HR-V é o modelo mais vendido nas cidades de São Paulo e Rio

A quem eventualmente estranhou a adoção de horas extras na fábrica da Honda em Sumaré para suprir a demanda pelo novo SUV da montadora japonesa, o HR-V, alvo de reportagem da Agência AutoData na quarta-feira, 20, os números de venda de maio têm muito a dizer.

De forma até surpreendente, o lançamento lidera as vendas em duas das principais capitais do País, São Paulo e Rio de Janeiro, de acordo com resultados do Renavam até a quarta-feira, 20, publicados pela Fenabrave e compilados com exclusividade pela Agência AutoData.

É um desempenho invejável por várias razões: além do próprio período de lançamento, o que significa que seu volume de produção ainda não é pleno e, portanto, faltam modelos disponíveis na rede – a fila de espera pode chegar a mais de três meses no caso do modelo topo de gama –, o HR-V não é um veículo barato, de entrada, ou longe disso: sua tabela abre a R$ 70 mil, mas a versão mais vendida e justamente com a maior demora para entrega chega aos R$ 89 mil.

O fenômeno, entretanto, não está totalmente restrito ao HR-V, ainda que o Honda seja seu maior expoente: outros modelos não exatamente conhecidos como referência em preço convidativo também registram excelente desempenho no mês nas grandes capitais brasileiras, como o Corolla e o HB20.

O compacto da Hyundai, aliás, também impressiona em números. Mesmo não sendo uma novidade recente no mercado colhe resultados muito estáveis na maioria das cidades do País, chegando inclusive a liderar em algumas, ao contrário do HR-V, que é mais inconstante: se vence em São Paulo e no Rio de Janeiro, em outras cidades o SUV quase que sequer consta do ranking dos cinco modelos mais vendidos.

Analisando-se o número de vezes em que um modelo aparece no top-5 dos mais vendidos em todas as 26 capitais brasileiras mais o Distrito Federal o líder é justamente o HB20, que aparece em vinte e uma oportunidades, enquanto o HR-V só surge em quatro. O Palio ficou com 19 aparições, o Gol com 15, o Onix e o Uno com 12, o Sandero com oito e o Corolla com sete.

E o Palio é o modelo com maior número de cidades aonde aparece como o mais vendido: oito. A seguir o Gol, vencendo em quatro, e o HB20 e o Uno, com três cada. Onix e Sandero dominam duas Capitais cada um.

Em São Paulo Capital, faltando uma semana e meia para acabar o mês de maio, o HR-V acumula 763 emplacamentos, com o HB20 em segundo com 725, Onix em terceiro com 542, Uno em quarto com 477 e Ka em quinto com 396.

No Rio de Janeiro o ranking é formado por HR-V, 283, HB20, 234, Sandero, 213, Siena, 211, e Palio, 181.

Em Porto Alegre a dupla HR-V e HB20 se repete na dianteira, mas com o Hyundai em primeiro com 86 ante 74 unidades do Honda. São seguidos por Onix, 62, Corolla, 58, e Jeep Renegade, pela primeira vez no Top-5, com 55. Salvador é outra Capital em que o HB20 lidera, com 160 emplacamentos. Depois vêm Palio, 107, Sandero, 105, Gol, 88, e Uno, 83. O Hyundai é o primeiro ainda em Belém.

Em outra importante capital do País, Belo Horizonte, o Uno reina sozinho – a fábrica da Fiat está instalada no Estado. Com 1,1 mil emplacamentos, tem mais que o dobro do segundo colocado, o Ka, com 505. Fecham os cinco primeiros da cidade HB20, 464, HB20S, 427, e Gol, 409. O Uno também é o preferido pelos consumidores em geral em Florianópolis e Palmas.

Em Curitiba a Renault, ali instalada, faz dobradinha: Sandero à frente com 378 e Logan com 254. Surpresa é o Celta em terceiro, com 147, seguido por outro Renault, o Clio, com 145, e fecha o top-5 o Ka, com 144. O Sandero também é o primeiro em São Luiz.

