Produção cai 21,7% em abril

As fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus produziram 217,1 mil unidades em abril, volume 21,7% inferior ao do mesmo mês do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 277,1 mil unidades. Comparado com março o ritmo das linhas de montagem recuou 14,5% – foram produzidos 254 mil veículos.

A explicação de Luiz Moan, presidente da Anfavea, para a queda na produção é a mesma dos meses anteriores: adequação das fábricas ao novo tamanho do mercado. Com as vendas se retraindo em no ritmo dos dois dígitos e as exportações prejudicadas pela forte dependência de um mercado argentino que não reage, não há alternativa que não a redução da produção.

Segundo o executivo o cenário não deverá sofrer alterações no curto prazo. Na entrevista coletiva à imprensa para divulgar o balanço do quadrimestre concedida na quinta-feira, 7, em São Paulo, Moan disse que maio e junho também deverão ser difíceis para o mercado doméstico.

Com estoques altos e seguidos anúncios de férias coletivas, licenças remuneradas, lay offs e programas de demissão voluntária, não há como imaginar cenário diferente do atual nos próximos meses.

De janeiro a abril foram produzidos 881,8 mil veículos, queda de 17,5% com relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Moan foi o pior quadrimestre desde 2008.

No índice anualizado a produção caiu para abaixo das 3 milhões de unidades, algo que não ocorria desde outubro de 2009. De maio do ano passado até abril saíram das linhas de montagem 2 milhões 960 mil veículos.

Força de trabalho – A indústria reduziu em 9,5% o seu quadro de funcionários desde abril do ano passado. Segundo a Anfavea as montadoras de veículos e máquinas agrícolas e rodoviárias empregavam139,6 mil pessoas ao fim de abril. Foram cerca de 15 mil demissões em um ano.

Moan afirmou que a indústria tenta segurar ao máximo o trabalhador. “Trata-se de um funcionário altamente qualificado. Queremos preservar o investimento nessa qualificação, mas é claro que existe um limite”.

O presidente da Anfavea lembrou que somente nessa semana a Volkswagen colocou oito mil funcionários de São Bernardo do Campo, SP, em férias coletivas e a General Motors concedeu licença remunerada a 467 trabalhadores de São Caetano do Sul, SP, e suspendeu o contrato de trabalho de 325 funcionários de São José dos Campos, SP.

Vendas de máquinas recuam 29% em abril

As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias voltaram a apresentar retração em abril. Foram comercializadas 4,3 mil unidades no último mês ante 6,1 mil um ano antes, uma queda de 29,4% de acordo com dados apresentados pela Anfavea na quinta-feira, 7.

Na comparação mensal a baixa foi menor e ficou em 11,5%, uma vez que foram comercializadas 4,8 mil unidades em março.

No acumulado do ano as entregas de máquinas agrícolas e rodoviárias somam 16,2 mil unidades, em retração de 22,9% na comparação com o mesmo período de 2014.

Os cultivadores motorizados foram responsáveis pela maior queda em abril, na comparação anual. O segmento comercializou 39 unidades, em baixa de 65,5%.

Os tratores de esteira aparecem na sequência com vendas 46,9% menores e 29 unidades, seguido pelas retroescavadeiras com baixa de 42% e 204 unidades e colheitadeiras com queda de 40,2% e 204 unidades.

Os tratores de rodas, segmento responsável pelo maior volume de vendas, registrou a menor queda, de 26,9%, ao comercializar 3 mil 809 unidades em abril.

Segundo Ana Helena de Andrade, vide-presidente da Anfavea, o segmento de máquinas vive uma “crise de confiança”. Ela ponderou que apesar das perspectivas para a agricultura serem positivas neste ano, os compradores estão receosos com a economia do País.

“A próxima safra deve ser 3,6% maior, não há nenhuma previsão climática negativa e o Plano Safra deve ser aprovado ainda em maio. Mesmo assim há inseguranças no setor.”

Segundo a dirigente nem mesmo as alterações recentemente feitas no Moderfrota justificam a retração nas vendas. “A mudança foi muito clara e trouxe previsibilidade. Apesar do aumento da taxa de juros para novos pedidos ainda há condições atrativas.”

A produção de máquinas apresentou recuo de 19,8% no mês: em abril deixaram as linhas de montagem 5 mil 661 unidades ante 7 mil 57 um ano antes. No acumulado do ano a retração chega a 21,9%, com 21 mil 44 unidades fabricadas de janeiro a abril.

