Toyota terá montagem e centro de distribuição em Pernambuco

O presidente da Toyota do Brasil, Koji Kondo, anunciou na quarta-feira, 11, que a montadora investirá R$ 15 milhões para a construção de um centro de distribuição de veículos em Pernambuco.

O protocolo de intenções foi assinado na presença do governador do estado, Paulo Câmara.

Além disso, a montadora informou que, em um segundo momento, instalará uma pequena linha de montagem e inspeção pré-entrega, PDI na sigla em inglês.

No local haverá montagem de alguns itens exigidos pela legislação brasileira, como extintor de incêndio e protetor de caçamba. Uma operação similar já acontece no centro de distribuição de Guaíba, RS.

O empreendimento ficará localizado próximo ao Porto de Suape em uma área de 50 mil metros quadrados, com capacidade para receber até 30 mil unidades por ano. A previsão de abertura é no primeiro trimestre de 2016.

O local empregará cerca de 40 funcionários diretos e indiretos e fará a distribuição dos veículos produzidos no Brasil –Corolla e Etios – e na Argentina – Hilux e SW4 – para os concessionários da marca na região Nordeste.

“O Nordeste é extremamente importante para os negócios da Toyota do Brasil, sendo uma das regiões onde registramos o maior crescimento em vendas em 2014 [15% em comparação com 2013]”, afirmou Kondo em comunicado.

Ainda segundo o presidente “a implantação do centro de distribuição, somado à expansão da capacidade produtiva da fábrica de Sorocaba, SP, anunciada há três semanas, reforça o compromisso da Toyota com o País”.

O novo empreendimento de Pernambuco reduzirá em 13% as emissões de CO2 das operações logísticas da Toyota e será a oitava unidade da montadora no Brasil, incluindo fábricas e centros de distribuição.

Chery inicia produção em série do Celer em Jacareí

A Chery iniciou na sexta-feira, 6 de fevereiro, a produção em série na nova fábrica de Jacareí, no Vale do Paraíba, Interior paulista. A iniciativa ocorre pouco mais de cinco meses depois da inauguração oficial da planta, ocorrida em 28 de agosto de 2014.

Efetivamente o primeiro veículo de origem chinesa fabricado no Brasil, o modelo a estrear a linha foi a nova geração do Celer, em versão hatch. A carroceria sedã entra em linha também imediatamente, enquanto a nova geração do QQ apenas no segundo semestre do ano. A fabricante, entretanto, não comenta índice de nacionalização obtido nem atual volume diário de fabricação – apenas que pretende elevar gradativamente o ritmo produtivo, que deverá dobrar a cada mês.

De acordo com porta-voz da montadora a previsão é encerrar este ano com 30 mil unidades fabricadas em Jacareí, na soma das duas versões do Celer e do QQ. O volume é 20 mil unidades menor do que a projeção revelada pela Chery na ocasião da inauguração da fábrica, de 50 mil unidades para este ano.

O lançamento do Celer nacional está agendado para abril.

A capacidade da fábrica, que deverá produzir também um terceiro modelo, um SUV, é de 150 mil unidades/ano. Na cerimônia de inauguração o vice-presidente da Chery, Zhou Biren, revelou que o objetivo é comercializar de 100 mil a 120 mil veículos no País até 2018, com a operação local funcionando a pleno vapor.

O investimento na fábrica de Jacareí foi de US$ 400 milhões. O anúncio oficial aconteceu em setembro de 2010, mas o assentamento da pedra fundamental ocorreu apenas em julho de 2011. Até a inauguração transcorreram 37 meses – as obras tiveram início em maio de 2012 –, e três anos e meio de lá até o início efetivo da produção em série na unidade.

Anfavea cria Conselho Consultivo formado por ex-presidentes


Um invejável time de craques passará a se reunir na sede da Anfavea, em São Paulo, duas vezes por ano, para discutir os rumos do setor automotivo brasileiro. A associação, de maneira inédita, criou um Conselho Consultivo, formado por seus ex-presidentes.

De acordo com Luiz Moan, presidente da Anfavea, o objetivo é que o grupo “debata temas estratégicos e fundamentais para a competitividade da indústria automobilística brasileira” – assunto para as reuniões, portanto, não vai faltar.