Brasília, a Capital Federal, é o primeiro mercado de maior volume em que o líder no País no quadrimestre, o Palio, aparece no primeiro posto, com 382. O Onix é segundo com 234, com HB20, 224, Gol, 140, e HB20S, 134, a seguir. O Palio também lidera em Amapá, Manaus, Teresina, João Pessoa, Porto Velho, Natal e Rio Branco.

O Gol é o campeão em Aracaju, Cuiabá, Campo Grande e Boa Vista. O Onix tem suas vitórias em Recife e Goiânia, assim como o Ka em Maceió, o Siena em Fortaleza e o surpreendente Etios Sedan em Vitória.

Vendas caem 25% na primeira quinzena, mas melhoram ante março

A primeira quinzena de abril registrou queda mais acentuada no mercado brasileiro de veículos. Os licenciamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 25,4% comparados com o mesmo período de 2014, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. Foram licenciadas 115,2 mil unidades até a quinta-feira, 16.

Com relação a março, porém, houve avanço de cerca de 10%, passando de 105,5 mil unidades para 115,2 mil licenciamentos.

A comparação relaciona os primeiros onze dias úteis dos meses. A média diária de vendas neste período de abril do ano passado chegou a 14 mil unidades, índice que caiu para 10,5 mil unidades neste mês. Nas primeiras duas semanas de março a média foi de 9,6 mil veículos licenciados, em média, por dia útil.

O mercado está se estabilizando nesse patamar, de 10 mil a 11 mil unidades licenciadas por dia. Março terminou com 10,6 mil emplacamentos por dia útil e fevereiro com 10,9 mil.

Ainda que estável, o ritmo ainda é bem inferior ao de 2014. Fonte ligada à rede de distribuição consultada pela reportagem afirmou que os varejistas projetam fechar o mês na faixa de 210 mil unidades licenciadas, o que representaria queda de cerca de 28% com relação aos 293 mil veículos comercializados em abril do ano passado.

Dentro desse cenário estimado pelo varejo o quadrimestre encerraria com queda mais acentuada do que a do trimestre, de 17% de retração. Seriam 885 mil unidades comercializadas de janeiro a abril, 20% abaixo das 1,1 milhão dos quatro primeiros meses de 2014.

CONSÓRCIOS – Anfavea, Fenabrave e Abac, a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios, trabalham em um projeto conjunto para alavancar as vendas de veículos no País. Os pormenores serão divulgados na quinta-feira, 23, em entrevista coletiva à imprensa com a presença dos presidentes das três associações – Luiz Moan, Alarico Assumpção Jr e Paulo Roberto Rossi, respectivamente.

Em entrevista à edição 302 de AutoData, sobre as perspectivas para 2015, em setembro do ano passado, Moan citou levantamento da Abac que indicava 248 mil consórcios sem contemplação efetivada. Na ocasião o executivo citou que as associações trabalhavam no sentido de transformar essas contemplações em vendas.

Fábrica da BYD em Campinas será inaugurada em julho

A BYD abrirá em julho as portas de sua fábrica de baterias e veículos elétricos em Campinas, no Interior paulista. Adalberto Maluf, diretor de marketing e relações governamentais, afirmou à Agência AutoData que esta primeira etapa de operação no País conta com investimentos de R$ 250 milhões.

“O plano total contempla aporte de R$ 900 milhões em quatro anos, com conteúdo local de 80% em dois anos. Já avançamos em contatos com fornecedores locais e estimamos que até julho teremos novidades nesse tema.”

O primeiro veículo a sair das linhas, em CKD com chassis e componentes importados de China e Estados Unidos, será o ônibus urbano elétrico K9. Na sequência, o articulado K11.

A estimativa do diretor é que a capacidade produtiva inicial seja de 250 ônibus/ano e estenda-se a 2 mil/ano até 2018.

