Feriado impactará produção automotiva em novembro

O feriado do Dia da Consciência Negra, na quinta-feira, 20, impactará a produção de veículos e autopeças no País neste mês, mas não de forma generalizada. Tudo dependerá do município em que a fábrica está instalada, vez que a celebração, que homenageia a data de morte de Zumbi dos Palmares, é facultativa, além de não ser federal. A decisão, assim, cabe a cada prefeitura na maioria dos casos.

No Estado de São Paulo, na Capital e nas sete cidades do ABCD o feriado acontecerá, mas a maioria das empresas do setor na região metropolitana fez acordo com os trabalhadores para alterar a data. Na VW Anchieta os funcionários da produção vão trabalhar normalmente na quinta-feira, 20, e terão folga na sexta-feira, 21. Já o pessoal do administrativo será dispensado nos dois dias. Na Ford Taboão o esquema de trabalho na quinta e folga na sexta será aplicado para todos os funcionários.

Já as unidades VW de São Carlos e Taubaté, no Interior Paulista, trabalharão normalmente, vez que a data não é feriado em nenhuma destas cidades.

No caso da Toyota, em Sorocaba a data é comemorada e os funcionários fecharam acordo para trabalhar na quinta e folgar na sexta. Já para a unidade de Indaiatuba, cuja prefeitura não aderiu ao feriado, o funcionamento seguirá sem alterações.

Na Honda em Sumaré, município que celebra a data, o feriado seguirá o formato tradicional: interrupção de atividades na quinta e retomada normal na sexta.

Em Minas Gerais, a Capital Belo Horizonte terá atividade normal, mas o feriado acontecerá em Betim, sede da Fiat. A montadora dispensará todos os trabalhadores da unidade por dois dias, tanto na quinta quanto na sexta. Em Sete Lagoas, sede da Iveco, a data é dia normal.

No Paraná apenas duas cidades comemoram a data, Guarapuava e Londrina. Assim as atividades de Renault e Volkswagen em São José dos Pinhais, bem como na Volvo em Curitiba, não deverão sofrer quaisquer impactos.

No Rio de Janeiro o caso é bem diferente, vez que lei estadual assegura o feriado em todos os municípios. Assim as atividades da PSA Peugeot Citroën em Porto Real e da MAN em Resende deverão sofrer alterações.

Outro Estado que aplica o Dia da Consciência Negra para todas as cidades é o Rio Grande do Sul, o que deverá representar impacto nas atividades da General Motors em Gravataí bem como da Agrale em Caixas do Sul.

Na Bahia, Camaçari, que abriga a fábrica da Ford, é uma das apenas três cidades do Estado a decretar a data como feriado.

Confira aqui a lista completa dos municípios do País que decretaram feriado na quinta-feira, 20.

VUC Fair discute legislação federal para o segmento

Os cerca de vinte food trucks alinhados destacam-se no espaço de 10 mil metros quadrados que abrigam a VUC Fair no Imigrantes Exhibition & Convention Center, na zona Sul de São Paulo. Os pequenos caminhões adaptados para servir as mais variadas refeições dividem espaço com diferentes formatos de aplicações, como distribuição de botijões de gás, lavanderia, vidraçarias e até lojas de roupas ambulantes. Ao todo sessenta marcas participam da primeira feira direcionada exclusivamente ao segmento, finalmente inaugurada após dois adiamentos.

Além das aplicações pouco convencionais durante a abertura do evento, Luiz Moan, presidente da Anfavea, ressaltou que os VUCs, ou Veículos Urbanos de Carga, são fundamentais para a mobilidade do País. O dirigente defendeu uma legislação federal para o segmento, afirmando que normas municipais e estaduais precisam ser unificadas para prover maior produtividade ao transporte de cargas.

“É complicado trabalhar com muitas variações: em cada cidade há uma regra e os grandes frotistas são prejudicados. Por isso defendemos que o governo federal crie uma legislação única, e vamos batalhar por isso.”