A relação dos integrantes impressiona: além do próprio Moan, formam o novo Conselho Consultivo o atual primeiro vice-presidente da Anfavea, Antônio Carlos Megale, e os ex-presidentes André Beer, gestões 1983 a 1986 e 1986 a 1989, Cledorvino Belini, 2010 a 2013, Jackson Schneider, 2007 a 2010, Jacy de Souza Mendonça, 1989 a 1992, José Carlos da Silveira Pinheiro Neto, 1998 a 2001, Luiz Adelar Scheuer, 1992 a 1995, Mário Bernardo Garnero, que somou três mandatos de 1974 a 1981, Ricardo Carvalho, 2001 a 2004, e Rogelio Golfarb, 2004 a 2007.

Os encontros, que deverão durar cerca de duas horas, ocorrerão nos meses de março e setembro, sempre nas terceiras quintas-feiras de cada um destes meses – o próximo já está agendado para 19 de março.

O primeiro encontro, realizado em 18 de setembro, marcou também a inauguração de galeria de ex-presidentes, instalada na sala da diretoria da sede da associação, na Avenida Indianópolis, Zona Sul de São Paulo. Na ocasião Beer, Belini, Carvalho, Mendonça, Moan e Pinheiro Neto fizeram as honras em cerimônia comemorativa.

Galeria idêntica será inaugurada neste fevereiro também no escritório da Anfavea em Brasília, DF.

Prefeito de São Bernardo confirma produção do Prius na cidade

O híbrido Prius será mesmo fabricado na unidade da Toyota de Piraporinha, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Os planos de produção do modelo foram apresentados pela diretoria da Toyota ao prefeito de São Bernardo do Campo, SP, Luiz Marinho, na terça-feira, 10, na própria unidade.

A inciativa foi objeto de reportagem da Agência AutoData em outubro do ano passado, com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O modelo será produzido na fábrica do ABCD Paulista a partir de 2016 em sistema MKD – processo de montagem final próximo ao CKD, porém com componentes nacionais somados a peças importadas.

O prefeito publicou as informações em sua página pessoal do Facebook na manhã da terça-feira, 10. No texto Marinho afirmou que visitou a fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo na companhia do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local, Rafael Marques, e de secretários municipais.

“Participei […] de um café na planta da #Toyota aqui em São Bernardo com o presidente Koji Kondo e outros diretores do Grupo no País. Nos apresentaram algumas informações sobre relações trabalhistas da empresa, o processo de retomada da planta na cidade e o projeto de um veículo híbrido que será produzido aqui em São Bernardo.”

Acompanhavam o texto cinco fotografias, sendo que em uma delas é possível ler com clareza em monitor instalado na sala de reunião a frase “Produção do Toyota Prius na Planta de São Bernardo do Campo”, que abria apresentação sobre o tema. Também é possível ver facilmente que os todos participantes da reunião receberam o mesmo material de forma impressa.

Procurada pela Agência AutoData, porta-voz da Toyota afirmou que a empresa não comentaria o assunto. Logo a seguir o post na página do prefeito no Facebook foi apagado.

Marques, presidente do sindicato dos metalúrgicos, confirmou à reportagem o encontro com representantes da Toyota e o prefeito. Para ele a produção do Prius já é uma questão confirmada, mas ainda não há data para o início da produção.

Segundo o dirigente sindical o encontro foi uma forma de dar um parecer sobre o andamento das operações da montadora na cidade. Ainda de acordo com o sindicalista durante a reunião os representantes da montadora falaram sobre a mudança de sede para o ABCD, articulações junto ao Governo Federal em busca de mais incentivos para os veículos híbridos e o atual momento da indústria automotiva.

A produção do Prius foi uma das cláusulas do acordo salarial assinado pela empresa com o sindicato no fim do ano passado. Em outubro Marques afirmou à Agência AutoData que o acordo para a produção do híbridos foi selado com a montadora e geraria cerca de 500 empregos para atender a nova demanda. Uma equipe da área de finanças da Toyota estava alocada na fábrica para acertar os pormenores e o investimento calculado chegaria a US$ 60 milhões na primeira fase de produção, mas subiria conforme o aumento de nacionalização de componentes.