O automóvel elétrico E6 também está em fase final de homologação e tem início de montagem previsto para 2016. “Enquanto não houver incentivos do governo a essa propulsão os volumes de carros devem ser muito pequenos. Estamos mais confiantes nos ônibus.”

Em relação às entregas Maluf projeta duzentas unidades, dentre ônibus e automóveis até o fim de 2015.

“Já fechamos a entrega de ônibus a Campinas e temos negociações com outras cidades. Apresentamos o projeto a Brasília, DF, Canoas, RS, Curitiba, PR, Porto Alegre, RS, São Paulo, Rio de Janeiro, RJ, e Salvador, BA.”

A proposta da BYD aos frotistas de ônibus, segundo Maluf, é de compra do veículo por preço similar ao do ônibus diesel e leasing da bateria: “O modelo tem 300 quilômetros de autonomia e a recarga pode ser feita em duas horas à noite, no pátio da empresa, com tarifa reduzida de recarga. Se o empresário desembolsava R$ 9 mil em diesel ao mês e gastar R$ 1,5 mil em energia ao mês, pagará mensalmente à BYD cerca de R$ 7,5 mil” – o negócio ainda é vantajoso pois o uso dos veículos não-poluentes em algumas cidades, como São Paulo, tem remuneração maior aos frotistas ante aqueles a diesel.

Para os automóveis a estratégia da BYD é de vendas a frotas, e não para pessoa física. O modelo será o mesmo: o cliente pagará mensalmente pelo leasing da bateria. O cálculo será baseado na diferença da economia na comparação com modelo a combustão.

“Ao fim de seis anos, o modelo poderá ser adquirido por R$ 1.”

Maluf descartou, inicialmente, as vendas de carros BYD a combustão no País. “Nosso foco serão os elétricos.”

Quanto à produção local de baterias Maluf conta que esta seguirá o ritmo de demanda dos veículos. “Depois de atender à produção própria, estudaremos fornecimento a outras montadoras que desejarem produzir veículos elétricos e híbridos no Brasil.”

Bepo começa a produzir carrocerias de ônibus no Rio Grande do Sul

A Bepo é a mais nova encarroçadora brasileira. A companhia instalada em São Marcos, RS, confirmou à reportagem da Agência AutoData que começou recentemente a encarroçar chassis de pequenos ônibus urbanos.

Os primeiros veículos da Bepo no segmento foram encarroçados em chassis da Mercedes-Benz, segundo Ricardo Silva, diretor geral de Ônibus América Latina da M-B. Até a primeira exportação já foi realizada, para o Chile.

A Bepo possui três unidades no País: São Marcos, RS, Montenegro, RS, e São Paulo, Capital. Ao todo a companhia emprega cerca de 1 mil funcionários e produz 300 mil itens por mês.

A empresa iniciou as atividades na década de 60 fabricando pequenas peças e acessórios para caminhões. Atualmente a maior fatia da receita da empresa é proveniente do segmento de acessórios para veículos pesados, mas a empresa também fornece peças para implementos e veículos leves. Dentre os itens mais populares estão estribos, santantônio e bagageiros.

A Bepo ingressa no mercado de encarroçadoras, ao lado de empresas como Caio, Marcopolo, Neobus e Volare. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, Fabus, durante o primeiro trimestre foram produzidas 5 mil carrocerias. O volume é 27,1% menor do que o apurado um ano antes – quando foram fabricadas 6 mil 863 carrocerias.

ARGENTINA – De acordo com informações do Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData na Argentina, a fabricante  de carrocerias Italbus abriu uma fábrica naquele país, na cidade de Avellaneda.

A unidade emprega 105 funcionários e produzirá oitenta carrocerias por mês. A fábrica demandou aporte de 39 milhões de pesos.

Segundo a publicação a nova unidade fabricará ônibus urbanos e interurbanos para a renovação e ampliação da frota das empresas de transportes públicos locais.

