Com objetivo de proteger e estimular sua cadeia de fornecedores a Bosch brasileira colocou em prática programa de capacitação que visa ajudar 25 empresas a evoluírem em gestão, produtividade e competitividade.
A ação é realizada em parceria com o programa de Desenvolvimento de Fornecedores Automotivos, criado pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC.
O programa demandará investimento de R$ 3,5 milhões, sendo esta conta dividida em 41% para a Bosch, 34% para o MDIC e 25% para os próprios fornecedores – neste caso, para cada deles, o aporte pode ser diluído em vinte vezes.
Segundo Besaliel Botelho, presidente da Bosch América Latina, o programa é uma ferramenta importante e pouco onerosa. “É um investimento baixo diante das melhorias que o programa pode trazer.”
Durante 24 meses representantes da Bosch e consultores nomeados pelo MDIC acompanharão o dia-a-dia dos 25 fornecedores da sistemista, oferecendo sugestões de melhorias em três pilares de gestão: lean management, liderança e gestão de custos e finanças.
Em fevereiro deste ano cinco fornecedores da Bosch, tiers 2 e 3, abriram as portas de suas fábricas. Em abril, outras cinco empresas passaram a contar com a consultoria e até 2016 todo o grupo terá trabalhos em andamento. O principal objetivo é ampliar a produtividade e a eficiência dessas companhias.
A Bosch não revela a lista de fornecedores por questão de confidencialidade ligada ao programa.
Ainda de acordo com Botelho, a cadeia automotiva brasileira de fornecedores está enfrentando situação difícil devido ao alto nível de endividamento, baixa rentabilidade e grande pressão por redução de custos, além da concorrência vinda do Exterior.
“Nossa expectativa é que esse programa melhore o nível de competitividade de nossos fornecedores.”
FOCEM-AUTO – Outro programa de capacitação de fornecedores, o Focem-Auto, começa a demonstrar resultados práticos.
O Focem é o Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul, e o programa tem o apoio da ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. O orçamento é de US$ 4 milhões, cerca de US$ 3 milhões do Focem e US$ 1 milhão da ABDI, e no Brasil atende em especial empresas pequenas e médias fabricantes de autopeças da região do ABCD, muitas delas do segmento de ferramentaria.
A primeira fase do projeto, iniciado em 2013, trouxe números positivos.
De acordo com a instituição desde então foi registrado um aumento de 31% na produtividade média geral das empresas atendidas pelo programa. Esta veio especialmente por crescimento de 50% no tempo disponível para uso das máquinas, em razão de ampliação da eficiência da utilização dos equipamentos, além de expansão de 83% do uso de 5S, conhecida metodologia de melhorias contínuas no ambiente de trabalho.