As exportações seguem os índices negativos: em abril as remessas somaram 932 unidades, queda de 20,1% na comparação com o mesmo mês de 2014. Em valores houve recuo de 50,3%, para US$ 148,1 milhões no mês passado.

Segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea, uma das saídas para aumentar as exportações passa pela diversificação de destinos. Ele ressaltou que desde o início do ano já foram exportadas 500 unidades para o continente africano: “Além disso uma associada já tem remessa de máquinas programada para Cuba”.

Abeifa: vendas no quadrimestre em redução de 20%.

As vendas das empresas associadas à Abeifa, em sua maioria importadoras, encerraram o primeiro quadrimestre em retração de 20,1%. Segundo dados divulgados na quinta-feira, 7, o volume de emplacamentos foi de 26,9 mil unidades no período, enquanto que há um ano este foi de 33,7 mil.

Em abril, isoladamente, foram 7,9 mil licenciamentos, queda de 14,5% ante mesmo mês de 2014. Na comparação com março o resultado representa retração de 2,3%.

Em comunicado o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, considerou que “ainda estamos trabalhando com números muito baixos e, se não tivermos uma clara mensagem de que os ajustes fiscais necessários serão aprovados pelo Congresso, os resultados dos próximos meses seguirão essa mesma tendência”. Para o dirigente, “mesmo impopulares, essas medidas são necessárias para a retomada da credibilidade e precisam ser tomadas com urgência, para que o país recupere gradativamente a confiança e o crescimento”.

Mesmo que sem apontar números, Visconde, também na nota, afirmou que “as empresas da Abeifa enfrentam as mesmas dificuldades que os demais agentes do setor, que já anunciaram a readequação de suas estruturas e equipes. Ajustes dessa natureza são inevitáveis quando o mercado encolhe e as vendas caem nessa proporção”.

Por marcas a Kia Motors manteve a liderança do ranking da Abeifa no quadrimestre, com 5,9 mil emplacamentos, queda de 26%, seguida pela BMW, 4,6 mil, menos 3%, e Land Rover, 2,7 mil, baixa de 7,5% – em abril, isoladamente, os dois primeiros se repetem mas é a Jeep que fecha o pódio.

Por modelos, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o mais vendido das afiliadas Abeifa é o Kia Sportage, com 2,5 mil unidades. É seguido por BMW Série 3, 2,1 mil, Land Rover Range Rover Evoque, 1,6 mil, Lifan X60, 1,1 mil, e Kia Bongo, 1 mil. Em abril o ranking foi bem distinto: Liderou o Jeep Renegade, 575 emplacamentos, com Série 3, 572, Kia Sportage, 458, Evoque, 418, e Kia Sorento, 262, completando os cinco primeiros.

Greve na Chery pode terminar na quinta-feira, 7

Assembleia a ser realizada na manhã da quinta-feira, 7, pode marcar o fim da greve na unidade da Chery em Jacareí, SP, que já dura 30 dias. Os trabalhadores votarão proposta feita pela montadora durante audiência de conciliação com o Sindicato dos Trabalhadores de São José dos Campos no TRT da 15ª região, em Campinas, SP, na quarta-feira, 6.

Segundo nota da Chery, “empenhada em resolver a questão, a empresa ofereceu reajuste de 54,3% no salário-base, que passa a ser de R$ 1 mil 850. Os demais pontos acordados foram o pagamento retroativo dos dias parados, compensação de apenas quatro dias de greve no decorrer do ano, estabilidade de 90 dias e redução gradativa da jornada de trabalho, de 44 para 42 horas, até 2017”.

A montadora afirmou que “com base no histórico de negociações e nas assembleias anteriores está otimista e conta com a retomada da produção ainda esta semana”.

Em nota o sindicato afirmou que após um mês de greve a montadora concordou em acatar cerca de 50 cláusulas já praticadas por outras montadoras da base do sindicato. Segundo comunicado da entidade que representa os metalúrgicos, duas delas são estabilidade no emprego para os trabalhadores portadores de doenças ocupacionais e fim da cobrança das refeições na fábrica.