Hyundai HB20 lidera na quinzena

Mais uma surpresa no ranking dos modelos mais vendidos no País. Depois da liderança geral da Fiat Strada em março – repetindo feito do mesmo mês de 2014 – agora é a vez do Hyundai HB20 surpreender e tomar a ponta, ao menos na primeira metade de abril.

Até o dia 16, o que equivale a 11 dias úteis, o compacto da montadora de origem sul-coreana – e considerando-se somente sua versão hatch – aparece na primeira posição com 5 mil emplacamentos. Cabe a lembrança de que o modelo foi lançado no fim de 2012 e não trouxe nenhuma grande novidade que servisse como chamariz especial de vendas neste período, à exceção de versões limitadas, com maior oferta de equipamentos. Além disso é difícil que esse resultado tenha sido inflado por vendas diretas, pois montadora e sua rede possuem acordo que limita esta modalidade, negociado pela Abrahy, a 5,5 mil unidades em todo 2015.

Em segundo lugar da primeira metade de abril ficou o Chevrolet Onix, com 4,6 mil unidades licenciadas – a montadora promove feirões e ofertas especiais, como troca com troco de até R$ 10 mil. O Fiat Palio fecha o pódio da quinzena, com 4,5 mil.

Na quarta posição ficou a Fiat Strada, também com 4,5 mil, deixando em quinto o VW Gol, 4,1 mil. Completam a lista dos dez primeiros o Fiat Uno, 3,6 mil, Ford Ka, 3,3 mil, Toyota Corolla – o primeiro não-compacto ou picape dos mais vendidos –, 3,3 mil, VW Saveiro, 3,2 mil, e Chevrolet Prisma, 3 mil.

Ainda que seja cedo para uma avaliação mais aprofundada, chama a atenção o volume de emplacamentos já alcançado pelo Honda HR-V: décimo-quinto no período, com 2,5 mil, foi melhor que o Fiat Siena, 2,4 mil, VW Up!, 2,2 mil, Chevrolet Celta, 2,1 mil e até que o Honda Fit, 1,9 mil. Só ficou atrás, além dos dez primeiros, de VW Fox, 2,9 mil, Renault Sandero, 2,9 mil, VW Voyage, 2,8 mil, e Hyundai HB20S, 2,5 mil.

Como referência o Ford EcoSport encerrou a primeira metade de abril com 1,5 mil e o Renault Duster com 760.

VW 16 – Enquanto isso a Volkswagen apresentou a linha 2016 dos modelos Gol, Voyage, Saveiro e Up!.

De acordo com comunicado da fabricante houve incrementos nas listas de equipamentos de série e os modelos estão mais competitivos. São novidades mudanças no acabamento e uso de pormenores cromados nas versões Comfortline e Highline de Voyage e Gol, além de novos tapetes e chaves para o Up!. Além disso o Gol passa a contar com retrorrefletores nos para-choques traseiros em todas as versões.

Vendas de caminhões somaram 2 mil 843 unidades na quinzena

As vendas de caminhões acima de 3,5 toneladas somaram 2 mil 843 unidades na primeira quinzena de abril.

Segundo dados preliminares do Renavam obtidos com exclusividade pela Agência AutoData, o ritmo de licenciamentos foi de 284/dia nos dez primeiros dias úteis do mês.

Considerando-se que abril será um mês mais curto em razão de dois feriados, Sexta-feira da Paixão e Tiradentes, serão ao todo vinte dias úteis, o que permite estimar 5 mil 680 licenciamentos.

O volume representaria queda de 12,5% na comparação com os 6 mil 491 emplacamentos realizados em março, mês que teve vinte e dois dias úteis.

