México acredita que acordo com Brasil sai nas próximas duas semanas

Representantes dos governos de Brasil e México reuniram-se para a segunda rodada de negociações para renovação do acordo automotivo bilateral na sexta-feira, 27, na Cidade do México.

Ao menos publicamente o governo mexicano está se mostrando aberto ao diálogo e disposto a negociar um acordo que contemple as necessidades brasileiras – o tratado anterior, fechado em março de 2012, previa o reinício do comércio bilateral livre em três anos, ou a partir deste abril, mas o Brasil quer manter o sistema de cotas vigente desde então.

À saída do encontro o titular da Secretaria de Economia mexicana, a SE, Ildefonso Guajardo, se mostrou confiante na negociação, que envolve também a Argentina. À imprensa local, afirmou que “a possibilidade de um acordo está sendo construída e seguramente este será anunciado nas próximas duas semanas” – o prazo do texto em vigência encerra-se em 19 de março.

Ele antecipou que o pior cenário seria o puro cancelamento do comércio bilateral automotivo – que possibilita aos dois países exportar veículos sem a incidência de impostos – e antecipou que, neste caso, o México não acionaria a OMC, Organização Mundial do Comércio, como fez com a Argentina em 2012. Mas garantiu confiar que “os negociadores saberão conduzir o diálogo com inteligência para alcançar definições que sejam aceitáveis para todas as partes”.

Guajardo acrescentou que o México “tem consciência de que o Brasil atravessa um período de dificuldades econômicas”, o que pode indicar que os pedidos nacionais serão, ao menos em parte, aceitos.

Do lado brasileiro as declarações são um pouco mais contundentes. Na quinta-feira, 26, ao site G1, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou que o processo de renovação do acordo precisa levar em consideração “as novas condições que estão presentes hoje na realidade do setor automotivo brasileiro”.

O titular do MDIC deixou muito claro à publicação que o Brasil não aceitará o retorno do livre comércio: “A perspectiva de livre comércio não se coloca, na medida em que nós precisaríamos nesse caso olhar todo o universo tarifário. Havendo renovação [do acordo automotivo com o México], isso terá de acontecer necessariamente dentro do sistema de cotas”.

ARGENTINA – Enquanto isso na Argentina o governo local anunciou que as montadoras locais terão acesso a recursos adicionais em dólares, de US$ 231 milhões ao mês até o fim de junho, para arcar com fluxo de caixa e pagamento de dívidas ligadas a investimentos.

No ano passado diversas montadoras tiveram de interromper atividades produtivas na Argentina por falta de divisas em dólar para pagamento de autopeças importadas, o que afetou ainda o comércio com o Brasil, vez que as fabricantes guardavam o quanto de divisas possível para compra de peças de forma a manter a produção rodando, descartando importações de veículos prontos.

O acordo foi anunciado pela ministra local da indústria, Débora Giorgio, em reunião com representantes da Adefa e de montadoras. Do montante US$ 154 milhões ao mês estarão disponíveis via MULC, o Mercado Único e Lybre de Cambios, e US$ 77 milhões adicionais ficam disponíveis para pagamento de investimentos. Em troca estes devem ser mantidos e a indústria não poderá realizar demissões, de acordo com o ministério argentino.

Fevereiro será fraco: previsão é de 185 mil emplacamentos.

Com uma segunda metade do mês muito fraca em vendas, impactada em especial pelo carnaval, fevereiro fechará com um resultado baixo. De acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData até a quinta-feira, 26, foram emplacadas apenas 171 mil unidades de autoveículos – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – no mercado brasileiro.

Com isso, restando apenas a sexta-feira, 28, para o fechamento definitivo do resultado, fevereiro deverá fechar no máximo na faixa de 185 mil unidades licenciadas, frustrando assim a estimativa de varejistas ao fim da primeira quinzena, quando se esperava pelo menos volume um pouco acima de 200 mil unidades.

Se confirmado, este será o fevereiro mais fraco desde 2009, quando o resultado também foi menor que 200 mil unidades, com 199 mil. O mês em 2015 assim seria melhor, dos últimos anos, apenas que o de 2007, que registrou 147 mil unidades.

A média diária está em apenas 9,5 mil unidades, considerando-se como úteis a segunda-feira, 16, e a quarta-feira de cinzas, 18, o que resulta em total de 19 dias úteis neste mês. Se retirados estes dois dias do cálculo o volume sobe para 10,7 mil.