Em outubro de 2013 a Toyota apresentou ao Governo Federal plano para produção do Prius no Brasil, complementar a projeto da Anfavea para estímulo à nacionalização de modelos híbridos e elétricos. Há um ano Steve St. Angelo, chairman da Toyota do Brasil e CEO para a América Latina e Caribe, confirmou a intenção mas condicionou o plano à concessão de incentivos e possibilidade de iniciar a produção em CKD.

Em setembro do ano passado a Camex concedeu condição de ex-tarifários para modelos híbridos sem sistema plug-in, como é o caso da atual geração do Prius vendida no Brasil, importado do Japão. O incentivo prevê até imposto de importação zerado para caso de montagem em CKD no País, válido, a princípio, até o fim deste ano. Desde então, entretanto, a montadora não confirmou a produção do modelo no Brasil.

Mesmo ainda importado o Prius foi beneficiado pelas novas alíquotas do imposto de importação e teve seu preço reduzido de R$ 121 mil para R$ 111 mil em outubro de 2014. Em fevereiro, entretanto, o valor sugerido de tabela saltou a R$ 114,3 mil – a Toyota alegou repasse da recomposição do IPI e do aumento do dólar.

Revista AutoData 307 já está disponível on-line

A revista AutoData de número 307, do mês de março, já está disponível para acesso on-line, tanto via computadores quanto aparelhos portáteis, como smartphones e tablets.

A edição traz um especial sobre conectividade automotiva, que revela investimentos de diversos sistemistas na localização de componentes eletrônicos ligados principalmente à segurança, conforto e eficiência energética, ainda que o Brasil esbarre na falta de competitividade frente a regiões produtoras como Ásia e México.

No From the Top está Arturo Piñeiro, presidente da BMW do Brasil, que mantém firme propósito de atingir índice de nacionalização de 30% até setembro na unidade de Araquari, em Santa Catarina.

Destaque ainda para a proximidade do marco de 15 milhões de autoveículos brasileiros exportados e os desafios à frente para este importante segmento, a análise microssetorial de ônibus urbanos, o investimento da Toyota – que chegou à unidade 1 milhão produzida no Brasil – para aumentar a produção do Etios em Sorocaba e muito mais.

Para ler esta nova edição, antes mesmo de sua impressão em papel, é simples: Em computadores, no sistema vira-página, basta entrar na página da revista AutoData dentro do portal AutoData, no acervo/revistaautodata. Para smartphones e tablets é só acessar o app da revista AutoData. Quem ainda não tiver o aplicativo instalado pode encontra-lo gratuitamente na App Store, para aparelhos com sistema iOs como iPhones e iPads, e na Play Store, para dispositivos dotados do sistema Android.

Discurso ou prática?

Qualquer pessoa que converse sobre o negócio de distribuição de automóveis com um diretor de vendas de uma montadora ou proprietário de um concessionária ouvirá, minutos depois de iniciada a prosa, que o pós-venda é mais do que fundamental para a fidelização do cliente, para a saúde do negócio etc. etc. etc…

E isso há muito tempo! Em especial a partir da grande diversificação da oferta de modelos e marcas no mercado brasileiro nos anos 90, quando ficou salientado o que se sabia, mas que as fronteiras fechadas para os importados permitiam relegar a um segundo ou até terceiro plano.

O problema é que tão comum como esse discurso é a enorme distância que o separa da realidade das lojas e serviços. Na prática, parece que toda a engrenagem de produção e vendas de veículos ainda liga pouco para o que acontece depois de emitida a nota fiscal para o cliente final. Algo que outros setores, mesmo ligados ao universo automotivo, parecem ter suplantado.

Neste caso, é razoável indicar milagre e santo. Há coisa de alguns meses, troquei o óleo do meu carro em um posto Ipiranga. Ganhei de brinde uma lanterna e a lavagem do veículo. Mesmo sabendo que o custo dos mimos com certeza estava embutido no preço do óleo, senti-me prestigiado.

Ora, não bastasse a mesura daquele dia, dias atrás recebi mensagem de e-mail do mesmo posto lembrando-me que, provavelmente, já era momento para outra troca ou verificação do nível de óleo e que, claro, estava à disposição.

