Ritmo de crescimento do agronegócio no País deve diminuir, diz KPMG

Segundo Ana Paula Firmato, sócia da consultoria KPMG, o ritmo de crescimento do agronegócio deve diminuir no País na próxima década. A consultora fez uma palestra durante o workshop realizado pela AutoData na quarta-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, SP.

Ana Paula afirmou que o ciclo de crescimento de duas casas decimais observado no setor ao longo dos últimos anos terminou: “O agronegócio está altamente condicionado aos preços das commodities. Como a maioria está em baixa isso deve representar um ciclo de menor faturamento e consequentemente haverá menos investimentos”.

A consultora ressalta, no entanto, que apesar de o segmento de agronegócio não viver mais dias de glória ainda há muito potencial. Uma estimativa da ONU aponta que até 2050 a população mundial crescerá dos atuais 7 bilhões para 10 bilhões de pessoas.

“Haverá aumento de 50% da demanda por alimentos e o Brasil será um agente importante para suprir esse crescimento.”

De acordo com a consultora pouco mais da metade da demanda global por alimentos até 2050 será suprida pelo Brasil. “É um número promissor, que ao mesmo tempo causa incertezas.”

Para atender ao novo mercado em expansão o País precisará ampliar sua produtividade e também a área plantada. “A profissionalização dos agricultores também é um fator primordial. Além disso, a evolução da tecnologia das máquinas será fundamental para atender a nova demanda.”

Máquinas Agrícolas: mesmo em queda, um dos melhores anos da história.

O ano de 2015 deverá encerrar com resultado de 10% a 15% abaixo de 2014 nas vendas de máquinas agrícolas – o que não necessariamente é uma notícia ruim: ainda assim, este será o terceiro ou quarto melhor resultado para o segmento em toda história.

Esta foi uma das principais conclusões de painel que reuniu Jak Torretta, diretor de produto da AGCO para América do Sul, João Pontes, diretor de planejamento estratégico da John Deere para América Latina e Rafael Miotto, diretor de portfólio de produtos da CNH Industrial durante o Workshop Tendências Setoriais – Máquinas Agrícolas e de Construção, realizado pela AutoData Editora na quarta-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

Diante deste cenário, Pontes confirmou que mesmo em baixa “não se pode dizer que é um mercado ruim”. Miotto acrescentou que o volume esperado para este ano “representa um retorno aos níveis tradicionais, próximos aos registrados em 2012, uma vez que 2014 ainda foi um ano muito bom”.

Os três palestrantes demonstraram especial preocupação com o segundo semestre, pois as atuais condições do Moderfrota, ou Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras, do BNDES, com taxas de juros de 4,5% ao ano para pequenos produtores e 6% ao ano para os demais encerram-se em 30 de junho. “Diante deste cenário pode até ocorrer um movimento de antecipação de compras no segundo trimestre”, avaliou Torretta.

Pontes acrescentou preocupação ainda maior: “Não há verba disponível para atender todo o segmento mesmo até o fim deste período”.

De qualquer forma a previsão de redução de 10% a 15% para o resultado do ano, na visão dos participantes, estima uma recuperação a partir de março, pois o resultado deste trimestre será mais acentuado, em retração de 15% a 20%, em especial devido às condições mais difíceis de crédito para o segmento no primeiro bimestre.

Esta, inclusive, é a principal razão para que os negócios não sejam melhores no ano. “Os principais agentes financeiros não estão trabalhando na mesma velocidade do mercado”, revelou Pontes. Torretta e Miotto lembraram que na primeira grande feira do agronegócio em 2015, o Show Rural Coopavel, em Cascavel, PR, a demanda por aquisição de máquinas foi igual ou até mesmo superior à da edição 2014, mas “o problema é a obtenção de crédito para concretizar o negócio”.

Para os participantes a Agrishow, que acontecerá do fim de abril ao início de maio – portanto às vésperas do segundo semestre – será “o grande termômetro do comportamento do mercado na última metade do ano”.