Este volume próximo de 185 mil emplacamentos representaria queda de aproximadamente 29% ante fevereiro de 2014, de 259,3 mil unidades vendidas – é necessário considerar entanto que esta análise carrega uma distorção, vez que neste período do ano passado não houve carnaval, que ocorreu em março, ao contrário de 2015. Ante janeiro, de média diária de 12 mil unidades e 21 dias úteis, total de 254 mil, a queda será próxima de 27%.

A projeção desenha um primeiro bimestre com fechamento próximo a 439 mil unidades, queda de 23% ante a soma dos dois primeiros meses de 2014, 572 mil – resultado recorde para o período puxado, além do carnaval em março, pela oferta de modelos com IPI reduzido e veículos sem air bag e ABS na rede, com grandes descontos.

A rede de distribuição está extremamente preocupada com o resultado de fevereiro. De acordo com fonte ligada ao segmento os estoques estão altos, mesmo com as iniciativas de retração da produção promovidas por diversas fábricas, e deverão fechar o mês próximos a 50 dias na média, sendo que em algumas marcas o índice é ainda maior.

A fonte afirmou ainda que o movimento de varejo está muito fraco e que mais uma vez as vendas diretas foram determinantes para o resultado do mês. Segundo suas informações uma grande montadora fechou contrato com uma das maiores locadoras do País e licenciou forte volume de seu compacto de entrada, lançado há poucos meses, o que ajudou fevereiro a não apresentar volume ainda menor de vendas.

Acredite: este homem está sentado numa cadeira.

É difícil acreditar, mas o operador da linha de montagem retratado na foto acima está sentado em uma cadeira. Trata-se de um projeto-piloto realizado na fábrica da Audi em Neckarsulm, na Alemanha, que caso avance poderá revolucionar o que entendemos por ergonomia em uma linha de montagem.

A montadora das quatro argolas batizou o protótipo de ‘chairless chair’, ou algo como ‘cadeira sem cadeira’. Parece um nome estranho, e de fato é, mas o mais estranho é que esta é uma perfeita definição do sistema – ao todo três protótipos da cadeira-que-não-é-bem-uma-cadeira estão em teste.

A estrutura, feita em fibra de carbono, permite que os trabalhadores sentem-se sem que seja necessário, de fato, usar uma cadeira ou banco. Ao mesmo tempo o dispositivo melhora a postura do usuário e reduz a pressão sobre as pernas. Ela pode ser definida como um exoesqueleto adaptado para uso na parte de trás das pernas, preso por tirantes aos tornozelos, joelhos e quadril do usuário. Duas superfícies cobertas de couro apoiam os glúteos e coxas, enquanto duas estruturas feitas de plástico reforçado com fibra de carbono se adaptam ao contorno das pernas.

Elas são articuladas atrás dos joelhos e podem ser ajustadas hidraulicamente para o tamanho do usuário e a posição de sentar desejada, com o peso do corpo transferido para o solo por meio desses elementos ajustáveis.

O conjunto todo pesa apenas 2,4 quilos.

Em comunicado Mathias Keil, chefe de Métodos de Engenharia Industrial da Audi, revelou que a montadora mantém estudos para outras aplicações da estrutura dentro do sistema produtivo da montadora – o processo todo é realizado em parceria com uma empresa suíça. “Esperamos também desenvolver novas aplicações da Chairless Chair para os funcionários com capacidade física reduzida.”

Peter Mosch, diretor do Conselho Geral dos Trabalhadores da Audi, acrescentou, na nota: “Precisamos usar nossa liderança tecnológica também para elevar o bem-estar da força de trabalho. Tecnologias que aliviam a tensão das pessoas são exemplos de como o futuro tem que ser planejado para o bem dos funcionários”.

A partir desta semana os trabalhadores da unidade ganharão experiência com os três protótipos da Chairless Chair nas linhas de montagem do A4 e do A6, de início na fase de pré-montagem do cockpit – área em que os funcionários trabalhavam sempre em pé. A Audi pretende iniciar segunda fase de testes na fábrica de Ingolstadt, em maio. Se tudo der certo, a cadeira-que-não-é-cadeira será utilizada na linha de produção em série.