O presidente da Anfavea afirmou ainda entender que incentivos fiscais seriam bem vindos para a construção de centros consolidadores de carga em pontos estratégicos do País, como o Rodoanel paulistano, para desafogar as grandes cidades e ampliar a capacidade logística nacional. “Com a construção desses depósitos as carretas grandes não precisaram entrar nos municípios e o transporte até o ponto final poderia ser feito com os VUCs.”

A crescente restrição de tráfego para veículos pesados em grandes cidades impulsiona o segmento: segundo dados do Detran-SP nos últimos cinco anos a frota dessa categoria cresceu 49,5%, de 600 mil para 897 mil unidades na capital paulista até julho de 2014.

Em 2015 Moan acredita que o segmento de caminhões em geral terá vendas melhores: “Estamos negociando para que a taxa do PSI seja mantida e divulgada em breve”.

São esperados de 10 mil a 12 mil visitantes na feira, que acontece até a sexta-feira, 21. A entrada é gratuita e a lista de expositores inclui Kia Motors, Lifan, Marksell, Mercedes-Benz, Rely, Renault, Thermo-Flex e Truckvan, dentre outros. A próxima edição está prevista para 2016.

Bridgestone quer liderar mercado brasileiro em dez anos

Há pouco mais de duas semanas na presidência da Bridgestone do Brasil, Fábio Fossen já recebeu dura missão, e bem clara: fazer da empresa a maior vendedora de pneus do Brasil em uma década. Para atingir esse objetivo seria necessário ultrapassar duas fortes concorrentes, e para tal a fabricante promete investir no País e reposicionar a marca, além de estudar construção de fábricas no meio desse caminho.

Desde a quarta-feira, 5, Fossen dá expediente como presidente da companhia, função na qual ainda é acompanhado pelo antigo dono da função, o argentino Ariel Depascuali, que se aposentará no final do mês depois de dirigir a empresa por quatro anos. Ao sucessor, Depascuali disse que o pior já passou. “Quando assumi a empresa havia uma verdadeira invasão de pneus importados. Todos eram pretos com um furo no meio, mas não necessariamente tinham qualidade. Agora essa onda já enfraqueceu e está mais viável trabalhar.”

O câmbio na casa dos R$ 2,60 inibe os importadores e o cenário fica mais estável para quem tem fábrica no País. No entanto Fossen garante que não contará apenas com a cotação da moeda estadunidense para auxiliar nos ambiciosos planos: a companhia garante que estuda a construção de novas fábricas, ainda que não revele pormenores a respeito. “Esta é uma decisão para os próximos cinco anos e está sendo cautelosamente avaliada. O investimento mínimo é de US$ 100 milhões e tudo precisa ser muito bem calculado”, argumenta o novo presidente.

Por seus cálculos a Bridgestone é líder em vendas de pneus no mundo, posição que repete na América do Sul. No mercado brasileiro, entretanto, ocupa a terceira colocação. Fossen é engenheiro mecânico e já atuou em empresas do setor automotivo, como a Cummins, mas nas últimas duas décadas dedicou seus serviços a empresas de bem de consumo, como Coca-Cola Femsa e Ambev. Ele pretende transferir o conhecimento adquirido neste segmento para fisgar clientes para a Bridgestone: “Queremos tornar a marca mais próxima do consumidor. Nossa meta é fazer com que quando se pense em pneu, se pense imediatamente em Bridgestone”.

Para fazer com que a marca ganhe destaque a empresa patrocina a Copa Libertadores da América e também os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Além disso a rede de revendas, atualmente com seiscentos pontos no País, será ampliada e uma nova bandeira de atendimento será criada, a B-Select – modelo de serviço que já funciona nos Estados Unidos. “Vamos cobrir áreas onde ainda não temos atuação e chegar mais perto dos consumidores.”

