Grupo Carrera adquire WIR Automotiva

São Paulo – A WIR Automotiva foi incorporada pelo Grupo Carrera, que representa marcas como Chevrolet, GWM, Nissan, Renault, Volkswagen e Bajaj. A partir deste mês os portfólios serão compartilhados e os processos operacionais reunidos.

Embora o valor da transação não tenha sido divulgado o diretor comercial e de marketing da WIR Automotiva, Cassiano Braccialli, afirmou que o maior ganho da operação para a empresa localizada em Santa Catarina, que existe há dois anos – até então pertencente ao mesmo grupo empresarial detentor da Metalúrgica Usisteel, que fabrica componentes para o setor ferroviário e de mineração – está na possibilidade de passar a comercializar peças genuínas das montadoras.

O portfólio da WIR, cujo carro-chefe é o eixo comando de válvulas, conta também com tuchos, balancins e luvas de bico injetor, este para a linha pesada e agrícola. E, segundo Bracciali, já está previsto investimento do Grupo Carrera para promover a ampliação da oferta de peças sob a marca e para trazer novas famílias de produtos.

Tanto que, para comportar maior volume de itens, o centro de distribuição da empresa, em Itajaí, SC, será ampliado ainda este mês: “Começamos com 1 mil m² em março de 2022, em setembro dobramos o espaço e, agora, estamos em vias de aumentar novamente, para 3 mil m²”.

A WIR Automotiva dispõe de escritório em Rio do Sul, SC. A produção, porém, vem toda da China: “Temos fábricas homologadas seguindo modelo e processo de fornecedores semelhante ao das montadoras. Ou seja: elas seguem a nossa receita, o que assegura a qualidade dos produtos”.

De acordo com o diretor comercial devido ao custo mais acessível, além de tecnologia mais avançada e de ponta, a WIR não cogita, por ora, fabricar localmente: “Temos uma operação enxuta, mas escalável. Esse espírito de startup nos permite ser competitivos”.

Receita líquida da Marcopolo avança 6,5%

São Paulo – As vendas de ônibus de maior valor agregado no segmento rodoviário, com mais tecnologia e conforto embarcados, a exemplo do modelo G8, assim como a maior demanda por renovação, que ficou reprimida nos últimos nove anos, principalmente de unidades urbanas para o transporte público, trouxeram um bom desempenho para a Marcopolo no terceiro trimestre.

A receita líquida consolidada avançou 6,5% ante os meses de julho a setembro de 2022 e totalizou R$ 1,6 bilhão, sendo a maior parte, R$ 984,2 milhões, gerados pelo mercado interno. As operações internacionais responderam por R$ 450,4 milhões e as exportações por R$ 180,1 milhões.  

O lucro bruto apresentou incremento de 60% com relação ao mesmo período do ano passado e chegou a R$ 371,5 milhões. O lucro líquido, por sua vez, cresceu 246,2%, para R$ 161,7 milhões. O Ebitda atingiu margem de 12,9%, R$ 208,6 milhões, ante R$ 90,5 milhões e margem de 6% de julho a setembro de 2022.

Os resultados positivos vieram mesmo com a queda de 26,5% na produção com relação ao terceiro trimestre do ano passado, totalizando 3 mil unidades. Segundo a Marcopolo o cenário é justificado pela ausência de volumes significativos dedicados ao programa Caminho da Escola e pelo impacto causado pelos efeitos da transição da motorização para o Euro 6.

Venda de veículos na Argentina cresce 29% em outubro

São Paulo – A venda de veículos na Argentina cresceu 28,5% em outubro na comparação com igual período do ano passado, somando 41,7 mil unidades, de acordo com dados divulgados pela Acara, que também apontaram para uma expansão de 23,9% sobre setembro.

O resultado positivo foi obtido mesmo com o segundo mês do novo imposto criado pelo governo argentino, o PAIS, que elevou o preço de todos os veículos importados, assim como peças e componentes. 

No acumulado do ano o mercado da Argentina somou 394,7 mil emplacamentos de janeiro a outubro, volume 11,4% maior do que o registrado nos mesmos meses de 2022. Nesse período os veículos produzidos no Brasil e exportados para Argentina representaram 27% das vendas, porcentual que era de 34% em 2022. Os modelos nacionais corresponderam a 66%, contra 58% no ano passado. 

Até outubro a Toyota lidera o ranking por marca com 81,4 mil unidades emplacadas. A Fiat ficou em segundo lugar com 50,9 mil, seguida pela Volkswagen, 47,5 mil. 

No ranking por modelos o Fiat Cronos somou 43,2 mil vendas e aparece na primeira colocação, seguido pelo Peugeot 208, 33,6 mil. A terceira posição ficou com a Toyota Hilux, 25,9 mil.