Os operadores utilizarão a estrutura como se fosse uma espécie de segundo par de pernas, no qual se apoiarão sempre que necessário. Para muitas operações na montagem a Chairless Chair permitirá que eles se sentem em posição ergonomicamente favorável em vez de permanecerem em pé, ainda que o este movimento seja extremamente curto ou rápido.

Assim, as cadeiras e bancos atualmente usados em algumas operações de montagem como auxílio temporário deixam de ser necessários – o que significa que não mais estarão espalhadas pelas áreas da fábrica e que aquelas pessoas atrapalhadas, que sempre estão ao nosso lado, não mais tropeçarão nas mesmas.

A Audi espera ainda que o uso do exoesqueleto reduza o absenteísmo gerado por problemas físicos.

Metalúrgicos da GM encerram greve em São José dos Campos

Depois de seis dias de paralisação os metalúrgicos da General Motors São José dos Campos, SP, encerraram a greve na unidade do Interior paulista na quinta-feira, 26. Segundo o sindicato local a conciliação aconteceu depois que a montadora apresentou proposta que garante estabilidade de emprego.

Em nota, a GM afirmou que “foi aprovado em assembleia que até 798 empregados do complexo industrial de São José dos Campos entrarão em lay-off no período de 9 de março a 8 de agosto de 2015”. Ainda segundo a companhia a medida tem como objetivo ajustar a produção à atual demanda do mercado.

O comunicado da GM, no entanto, não menciona estabilidade dos funcionários.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, o acordo com a montadora garante o retorno do grupo de trabalhadores e mais três meses de estabilidade. “Serão 650 empregados afastados nesse momento”, diz.

Também ficou determinado que os dias parados durante a greve não serão descontados dos salários, mas sim compensados no decorrer do ano.

Durante o período de suspensão de contrato de trabalho os funcionários receberão o salário integral, em média de R$ 4,5 mil na linha de produção da unidade segundo o sindicato. “Os salários serão pagos pelo FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador, do governo federal] e complementados pela GM”, afirmou Macapá, que também ressaltou que a greve foi a maior paralisação ocorrida na GM de São José dos Campos nos últimos 12 anos: “Precisávamos mostrar para a empresa que não vamos aceitar demissões”.

A mobilização na unidade começou quando a GM reuniu-se com o sindicato e tentou implantar o lay-off sem garantia de estabilidade de emprego para um grupo de 800 trabalhadores quando do retorno. Depois de assembleias, greve e até mesmo uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas, as partes finalmente chegaram ao acordo.

“Apesar dos incentivos recebidos no último ano as montadoras fecharam 12,8 mil postos de trabalho no País. Não podemos admitir isso.”

ELEIÇÕES – A greve da GM coincidiu com as eleições do sindicato. No mesmo dia em que o movimento foi encerrado houve o resultado da disputa: a diretoria atual ganhou o direito de permanecer no comando até 2018.

A chapa da situação, da CSP-Conlutas, concorria com a oposição formada pela CUT e venceu a eleição com 75% dos votos – 6,5 mil ante 2,1 mil. Encabeçavam as duas chapas trabalhadores da GM SJC.

Dentro da fábrica da GM o atual comando obteve 67% dos votos, segundo o sindicato. Em comunicado Macapá afirmou que “o fato de a eleição ter ocorrido durante a greve em defesa dos empregos é marcante para a história do sindicato”.

A entidade representa cerca de 42 mil trabalhadores nas cidades de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá.

“A vitória da atual diretoria mostra que os trabalhadores aprovam nosso projeto de luta e resistência”, afirmou o presidente, agora reeleito, em nota.

Hyundai brasileira reconhece seus melhores fornecedores em 2014

A Hyundai Motor Brasil reuniu seus fornecedores em evento realizado em Piracicaba, no Interior de São Paulo, sede da fábrica da montadora no País, no qual reconheceu os melhores parceiros em 2014 por meio do prêmio Fornecedores do Ano Hyundai. Esta foi a segunda edição do reconhecimento, realizado anualmente.

Em comunicado a montadora afirmou que a premiação avalia o desempenho de cada fornecedor com base no conceito QCDM, de Quality, Competitiveness, Delivery and Management, ou Qualidade, Competitividade, Entrega e Gerenciamento, “com o objetivo principal de estimular de forma saudável e positiva o constante alcance de melhores resultados”.

