GM e sindicatos têm nova reunião para definir rumos da greve

São Paulo – A greve nas fábricas paulistas da General Motors entrou no décimo-sexto dia enquanto o impasse da reintegração dos 1,2 mil trabalhadores demitidos continua. Na segunda-feira, 6, reunião da empresa com os sindicatos de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes se estendeu por mais de seis horas e não resultou em acordo. Novo encontro foi marcado para a tarde da terça-feira, 7.

Mesmo com a determinação expedida no fim de semana pelo TST, Tribunal Superior do Trabalho, de que a GM deveria manter o cancelamento das demissões em todas as fábricas, as entidades optaram por seguir com a paralisação até que as condições para o cumprimento desta decisão fossem definidas.

Um dos principais pontos de inflexão gira em torno do pagamento dos dias parados: a empresa se nega a remunerar os operários durante o período de greve. Outro ponto pleiteado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul é a extensão, aos trezentos demitidos da unidade, da estabilidade que deverá ser concedida aos 839 dispensados de São José dos Campos e aos 105 de Mogi das Cruzes. Nestas unidades os cortes ocorreram mesmo com layoffs iniciados em junho e, portanto, os profissionais teriam a garantia da manutenção do emprego até maio de 2024.

“A empresa continua intransigente em sua posição quanto ao pagamento dos dias parados”, afirmou o representante dos metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. “E também no que se refere a outras questões pertinentes ao dia a dia, para que possamos construir proposta justa e que venha a atender a necessidade dos trabalhadores.”

Ele reafirmou que a reintegração já foi reconhecida pela fabricante, mas disse que é preciso buscar mais garantias para os profissionais: “Não podemos voltar de mãos vazias, sem que haja um acordo assinado pela empresa se comprometendo com o cumprimento de todas essas questões”.

As assembleias que estavam previstas para esta terça-feira foram remanejadas para quarta-feira, 8, na expectativa de que seja alcançado um acordo para ser apresentado aos metalúrgicos.

A greve teve início em 23 de outubro. Dois dias antes, um sábado, funcionários da GM começaram a receber telegramas e e-mails informando as demissões, alegando queda nas vendas. Segundo os sindicatos como dispensados estavam profissionais com estabilidade, PCDs e até mulheres grávidas.

Rafael Ceconello sucede a Roberto Braun na Toyota

São Paulo – A Toyota nomeou Rafael Ceconello para a diretoria de assuntos regulatórios e governamentais, sucedendo a Roberto Braun, que assumiu a diretoria de comunicação após a saída de Viviane Mansi. Na Toyota desde 2021 o executivo, graduado em ciências sociais e jurídicas pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e com pós-graduação em direito tributário pela PUC-SP, ocupava a gerência geral de planejamento tributário da companhia.

Antes de ingressar na Toyota Ceconello trabalhou na Pirelli, na General Motors, na Prysmian e na Votorantim Cimentos.

“Estou entusiasmado para somar minha experiência na ampliação da atuação das relações institucionais da Toyota e fortalecer, ainda mais, nossa posição no mercado.  Continuaremos a operar com excelência regulatória, contribuindo para um futuro mais sustentável e próspero para o Brasil e para todo o setor automotivo.”

Vendas de veículos usados crescem 9% até outubro

São Paulo – Foram comercializados em outubro no Brasil 1,2 milhão de veículos seminovos e usados, 3,7% acima do registrado em setembro. No acumulado do ano 11,8 milhões de unidades vendidas configuram alta de 9% com relação aos dez primeiros meses de 2022. Os dados foram divulgados pela Fenauto.

Dentre os modelos de automóveis mais procurados em outubro predominou o Volkswagen Gol com 62,4 mil unidades. Na sequência vieram os Fiat Uno, com 34,7 mil, e Palio, com 33,7 mil.

No segmento de veículos comerciais leves liderou a Fiat Strada, com 26,8 mil vendas, seguido da Volkswagen Saveiro, com 18 mil, e da Toyota Hilux, com 13,1 mil.

Na avaliação do presidente da entidade, Enílson Sales, como os preços dos carros 0 KM ainda estão distantes da maioria dos consumidores, o seminovo e o usado passaram a ser boa opção a quem precisa de carro próprio.