O sindicato ressalta que os pontos em que não houve acordo irão para julgamento no TRT, em data ainda não definida. A empresa não concordou, por exemplo, em estender o reajuste do piso para todas as faixas salariais, inclusive para o setor administrativo – a empresa propõe 15% de reajuste neste caso. Do quadro total de funcionários da Chery, 70% recebem o piso.

“Ainda há conquistas a serem alcançadas, portanto vamos nos manter mobilizados”, afirmou o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, na nota.

FPT Industrial nacionaliza componentes da família F1

A FPT Industrial localizou componentes da sua família de motores F1 e ampliou, assim, o índice de nacionalização do F1A e F1C, usados em veículos comerciais leves da Fiat, Iveco e PSA Peugeot Citroën. Em comunicado a companhia afirmou que o projeto, iniciado em novembro de 2012, tinha como objetivo contribuir para o acesso dos clientes ao Finame e melhorar processos internos.

Desde dezembro o F1A, que equipa o Fiat Ducato, Citroën Jumper e Peugeot Boxer, e o F1C, do caminhão leve Iveco Daily e do microônibus Iveco Cityclass, já saem com a nova configuração. O índice de nacionalização do primeiro saltou de 40% para 75% e o segundo de 39% para 68%.

Fornecedores de Curitiba, PR, São Paulo e outras capitais brasileiras agora são parceiros da FPT Industrial na produção dos motores. Segundo Amauri Parizoto, diretor de vendas e marketing da empresa, o trabalho foi intenso.

“Não temos dúvidas da importância da localização de componentes, tanto para a FPT como para nossos clientes, que poderão atingir o índice de nacionalização de seus produtos e vendê-los por meio do Finame. Também contribuímos para o desenvolvimento das empresas nacionais, que passam a fazer parte do quadro de fornecedores da FPT no Brasil.”

Segundo a FPT Industrial os motores estão disponíveis também para clientes do mercado aberto, ou seja, de fora do Grupo CNH Industrial, do qual a empresa faz parte.

A fábrica de Sete Lagoas, MG, de onde saem os motores, tem capacidade de produzir 60 mil unidades dos F1A e F1C por ano, mais 18,5 mil motores NEF e S8000.

Bosch prevê queda de 5% nos negócios automotivos neste ano no País

A Bosch prevê queda de 5% nos negócios com a indústria automotiva no País este ano. A previsão é de Besaliel Botelho, presidente para América Latina. “O Brasil está passando por um período de ajuste fiscal, que culmina em aumento de custos, alta do desemprego e uma consequente suspensão das compras.”

A retração só não deve ser maior por conta do aumento das vendas na área de reposição: “Como estão adiando a aquisição de veículos novos, os consumidores tendem a realizar mais reparos. Esperamos que essa área cresça 5% neste ano”. As vendas para OEM, de acordo com o executivo, devem recuar cerca de 5% em 2015.

Botelho revelou que a Bosch investirá R$ 100 milhões na região neste ano, a maior parte no Brasil. “Vamos modernizar as linhas de produção em busca de mais produtividade, além de investir em pesquisa e desenvolvimento que é a base do nosso negócio”.

A indústria automotiva, entretanto, será exceção nos resultados da empresa em 2015. No faturamento geral para a América Latina – onde o País representa 85% dos negócios –, a Bosch prevê alta de 2% a 4% no faturamento neste ano. “É difícil fazer um voo com baixa visibilidade, mas estamos operando por instrumentos.”

Os outros segmentos da Bosch na região incluem bens de consumo, energia, industrial, mineração, óleo e gás, construção sustentável e farmacêutica.

Diante dos resultados negativos em 2014 e da previsão de mais um ano repleto de desafios em 2015, o presidente prefere pensar no longo prazo e faz planos para a região: “Pretendemos dobrar o faturamento da região até 2020”.

No ano passado os países que compõem a região faturaram R$ 4,9 bilhões, volume 4% inferior ao apurado em 2013. Segundo Botelho, o Brasil teve “um desempenho decepcionante” – o executivo acrescenta que “a Bosch perdeu dinheiro na região, cenário que deve se repetir neste ano”.

Para alcançar objetivo de faturar R$ 10 bilhões na América Latina em 2020 a tendência é de redução da dependência do setor automotivo – no ano passado as vendas para o mercado de veículos representaram 68% da receita na região.

“Queremos trabalhar com equilíbrio e equalizar em 50% do faturamento proveniente do mercado automotivo e 50% de outros segmentos.”