Na nota William Lee, presidente da Hyundai Motor Brasil, considerou que “a Hyundai não mede esforços para cultivar uma relação comercial de parceria e reciprocidade, estimulando seus fornecedores a buscarem maior competitividade a todo o momento, tanto em qualidade como em baixo custo. A competitividade dos fornecedores é fundamental para a competitividade da própria Hyundai”.

Ainda no comunicado o executivo ressaltou que “todas as iniciativas para a nacionalização de componentes em conformidade com o Inovar-Auto serão sempre estimuladas e valorizadas pela Hyundai”.

O prêmio Melhor Fornecedor Geral é entregue ao fornecedor que atinge a mais alta pontuação na maioria das sete categorias de avaliação. Nesta edição a grande vencedora foi a Maxion Wheels, fabricante de rodas, que se destacou nas categorias Qualidade, Entrega e Gestão do Negócio.

Caminhões devem fechar fevereiro apenas pouco acima de 5 mil unidades

Os resultados de vendas de caminhões em fevereiro serão fortemente afetados pela mudança das regras e pelo atraso nos processos de financiamento do BNDES Finame PSI, hoje a principal ferramenta para vendas a crédito deste segmento. Dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData apontam licenciamento de apenas 4 mil 550 unidades até a quarta-feira, 25, restando somente dois dias úteis para o fechamento do mês – a quinta-feira, 26, e a sexta-feira, 27.

Atrapalhado também pelo carnaval, o mês indica média diária próxima de 270 unidades: transcorreram-se 17 dias úteis, incluindo a segunda-feira, 16, véspera do feriado. Com isso a projeção para o total de fevereiro é de volume muito próximo a 5,1 mil caminhões licenciados.

Caso o resultado se confirme este fevereiro representará o pior volume de comercialização para o mês desde 2007, quando foram licenciadas 5,8 mil unidades.

Ante fevereiro do ano passado a análise estatística, além da queda propriamente dita em volume, verá retração ainda mais acentuada por conta da ocorrência do carnaval em março em 2014. Foram vendidas 10 mil 434 unidades no segundo mês do ano passado, o que equivale dizer que o comparativo anual apresentará redução de 51%. Ante janeiro deste ano, 7 mil 675, o índice fechará em baixa próxima de 33,5%.

Para o primeiro bimestre o resultado, afetado fortemente pela questão do crédito – que por sua vez já se manifestara no começo de 2014 –, não será muito mais animador. A projeção de fevereiro indica resultado perto de 12,8 mil unidades, ou baixa na faixa de 39,5% ante o primeiro bimestre do ano passado, de 21,2 mil.

O BNDES publicou novas regras para o PSI no dia 4, válidas até o fim do mês e com início efetivo para dali uma semana, com juros pré-fixados para a parcela variável que compõe financiamento em até 90% do valor do caminhão. Até então os próprios bancos das montadoras ofereciam planos para cobrir a diferença, vez que no início do ano as regras passaram a limitar a apenas 50% do valor do bem a linha de crédito oficial para grandes empresas e 70% para pequenas e médias.

Fontes do segmento acreditam que diante dos resultados do primeiro bimestre nova circular do BNDES venha a oferecer condições mais atrativas para a linha Finame PSI a partir de março.

Na quarta-feira, 25, Bernardo Fedaldo, diretor de caminhões da Volvo no Brasil, considerou que o ano comercial para o setor de caminhões começou, na prática, apenas nesta segunda-feira, 23. O executivo afirmou que com as novas regras de financiamento em prática foi perceptível aumento de consultas de negócios nos últimos dias, mas lembrou que este impacto, ainda que pequeno, será notado somente a partir de março.

Grupo VW avisa que redefinirá cooperação com seus fornecedores

O Grupo Volkswagen reuniu mais de cem CEOs de grandes fornecedores globais em sua sede em Wolfsburg, na Alemanha, na quinta-feira, 26, para anunciar o início de um amplo programa voltado exclusivamente a seus fornecedores, denominado Volkswagen FAST, de Future Automotive Supply Tracks – ou os trilhos do futuro fornecimento automotivo, em tradução livre.