“Percebemos que o Índice de Confiança do Consumidor continua em trajetória de alta moderada, o que pode contribuir com o segmento nos próximos meses, até o fim do ano, período que tradicionalmente é mais favorável ao comércio.”

Seres define seu plano de rede e inaugura primeira concessionária no Brasil

São Paulo – A Seres, companhia chinesa de carros elétricos dos grupos Chongqing e Dongfeng, fez uma mudança de rota em seu planejamento e passou a apostar em nomeação de concessionárias para elevar as vendas, cuja meta é alcançar 50 mil unidades na América Latina até 2026, todos 100% elétricos. Com um showroom em São Paulo e a sua sede em Alphaville, Barueri, SP, em operação, uma nova unidade deverá ser inaugurada no Estado, que representa 32% da demanda por veículos elétricos no País, segundo a empresa.

Outras revendas serão inauguradas em estados com participação relevante na venda de modelos elétricos, como Distrito Federal, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais, disse o chefe de operações, José Augusto Brandimarti:

“Já temos um padrão de concessionários definido e a receptividade tem sido muito boa. As primeiras praças de atuação já estão selecionadas. Agora avaliamos a demanda pelos nossos produtos para quantificar as concessionárias em cada Estado e em quais cidades”.

O início da inauguração das concessionárias da Seres ocorreu após fechar com a matriz o compromisso de vender 50 mil veículos até 2026. Para atingir esta meta o potencial do mercado brasileiro foi decisivo, e a matriz investirá em treinamentos para funcionários de vendas e de pós-vendas, em plataforma digital de vendas.

Nissan anunciará dois novos SUVs no Brasil

São Paulo – Na tarde da terça-feira, 7, em Resende, RJ, Makoto Uchida, CEO global da Nissan, anunciará o planejamento estratégico da companhia para o mercado brasileiro até 2025 com a chegada de dois novos SUVs. O executivo reuniu-se na segunda-feira, 6, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, em Brasília, DF.

O Brasil, de acordo com Uchida, é uma das regiões estratégicas para o crescimento global da Nissan, que tem como objetivo dobrar sua participação de mercado, que em outubro chegou a 3,9%. A companhia pretende aumentar seus investimentos no País e fortalecer a sua rede de fornecedores, para ampliar as exportações de Resende para a América Latina.

Todos os pormenores do plano estratégico da Nissan serão revelados em cerimônia na fábrica de Resende, RJ, na terça-feira, 7.

Hitech Electric amplia capilaridade com vendas em concessionárias

São Paulo – A Hitech Electric, que desde o início do ano produz veículos comerciais elétricos, anunciou parceria com grupos concessionários para expandir sua capilaridade no País. A partir de agora os veículos da Hitech, que faz parte do programa CVC, Corporate Venture Capital, da Positivo Tecnologia, serão vendidos em seis concessionárias instaladas no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Os modelos da Hitech serão vendidos em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto, SP, Ponta Grossa, Marialva e Cambé, PR, São Miguel do Oeste, SC, Fortaleza, CE, Goiânia, GO, e Brasília, DF. Antes da parceria os clientes interessados nos veículos da empresa tinham que se deslocar até a sede, no Paraná.

Produção de veículos na Argentina desacelera em outubro

São Paulo – A produção de veículos na Argentina somou 51,9 mil unidades em outubro, queda de 0,9% na comparação com o mesmo mês de 2022, de acordo com dados divulgados pela Adefa, entidade que representa as montadoras locais, que apontaram também retração de 8,5% na comparação com setembro. 

Mesmo com a leve desaceleração em outubro o acumulado do ano ainda ficou positivo em 15,9% na comparação com os dez primeiros meses de 2022, somando a produção de 517,2 mil unidades. 

Foram exportadas 28,6 mil unidades em outubro, volume 23,8% menor do que o registrado no mesmo mês de 2022 e 19,7% menor na comparação com setembro. No acumulado do ano as exportações chegaram a 273,7 mil unidades, expansão de 2% na comparação com o acumulado do ano passado. 

Os emplacamentos, já divulgados por AutoData, somaram 41,7 mil veículos em outubro, volume 28,5% maior do que em outubro do ano passado e 23,9% maior do que em setembro. No acumulado do ano o setor local acumulou crescimento de 11,4%, com 394,7 mil unidades comercializadas.