Além de aparecer mais a empresa conta com a elevação do mercado nacional para crescer. Segundo a companhia o número de pneus consumidos no País dobrará na próxima década, apoiado em um aumento da frota de veículos e da renda da população brasileira. “Nossos estudos projetam índice de dois habitantes por carro e uma renda anual per capita de US$ 30 mil em 2024, e isso nos faz acreditar que nosso mercado dobrará de tamanho.”

Em curto prazo, entretanto, a Bridgestone precisa lidar com um ano que não foi dos melhores. Com o mercado de veículos novos em queda que se aproxima dos 10% a fabricante priorizou reposição e exportações para garantir que a receita não recuasse. Atualmente o mix de vendas é de 65% para reposição, 28% para montadoras e 7% para exportações. Mas a remessa de produtos ao exterior ganhará relevância a partir de 2015, e deverá chegar a 20% do total produzido.

Atualmente 70% das exportações da companhia são para a Argentina, mas com aquele mercado fragilizado a Bridgestone resolveu mudar de estratégia e transformou os Estados Unidos, que hoje recebe cerca de 10% do volume embarcado, em sua prioridade. “O mix será invertido e os Estados Unidos responderão por 70%, enquanto a Argentina ficará com cerca de 10%.”

Para que isso se torne possível a companhia contará com uma ajuda interna: os Estados Unidos deixarão de importar de países como China e Tailândia e passarão a receber os produtos do Brasil. “É uma questão estratégica para garantir a capacidade da operação nas Américas. O CEO da região entendeu que precisamos proteger nosso mercado.” Para atender a demanda estadunidense a Bridgestone fabricará até pneus para uso em neve na unidade de Santo André, a quarta maior fábrica do Grupo no mundo.

A unidade do ABCD tem capacidade diária para 26 mil unidades, com 3,2 mil funcionários, e conta com aporte de R$ 150 milhões até 2016 para modernização e ampliação da capacidade em 10%. A primeira máquina de montagem de pneus chegou da Holanda há um mês e já reduziu o tempo de processo que levava 1 minuto e 40 segundos para 40 segundos, além de diminuir o desperdício de material em 50%.

Já a unidade de Camaçari, BA, responsável pela fabricação de produtos para o segmento premium tem aporte em andamento de R$ 34,3 milhões para ampliação de sua capacidade, que atualmente é de 8 mil pneus por dia.

Enquanto as companhias do setor automotivo se preparam para as férias coletivas a Bridgestone não interromperá totalmente sua produção a fim de atender ao mercado de reposição, que sazonalmente é maior em dezembro – parte dos trabalhadores não terá recesso. “São muitos desafios, mas as perspectivas são altamente positivas”, diz o novo presidente.

Iveco em nova opção: Tector Economy.

A Iveco aumentou a família de caminhões Tector com o lançamento do 150E21 Economy 4×2 na terça-feira, 18. O veículo, destinado às operações urbanas e interurbanas de curtas e médias distâncias, chega para disputar o segmento de 15 toneladas, no limite da categoria de médios. De acordo com a fabricante, esta representa fatia de 15% do mercado, ou quatro mil unidades por ano. Com a novidade a Iveco espera alcançar participação de 10% já no fim do próximo ano, com quatrocentas unidades vendidas.

“Os caminhões médios respondem muito às demandas do varejo e não enxergamos muito crescimento na categoria”, observa Christian Gonzalez, diretor de marketing da Iveco. “Mas se trata de um caminhão versátil, completo e projetado para realmente entregar o melhor desempenho do segmento.”

Com o caminhão a fabricante busca pequenos e médios frotistas, autônomos em geral que frequentemente também trabalham como operadores do veículo. “É um público mais exigente, muito dependente da disponibilidade do veículo. Precisa de um caminhão resistente, econômico e de baixo custo de manutenção.”

