As fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus produziram 217,1 mil unidades em abril, volume 21,7% inferior ao do mesmo mês do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 277,1 mil unidades. Comparado com março o ritmo das linhas de montagem recuou 14,5% – foram produzidos 254 mil veículos.
A explicação de Luiz Moan, presidente da Anfavea, para a queda na produção é a mesma dos meses anteriores: adequação das fábricas ao novo tamanho do mercado. Com as vendas se retraindo em no ritmo dos dois dígitos e as exportações prejudicadas pela forte dependência de um mercado argentino que não reage, não há alternativa que não a redução da produção.
Segundo o executivo o cenário não deverá sofrer alterações no curto prazo. Na entrevista coletiva à imprensa para divulgar o balanço do quadrimestre concedida na quinta-feira, 7, em São Paulo, Moan disse que maio e junho também deverão ser difíceis para o mercado doméstico.
Com estoques altos e seguidos anúncios de férias coletivas, licenças remuneradas, lay offs e programas de demissão voluntária, não há como imaginar cenário diferente do atual nos próximos meses.
De janeiro a abril foram produzidos 881,8 mil veículos, queda de 17,5% com relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Moan foi o pior quadrimestre desde 2008.
No índice anualizado a produção caiu para abaixo das 3 milhões de unidades, algo que não ocorria desde outubro de 2009. De maio do ano passado até abril saíram das linhas de montagem 2 milhões 960 mil veículos.
Força de trabalho – A indústria reduziu em 9,5% o seu quadro de funcionários desde abril do ano passado. Segundo a Anfavea as montadoras de veículos e máquinas agrícolas e rodoviárias empregavam139,6 mil pessoas ao fim de abril. Foram cerca de 15 mil demissões em um ano.
Moan afirmou que a indústria tenta segurar ao máximo o trabalhador. “Trata-se de um funcionário altamente qualificado. Queremos preservar o investimento nessa qualificação, mas é claro que existe um limite”.
O presidente da Anfavea lembrou que somente nessa semana a Volkswagen colocou oito mil funcionários de São Bernardo do Campo, SP, em férias coletivas e a General Motors concedeu licença remunerada a 467 trabalhadores de São Caetano do Sul, SP, e suspendeu o contrato de trabalho de 325 funcionários de São José dos Campos, SP.