Outras características relevantes para o segmento foram lembradas pelos painelistas, como a idade média da frota, que para cerca de 40% do total é superior a 20 anos. “No caso das colheitadeiras este índice alcança 48%”, lembrou Torretta, acrescentando que “um equipamento nesta idade tem sua produtividade totalmente comprometida”. Daí existir ainda muita demanda a atender no País.

Miotto ainda recordou a previsão para a atual safra de grãos, de 200 milhões de toneladas, volume recorde e representativamente acima da última safra, 191 milhões de toneladas, e os desafios que ela traz: “O custo do transporte no Brasil é muito elevado e alcança cerca de quatro vezes mais o dos Estados Unidos. Não temos visto muita coisa concreta acontecendo com relação à infraestrutura, apenas boas intenções”.

Torretta lembrou também do aumento de nacionalização de componentes de máquinas agrícolas, que no caso da AGCO cresceu 50% na comparação com três anos atrás, “em boa parte por conta das regras do Finame e da exigência de comprovação de origem em todos os elos da cadeia”. O executivo, entretanto, salientou que “como o volume produtivo é infinitamente menor do que aquele registrado pelo segmento de veículos leves, toda iniciativa de localização de peças precisa necessariamente mostrar que é totalmente viável”.

Para Volvo, o ano começa agora para os caminhões

O ano comercial para o setor de caminhões começou, na prática, na última segunda-feira, 23, segundo Bernardo Fedaldo, diretor de caminhões da Volvo no Brasil. Com as novas regras de financiamento em prática o executivo revela que é perceptível aumento de consultas de negócios nos últimos dias: “Já notamos alguma movimentação mesmo antes do feriado de carnaval. O impacto será ainda pequeno, mas já veremos alguma mudança em março”.

O quadro do primeiro bimestre pode sugerir o contrário, mas Fedalto argumenta que o mercado “não está tão ruim”. Os números refletem, lembra o executivo, o movimento nas lojas de dezembro, quando ainda vigoravam as antigas regras de financiamento e a expectativa era de mudanças, e de janeiro, período de total indefinição da nova regulamentação do BNDES Finame PSI agora em vigor.

Ainda assim, mesmo sem ser alarmista, Fedalto revela um dado preocupante: a empresa trabalha com a hipótese de que as vendas internas de caminhões pesados e semipesados girem em torno de 75 mil unidades em 2015, contra 92 mil unidades emplacadas em 2014 – muito por conta de um primeiro trimestre fraco e provável recuperação somente a partir do segundo semestre.

O tom de moderação adotado pelo diretor de caminhões acompanhou o dos demais membros da cúpula da empresa, reunida em São Paulo na quarta-feira, 25, para a apresentação oficial de Claes Nilsson, novo presidente do Grupo Volvo Latin America.

O próprio Nilsson, recém-chegado, no cargo desde janeiro, tratou de atenuar os desafios que indústria de caminhões terá no curto prazo. Preferiu dizer que o conglomerado sueco acredita que Brasil e vizinhos continuarão a crescer nos próximos anos: “Todos os indicadores apontam nesse sentido. O momento agora é de ajustes”.

O executivo enfatizou que a empresa iniciou o ano com a estrutura adequada para o atual momento do mercado regional, depois da dispensa de 206 funcionários no início de dezembro. “Não pretendemos fazer qualquer nova alteração, mas é um cenário que tem que ser acompanhado dia-a-dia”, disse Nilsson, que entrou na empresa em 1982 e antes de vir para o Brasil presidia a Volvo Trucks.

RESULTADOS – Embora tenha afirmado que “o pacote de boas-vindas” a ele foi dos melhores, com mercados em recuo e indefinições econômicas no Brasil, o novo presidente do Grupo Volvo no País, que se notabilizou por estrelar filme comercial pendurado em um guindaste em porto sueco, teve o que comemorar.

A Volvo registrou bons resultados em 2014, mesmo com o encolhimento do mercado de veículos comerciais. A marca obteve, com 19,7 mil veículos entregues, seu segundo melhor ano de vendas no mercado interno de pesados, superado apenas por 2013 e suas 20,7 mil unidades.