Nissan Kicks alcança o Top 10 do mercado em outubro

São Paulo – Com 6,1 mil licenciamentos em outubro o Nissan Kicks, fabricado em Resende, RJ, fechou o mês na décima posição do ranking brasileiro de automóveis e comerciais leves mais vendidos. Foi o terceiro SUV mais vendido no mês, atrás do Volkswagen T-Cross e do Chevrolet Tracker, e à frente de modelos tradicionalmente mais vendidos como Jeep Compass e Hyundai Creta, que sequer estão no Top 10.

No ano o modelo da Nissan soma 41,7 mil unidades vendidas, o que mostra que o desempenho em outubro foi bem acima da sua média.

O pódio permaneceu inalterado com relação aos meses anteriores: Fiat Strada em primeiro, seguida por Volkswagen Polo e Chevrolet Onix. As posições se repetem no acumulado do ano.

Desempenho acima da média registrou também o compacto Fiat Mobi, que ocupou a quarta colocação no mês.

Dos dez mais vendidos cinco foram hatches, três SUVs, uma picape e um sedã.

Veja a lista:

Caminhões ainda sentem o baque da mudança do Euro 6

São Paulo – Os 21 dias úteis de outubro, frente aos vinte de setembro, fizeram com que as vendas de caminhões 0 KM reagissem e apresentassem avanço de 8,4% na comparação mensal, com 9,1 mil emplacamentos – ou 712 unidades a mais. Com relação ao mesmo mês de 2022, no entanto, quando foram comercializadas 10,5 mil unidades, a queda foi de 13,4%, segundo os dados da Fenabrave divulgados na quarta-feira, 1º

No acumulado do ano as vendas de caminhões, que somam 85 mil unidades, continuam 17,1% abaixo do resultado de janeiro a outubro de 2022, 102,5 mil unidades.

O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, avaliou que os caminhões ainda sentem o baque pela mudança da motorização para o Euro 6, que elevou os preços dos veículos de 20% a 30%, além do cenário de altas taxas de juros e maior seletividade de crédito, que não facilitou a vida de quem queria substituir seu usado por um 0 KM.

“A troca de tecnologia vem se consolidando e podemos dizer que o Euro 6 já compõe 50% das aquisições deste ano”, afirmou Andreta Jr. “É importante, contudo, ressaltar que o preço desses veículos é mais elevado, na comparação com os da tecnologia anterior, o que faz o transportador ficar reticente com relação à sua compra, pois o frete não acompanhou essa evolução.”

Dados da Fenabrave mostram que as vendas de caminhões elétricos sofreram ainda mais neste contexto, uma vez que no acumulado do ano os emplacamentos recuaram 44,9%, de 610 para 336 unidades.

Quanto aos ônibus o segmento continua consolidando sua recuperação frente à fraca base de comparação do ano passado e apresentou crescimento de 21,8% nos dez primeiros meses, com 20,7 mil unidades, ante os 17 mil vendidos de janeiro a outubro de 2022.

Somente no mês passado foram emplacadas 1,9 mil unidades, alta de 5,3% com relação a setembro, quando foram comercializados 1,8 mil ônibus, número semelhante ao de outubro de 2022, sobre o qual se teve aumento de 4,9%.

Andreta Jr. atribuiu a recuperação nas áreas de transportes rodoviário e urbano ao programa Caminho da Escola, que deverá continuar estimulando o segmento em 2024, devido ao novo edital: “Os ônibus têm mostrado sólida recuperação este ano e deverão encerrar 2023 com uma das maiores altas de todo o setor, podendo, inclusive, superar a expectativa da Fenabrave”.

As projeções da entidade para os pesados são de incremento de 18,2% para a venda de ônibus, com 26 mil emplacamentos, e de retração de 23,2% para caminhões, com 96 mil comercializações – o segmento deverá ser o único, na avaliação da Fenabrave, a encerrar 2023 em queda.

Viviane Mansi deixa Toyota e Roberto Braun assume diretoria de comunicação

São Paulo – Em decisão conjunta, segundo a Toyota, a diretora de comunicação e presidente da Fundação Toyota do Brasil, Viviane Mansi, deixou a companhia. Seus cargos serão assumidos por Roberto Braun, que em sua segunda passagem pela empresa ocupava, desde 2019, a função de diretor de assuntos regulatórios e governamentais.

Mansi, segundo a Toyota,“deixa legado de aprimoramento reputacional nos mais de cinco anos de atuação”.