Parece óbvio, mas não tanto para a revenda na qual adquiri o carro. Afinal, em todo o período de garantia ou após ele – o carro tem apenas três anos – jamais entraram em contato para me lembrar de coisas do gênero, atitude que naturalmente poderia render outras notas fiscais de peças e serviços em meu nome e algum dinheiro a mais no caixa.

A pergunta que fica: seria o posto Ipiranga tão ou mais preparado do que a concessionária para fidelizar o cliente – isso para utilizar o termo adotado por dez de dez executivos?

Não bastasse exemplo tão prosaico da falta de cuidado, tive na semana passada outra experiência a confirmar que a prática no setor automotivo, na verdade, caminha a passos de jabuti diante do bólido dos discursos. E em outra revenda, de outra marca, o que configura não se tratar de uma míope política comercial e de serviços de uma empresa específica.

Ainda convencido de que contar com concessionária poderia me assegurar alguma vantagem, ou eliminar uma dor de cabeça futura, recorri a uma para comprar molduras de para-lamas para o carro que acabara de comprar. Sim, um conjunto de peças plásticas que, como o próprio nome diz, trata-se de algo acessório. A instalação, que requer apenas uma fita dupla face, exigiria não mais do que 40 minutos e o desembolso de… R$ 1,8 mil! Mas alertou a atendente: “Pode pagar em até quatro vezes no cartão!”.

Mesmo com esse irresistível benefício, deixei loja, atendente e acessório para trás, ponderando outras tantas prioridades que teria pela frente e que poderiam ser sanadas com o valor referente ao capricho estético do meu carro. Mas a curiosidade move a humanidade e lá fui atrás do famigerado e sempre criticado, pelas montadoras e seus revendedores, produto e serviços paralelos.

Na primeira loja, sem qualquer critério a não ser a garantia do estabelecimento de que se tratava de produto fabricado pelo mesmo fornecedor da montadora, eis o absurdo: “Instalado, o conjunto custa R$ 450”. Pedi para o lojista repetir, temendo não ter ouvido direito. Não era engano nem promoção. Em outras duas lojas consultadas por telefone o orçamento foi semelhante.

Na internet, confidenciou um dos funcionários, a própria fabricante oferecia as molduras plásticas por preço ainda inferior. De fato, bastaram alguns cliques para descobrir que, por R$ 330, receberia tudo em casa sem custo de frete. Ok, caberia a mim a instalação e o risco de uma imprecisão, mas precisaria errar seis vezes para no máximo empatar com aquilo que me foi pedido pela concessionária!!

Novamente virão executivos de montadoras e concessionários enumerar garantias, qualidades etc. etc. O discurso será grande, recheado de argumentos, mas todos insuficientes para justificar tamanha diferença de preço ou, de outro lado, indiferença com a realidade do mercado e com o consumidor. Os tempos mudaram, mas a desconexão com a realidade, não.

Vendas na China crescem 10% em janeiro, para 2 milhões de veículos

A busca dos chineses por veículos mais espaçosos impulsionou as vendas do primeiro mês de 2015. Segundo informações da publicação Automotive News China foram comercializados 2 milhões de veículos no maior mercado do mundo em janeiro, alta de 10% ante o mesmo mês de 2014.

A demanda por SUVs subiu 51% e foram emplacadas 487,3 mil unidades da categoria no último mês.

Apesar da euforia do mercado chinês o ritmo de crescimento esperado para 2015 é menor do que o observado nos últimos anos. Depois de décadas de crescimento vertiginoso analistas estimam que as vendas de veículos avançarão 7% neste ano, metade do ritmo alcançado em 2013.

De acordo com a publicação chinesa as autoridades locais têm intensificado as restrições para limitar as entregas de veículos e um número crescente de cidades está aderindo a iniciativa para controlar a poluição e os congestionamentos.

À medida que a economia esfria, as vendas de caminhões têm sido irregulares. Em janeiro as vendas de ônibus subiram 9%, para 48,7 mil unidades, mas as vendas de caminhões caíram 12%, para 232,9 mil unidades.

Em janeiro as vendas de veículos da China – incluindo ônibus e caminhões – registraram aumento de 7% na comparação anual, para 2,3 milhões de unidades.