O resultado foi suficiente para que a Volvo retomasse a liderança nos caminhões pesados, com 29,6% de participação, três pontos porcentuais a mais do que em 2013. De quebra ainda bateu mais um recorde no semipesados, com 12,6% de participação. Somados pesados e semipesados a Volvo fechou o ano passado com 21,3% do mercado, 1,3 ponto porcentual a mais do que no ano anterior – em 2008 detinha apenas 12,8%.

As vendas de ônibus crescerem 2,7% em 2014, enquanto o mercado recuou 16,3%. Foi também o segundo melhor ano da Volvo nesse segmento, com 3,1 mil chassis vendidos, sendo 1,7 mil no mercado interno e o restante exportado. A participação no mercado interno de ônibus pesados e semipesados chegou a 11,9%, enquanto que em 2010 a Volvo Bus respondia por 4,1% das vendas internas.

Novo Jetta será nacional apenas no fim do primeiro semestre

O novo Jetta começa a chegar às concessionárias da Volkswagen no fim de março. A maior parte do volume do sedã, que teve sua produção nacional confirmada na unidade de São Bernardo do Campo, SP, ainda virá do México, ao menos em primeira fase.

Segundo o diretor de marketing da montadora, Axel Schroeder, a produção nacional do Jetta deve começar até o fim do primeiro semestre. Ele acrescentou que “a montagem local irá apenas complementar a importação do México”.

Desde sua estreia no Brasil, em 2006, já foram comercializadas 77 mil unidades do Jetta. De acordo com dados da Fenabrave em 2014 foram emplacados 10,6 mil, queda de 35,5% ante as 14,3 mil unidades vendidas um ano antes.

Schroeder estima vendas maiores do modelo neste ano, no entanto não revela números: “É difícil fazer projeções em momentos de mercado fragilizado”.

O sedã médio será comercializado com motor 2 litros, mas versão 1.4 litro será incorporada ao portfólio mais tarde. Com rodas de liga leve de 16 ou 17 polegadas, o Jetta parte de R$ 75 mil na versão mais básica – a montadora não divulgou o preço do topo de gama.

O desenho exterior mudou pouco, mas os faróis agora têm lâmpadas de LED. Já o interior ganhou toques similares aos encontrados no novo Golf.

Segundo o diretor de marketing a nova gama Volkswagen segue a mesma assinatura: “os modelos ganharam mais linhas laterais, ficaram mais largos e mais baixos. A ideia é aumentar o apelo esportivo da nossa linha”.

AVW apresentou ainda o novo Touareg: O SUV de luxo tem preço inicial de R$ 250 mil e a versão topo de linha ainda não teve o valor divulgado, assim como no caso do Jetta.

O modelo, importado da Alemanha, vendeu 387 unidades no País em 2014, número 34,6% maior do que no ano anterior segundo a Fenabrave. As novidades estão em especial nas tecnologias embarcadas: detector de fadiga, monitoramento do ponto cego por câmeras e sistema de proteção de passageiros – que fecha vidros, teto panorâmico e aciona os freios em caso de acidente iminente.

Sem acordo, funcionários permanecem em greve na GM SJC

Ainda não há data prevista para o fim da greve dos metalúrgicos da General Motors em São José dos Campos, SP. Depois de cerca de três horas de reunião de representantes da montadora e do sindicato local no Tribunal regional do Trabalho de Campinas as partes não chegaram a acordo.

O encontro realizado na terça-feira, 24, terminou em novo impasse. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos a GM não aceitou a proposta feita pelo TRT: lay-off de cinco meses para 800 funcionários com mais três meses de garantia de estabilidade de emprego.

A Justiça do Trabalho se posicionará sobre a situação, mas ainda não foi agendada data para o julgamento. Procurada, a GM não se manifestou sobre o assunto.

Os 5,2 mil funcionários da unidade do Interior paulista estão em greve desde a sexta-feira, 20, quando a companhia sinalizou intenção de colocar um novo grupo em lay-off, sem garanta de estabilidade de emprego na unidade.

Desde o início da paralisação cerca de 900 veículos, dos modelos S10 e TrailBlazer, deixaram de ser fabricados na unidade, segundo cálculos do sindicato.