Botelho, no entanto, afirmou que isso não significa que a área automotiva perderá relevância na empresa. “A ideia é que as outras áreas cresçam em um ritmo mais acelerado, mas jamais deixaremos de apostar no segmento automotivo, que tem dezenas de oportunidades.”

Ele acrescenta: “A América Latina tem uma população de 450 milhões de pessoas e tem mercados pouco explorados, como Peru, Equador e até mesmo Cuba. Vamos expandir as atividades que já temos no Brasil para essas localidades”.

Botelho argumenta que a Bosch não quer ser “apenas fornecedora de partes: queremos desenvolver conjuntos de soluções que beneficiem as indústrias onde atuamos”. Um exemplo: no setor farmacêutico, onde atualmente a empresa fornece embalagens, a ideia é ampliar a atuação para projetos completos de instalações industriais, desenvolvendo as máquinas de envase, gerenciando a energia da planta e tornando a operação simples para o cliente.

“Temos todas as possibilidades em nosso portfólio e precisamos apenas integrar as partes. Já montamos uma equipe no Brasil para atuar nessa área.”

Enquanto 2020 não chega e os novos projetos seguem em estudo – são cerca de duzentos em andamento apenas na região, segundo Botelho – a Bosch anunciou os resultados de 2014 e as projeções para este ano durante evento realizado em São Paulo na quarta-feira, 6.

Globalmente a companhia faturou € 49 bilhões em 2014, montante 6,3% maior do que o apurado em 2013. A Ásia, puxada pela China, foi a principal origem da alta.

Para este ano a companhia espera um crescimento global de 3% a 5%, impulsionado por aquisições, como a totalidade da joint venture que a empresa mantinha meio a meio com a ZF na ZF Lenksysteme, ZFLS, que produz sistemas de direção para veículos leves e comerciais em todo o mundo.

Toyota premia seus melhores fornecedores de 2014

A Toyota do Brasil realizou em 30 de abril, em São Paulo, a décima-terceira edição de seu Suppliers Conference, evento em que premia seus melhores fornecedores. No total 39 empresas foram reconhecidas e homenageadas nas categorias Qualidade, Logística e Custo pelos serviços prestados em 2014.

Cada categoria é dividida em dois níveis: Excelência e Certificado.

A Maxion Wheels e a ZF do Brasil, que empataram com o melhor desempenho nas categorias Qualidade, Entrega e Custo, foram reconhecidas como melhores fornecedores do ano.

Na categoria Qualidade, nível Excelência, foram premiadas Casco, Cobra Metais, ElringKlinger, GKN Brasil, NSK, Sanko, Schaeffler, SNR e TRW. Para receber o selo de Excelência na categoria Qualidade, o fornecedor precisou obter zero PPM – partes por milhão –, isto é, nenhum defeito em qualidade nas peças entregues e nenhuma reclamação grave.

No nível Certificado foram laureadas 3M, Aisin, Allevard, Autoliv, Basf, Bosal, Budai, Delga, Fagor, Fundição Regali, Jedal, Kautex, Mueller, Nitto Denko, Rassini NHK, Schrader, Sumidenso, Thyssenkrupp, Trelleborg e Tyco. O certificado em Qualidade foi entregue às empresas que tiveram, no máximo, 15 PPM, isto é, apenas 15 peças com defeito em um milhão de peças entregues.

Na categoria Logística, nível Excelência, receberam o prêmio Cestari e Fundição Regali. O prêmio foi dado aos fornecedores que entregaram todas as peças no prazo – dia e hora marcados – sem nenhuma divergência do que havia sido encomendado.

Na mesma categoria, nível Certificado, os vencedores foram Jedal, Olsa e Panasonic. O reconhecimento é concedido às empresas que entregaram as peças encomendadas com pequenas divergências entre o que foi solicitado e o que foi entregue.

Na categoria Custos, nível Excelência, venceram Faurecia, JCI e Usiminas. O prêmio é dado às empresas que conseguiram exceder as expectativas da Toyota em 2% em ideias de redução de custos colocadas em prática.

O nível Certificado foi concedido à Cooper-Standard e Takata, fornecedores que tiveram 2% de ideias de redução de custos, ainda não colocadas em prática.