Fonte ligada à revenda de caminhões na região Centro-Oeste afirmou à reportagem que nem mesmo a alta na safra de soja foi suficiente para aquecer as vendas:

“A frota está mais nova em decorrência da alta nas compras de caminhões nos últimos anos. Houve um forte movimento de antecipação. A chamada safrinha de milho vem aí, com boas estimativas de colheita, e também não deve mudar muito o cenário. O que move o País é a indústria. Enquanto estiver em baixa, não adianta reduzir preços de caminhões ou falar da alta dos juros”.

O volume de consultas, contudo, aumentou em abril. De acordo com concessionário do Interior paulista, os reflexos poderão aparecer a partir de junho:

“Da consulta ao faturamento temos um intervalo de 40 dias. Aprovado o crédito, há clientes que postergam a compra em até quatro meses. Fechada a compra, lá se vão mais 25 dias até emplacamento. Ou seja, o mercado ainda está em fase de ajuste a um patamar infinitamente menor que no ano passado. Mas deve aumentar sensivelmente”.

As grandes compras, realizadas principalmente por frotistas, ocorreram no ano passado e quem move o mercado são os consumidores menores.

“Vendemos para clientes que tradicionalmente compram menos e que não sentiram a falta de crédito.”

Ainda segundo dados preliminares do Renavam, os chassis de ônibus totalizaram 853 unidades vendidas na primeira quinzena de abril, o que representa média diária de 85,3.

Se não houver alteração no volume diário, o mês de abril deve encerrar com 1 mil 706 chassis vendidos, o que indicaria um recuo de 5,5% na comparação com março, que fechou 1 mil 804 vendas.

Pirelli ampliará exportação de 10% a 15% este ano

Com o dólar acima dos R$ 3 a Pirelli projeta ampliar suas exportações de 10% a 15% este ano, com aumento de vendas não só para os países da América do Sul mas também para Estados Unidos e México. Sem revelar valores, o diretor industrial Brasil, Paulo Augusto Freitas, diz que mesmo com esse acréscimo e os bons resultados no mercado de reposição a empresa terá queda na produção por causa do desempenho negativo nos negócios OEM.

Diante desse quadro há negociações no momento com os trabalhadores das fábricas paulistas de Santo André e Campinas, assim como nas unidades de Feira de Santana, BA, e Gravataí, RS, para uso do lay-off. “Para adequar nossos estoques precisamos reduzir a produção em 17%, o que envolveria 1,5 mil dos nossos 12 mil funcionários no sistema de lay-off.”

Com relação às exportações, Freitas diz que o aumento das vendas a partir do Brasil faz parte de estratégia global da companhia: “Nós já exportávamos para os Estados Unidos e México, mas os negócios estavam devagar. Como as fábricas da Pirelli lá instaladas estão com demanda aquecida em função das vendas de veículos em alta ali, optou-se por favorecer as nossas exportações como forma de compensar, ao menos em parte, as dificuldades internas”.

GOIANA – Com plano local de investimento de R$ 1 bilhão no período 2014/2017 a Pirelli inaugura este mês novo centro de montagem no Polo Automotivo Jeep, em Goiana, PE, o sexto deste tipo da empresa no Brasil. De acordo com Freitas a unidade, responsável pela montagem dos pneus nas rodas do Jeep Renegade, tem como diferencial a sinergia em serviços:

“Estamos em uma fábrica premium com pneus premium. O projeto Jeep é considerado um dos melhores em termos tecnológicos na produção de veículos, contando com a metodologia de gestão que é referência no mundo automotivo, a WCM, World Class Manufacturing”.

Para esse projeto a Pirelli investiu em um sistema de montagem automática dos conjuntos roda e pneu, com sistema de entrega automatizado just in sequence. Todos os equipamentos da linha são automáticos e a nova unidade Pirelli colocará os pneus nos carros Jeep em oito processos de montagens: válvula na roda, lubrificação da roda e pneu, montagem automática do pneu na roda, inflagem automática do conjunto, simulação de carga automática do conjunto montado, medição automática, correção manual do desbalanceamento e medição automática do valor residual do balanceamento.