Em paralelo às negociações com a GM o sindicato vive período eleitoral. A votação começou na terça-feira, 24, se estenderá até quarta-feira, 25.

O resultado definirá o comando da entidade até 2018. Concorrem a atual chapa, do CSP-Conlutas, e a oposição, grupo composto por CUT e CTB. Metalúrgicos de 231 fábricas participarão da votação.

Protesto de caminhoneiros afeta produção da Fiat em Betim

A manifestação de caminhoneiros em diversas rodovias no País, inclusive em Minas Gerais, afetou a produção da Fiat em Betim por dois dias.

Os turnos da tarde e da noite foram suspensos na segunda-feira, 23, e o mesmo aconteceu nos turnos da manhã e da tarde da terça-feira, 24, por falta de peças para abastecer as linhas de montagem. A razão foi bloqueio da rodovia Fernão Dias, principal ligação de São Paulo a Belo Horizonte, MG, o que comprometeu o abastecimento da fábrica.

Em comunicado a montadora afirmou que as atividades seriam retomadas no terceiro turno da terça-feira, 24, que começa às 23h.

No Sul do País também houve bloqueios em estradas por onde trafegam componentes de fabricantes como Renault, General Motors, Volkswagen e Volvo. Procuradas, nenhuma das montadoras comentou o efeito da manifestação em suas linhas de produção.

Alguns caminhoneiros também bloquearam o acesso ao Porto de Santos no km 64 da Via Anchieta, sentido litoral. Segundo informações da Agência Brasil as manifestações tornaram-se mais intensas na manhã de terça-feira e balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal afirma que motoristas enfrentam dificuldades para atravessar 69 pontos de 24 rodovias federais em seis Estados.

No fim da tarde a Justiça Federal no Rio Grande do Sul determinou aos caminhoneiros, que desobstruam acostamentos e leitos das rodovias federais sob jurisdição da 3ª Vara Federal de Pelotas. A liminar, da juíza federal Dulce Helena Dias Brasil, abrange as BRs 293, 116 e 392.

Segundo a juíza, a conduta dos manifestantes extrapola o direito à livre manifestação. Ela estipulou prazo de uma hora, a contar da chegada do oficial de Justiça, para que os caminhoneiros liberem as rodovias. Caso a determinação não seja cumprida, a multa será de R$ 5 mil por hora de permanência não autorizada.

Honda inicia produção do HR-V na Argentina em abril

O presidente da Honda Argentina, Hideki Kamiyama, reuniu-se na terça-feira, 24, com a ministra da indústria local, Débora Giorgi, e confirmou o início da produção do SUV compacto HR-V na fábrica da montadora em Campana a partir de abril.

De acordo com informações do ministério o volume produtivo do modelo ali será na faixa de 15 mil unidades/ano, ou mais que o dobro do registrado hoje – a unidade produz atualmente apenas o City. O índice de nacionalização do utilitário será próximo de 20%.

O HR-V será produzido também na unidade brasileira de Sumaré, SP, a partir do mês que vem.

A Honda investe US$ 21 milhões para produção do novo modelo na Argentina, dos quais US$ 18 milhões já foram aplicados.

O executivo também anunciou à ministra a produção de dois novos modelos de motocicletas na Argentina, de média e alta cilindrada, nas unidades de Campana e Florencio Varela. Os modelos serão exportados para Bolívia, México, Peru e Uruguai, em valor total próximo a US$ 10 milhões.

SEWTECH ARGENTINA – Na segunda-feira, 23, a ministra argentina participou da inauguração de nova unidade da Sewtech, fabricante de tecidos para bancos automotivos que investiu US$ 9 milhões na construção de planta em Luján, que elevou sua capacidade de 72 mil conjuntos de capas de bancos ao ano para 115 mil/ano.

A expansão atenderá exclusivamente à demanda da Toyota Argentina, que produz naquele país a picape Hilux e a SUV SW4. De acordo com o ministério da indústria local a iniciativa representa substituição de importações na faixa de US$ 25 milhões/ano.