Kombi elétrica é oferecida exclusivamente por assinatura

São Paulo – Assim como fez com o ID.4, seu SUV 100% elétrico, a Volkswagen passou a oferecer o ID.Buzz, a Kombi elétrica, exclusivamente por meio de seu serviço de assinatura, o Sign&Drive. Ele pode ser contratado pela internet ou por meio das concessionárias que aderiram ao projeto.

São apenas setenta unidades disponíveis da Kombi elétrica, em planos que partem de R$ 12 mil 990 por mês, em contratos de um a quatro anos que incluem manutenção, seguro, documentação, assistência 24 horas e serviço de rastreador. É possível incluir o aluguel ou compra do wallbox no contrato.

Montada sobre a plataforma MEB o ID.Buzz tem bateria de 77kWh, que fornece energia para motor elétrico de 204 cv, que movimenta o eixo traseiro. A autonomia chega a 420 quilômetros pelo ciclo WLTP.

Greve na GM segue mesmo com cancelamento das demissões

São Paulo – Os trabalhadores das fábricas da General Motors de São Caetano do Sul, de São José dos Campos e de Mogi das Cruzes, SP, decidiram manter a greve, que já se prolonga por duas semanas, por causa das 1,2 mil demissões que a companhia pretendia fazer no Estado de São Paulo. Mesmo com a decisão do TST, Tribunal Superior do Trabalho, na semana passada, de reintegrar os dispensados, que a companhia afirmou que acatará, em assembleia os trabalhadores optaram por permanecer de braços cruzados.

Representantes dos três sindicatos de metalúrgicos se reuniram na tarde da segunda-feira, 6, com a direção da companhia. Após esta reunião, a depender da proposta da GM, a greve poderia ser encerrada.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região a GM não informou oficialmente como será feita a reintegração dos trabalhadores. Por isto, de acordo com a entidade, ainda não há condições para o retorno ao trabalho.

A reunião se estendeu até a noite. Até as 21h00 as partes ainda não haviam chegado a um entendimento.

Mustang Mach E é puro-sangue esportivo eletrizante

Tatuí, SP – São dois mundos completamente diferentes. De um lado o ícone que tira até hoje suspiros de gerações apaixonadas por carros esporte: o Mustang, que na sua versão mais potente Mach 1, vendida no Brasil, tem o tradicional motorzão 5 litros V8 de 483 cv e faz qualquer um parar para ver e ouvir ele passar. Na outra ponta da história está o mais recente lançamento da Ford no País, o Mach E, versão 100% elétrica que empresta o nome Mustang mas não tem a mesma carroceria e nem aparência, mas é dono de esportividade eletrizante: com seus 487 cv e torque imediato acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos, mais rápido do que os 4,3 segundos do Mach 1.

Esta é a intersecção dos dois Mustang: são esportivos puro-sangue, mesmo que concebidos em épocas e com propósitos diferentes. O primeiro surgiu pela visão de Lee Iacocca: os jovens clientes estadunidenses desejavam um carro mais moderno do que os sisudos sedãs dos anos 1960. Já o Mach E representa a transição para a mobilidade limpa e tecnológica. Justamente por isto o Mustang elétrico se distancia, e muito, da proposta inicial.

No Brasil a Ford importa a versão mais completa do Mach E, a GT Performance AWD Extended Range, que começou a ser vendida por R$ 486 mil. Como elétricos estão isentos de imposto de importação este Mustang ficou mais barato do que o V8, que custa R$ 576,5 mil.

Nos Estados Unidos ele já é o segundo modelo elétrico mais vendido mas, para o mercado brasileiro, a ideia é outra. Segundo Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, o Mach E é tão versátil em sua proposta que poderá competir pelos potenciais compradores de SUVs premium eletrificados como o Volvo XC40 Recharge e BMW iX3, ou ainda os superesportivos Audi e-tron GT e Porsche Taycan: “Não teremos grande volumes mas queremos ter uma boa participação nesses dois segmentos”.

Puro-sangue eletrificado

São dois motores elétricos, um em cada eixo, que combinam 487 cv de potência e o impressionante torque de 87,7 kgfm. Por isto o Mach E acelera com segurança de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos. Sua dinâmica veicular é excepcional.