Segundo a fabricante o projeto buscou equilíbrio de custo e conforto, mas com muita atenção à economia de combustível. Na prática significa que o Tector 150E21 Economy traz um conjunto intermediário, com suspensão na cabine, volante regulável, banco bipartido, revestimentos internos mais agradáveis ao toque e o ar-condicionado – este, opcional. A Iveco, baseada em testes em aplicações urbanas com o veículo totalmente carregado, garante que a novidade proporciona 10% de redução de combustível se comparada ao líder do segmento de 15 toneladas.

Para alcançar o resultado anunciado o Tector Economy ganhou novo motor da FPT, o N45, desenvolvido especialmente para o projeto, com 206 cv e 720 Nm de torque. O que a engenharia fez foi aumentar a capacidade volumétrica do motor de quatro cilindros da geração anterior, de 3,9 litros para 4,9 litros. “Mesmo que tenhamos elevado potência e força, conseguimos preservar o consumo”, assegura Alexandre Xavier, diretor de engenharia da FPT. “O projeto teve como norte garantir rentabilidade em curtas e médias distâncias.”

O novo Tector já se encontra na rede da Iveco e em operação, caso do Atacadista Martins. O preço varia de acordo com a configuração escolhida, em torno de R$ 155 mil.

Gol e Palio empatam em vendas no acumulado do ano

A sexta-feira, 14, marcou um empate técnico na acirrada disputa pela liderança do ranking dos modelos mais vendido no País. O VW Gol e o Fiat Palio fecharam a semana passada com praticamente o mesmo número de licenciamentos, somados todos os seus resultados de janeiro até a segunda semana de novembro, de forma impressionante.

De acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData, somados aos índices até outubro da Fenabrave, o Gol acumula 152 mil 887 unidades e o Palio 152 mil 875 até a sexta-feira, 14 – diferença, portanto, de apenas doze unidades a separá-los.

Até o fechamento de outubro a diferença a favor do Gol era de 1,8 mil unidades, consumida com o término das duas primeiras semanas de novembro, quando o Palio chegou a 7 mil 489 emplacamentos e o Gol a 5 mil 703.

A tendência é a de que o Palio ultrapasse o Gol com os resultados da segunda-feira, 17, vez que apresenta trajetória ascendente. Enquanto neste mês o Fiat emplacou quase 750 unidades por dia o Gol fez pouco mais de 570/dia.

É preciso considerar, entretanto, que os resultados do Palio levam em conta a soma da oferta de duas carrocerias à venda no mercado, o novo Palio e o Palio Fire, de duas gerações antes, enquanto o Gol conta apenas com a atual, vez que o G4, que também se somava a seus números, foi descontinuado no fim do ano passado, abrindo espaço para o Up!.

O quadro geral de rigoroso empate se deve a um primeiro semestre bom para o Gol, que liderou em janeiro, fevereiro, abril e maio – em março a vitória mensal foi da Strada – e uma segunda metade de ano melhor para o Palio, que aparece à frente de junho a outubro. Os números do Fiat ainda foram ajudados pelo lançamento da versão Way para o Fire, com suspensão elevada, que substituiu no mercado o Mille Way, também descontinuado no fim do ano passado.

O Fiat, em sua versão Fire, tem ainda o apelo de ser o modelo nacional mais barato em oferta no País, com tabela a partir de R$ 25,5 mil em carroceria duas portas. Já o Gol recebeu no mês passado nova versão de entrada, a Special, desde então a mais barata da linha, a R$ 28 mil, também em duas portas.

Nova lei para retomada de veículos entra em vigor

A alteração na regra para retomada de veículos de consumidores inadimplentes passou a vigorar na sexta-feira, 14, depois de sanção presidencial e publicação no Diário Oficial da União. Para Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave – mentora da iniciativa –, a iniciativa impulsionará os resultados do último mês do ano: “Dezembro deverá registrar as melhores vendas de 2014”.