México diz que negociações para novo acordo com Brasil avançaram

O México está confiante no retorno ao livre comércio de veículos com o Brasil a partir de abril, quando termina – ao menos em tese – o período de cotas no comércio bilateral, conforme o acordo automotivo vigente pelos dois países.

Em entrevista a diversos órgãos de imprensa mexicanos na terça-feira, 24, Francisco Rosenzweig, subsecretário de Comércio Exterior da Secretaria de Economia mexicana, a SE, afirmou que “a negociação para retomar o livre comércio [de veículos] nos dois países avançou”.

Segundo o representante mexicano a SE está trabalhando para “resolver as diferenças”. Ele acrescentou acreditar que estas serão resolvidas nos próximos meses, o que possibilitaria o retorno do livre comércio, em sua avaliação, ainda em 2015.

Sem oferecer pormenores, Rosenzweig disse que o encontro realizado na sexta-feira, 20, em Brasília, DF, foi “produtivo” e confirmou nova reunião na próxima sexta, 27, na Cidade do México. “Não quero antecipar as propostas sem antes discuti-las com os brasileiros.” Ele revelou, entretanto, “pontos de vista mais próximos” e, em sua opinião, “a reunião desta sexta-feira será muito importante, levando em conta que também estamos conversando com as diversas associações do setor automotivo”.

O subsecretário deixou claro, de qualquer forma, que o acordo automotivo com o Brasil é “extremamente importante para o México, que é o único país a contar com um acordo deste tipo com o Mercosul em todo o mundo”. Ele afirmou também que o mercado brasileiro é considerado estratégico para os planos das montadoras ali instaladas.

Do lado brasileiro o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou à Agência Brasil também na terça-feira, 24, que “o governo brasileiro gostaria de ajustes nas cotas”, mas ele não especificou qual seria este ajuste – de acordo com informações de fonte ligada às negociações à Agência AutoData o País pretende reduzir o valor da cota anual, vez que as montadoras instaladas no Brasil não atingiram o teto em 2014. O ministro revelou que o MDIC será representado na reunião de sexta-feira, 27, pelo secretário executivo, Ivan Ramalho.

Já Héctor Márquez Solís, titular da unidade de compras de governo da SE, também em entrevistas à imprensa mexicana, foi um pouco mais duro ao tratar do tema. Representando o ministro durante evento do setor automotivo no México, ele afirmou que “nós [mexicanos] queremos que seja respeitado o combinado em 2012, de uma transição até o livre comércio. Assim foi negociado e o que queremos é que este seja cumprido”.

De acordo com o representante oficial daquele governo também a Argentina já pediu a manutenção do sistema de cotas no comércio bilateral de veículos com o México.

Solís recordou que “haverá um encontro no fim desta semana e vamos ver qual será o resultado”. Ele alega que “as montadoras instaladas no México fizeram seus planos produtivos prevendo o reinício do livre comércio com estes países da América do Sul, e qualquer mudança neste cenário significará também a alteração destes planos”.

De acordo com a SE as exportações mexicanas de veículos para o Brasil no total de 2014 caíram 25% ante 2013, para 103 mil unidades – mesmo com uma cota maior disponível para o último exercício, de março de 2014 a março de 2015. Para a Argentina a retração foi bem mais significativa, de 58%, para apenas 26 mil veículos.

Up! chega aos dez mais vendidos em fevereiro

No mês em que completa um ano de seu lançamento o VW Up! deverá contar com razões de sobra para comemorar: de forma inédita, o compacto dificilmente ficará fora da lista dos dez modelos mais vendidos no mercado brasileiro em fevereiro.

De acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData o Up! conta com 4,2 mil emplacamentos até a segunda-feira, 23, o que lhe garante a sétima colocação do ranking. Restam mais quatro dias – da terça-feira, 24, à sexta-feira, 27 – para o fechamento definitivo de fevereiro.

A carreira do modelo está deslanchando em 2015: em janeiro bateu na trave dos dez primeiros ao fechar o período com 6,8 mil emplacamentos, na décima-primeira posição – e seu melhor resultado mensal desde o lançamento. O Up! terminou 2014 como o décimo-sexto do ranking, com 58,9 mil unidades vendidas, média de 4,9 mil ao mês.

