O mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias repetiu, em fevereiro, a trajetória declinante do primeiro mês do ano. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5, foram vendidas 3,7 mil unidades em fevereiro, volume 34,1% inferior ao resultado do mesmo mês do ano passado.
Embora tenha registrado avanço de 10,3% com relação a janeiro, o setor não está otimista com relação aos próximos meses. Luiz Moan, presidente da associação, afirmou que a confiança do agricultor está em baixa, bem como a dos executores de obras de infraestrutura, que têm dificuldades para conseguir financiamentos.
“As linhas de máquinas, importante ferramentas de crédito para o setor, só foram regulamentadas com taxa fixa na última semana de fevereiro. O Moderfrota e o Pronaf estão com verbas restritas e não está confirmado se haverá recursos disponíveis depois de junho. O segundo semestre ainda é uma incógnita.”
No primeiro bimestre as vendas apresentaram queda de 25% com relação ao mesmo período de 2014. Moan ressaltou o baixo desempenho do segmento de colheitadeiras, em pleno período de comercialização mais elevada, pela sazonalidade do agronegócio.
“As vendas de colheitadeiras caíram 42,4% no bimestre. A falta de financiamento atingiu em cheio este segmento, porque é o período de maior demanda.”
Nos últimos doze meses as vendas de máquinas somaram 66,4 mil unidades, volume 18% inferior ao resultado do período imediatamente anterior.
A produção de máquinas passa pelo mesmo entrave. Em fevereiro saíram das linhas de montagem 4,8 mil unidades, retração de 38,2% na comparação com o mesmo mês de 2014 e alta de 3,1% com relação a janeiro. No bimestre a queda chega a 27,4%, com 9,4 mil unidades.
As exportações igualmente caíram: no mês passado os embarques foram 20,7% menores do que os de fevereiro de 2014, com 826 máquinas exportadas. Houve, porém, avanço de 49,4% com relação a janeiro. No acumulado do ano as exportações caíram 13,8%, para 1 mil 379 máquinas agrícolas e rodoviárias.