Com a entrada em vigor da nova legislação a segurança jurídica para os bancos cresce, avalia o dirigente, que estima redução de um ano para três meses no tempo necessário para retomada do veículo em caso de falta de pagamento do financiamento. Para Meneghetti a medida se somará a outros fatores, como antecipação das compras em decorrência da recomposição do IPI em janeiro, os lançamentos do Salão do Automóvel de São Paulo e a sazonalidade do mês deverão fazer com que o ano se encerre em seu melhor patamar.

“Em 2015 a taxa de aprovação das fichas de financiamentos deve avançar e chegar a seis para cada dez pedidos. Atualmente este índice está em quatro.”

O executivo afirmou que nos próximos dias os bancos realizarão as alterações necessárias aos novos contratos de financiamento, a fim de inserir as cláusulas de alerta aos consumidores inadimplentes. “As instituições devem ampliar o volume de crédito em cerca de 20% motivadas pela garantia da retomada.”

Na avaliação de Luiz Moan, presidente da Anfavea, em comunicado, “a lei é um instrumento fundamental para o setor automotivo ao premiar o cliente adimplente, possibilitando o fortalecimento do setor financeiro na concessão de crédito com a redução do custo e maior segurança jurídica”.

Para Décio Carbonari, presidente da Anef, a nova lei desburocratiza o processo e pode culminar na redução dos juros dos financiamentos. Segundo o dirigente a questão é estatística: quanto menos consumidores forem inadimplentes, menor será a taxa.

“A política de crédito é baseada no provisionamento de perdas e isso tem impacto direto na taxa de juros. É difícil mensurar quando os efeitos começarão a aparecer, mas é fato que com a inadimplência menor os juros tendem a cair.”

Carbonari ressalta que além do aumento de confiança dos bancos a nova lei serve para alertar o consumidor inadimplente. “Os compradores vão pensar mais antes de assumir uma dívida que talvez não possam arcar, porque sabem que o banco pode reaver o bem com maior facilidade.”

A aprovação da lei era aguardada com ansiedade pelos varejistas. Durante o Salão do Automóvel de São Paulo o presidente da Jac Motors do Brasil, Sérgio Habib, afirmou que a iniciativa representaria uma “injeção direta na veia” no mercado. Na ocasião o executivo considerou, ainda, que o efeito seria imediato. “As condições dos financiamentos não deverão mudar muito, com no máximo uma pequena redução nas parcelas, mas o fundamental será que os bancos passarão a aprovar número muito maior de fichas.”

Riosulense eleva faturamento graças às exportações

Ao contrário da maioria das empresas do setor automotivo, com seguidos resultados negativos, a Riosulense acumula alta de 3,5% nos primeiros nove meses do ano na comparação com o mesmo período de 2013. A empresa de Rio do Sul, SC, registrou faturamento líquido de R$ 106,8 milhões, com destaque para as exportações.

De acordo com o relatório da diretoria as vendas externas avançaram 21%, para perto de R$ 12,9 milhões, representando 12% do total, crescimento de dois pontos na participação. No mercado de montadoras a expansão foi de 2,5%, para R$ 56,1 milhões, enquanto que na reposição o crescimento não foi além de 0,5%, com R$ 37,9 milhões.

Dedicada à produção de peças fundidas e usinadas para as principais marcas de veículos leves e pesados, além de atender ao transporte ferroviário e naval, a Riosulense também melhorou o resultado final, com lucro líquido de R$ 11,6 milhões e margem de 11%, ante um prejuízo de R$ 5,2 milhões no período de janeiro a setembro de 2013. A alteração se deu em função de redução de quase dois pontos nos custos de produção mas, principalmente, por melhorias no resultado financeiro.

Em razão de adesão ao Refis a empresa obteve redução de multas e juros dos impostos parcelados. Por decorrência as despesas financeiras líquidas acumuladas até setembro somaram R$ 4,7 milhões contra R$ 18,6 milhões do mesmo período do ano passado.