Em outubro a gama do Up! recebeu o reforço da versão Cross e uma variação esportiva do modelo, equipada com turbocompressor, deverá chegar às lojas no segundo semestre.

A subida do Up!, entretanto, contrasta com a queda do Gol, destronado do posto de modelo mais vendido em 2014 após vinte e sete anos. Até a segunda-feira, 23, ele é apenas o oitavo da lista, com 4,1 mil unidades emplacadas. Mas além do Up! o Fox está contrabalanceando as coisas para a VW: com desempenho excelente em fevereiro o modelo é o quarto mais vendido do período, com 5,1 mil licenciamentos.

Na ponta da tabela mais uma vez está o Palio, que provavelmente encerrará o mês na liderança, assim como fizera em janeiro: o hatch Fiat já soma 7,1 mil unidades até a segunda-feira, 23. Em seguida está outro modelo da montadora de origem italiana, a picape Strada, com 6,6 mil. O último degrau do pódio é por enquanto do Chevrolet Onix, com 5,2 mil.

Na quinta posição está o Hyundai HB20, com 4,9 mil, seguido pelo Fiat Uno, 4,5 mil. Depois de Up! e Gol fecham os dez primeiros o Ford Ka e o Fiat Siena, tecnicamente empatados com 3,8 mil. Assim, à exceção de Strada e Siena, todos os demais da lista dos dez modelos mais vendidos no Brasil são hatches compactos.

Alguns modelos que costumavam frequentar a lista dos dez primeiros estão enfrentando um fevereiro fraco em vendas. É o caso do Ford Fiesta e do VW Voyage, ambos com 2,8 mil unidades vendidas até a segunda-feira, 23, além do Renault Sandero, com apenas 2,1 mil licenciamentos no período.

Caixa terá linha especial para financiamento de híbridos e elétricos

A Caixa Econômica Federal e a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, fecharam acordo para a criação de uma linha de crédito especial para o financiamento de veículos elétricos e híbridos. As condições e demais pormenores ainda estão em análise interna no banco e deverão ser divulgados em breve, segundo afirmou o presidente executivo da associação, Ricardo Guggisberg, em entrevista à Agência AutoData.

“O projeto já foi aprovado pela diretoria da Caixa”, disse o executivo. “As taxas serão abaixo das praticadas pelo mercado, mas não sei informar outros pormenores. Sei que deverá sair em breve”.

As linhas atenderão pessoas físicas ou jurídicas interessadas em adquirir carros, motocicletas e bicicletas híbridos ou elétricos, bem como componentes ou estruturas de recarga. Ou seja, uma construtora que desejar instalar tomadas para recarga dos veículos em seu empreendimento terá acesso ao financiamento.

Mas só poderão ser financiados modelos produzidos ou comercializados por alguma das associadas da ABVE – dentre as montadoras com modelos elétricos no mercado, apenas a Renault faz parte dos quadros da associação. Há ainda fabricantes de modelos elétricos sobre duas rodas, como a Motor Z, que vende scooters, e a Electro Bike, de bicicletas elétricas.

Segundo Guggisberg as negociações com a Caixa começaram no Salão do Automóvel do ano passado, quando um dos diretores do banco demonstrou interesse em oferecer produtos para o segmento de mobilidade elétrica. “Conduzimos juntos, Caixa e ABVE, todo esse processo e finalmente chegamos a um acordo. Estamos contentes e otimistas, esse acordo possibilitará o salto que o mercado brasileiro necessita em mobilidade sustentável”.

O executivo acredita que o financiamento ajudará a popularizar os veículos elétricos no mercado brasileiro, que ainda têm desempenho tímido. Segundo dados coletados no site da ABVE foram vendidos 855 veículos híbridos e elétricos no ano passado, ante 491 unidades um ano antes. Os usuários dispõem de cinquenta carregadores espalhados pelo País, sendo 44 de carga lenta e apenas seis de carga rápida.