia somente tempos de glória. Dificuldades, ora pelo mercado interno depressivo ora pela conjuntura econômica mundial, impuseram desafios ao negócio de automóveis em vários períodos, em especial depois de 1968, ano de lançamento do Opala, quando se deu o primeiro grande crescimento da rede.

Ações conjuntas e estratégias definidas em conjunto com a GMB foram fundamentais para superá-los.

Em 1990, por exemplo, o Plano Collor colocou o comércio de automóveis em risco poucas vezes visto. GMB e a Abrac, a Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet, fundada em 1977, montaram rapidamente mecanismo que garantiu capital de giro para a rede, ação pioneira rapidamente copiada pelas demais fabricantes e associações de marca.

Até aquele momento e ainda por alguns anos o modelo de negócio das revendas apoiava-se muito mais sobre o faturamento de veículos novos, sem administração da equação rentabilidade X custo operacional. Predominavam altos investimentos em edificações, lojas enormes e elevados custos de manutenção dessas estruturas.

Esse tipo de gestão cobrou seu preço nos anos seguintes e muitas concessionárias, pressionadas pelo caixa deficitário, fecharam suas portas ou estiveram na iminência disso. Novamente a GMB trabalhou em conjunto por uma saída, criando grupo de trabalho específico para aprimorar o modelo de negócio dos revendedores. Com auxílio de empresa especializada em gestão, foram identificadas várias alternativas, com claro incentivo a áreas como pós-vendas, seminovos e F&I, hoje ainda mais fundamentais.

Assim como na década de 90, os primeiros anos do século 21 têm sido tempo de adequações, sobretudo de profissionalização do negócio da distribuição, lembra Jorge Khalil, atual presidente da Abrac. Os resultados dessas mudanças são palpáveis, e saborosos, como atestam os números de vendas dos últimos dois anos.

Inadimplência nos financiamentos do setor cai para 3,9%

Os atrasos nos pagamentos dos financiamentos de veículos por pessoas físicas recuaram para abaixo do patamar dos 4% em dezembro.

No encerramento do ano passado a inadimplência acima de noventa dias fechou em 3,9%, o menor resultado pelo menos desde 2011 de acordo com dados do Banco Central do Brasil divulgados na terça-feira, 27.

O recuo com relação a novembro chegou a 0,2 ponto porcentual, mais acentuado do que de um mês antes, quando a inadimplência cedeu 0,1 p.p. Foi o sétimo mês consecutivo de queda no índice, que não registra elevação de um mês para outro desde abril do ano passado.

Com relação a dezembro de 2013 os atrasos nos pagamentos do setor apresentaram retração de 1,3 ponto porcentual. Em 24 meses a inadimplência baixou de 6,4% para 3,9%.

A inadimplência geral apresentou retração de 0,1 ponto porcentual com relação a novembro, fechando o ano com 6,5% – e 0,2 p.p. abaixo de um ano antes, de acordo com o BC.

Dana vende operação na Venezuela

A Dana anunciou na terça-feira, 27, conclusão da venda de suas operações na Venezuela, chamadas C.A. Danaven, para a Manufacturing and Logistics Limited, empresa independente instalada naquele país.

Em comunicado o presidente e CEO da Dana, Roger Wood, afirmou que “a decisão de negócios foi tomada para aprimorar o valor entregue aos acionistas da Dana, com a redução da incerteza associada à moeda estrangeira e outras pressões regulatórias”.

A C.A. Danaven fornece produtos de transmissão para montadoras de veículos automotivos baseadas na Venezuela e possui fábricas nas cidades de Valencia e Guacara. A companhia obteve faturamento de aproximadamente US$ 110 milhões em 2014.

De acordo com nota da empresa a Manufacturing and Logistics Limited operará na Venezuela sob uso licenciado do nome Danaven. Por meio de contratos de fornecimento e outros acordos, a Dana fornecerá componentes, tecnologias e serviços de suporte para a empresa como um fornecedor de nível Tier 2, conduzindo seus negócios sem estar presente na Venezuela.

“A equipe de administração da empresa na Venezuela permanecerá intacta. Eles têm profundo conhecimento do negócio e do mercado local, além da experiência e conhecimento necessários para atender aos altos padrões de seus clientes na região”, reforçou Wood no comunicado.

Os termos do acordo não foram revelados, entretanto a Dana estima que seus resultados do quarto trimestre de 2014 incluirão encargos antes do imposto de renda de aproximadamente US$ 77 milhões relativos ao que chamou de desinvestimento. As outras operações da Dana na América do Sul não serão afetadas pela transação.

Resultados – Em 2014 as vendas de veículos na Venezuela recuaram expressivos 76%. Segundo dados da Cavenez, associação similar à Anfavea naquele país, foram comercializadas apenas 23,7 mil unidades de janeiro a dezembro de 2014 ante 98,8 mil observadas um ano antes.

Do montante comercializado 23,1 mil foram produzidas localmente, queda de 68,2%, enquanto 585 unidades foram importadas, baixa de 97,8%.