Anip investirá R$ 105 milhões para reciclagem de pneus em 2015

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, Anip, investirá R$ 105 milhões para reciclar pneus em 2015. Segundo comunicado da instituição o valor é superior aos R$ 99 milhões gastos em 2014, quando foram recolhidas 89 milhões de unidades no País.

Segundo a Anip no ano passado foram coletadas 445 mil toneladas de pneus inservíveis — aqueles sem condições de serem utilizados para circulação ou reforma – volume 10,1% superior em relação ao 2013. O trabalho de destinação ambientalmente correta é realizado pela Reciclanip, braço da associação.

Em nota Alberto Mayer, presidente da Anip e da Reciclanip, afirmou que os R$ 105 milhões serão utilizados para os gastos logísticos, que hoje representam cerca de 60% dos custos, e para os investimentos na destinação correta dos pneus. “Temos 834 pontos de coleta no País e uma média de 70 caminhões transitando diariamente, em todos os dias do ano”.

Em 2014 a Reciclanip completou 15 anos de atividades. Desde 1999, quando os fabricantes de pneus iniciaram o processo, 3 milhões de toneladas de pneus inservíveis foram coletados e destinados adequadamente, o equivalente a 600 milhões de pneus de passeio. Desde então, os fabricantes de pneus já investiram R$ 700 milhões no programa.

“É importante que o consumidor tenha a consciência de não levar pneus velhos pra casa. Sempre que ele comprar um pneu novo deve deixar seu pneu inservível na loja, que tomará as providências necessárias para que o pneu chegue até nosso ponto de coleta”.

Mayer destaca que os pneus inservíveis descartados de forma errada contribuem para entupimentos de redes de esgoto e enchentes, poluição de rios e ocupam um enorme volume nos aterros sanitários. “Se queimados de forma errada ainda geram poluição atmosférica”.

Uma das preocupações da entidade é a destinação dos pneus importados. “Infelizmente nem todos os importadores procedem de forma igual à indústria do País, o que já criou um passivo ambiental superior a 200 mil toneladas de pneus inservíveis não recolhidos de acordo com os dados do Relatório de Pneus do Ibama”.

Segundo Mayer a Reciclanip vem superando anualmente as metas estabelecidas pelo Ibama, o que cria um custo adicional para os fabricantes. “Ao não efetuar o recolhimento e destinação adequada, o importador cria concorrência desleal com a produção nacional pela redução de seu custo com esta operação”.

Veneza Equipamentos: expansão no Sudeste e crescimento de 25%.

Não deixam de causar espanto, em primeiro momento, os planos e perspectivas da Veneza Equipamentos, divisão de máquinas de construção do Grupo Veneza – distribuidor de veículos com forte atuação na região Nordeste há mais de trinta anos e que atua também nos segmentos de automóveis, motocicletas, caminhões e ônibus. O discurso da diretoria tem tom dissonante ao que se tornou quase padrão recentemente e compreende expansão na região Sudeste e crescimento de nada menos do que 25% no faturamento este ano.

Na terça-feira, 10, o Grupo inaugurou em Indaiatuba, no Interior paulista, sua concessionária matriz, quarta operação fora do Nordeste – e sempre em São Paulo. Instalada cerca de dez quilômetros da fábrica da John Deere, de quem é parceira no segmento fora de estrada, a revenda centralizará toda a operação do Grupo no Estado que concentra em torno de 25% a 30% do mercado de máquinas de construção.

“Somos o maior distribuidor John Deere na América Latina”, assegurou Marcos Hacker Melo, diretor executivo da divisão de máquinas e equipamentos, durante o evento. “Investimos R$ 40 milhões para construir oito lojas porque acreditamos no futuro do segmento.”

Além da unidade de Indaiatuba a Veneza Equipamentos está presente em Barueri, também em São Paulo, e Fortaleza, CE, João Pessoa, PB, Petrolina, PE, Recife, PE, Salvador, BA e São Luís, MA. A operação é nova: começou em 2012, quando a John Deere decidiu entrar no mercado brasileiro de máquinas de construção.

A matriz recém-inaugurada é assim considerada pela relevância do mercado paulista e a sua proximidade com a fábrica e o centro de distribuição de peças da John Deere, além do aeroporto de Viracopos. “Podemos entregar uma peça em no máximo 24 horas a qualquer uma de nossas concessionárias.”