Viviane Mansi foi diretora de comunicação, presidente da Fundação Toyota do Brasil e porta-voz de ESG por mais de cinco anos. Crédito: Divulgação.

Com 27 anos de experiência no setor, Braun formou-se em engenharia mecânica e fez pós-graduação em administração de empresas e gestão de marketing, além de MBA em comércio internacional.

O executivo iniciou sua carreira na Toyota em 2004, como gerente de relações governamentais, tendo sido o responsável pela negociação de infraestrutura, junto aos governos, para as fábricas de Sorocaba e Porto Feliz, SP, e para as unidades de Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Mercado registra em outubro segundo melhor mês do ano, com 218 mil emplacamentos

São Paulo – As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus registraram, em outubro, 217,8 mil unidades, segundo divulgou a Fenabrave na quarta-feira, 1º. O resultado mensal é o segundo melhor para o ano, atrás apenas de julho, quando os emplacamentos somaram 225,6 mil unidades incentivados pelos descontos concedidos pelo governo a partir da MP 1 175.

Com relação ao mesmo mês do ano passado, 180,9 mil licenciamentos, as vendas cresceram 20,4%. Na comparação com setembro, 197,7 mil unidades, a alta foi de 10,1%.

Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, o dia útil a mais em outubro, 21 contra vinte em setembro, favoreceu o desempenho do mercado. A média diária chegou a 10,4 mil unidades, também inferior apenas às 10,7 mil/dia de julho. Em outubro do ano passado foi registrado emplacamento médio diário de 8 mil veículos e, em setembro, de 9,9 mil.

No acumulado do ano as vendas somaram 1 milhão 847 mil unidades, crescimento de 9,7% sobre os primeiros dez meses de 2022. A última projeção divulgada pela Fenabrave indica crescimento de 5,6% nas vendas e, faltando dois meses para o encerramento do ano, a indústria caminha a passos mais acelerados.

O segmento de automóveis e comerciais leves puxou o crescimento em outubro, com alta de 10,3% na comparação mensal e de 22,7% na anual, somando 206,7 mil unidades. No acumulado do ano foram vendidos 1 milhão 741 mil veículos leves, alta de 11,4%: “Se alcançarmos a escala necessária poderemos expandir o mercado em 2024. Para isto necessitamos de uma política permanente para o setor”.

Por causa do dia útil a mais as vendas de caminhões apresentaram crescimento na comparação com setembro, mas com volume negativo com relação a outubro do ano passado e no acumulado do ano. No mês passado foram vendidos 9,2 mil caminhões, alta de 8,4% e queda de 13,5%, respectivamente. De janeiro a outubro o recuo chegou a 17,1%, com 85 mil unidades comercializadas.

O segmento de ônibus registrou avanço de 5,3% na comparação mensal e de 5% na anual, com 1,9 mil unidades. No acumulado do ano o crescimento foi de 21,9%, somando 20,8 mil unidades.

Veto à retomada extrajudicial do veículo

Em nota Andreta lamentou, também, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao trecho que previa retomada de veículos de forma extrajudicial, como previa o Marco Legal das Garantias, lei 14 711, aprovado pelo Congresso. É um tema que sempre foi defendido pela Fenabrave que, avalia, pode ajudar a reduzir o custo do crédito para o setor por tornar a recuperação do bem mais facilitada.

“O custo do crédito afeta o poder de compra dos brasileiros e precisamos de mecanismos que dêem mais segurança jurídica aos credores para que, desta forma, seja avaliada a possibilidade de diminuir os encargos dos financiamentos. Precisamos de medidas de estímulo ao crédito no País e tínhamos a confiança de que o Marco Legal das Garantias pudesse contribuir”, disse Andreta. “O setor de distribuição de veículos precisa de escala no varejo para operar de forma sustentada e a Lei de Retomada do Bem seria uma forte aliada, reduzindo a restrição de aprovação das fichas cadastrais nos financiamentos dos veículos. Quem mais sofre com este veto são os consumidores.”

Justiça determina cancelamento de demissões da GM

São Paulo – Os 839 trabalhadores demitidos pela General Motors em São José dos Campos, SP, terão que ser readmitidos a partir da quarta-feira, 1º, de acordo com decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Caso contrário a companhia deverá pagar multa diária de R$ 1 mil por trabalhador não reintegrado, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Novas demissões só poderão ocorrer mediante negociação prévia, de acordo com a decisão do desembargador João Alberto Alves Machado.

Apesar da decisão a produção não retornou ao normal até a manhã da própria quarta-feira. Em assembleia os metalúrgicos decidiram manter a greve até o cumprimento da decisão liminar – o sindicato afirmou que procurará a empresa para discutir a situação.