Na pista de testes da Ford em Tatuí, SP, foi possível verificar que este, sim, é um esportivo puro-sangue elétrico, diferente de alguns modelos chineses que ainda não conseguem reproduzir a mesma dinâmica veicular porque saem de frente nas acelerações, são instáveis em diversas situações e, mesmo tendo grande potência e torque, não oferecem o prazer ao dirigir esportivamente.

Depois de conduzir diversos destes carros é possível dizer que até mesmo alguns elétricos dos fabricantes mais tradicionais, com projetos de carroceria a partir de modelos a combustão interna, não são capazes de oferecer esta dirigibilidade tão esportiva. Mas aqui vai um segredo do Mach E: a distribuição praticamente igual de peso na dianteira e a na traseira é um dos fatores que contribuem para seu sólido comportamento, e temperamento, esportivo.

A bateria da versão GT Performance AWD Extended Range tem capacidade de 91 kWh e garante autonomia de 379 quilômetros no padrão do Inmetro, ou 541 km pelo método WLTP, segundo medições divulgadas pela Ford. Em tempo: a velocidade máxima de 200 km/h está limitada eletronicamente e é claro que com acelerações tão altas a bateria não dura tanto. É o velho dilema de esportivos elétricos: aceleram muiiiito, mas não por muito tempo.

Outro ponto importante no desenvolvimento do primeiro esportivo elétrico da Ford é que foram utilizados materiais especiais em pontos selecionados da carroceria, incluindo aços avançados de alta resistência nas estruturas e painéis, alumínio no capô e peças de termoplástico e fibra polipropileno na traseira.

A carroceria leve e bem amarrada, com pesos bem distribuídos, garante a estabilidade em curvas de alta velocidade. Também contribui para isto a aerodinâmica apurada, a bateria instalada no assoalho para reduzir o centro de gravidade e o conjunto de suspensão independente, do tipo MacPherson na dianteira e multilink na traseira, com amortecedores adaptativos MagneRide.

Para domar toda esta força a Ford utiliza sistema de freios Brembo de alto desempenho na dianteira, com quatro pistões. O sistema incorpora a frenagem regenerativa que recarrega a bateria quando se pressiona o freio ou se libera o pedal do acelerador.

Esportivo ou crossover?

A carroceria do Mach E lembra mais um crossover do que um pony car, denominação que carrega toda a esportividade da dinastia do Mustang. Ele mede 4m74 de comprimento, 2m10 de largura com os retrovisores e 1m61 de altura. A distância entre-eixos de 2m98 é 26 centímetros maior do que a do Mustang V8, o que torna a cabine do elétrico mais espaçosa. Diferente do Mustang tradicional, há bom espaço tanto para os ocupantes da frente quanto para os de trás.

O design mantém alguns elementos clássicos do Mustang, como um nariz de tubarão, o capô longo, a coluna C mais inclinada e as lanternas de três barras. Ao contrário do Mach 1, que não tem tanta tecnologia de segurança embarcada, o Mach E vem de série com um vasto pacote de controles adaptativos de velocidade, alertas de detecção de pedestres e tráfego cruzado. Não poderia ser diferente num produto vendido a este preço.

A cabine, com acabamento minimalista e requintado, traz teto solar, multimídia com a última geração do SYNC, a 4 A, projetada na tela principal de 15,5 polegadas fixada na vertical e painel de instrumentos, também digital, de 10,2 polegadas.

Uma novidade são as portas, sem maçanetas, abertas por um novo sistema de trava eletrônica, por botão, código ou celular, com o aplicativo FordPass.

Além de conforto para os passageiros, o Mustang Mach-E tem ótimo espaço para bagagem. O porta-malas traseiro acomoda 402 litros, com sistema de abertura mãos livres. Há, também, o que nos Estados Unidos é chamado de frunk, um compartimento com capacidade de 139,5 litros sob o capô, mais uma possibilidade criada pelos veículos elétricos com a ausência do motor a combustão na dianteira.

Quem comprar um Mach-E leva um carregador residencial portátil, o Ford Mobile Wallbox, de 7 kW, que recarrega de zero a 100% da bateria em cerca de 14 horas conectado a uma tomada industrial com instalação elétrica dedicada, segundo a Ford.

O Mustang Mach-E tem três anos de garantia e revisões gratuitas pelo mesmo período, sem limite de quilometragem. Ele oferece também garantia especial para o sistema propulsor, que inclui os motores e a bateria, de oito anos ou 160 mil km.