O recado foi bem claro e direto: a fabricante avisou que pretende redefinir totalmente sua relação e cooperação com os fornecedores. Em comunicado, a fabricante explica que o programa foi aprovado pelo board e se estenderá a todas as marcas do Grupo VW.

Para Francisco Javier Garcia Sanz, membro do board do Grupo, na nota, “a indústria automotiva está mudando fundamentalmente. Novas tecnologias e ciclos de vida mais curtos são fortes desafios para a nossa indústria. No futuro, o fator chave para o sucesso será uma rede de fornecimento global [de autopeças] de altíssima eficiência”. Ele acrescentou em seu discurso aos fornecedores que a VW quer “moldar ativamente o futuro da indústria em conjunto com nossos parceiros”.

De acordo com o Grupo o objetivo do programa FAST é priorizar investimentos e tornar o mais eficiente possível o uso dos recursos em parceria com os fornecedores. “Nosso objetivo é aumentar o número de inovações em produtos e processos e coordená-los de forma mais eficaz”, argumentou o executivo. O primeiro passo será identificar os melhores fornecedores globais do Grupo – e apenas estes participarão do programa FAST. Estes, segundo a empresa, serão envolvidos em ciclos de inovação com a VW em um estágio inicial do processo – de acordo com a fabricante, “para isso foi estabelecida uma nova interface de inovação”. Em troca, diz a VW, os participantes do programa poderão contribuir com suas ideias e propostas “nas primeiras etapas do desenvolvimento de veículos”.

Ainda segundo o comunicado do Grupo, “ao mesmo tempo as cadeias produtivas da VW e de seus parceiros será harmonizada de maneira ainda mais próxima no contexto das estratégias globais, de forma a gerar novas sinergias e obter o maior benefício possível”.

A fabricante não concedeu outros pormenores sobre o programa, mas assegurou que todos os participantes do encontro receberam “acesso a informações sobre inovações e cadeia global [de produção] dentro do Grupo”.

Tradicionalíssima, Marcas Famosas fecha as portas em São Paulo

Uma das mais tradicionais concessionárias de veículos do País, a Marcas Famosas, revendedora Volkswagen instalada na Avenida Santo Amaro, em São Paulo, fechou as portas melancolicamente depois de 59 anos. As operações foram encerradas oficialmente no fim do ano passado.

Ao lado de Bruno Tress, Brasilwagen, Sabrico e outras, a Marcas Famosas inaugurou a rede de concessionárias Volkswagen no País e foi responsável pelas primeiras vendas do Sedan, depois apelidado carinhosamente de Fusca. A fachada da concessionária, inclusive, utilizava o mesmo tipo de tijolinho clássico daqueles instalados na fachada da fábrica da VW na Via Anchieta, no ABCD paulista.

Em entrevista exclusiva à Agência AutoData o diretor da Marcas Famosas, Antônio Carlos Nazar, mais conhecido pelo apelido Cacau, revelou as duas principais razões para o fechamento da concessionária: “O mercado em São Paulo tornou-se muito concorrido e pouco rentável, o que desestimulava a continuidade das operações. Além disso a estrutura ainda era puramente familiar e não havia sucessores dispostos a continuar no negócio” – Nazar tem dois filhos que seguiram carreiras bem distintas daquela de administração e ele próprio já não era descendente direto do titular anterior, Adib Thomé.

De acordo com ele a concessão foi devolvida à Volkswagen, em “processo que correu de forma muito amistosa e amigável”.

Nos últimos tempos a Marcas Famosas respondia por cerca de 120 veículos 0 KM e 40 seminovos vendidos por mês. Mas seu forte era o serviço de pós-vendas, com cerca de 900 veículos/mês na oficina. “Até hoje recebemos telefonemas de clientes fiéis solicitando a volta de pelo menos um serviço de assistência técnica da Marcas Famosas” – algo que ele não descarta, mas que por enquanto é apenas um plano distante.

O forte da Marcas Famosas era justamente sua carteira de clientes, formada por três gerações de consumidores Volkswagen. “Não era raro ouvirmos de um cliente que seu avô e seu pai adquiriram o primeiro veículo 0 KM na concessionária” – que sempre foi VW e sempre operou no mesmo endereço, desde a inauguração em 1956.

