Os trabalhadores da Volvo em Curitiba, PR, iniciaram greve na sexta-feira, 8, depois que a empresa informou o encerramento do segundo turno da fábrica de caminhões, na noite anterior.
Segundo nota do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, o SMC, a decisão da montadora acarretará em seiscentas demissões a partir da segunda-feira, 11. O presidente do sindicato, Sérgio Butka, afirmou que a entidade “está aberta à negociação, oferecendo diversas alternativas que assegurem a manutenção dos empregos dos trabalhadores”.
O sindicalista afirmou que “a empresa está tentando atrelar a preservação de emprego à flexibilização de direitos e salários. Não aceitamos. Garantir emprego com flexibilização é mesmo coisa que obrigar o trabalhador a comprar seu emprego, o que é inaceitável”.
Em comunicado a Volvo afirmou que terá de encerrar o segundo turno da produção de caminhões, provocando um contingente excedente de 600 funcionários. A nota afirma que “em esforço para evitar demissões, a empresa está propondo algumas ações: reduzir para R$ 15 mil o valor do Programa de Participação nos Lucros e Resultados, PLR, e fazer reajuste salarial considerando reposição da inflação no período”.
Caso os trabalhadores aceitem a proposta a empresa se compromete a manter o nível atual de emprego até dezembro. A Volvo afirmou ainda que pode usar banco de horas emergencial ou um sistema equivalente para controlar eventual queda nas vendas nesse período.
A montadora ressaltou que o momento atual é bastante delicado para os negócios do setor. “Somente no primeiro trimestre de 2015 as vendas de caminhões pesados caíram acima de 50% no País na comparação com o mesmo período do ano passado. Mesmo neste cenário adverso, a Volvo mantém seu compromisso de fazer o que for possível para evitar demissões.”
Desde o ano passado a montadora lançou mão de férias coletivas e banco de horas para reduzir os volumes de produção.
O complexo da Volvo no Paraná emprega 4,2 mil funcionários em cinco unidades: caminhões, ônibus, caixas de câmbio, cabines e motores. Ainda não há uma data agendada para novas negociações.
SCANIA – Nesta semana os trabalhadores na Scania, em São Bernardo do Campo, SP, aprovaram plano de renovação do acordo de flexibilidade até 2017, que garante a manutenção dos postos de trabalho e novos investimentos na unidade.
Segundo nota do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC o acordo negociado modifica algumas regras de bancos de horas e estabelece novas condições para paradas de produção.
Em comunicado o coordenador da representação do sindicato, Carlos Caramelo, afirmou que o compromisso com a manutenção dos empregos e a perspectiva de novos investimentos na fábrica garante um período de maior tranquilidade.
“A inauguração da nova fábrica de pintura final, no final de março, comprova que existe possibilidade de crescimento da empresa e dos postos de trabalho.”