A unidade tem capacidade para atender até dez máquinas simultaneamente em sua oficina, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte. Possui mais de 4 mil itens em estoque, avaliado em R$ 5 milhões, e mais de cinquenta funcionários no campo, trabalhando próximos ou dentro das instalações de clientes, além de buscar potenciais novos parceiros.

“Nosso plano é crescer 25% neste ano. Começamos há pouco tempo, o que representa uma vantagem com relação à concorrência, que precisará ajustar suas equipes diante deste cenário econômico diferente ao qual estávamos acostumados. Nossa estrutura é enxuta e poderá crescer junto com o mercado”, ponderou Marcelo Traldi, diretor de operações da Veneza Equipamentos.

Os executivos da distribuidora preferem enxergar o copo meio cheio. Segundo Melo, a ocasião é de oportunidade: “Acreditamos que podemos nos destacar porque o cliente busca um equipamento com qualidade e maior produtividade, que é o que oferecemos. O objetivo da John Deere é ser uma das três maiores marcas de máquinas de construção do mercado em dois anos”.

Nem o aperto do governo e o acréscimo no valor dos financiamentos por meio do Finame PSI, linha do BNDES que é um dos principais mecanismos usados pelos clientes do segmento, tira o otimismo do executivo. O discurso é mesmo dissonante:

“As regras são iguais para todos. A taxa mudou, mas mudou para todos e o mercado voltará a caminhar após um período de adaptação. Como os juros subiram, os bancos privados podem voltar a olhar para este mercado, abrindo novas portas de financiamentos”.

Ivan Fonseca e Silva deixa a Geely do Brasil

Ivan Fonseca e Silva não é mais o presidente da Geely do Brasil. A informação, obtida com exclusividade pela Agência AutoData, foi confirmada pelo próprio executivo, em entrevista por e-mail. Porta-voz do Grupo Gandini, representante oficial da montadora de origem chinesa no Brasil, também confirmou o fato.

José Luiz Gandini, presidente do Grupo e da Kia Motors do Brasil, marca que também representa, acumulou a presidência da Geely às suas funções.

Fonseca e Silva foi nomeado para o cargo pelo próprio Gandini em fevereiro de 2013. O executivo já presidiu a unidade brasileira da Ford e também tem passagem pela direção das importadoras Aston Martin e Jaguar, via Grupo SHC, de Sérgio Habib. Sua última aparição pública como presidente da Geely no País foi no Salão do Automóvel de São Paulo, no fim de outubro.

À reportagem, Fonseca e Silva afirmou: “Completei um projeto de dois anos para inserir uma nova marca no mercado brasileiro. Um trabalho árduo e extremamente complexo, em se tratando de uma marca chinesa, completamente desconhecida no mercado brasileiro, que é hoje tão sofisticado e exigente quanto os mercados mais seletivos do mundo. Não é nada simples colocar uma marca chinesa no nosso mercado. O brasileiro conhece automóvel, e bem sabe avaliar cada um dos seus fabricantes. O cliente brasileiro é extremamente exigente. Sabe o que quer”.

Quanto à possível continuidade de sua carreira, ele considerou que “após meu longo projeto de quase 30 anos na Ford, seguido de anos na Jaguar e na Aston Martin, o encerramento de meu trabalho na Geely me pareceu suficiente para coroar um percurso de mais de 40 anos lidando com a fabricação, a distribuição e o marketing de automóveis, de Geelys a Astons”.

Outro ex-Ford que atuou na Geely brasileira foi Oswaldo Jardim, que hoje é diretor de pós-vendas da NMHG Brasil, de empilhadeiras, segmento onde atua com as marcas Hyster e Yale. Sua passagem pela unidade local da montadora chinesa, onde ocupou o mesmo cargo, durou sete meses, de outubro de 2013 a abril de 2014.

A matriz chinesa da Geely é proprietária da Volvo Cars. No mercado brasileiro comercializa o sedã médio EC7 e o subcompacto GC2. De acordo com dados da Abeifa, a marca encerrou 2014 com apenas 182 unidades emplacadas, 129 do EC7 e 53 do GC2. Em janeiro de 2015, último dado disponível, foram 44 licenciamentos registrados, 20 do EC7 e 24 do GC2.