SUVs caíram menos que o mercado no quadrimestre

Em destaque pelos recentes lançamentos, o segmento de SUVs apresentou queda inferior nas vendas no quadrimestre perante o mercado total. De janeiro a abril foram licenciados 80,9 mil utilitários esportivos no mercado brasileiro, de acordo com a classificação da Fenabrave, volume 11,3% inferior às 91,2 mil unidades emplacadas no mesmo período do ano passado.

O índice de retração do segmento, assim, é inferior à do mercado em geral, de 18,4% no período.

Em abril o Honda HR-V, em seu segundo mês de vendas, alcançou o degrau mais alto do segmento, quando registrou 4 mil 957 licenciamentos – ampla vantagem sobre o Ford EcoSport, SUV mais vendido dos últimos anos e que teve 2 mil 920 emplacamentos no mês passado.

Ainda é precipitado cravar a liderança do modelo da Honda no segmento, pois neste volume entraram licenciamentos de modelos de teste drive e há o frenesi natural do recente lançamento. Também existem novos competidores chegando ao mercado, como o Jeep Renegade, por exemplo, que registrou 660 licenciamentos no mês passado, e o Peugeot 2008, com 181 emplacamentos em abril.

Segundo os dados da Fenabrave o modelo produzido em Sumaré, SP, já é o terceiro do segmento no acumulado do ano, atrás do EcoSport, líder, e do Renault Duster, vice. Foram emplacados 12,4 mil EcoSport, 10,8 mil Duster e 7,3 mil HR-V no acumulado do ano.

No ranking geral de abril a liderança do mercado ficou com o Fiat Palio, que teve 8 mil 841 unidades licenciadas, pouco à frente do Chevrolet Onix e suas 8 mil 783 unidades vendidas e do Hyundai HB20, que teve 8 mil 753 emplacamentos.

Destaque para o desempenho do Toyota Corolla, décimo modelo mais vendido no mês, com 5 mil 760 emplacamentos.

Nova mistura da gasolina aumenta consumo de 1% a 2%, diz Anfavea

A nova mistura de etanol à gasolina, de 27,5%, causa aumento de consumo de 1% a 2% nos veículos que utilizam motor a gasolina, ou não flex. E não há riscos para a durabilidade ou uso diário destes modelos. As conclusões são de estudo da Anfavea, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente, o MME.

Desde meados de março a gasolina comum e a aditivada tiveram seu porcentual de etanol anidro elevado de 25%, até então o teto da mistura, para 27%, atendendo pedido da indústria sucroalcooleira. A gasolina premium não foi afetada.

De acordo com relatório da Anfavea, “não foram encontradas evidências que impeçam o uso da gasolina com 27,5% de etanol”. O relatório, assinado pelo vice-presidente Henry Joseph Jr., alerta para o fato de que “o aumento do consumo de combustível poderá aumentar o índice de reclamações de consumidores, incluindo os veículos flex”.

Participaram do estudo sete montadoras: Caoa, FCA, Ford, General Motors, Honda, Toyota e Volkswagen. Ford, Honda e Volkswagen contaram com apoio das matrizes para os testes, enquanto as demais utilizaram-se apenas de suas estruturas no País.

O estudo trata apenas do impacto em veículos 0 KM. Não há informações quanto aos efeitos do uso da nova gasolina em veículos mais antigos.

A FCA fez seus testes com dois modelos Bravo e dois Punto, ambos equipados com motor 1,4 litro 16V turbo a gasolina. As conclusões foram de que o novo combustível não trouxe alterações significativas na dirigibilidade ou tempo de partida, mas houve piora na autonomia, de 1% a 2%, e “ligeiras alterações nos resultados de emissões, com pequeno aumento do NOx, porém ainda dentro dos limites do Proconve L6”.

A Ford utilizou nos testes o Fusion 2.0 EcoBoost e Hybrid e o Edge 3.5, modelos “cujas calibrações não previam o uso da gasolina com teor de etanol maior que 25%”, segundo o relatório publicado pelo MME. A montadora foi além e realizou os testes utilizando gasolina com 28,3% de etanol, e no caso do Fusion EcoBoost, que utiliza turbo e injeção direta de combustível, “os valores de desgaste dos componentes internos foram considerados normais” em teste de durabilidade. Quanto à dirigibilidade, a montadora “considera aceitável” o uso da gasolina com a nova mistura.