Até setembro a Riosulense acumula investimentos de quase R$ 5 milhões, recursos aplicados na compra de máquinas e ferramentais. O quadro funcional teve de recuo de 2% na relação do terceiro para o segundo trimestre, totalizando 1 mil 138 pessoas.

Quinzena deve fechar acima de 160 mil unidades

A primeira quinzena de novembro deverá fechar com números mais animadores de venda de veículos no País. Dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData indicam que até a sexta-feira, 14, foram licenciados ao todo 146,2 mil autoveículos – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Este prazo representa dez dias úteis. Os onze dias úteis, padrão para cálculo dos resultados da quinzena, serão portanto completados na segunda-feira, 17. Como a média diária até agora é de 14,6 mil unidades, o índice final ficará acima de 160 mil unidades.

Fonte do varejo afirmou à reportagem que a rede estima novembro com volume total pouco acima de 290 mil unidades comercializadas, com possibilidade, ainda que remota, do número aproximar-se de 300 mil licenciamentos.

As 290 mil unidades emplacadas representariam apenas a manutenção de volume diário na casa de 14,5 mil unidades, desprezando o tradicional aumento registrado próximo ao término do mês, em especial nos últimos dois dias úteis. Entretanto em novembro esse fenômeno deverá ser compensado pelo feriado do Dia da Consciência Negra, na quinta-feira, 20, que ocorrerá em cerca de 1 mil municípios brasileiros, inclusive São Paulo, maior mercado do País – no qual muitos consumidores deverão ainda emendar a sexta-feira, 21.

Se desconsiderado o feriado, que é facultativo, ao todo o mês terá 20 dias úteis.

Em novembro de 2013 o resultado foi de 303 mil emplacamentos, com média diária pouco acima de 15 mil unidades e os mesmos 20 dias úteis. A comparação anual, portanto, não deverá ser muito desfavorável para 2014 ao fim deste mês e, em hipótese otimista, poderia até mesmo representar estabilidade. Quadro semelhante ocorrerá perante outubro, de 307 mil – porém no mês passado foram 23 dias úteis e média diária de 13,3 mil.

Ainda de acordo com dados preliminares do Renavam colhidos pela reportagem os caminhões e ônibus também registram, isoladamente, números um pouco mais interessantes em novembro. Até a quarta-feira, 12, foram emplacados 4,6 mil caminhões e 1,1 mil ônibus. No acumulado do ano até esta data os caminhões registram 115 mil licenciamentos e os ônibus 24 mil.

Linha PSI para caminhões e ônibus ganha reforço de R$ 3 bilhões

O segmento de caminhões, ônibus e outros bens de capital, tais como implementos rodoviários e máquinas agrícolas, ganharam importante reforço para as vendas nas últimas semanas do ano e, assim, poderão reverter um pouco a queda nos índices de comercialização registrados até outubro: o CMN, Conselho Monetário Nacional, reuniu-se de forma extraordinária e elevou o montante de recursos destinados à linha de crédito do BNDES PSI para estes segmentos.

Esta foi a segunda iniciativa recente do governo federal a beneficiar diretamente o segmento de veículos comerciais: a primeira foi a extensão do prazo para protocolo de fichas de financiamento via PSI neste ano, que passou de 21 de novembro para 5 de dezembro – ou seja, duas semanas a mais.

Já na sexta-feira, 14, o CMN decidiu remanejar os limites de cada linha, sem, entretanto, alterar o valor total disponível do PSI. “A razão dessa alteração é haver alguns programas com menor disponibilidade orçamentária e outros com maior”, afirmou o órgão em comunicado, dando a entender que o limite para caminhões e ônibus estava perto do fim. No ano passado os recursos da linha esgotaram-se durante a Fenatran, principal mostra do segmento de comerciais no País, no fim de outubro.