Serão cinquenta funcionários na unidade de Goiana, que embora instalada no polo da Jeep não será fornecedora exclusiva. “Seremos majoritários”, explica Freitas: “Nesse segmento, por questão estratégica, as montadoras sempre têm mais de um fornecedor”.

Mercado europeu avança 8,6% no trimestre

As vendas de veículos de passageiros cresceram 8,6% no mercado europeu no primeiro trimestre, comparado com o mesmo período do ano passado. Segundo a Acea, associação que representa as montadoras da União Europeia, foram vendidos 3,5 milhões de automóveis na região.

O desempenho foi positivo em todos os principais mercados, com destaque para a Espanha, com alta de 32,2%. Na Itália as vendas subiram 13,5%, na França houve avanço de 6,9%, o incremento chegou a 6,8% no Reino Unido e a Alemanha apresentou crescimento de 6,4% no período.

Em março as vendas aumentaram 10,6% com relação ao mesmo mês do ano passado, o décimo-nono mês consecutivo de crescimento. Os europeus adquiriram 1,6 milhão de unidades no mês passado.

A Volkswagen liderou as vendas do continente no primeiro trimestre, ao comercializar 436,5 mil unidades, alta de 10,5% no período. Ford foi a vice-líder, com 268,5 mil veículos, com 7,4% de alta, e a Renault ficou em terceiro, com o avanço de 12,4%, para 243,2 mil unidades.

Toyota investirá US$ 1,4 bi em fábricas no México e China

A Toyota anunciou que construirá uma nova fábrica no México e expandirá a sua joint venture na China, a Guangzhou Toyota Motor. O investimento será de aproximadamente US$ 1,4 bilhão.

Segundo comunicado global da companhia o aporte faz parte dos planos de construção de “linhas de produção mais competitivas, com investimento inicial reduzido, maior eficiência, flexibilidade, desempenho ambiental e segurança”.

De acordo com a montadora as novas linhas poderão facilmente ser aumentadas ou diminuídas dependendo da demanda.

Durante o anúncio realizado na quarta-feira, 15, no México, Akio Toyoda, presidente da Toyota Motor Corporation, afirmou que “o investimento representa a busca por melhoria contínua. Um aumento na produção não significa uma busca indisciplinada por mais. A expansão da Toyota deve ser impulsionada por veículos cada vez melhores”.

Os anúncios encerram oficialmente o congelamento de três anos sem expansão de capacidade da Toyota, imposto pelo presidente da montadora.

A fábrica do México será instalada no Estado de Guanajuato e demandará investimento de US$ 1 bilhão. A unidade terá capacidade anual para produzir 200 mil veículos e irá gerar cerca de 2 mil empregos diretos. A unidade será responsável pela produção do Corolla e tem inauguração prevista para 2019.

A fábrica mexicana faz parte da reorganização da produção da América do Norte. Segundo o comunicado da Toyota, em 2019 a produção do Corolla será deslocada da planta em Cambridge Ontário, no Canadá, para a unidade no México. A fábrica canadense irá concentrar sua produção em veículos de médio porte.

Na China, a Toyota afirmou que investirá 52,5 bilhões de ienes – cerca de US$ 440 milhões – para instalar uma nova fábrica e uma terceira linha de produção em Guangzhou, controlada em conjunto com a Guangzhou Automobile Group.

Os modelos que serão fabricados no local ainda não foram divulgados, mas a capacidade será para 100 mil veículos por ano e a produção está prevista para começar em 2017.

Nissan comemora 30 mil unidades produzidas em Resende

O presidente da Nissan do Brasil, François Dossa, aparentemente de forma extemporânea, desejou feliz ano novo aos jornalistas presentes à cerimônia de primeiro aniversário da fábrica de Resende na quinta-feira, 16. Explica-se: abril marca o início do ano fiscal japonês, uma espécie de feliz ano novo empresarial, no qual Dossa pretende ver crescer a produção de veículos Nissan no Brasil em 30% e no qual almeja alcançar 3% de participação.