A GM fez testes com o Camaro e o Malibu, mas avaliou apenas a partida a frio e a dirigibilidade antes do aquecimento ideal do motor, com aprovação em ambos.

A Toyota utilizou o híbrido Etios em sua avaliação: percorreu quase 8 mil quilômetros durante cinco meses utilizando apenas o E27,5%, em cidade e estrada, e como resultado “nenhuma anomalia foi detectada”.

A VW utilizou 163 veículos em seus testes: foram nove CC, quatro Fusca, 15 Golf, 14 Jetta, 19 Passat, 63 Tiguan, 16 Touareg e 22 Passat Variant. Todos os resultados da análise foram positivos.

O estudo completo pode ser acessado pelo link http://www.mme.gov.br/documents/10584/1256627/ANFAVEA+Relat%C3%B3rio+Final+070415.pdf/fe814bbb-f028-4f9b-98d3-71a9bc41fe6e.

Ardila: crise é grande, mas passageira.

Jaime Ardila, presidente da General Motors América do Sul, já esteve em situação mais confortável. A região, que há alguns anos era a menina dos olhos da companhia – a ponto ganhar status de divisão global em 2010, tornando-se independente da GM Operações Internacionais – registrou prejuízo nos últimos balanços. Brasil e Chile, dois importantes mercados, estão com vendas em declínio e a Argentina, embora estabilizada, tem volumes baixos.

“Tenho viajado muito, por isso falo pouco com vocês”, afirmou o executivo a um pequeno grupo de jornalistas que participou de cerimônia de celebração da produção do veiculo GM número 500 milhões, na tarde de segunda-feira, 4, em São Paulo. “Essa certamente é a crise mais grave desde que cheguei ao Brasil, em 2007. Não temos mais as ferramentas que tínhamos para suavizar ou reverter a queda, como redução do IPI ou financiamentos.”

O executivo acredita que o mercado fechará o ano com de 2,9 milhões a 3 milhões de veículos vendidos, somados todos os segmentos – projeção inferior à da Anfavea, que acredita em pouco mais de 3 milhões de unidades comercializadas. “É uma queda expressiva. O cliente não vai às lojas e quando vai não fecha negócio.”

Mas Ardila acredita em retomada do mercado, ainda que tímida, a partir do ano que vem, quando os juros deverão voltar a cair e a confiança do consumidor retornar. Enquanto isso aciona os mecanismos para reduzir os custos: no mês passado trezentas pessoas aderiram a um PDV destinado ao setor administrativo, número considerado suficiente pelo executivo.

Para o chão de fábrica lança mão de férias coletivas, lay offs e folgas remuneradas – na terça-feira, 5, 467 metalúrgicos de São Caetano do Sul, SP, entraram em licença por tempo indeterminado. Demissões, por enquanto, não entraram na mira. “Não vamos reduzir pessoal que poderemos precisar nos próximos meses. Mas estamos com estoque alto, de 45 a 50 dias, e precisamos readequá-lo.”

Como acredita no futuro do mercado brasileiro, a GM segue com seu pacote de R$ 6,5 bilhões de investimento até 2019. O dinheiro é aplicado no desenvolvimento de produtos, melhoria de processos e adaptação ao Inovar-Auto. Ardila disse que em breve o mercado receberá novos modelos da marca – mas o compacto substituto do Celta virá mais adiante, pois a empresa ainda não encontrou o resultado da equação preço versus necessidade do consumidor brasileiro.

Para o executivo a metade do copo está cheia. “Essa crise é grande, ruim, mas incomparavelmente menor à que os Estados Unidos passaram em 2008. Eles conseguiram reverter a situação e voltaram a bater recorde de vendas. Temos potencial para fazer o mesmo.”

Meio bilhão – Um importante marco foi comemorado pela GM: mais de 500 milhões de veículos produzidos no mundo, maior volume dentre os competidores do mercado automotivo. Segundo Santiago Chamorro, presidente da GM do Brasil, se alinhados os carros dariam a volta ao mundo por setenta vezes e fariam viagem de ida e volta à lua por quatro vezes.

No Brasil a companhia produziu mais de 14 milhões em seus noventa anos de mercado.

Na história a GM lidera com folga o ranking de produção. Recentemente a Ford comemorou a marca de 350 milhões de veículos produzidos. Volkswagen e Toyota anunciaram há pouco tempo 200 milhões de unidades fabricadas.