Em 21 de outubro a companhia informou, por telegrama e e-mail, cerca de 1,2 mil trabalhadores de suas três fábricas paulistas, localizadas em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, que seriam demitidos. Os sindicatos alegam que a empresa descumpria cláusula do acordo de layoff assinado meses antes, que garantia estabilidade de emprego.

Renault inaugura memorial para celebrar 25 anos de produção

São Paulo – A Renault inaugurou, dentro do Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR, o Memorial Renault, espaço em que expõe veículos emblemáticos e itens que ajudam a contar a história da companhia, que completa, em dezembro, 25 anos de produção no Brasil.

O local conta com uma réplica da Voiturette, produzida em 1998 em comemoração aos 100 anos da produção do original, concebido e construído por Louis Renault. Há também um Gordini azul 1966, produzido pela Willys Overland do Brasil sob licença Renault, que abre a história da Renault no Brasil. E um Megane Scenic, minivan que deu início à produção no Paraná em 1998.

Há ainda outros carros, como um dos primeiros Kwid fabricados e até um espaço E-Tech, já abrindo a exposição de modelos elétricos.

O espaço localizado próximo ao fim da linha de montagem de carros de passeio está, por enquanto, aberto apenas para funcionários da Renault e seus familiares.

UAW entra em acordo provisório com a GM e greve nos Estados Unidos chega ao fim

São Paulo – Após 46 dias de greve, com paralisações surpresa e mobilização da sociedade para apoiar o movimento, o UAW, United Auto Workers, sindicato dos metalúrgicos que encabeçou movimento nas Big Three, as três maiores montadoras de Detroit, nos Estados Unidos, informou que foi selado acordo provisório com a General Motors na segunda-feira, 30, depois de Stellantis, no sábado, 28, e Ford, na sexta-feira, 27.

“Tal como os acordos com a Ford e a Stellantis o acordo da GM transformou lucros recordes num contrato recorde”, informou o UAW. “Inclui ganhos avaliados em mais de quatro vezes os ganhos do contrato de 2019 do sindicato. Proporciona mais aumentos salariais base do que os trabalhadores da GM receberam nos últimos 22 anos.”

Esse acordo provisório concede 25% em aumentos de salário base até abril de 2028 e corrige, cumulativamente, o salário máximo em 33%, sendo que a hora trabalhada chegará em US$ 42. O salário inicial será reajustado em 70%, com a hora trabalhada alcançando US$ 30.

“Pela primeira vez, desde que se organizaram na década de 1990, os trabalhadores assalariados da GM receberão um aumento salarial geral, equivalente ao dos trabalhadores horistas. O acordo também traz dois grupos-chave para o acordo mestre da GM com o UAW, na Ultium Cells e na GM Subsystems LLC.”

Os aposentados e cônjuges sobreviventes receberão cinco pagamentos de US$ 500, os primeiros desse tipo em mais de quinze anos, segundo o sindicato. O acordo restabelece ainda importantes benefícios perdidos durante a Grande Recessão de 2008, incluindo subsídios de custo de vida e progressão salarial de três anos. 

Assim como nos acordos com Ford e Stellantis, a GM inclui o direito de greve em caso de fechamento de fábricas. Enquanto o documento é revisado e ratificado os operários retornam ao trabalho, após seis semanas. O movimento foi iniciado em 15 de setembro.

Movimento, considerado histórico, parou, ao mesmo tempo, as três maiores montadoras de Detroit. Crédito: Divulgação.

Na Stellantis fechamento de fábrica foi revertido e haverá contratações

No acordo com a Stellantis os termos são os mesmos que foram alinhados com Ford e GM. Difere somente quanto ao salário inicial, em que o reajuste será de 67%. Além disto profissionais com salários mais baixos na companhia, assim como trabalhadores temporários, terão aumento de mais de 165% ao longo da vigência do acordo. Alguns trabalhadores da Mopar, marca de pós-vendas da empresa, receberão correção imediata de 76% após a ratificação.

Conforme destacou o presidente do UAW, Shawn Fain, no caso da Stellantis houve um ganho adicional pois a companhia planejava eliminar 5 mil postos de trabalho: “Nosso Stand Up Strike mudou esta equação. Não só não perdemos esses empregos como também revertemos completamente a situação. Ao fim deste acordo a Stellantis criará 5 mil empregos. Estamos realmente salvando o sonho americano”.

Oito meses atrás a companhia desativou a fábrica de montagem de Belvidere, em Illinois, e dispensou 1,2 mil operários. Após a paralisação a Stellantis decidiu pela sua reabertura e pela contratação de 1 mil empregados por uma nova fábrica de baterias na mesma cidade.