Excelente oferta por venda da ampla área física da revenda, partindo de uma construtora, foi a pá de cal na rica história da Marcas Famosas: a área ganhou valorização, vez que a poucos metros está sendo construída a estação Brooklin-Campo Belo, da linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo. O terreno deverá abrigar duas torres de edifícios, um comercial e o outro residencial.

Faturamento de indústria de máquinas e equipamentos começa ano em alta

Depois de encerrar 2014 com queda de 13,7% no faturamento a indústria de máquinas e equipamentos iniciou o ano em terreno positivo. Em janeiro houve alta de 3,1%, para R$ 5,5 bilhões. Segundo dados divulgados pela Abimaq houve estabilidade no volume na comparação com dezembro.

As exportações somaram US$ 785 milhões em janeiro, em queda de 30,6% ante o mesmo mês de 2014. A América Latina perdeu relevância como destino das remessas, sendo responsável por 31,9% do volume total, ante 35,7% um ano atrás.

Já as importações totalizaram US$ 2,6 bilhões no mês passado, queda de 12,7% ante janeiro de 2014. Na comparação com dezembro, no entanto, as importações subiram 19,2% em janeiro.

O déficit comercial do setor apresentou queda de 2% em janeiro ante o mesmo mês de 2014.

Os dados da Abimaq apontam que o nível de utilização da capacidade instalada do setor, o Nuci, fechou janeiro em 69,8%, um leve crescimento de 0,5 ponto porcentual comparado a dezembro, 69,3%, porém em queda de 6,4 p.p. ante janeiro de 2014, quando a utilização da capacidade instalada era de 76,2%.

Em janeiro o setor empregava 243 mil pessoas, volume 0,3% inferior ao verificado em dezembro. Na comparação anual houve um recuo de 4,8% – foram fechados 12,3 mil postos de trabalho no setor em doze meses.

Fabricantes preveem queda de até 12% para máquinas de construção em 2015

As vendas de máquinas para construção devem apresentar recuo de até 12% neste ano. A projeção foi feita por representantes das fabricantes Case New Holland Construction, John Deere Construction Equipment e Volvo Construction Equipment em workshop realizado pela AutoData Editora na quarta-feira, 25, no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo.

Para Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE, os anos posteriores às eleições são tradicionalmente mais fracos: “Normalmente os volumes aumentam em anos eleitorais e caem no ano seguinte”.

O executivo avalia que o número de encomendas do governo federal, realizadas pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, o MDA, cairá cerca de 6% neste ano. “A redução desse volume impactará nos números finais.”

Para Gino Cucchiari, diretor comercial da Case New Holland Construction, a queda das vendas deste ano também será motivada pelas incertezas econômicas: “Passamos por um período de ajustes”.

Segundo os executivos a questão da Petrobras também afetará os negócios do setor, mesmo que de forma indireta. “Temos a maior empresa do País revendo seus investimentos e com uma nova diretoria. É evidente que os negócios vão diminuir”, afirmou o presidente da Volvo CE.

Como as condições de financiamento do PSI Finame só foram definidas no fim de janeiro, as vendas de máquinas começaram efetivamente em fevereiro e desta forma o primeiro bimestre será prejudicado.

Na Volvo CE as vendas iniciaram o ano em queda: “As políticas de financiamento deixaram os consumidores inseguros e já prevíamos o recuo”, disse Chueire. Na CHN Construction as vendas recuaram mais aos concessionários neste primeiro bimestre. “Observamos que a rede está insegura em comprar por medo de aumento dos estoques”, afirmou Cucchiari. “Mas as vendas aos consumidores caíram menos do que o esperado no começo do ano”, salientou.

Já na John Deere 2015 começou de forma mais positiva na comparação com o início do ano passado, mas por uma situação particular. Thiago Cibim, gerente de suporte ao cliente, lembra que a fabricante iniciou a produção em Indaiatuba, SP, em fevereiro de 2014, e assim os volumes neste ano são naturalmente maiores.

Os três executivos, em uníssono, acreditam que o volume de vendas deve apresentar reação a partir de meados de abril. Contudo, a média mensal deve ser inferior a 2014 e assim esse movimento não será suficiente para amenizar a perda anual.

“Olhando mais pra frente nos apoiamos em estudo do BNDES que prevê investimentos totais na economia do País na faixa de R$ 4 trilhões de 2015 a 2018. Uma hora a turbulência vai passar e o País voltará a crescer”, diz o presidente da Volvo CE.