Para caminhões e ônibus o montante disponível no PSI ainda neste ano saltou de R$ 119,6 bilhões para R$ 122,6 bilhões, ou seja, reforço de R$ 3 bilhões. No caso dos demais itens considerados bens de capital a verba disponível cresceu de R$ 122,9 bilhões para R$ 125,4 bilhões, acréscimo de R$ 2,5 bilhões.

A modalidade Rural do PSI também ganhou R$ 3 bilhões extras, de R$ 24,9 bilhões para R$ 27,9 bilhões.

Estes R$ 8,5 bilhões adicionais foram retirados de outras quatro linhas do PSI: Inovação caiu de R$ 8,8 bilhões para R$ 4,8 bilhões, Transformadores de R$ 5,3 bilhões para R$ 2,7 bilhões, Proengenharia de R$ 5,3 bilhões para R$ 3,7 bilhões e Demais Bens de Capital – Micro, Pequenas e Médias Empresas de R$ 42,1 bilhões para R$ 41,8 bilhões.

Uma fonte do segmento afirmou à Agência AutoData que “o número de processos [de pedidos de financiamento para caminhões e ônibus via PSI] está francamente mais elevado. Os clientes estão indo às compras devido ao desconhecimento quanto às novas condições do programa para 2015 e, assim, nota-se um claro processo de antecipação”.

Argentina: montadoras investirão US$ 2 bi nos próximos anos.

Nesta semana o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, e a ministra da Indústria daquele país, Debora Giorgi, receberam representantes de Toyota, General Motors, Honda, Mercedes-Benz e Ford para discutir o andamento dos investimentos locais das companhias.

Segundo comunicado do Ministério da Indústria há US$ 1,9 bilhão de investimentos de montadoras em andamento naquele país e o montante será destinado para ampliar as exportações, renovar modelos e elevar a escala de produção com objetivo de aumentar a competitividade local.

A General Motors, relata o governo local, tem plano de investimentos de US$ 740 milhões e está preparando um novo modelo – parte do Projeto Fênix – que começará a ser produzido em 2015 e deve atingir nível de US$ 1,2 bilhão de exportações por ano. O projeto também inclui a instalação de uma fábrica de motores.

Já a Toyota está ampliando sua fábrica na cidade de Zárate para a produção da nova Hilux. A unidade atenderá a demanda da Argentina e de toda América Latina.

A Honda, por sua vez, produzirá o SUV compacto HR-V no país vizinho, enquanto a Mercedes Benz se prepara para fabricar a van Vito. Ainda segundo o comunicado do ministério a Ford pretende desenvolver a cadeia de fornecedores naquele país e a promover a reestilização para os modelos Focus e Ranger, já fabricados localmente.

Segundo a ministra Giorgi o governo continuará a acompanhar os investimentos e tem o dever de colaborar para o crescimento da indústria automotiva buscando maiores integração, tecnologia e geração de emprego. “A Argentina é um país com grande potencial de investimento.”

De 2005 a 2013 a indústria automotiva argentina recebeu investimentos de US$ 5,2 bilhões. No entanto Giorgi disse que, em termos relativos, o aporte é pequeno em comparação ao giro comercial das montadoras instaladas no país, que foi de aproximadamente US$ 154 bilhões nos últimos oito anos.

“Isso resultou em queda na escala de produção e na falta de modernização em algumas plantas industriais.”

Por isso ela defendeu política de proteção à indústria nacional, cujos pontos principais são atualização constante de modelos, lançamentos globais simultâneos, desenvolvimento de fornecedores locais e nacionalização de ao menos 50% dos componentes, políticas de reinvestimento permanente, transferência de tecnologia para permitir desenvolvimentos de engenharia locais e diversificação de mercados de exportação.

Segundo a ministra as montadoras que seguiram as orientações oficiais registraram aumento da produção neste ano na comparação com o mesmo período de 2013. “Investir em quantidade com a qualidade adequada garante bons resultados.”