O complexo industrial em Resende também bateu a marca das 30 mil unidades produzidas neste primeiro ano, superando a expectativa de 25 mil, 26 mil/ano. E já dispõe de duas linhas de veículos, New March e Novo Versa, e de motores, 1.0 e 1.6.

“E é com essa base que pretendemos sair de 2,3% de participação de mercado no ano fiscal, registrada em 2014, para chegar aos 3% este ano. E a 5% no ano que vem. Nosso diferencial é nosso próprio DNA e nossa ânsia por qualidade.”

Apesar da crise, ele observou, os investimentos estão mantidos, aqueles R$ 2,6 bilhões anunciados em 2011 para todo complexo de Resende, ainda em fase de crescimento, com centros de peças e de treinamento.

Com relação ao resultado do mercado de veículos no Brasil este ano François Dossa prevê queda de 4% – mas mantém a projeção de que a Nissan crescerá 3% independente das circunstâncias globais não tão favoráveis.

PICAPES – Ele não foi tão enfático, porém, com relação ao anunciado projeto tripartite, que unirá Nissan, sua sócia na Aliança, a Renault, e a Daimler em projeto comum para produzir picapes na América do Sul e na Europa, em Curitiba, PR, e Córdoba, Argentina, e em Barcelona, Espanha, sempre em unidades Nissan e com as mesmas plataformas e arquiteturas e com designs diversos, identificadores de cada marca.

A verdade, Dossa recordou, é que muitos dos conceitos desse projeto ainda estão sendo definidos para que os novos produtos consigam chegar aos mercados até 2017.

Trata-se, como lembra fonte bem situada, de atitude prática referente a conceito que já rodava o mundo automotivo em meados da década de 90 do século 20, segundo o qual empresas ainda produziriam veículos para seus próprios concorrentes – e vice-versa.

São acordos operacionais que criam espaços vastos para a imaginação criadora do setor e que, supostamente, podem levar a importantes rearranjos de mercado, com compras, vendas, associações e incorporações à vista – de forma contemporânea a Fiat Chrysler Automobiles, a FCA, é bom exemplo, como o foi a Autolatina em um passado recente. E como são operacionais, hoje, acordos pontuais de empresas concorrentes com relação a produtos identicamente pontuais.

A fonte faz sua leitura do acordo tripartite lembrando que
japoneses, particularmente os da Nissan, são os alemães da Ásia, ideia que construiria com muita facilidade um bom caminho para acordos: “Eles são muito parecidos pela sua disciplina criadora e por sua busca pela qualidade. Por meio de suas virtudes as possibilidades de interlocução deles com sucesso são muito grandes”.

Por que picapes? Simples: é o segmento mais estável de todo o rol de produtos automotivos. O Brasil, por exemplo, vive crise mas sua agricultura bate recordes todos os anos e consumidores do Interior do País são loucos por elas – e muitos nos grandes centros também. Outro exemplo: nos Estados Unidos o mercado de pesca é imenso e não se imagina nada além de picapes para puxar tantos barcos.

Ou seja: o mercado de picapes tem sido alheio às crises, e foi isso o que notaram Nissan, Renault e Daimler para decidir pelo passo original de seu acordo, que tem a nova Nissan NP 300, também conhecida como Navarra e Frontier, produzida hoje no México e na Tailândia, como referência.

Sabe-se ainda pouco a respeito disso tudo mas a fonte sugere que para a América do Sul imagina-se, inicialmente, produção de 70 mil unidades sem mix ainda especificado, e para Barcelona produção de 120 mil unidades, fraternalmente divididas pelas três marcas. Uma das consequências óbvias será o crescimento do índice de localização de fornecedores nas duas regiões visando ao crescimento da nacionalização de componentes e peças e à fuga das variações cambiais.