Vendas de veículos crescem 4,6% nos Estados Unidos em abril

O mercado estadunidense de veículos comercializou 1 milhão 454 mil unidades em abril, em alta de 4,6% na comparação anual.

Segundo dados da Agência Reuters as vendas das montadoras asiáticas ficaram abaixo do esperado e impediram avanço maior.

As vendas da Toyota subiram 1,8% no período, enquanto as vendas da Honda caíram na mesma proporção. Na Hyundai os números foram 2,9% maiores na comparação anual, ao passo que na Kia caíram quase 1%.

No entanto, o vice-presidente de operações de vendas da GM dos Estados Unidos, Kurt McNeil, afirmou que “a indústria continua no caminho para ter seu melhor ano de vendas desde 2006”.

Há nove anos a indústria estadunidense comercializara 16,5 milhões de unidades, mesmo patamar das vendas anualizadas até abril.

Dentre as montadoras de grande volume as vendas da GM subiram 6% em abril, para 269 mil veículos, e mantiveram a companhia na liderança do mercado estadunidense.

Os números da Ford cresceram 5,4% no intervalo, para 222,5 mil unidades. Enquanto isso a Fiat Chrysler registrou aumento 5,8% nas vendas, para 189 mil veículos, puxada pela marca Jeep que saltou 20%.

Aluguel de caminhões desponta como oportunidade de vendas e serviços

As vendas de caminhões e serviços a empresas de aluguel de caminhões estão despontando como uma boa oportunidade a montadoras e concessionários. Isso porque companhias de diversos ramos têm recorrido a locadoras em vez de assumir financiamentos de veículos próprios.

Há ainda os casos de empresas que precisam de capital e, para levantar recursos, vendem os caminhões de sua frota e passam a alugar os veículos. Com dinheiro em caixa, podem investir em produtividade.

Algumas das empresas que atuam neste segmento são JSL, LM Terceirização de Frotas e Rodobens. Todas traçam estimativas positivas para o ano.

No primeiro quadrimestre deste ano a carteira de clientes da Rodobens Leasing e Locação, por exemplo, cresceu 15%. Carlos Ronaldo Paes Ferreira, diretor, relata que “para o cenário atual, trata-se de resultado surpreendente. Hoje temos carteira de 2 mil caminhões, número que antes era de pouco mais de 1 mil. Percebemos movimento crescente desde o ano passado”.

A empresa tem revenda Mercedes-Benz e observa que a busca por aquisições tem se deslocado para as locações. “E isso em todos os setores, da mineração ao varejo, passando pelo sucroalcooleiro.”

José Geraldo Junior, diretor comercial de pesados da JSL, explica que empresas que têm frotas estratégicas, mas que não têm o transporte como atividade-fim, vendem seus veículos para fazer caixa e investir em produtividade. “Por isso estimamos alta no faturamento de 20% a 30% neste ano. Alimentos, bebidas, energia e serviços são os setores mais aquecidos.”

A empresa aluga os caminhões e presta serviços de cuidados com a manutenção, documentação, gestão de multas, rastreamento e troca de pneus.

Na LM Terceirização de Frotas o horizonte também é promissor: Marcelo Taveira, diretor de compras de caminhões e distribuição, estima que novos contratos motivem a compra de 700 caminhões neste ano. “Nossas compras são sob demanda, com contratos fechados. Temos grandes negócios em andamento e a frota MAN e VW é maioria.”

Marcelo Guerra, diretor de negócios da LM, complementa afirmando que o atendimento da rede é ponto-chave, o que se reflete em movimentação nas concessionárias em todo o País:

“Nosso ativo são os veículos, por isso prezamos pela manutenção na rede autorizada e com peças originais. Temos total intenção de preservar o bem. Quanto mais bem cuidado for o caminhão, melhor para o cliente e também para nós, que conseguiremos maior retorno de capital.”

Para Rogério Rezende, diretor de assuntos institucionais e governamentais da Scania e vice-presidente da Anfavea, o movimento “é um negócio de nicho, mas que representa tendência e merece debate”.

ZF fecha dois novos contratos na Argentina

A ZF fechou dois novos contratos com clientes da Argentina, com fornecimento a partir da fábrica de San Francisco, em Córdoba. Para a Renault a companhia entregará amortecedores traseiros e dianteiros e a Suspensys, que pertence ao Grupo Randon, receberá sistemas de suspensão, eixos e outros componentes.

Em comunicado a sistemista afirma que cerca de 25 mil Renault Fluence serão equipados com os amortecedores dianteiro ST 22/32 e traseiro TT 13/27 produzidos na sua fábrica argentina, dos quais 50% terão como destino o mercado brasileiro. Ambos servirão às versões Standard e GT do sedã da Renault, também produzido na Argentina – em Santa Isabel, Córdoba.

Para Mariano Olocco, gerente comercial da ZF Argentina, o contrato abre possibilidade novas possibilidades na Renault. “A parceria pode render novos projetos para nossa planta”.

A Suspensys equipará seu novo modelo de suspensão com um novo conceito de amortecedor, o N-Damper N45, desenvolvido pela ZF. O cliente que receberá este produto não foi revelado.

Anibal Berberich, gerente de engenharia e desenvolvimento, contou no comunicado que a solução envolveu alto nível tecnológico de choque. “Ter a Suspensys em nossa carteira abre oportunidade para fortalecermos as relações com futuros clientes e reforça a nossa imagem como fornecedores de alta tecnologia”.

Com votação secreta do sindicato, greve na Volvo continua

A greve dos trabalhadores da Volvo, em Curitiba, PR, chegou ao terceiro dia na terça-feira, 12. A decisão pela continuidade foi tomada após reprovação, em votação secreta, da proposta apresentada pela montadora na tarde de segunda-feira, 11, ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba em reunião realizada no Ministério Público do Trabalho.

O impasse começou quando a Volvo informou o sindicato, na última semana, que fechará o segundo turno de produção de caminhões e isso acarretará em um excedente de 600 funcionários na unidade.

Segundo nota do sindicato durante a reunião a montadora propôs-se a rever os parâmetros da composição da proposta do acordo salarial, mas não garantiu a manutenção dos empregos na unidade paranaense.

A montadora informou, por meio de porta-voz, que manteve proposta apresentada anteriormente que inclui: adiantamento de R$ 5 mil da participação nos lucros e resultados, PLR, reajuste salarial com base no índice do INPC e garantia de emprego até 31 de dezembro de 2015.

Em votação secreta conduzida pelo sindicato com os trabalhadores sindicalizados – 1,5 mil dos 4 mil trabalhadores da companhia –  77% foram contra a proposta de retorno ao trabalho da Volvo.

Em comunicado o presidente do sindicato, Sérgio Butka, afirmou que “vários pontos da proposta estão colaborando para o impasse” e citou a falta da garantia dos empregos por um período maior, a ausência de lay-off para superar o momento, a PLR baixa e o reajuste salarial sem aumento real.

O porta-voz da montadora afirmou que a empresa foi surpreendida com o formato da votação, que privilegiou cerca de 40% da força de trabalho da unidade.

No Facebook do sindicato alguns trabalhadores da Volvo reclamaram da votação secreta apenas para sindicalizados. Alguns disseram estar insatisfeitos com a impossibilidade de se posicionar sobre o movimento. Na mesma rede social o sindicato alegou que os trabalhadores podem solicitar a ficha de sindicalização aos diretores da entidade.

Uma nova assembleia está agendada para quarta-feira, às 7h. O sindicato afirmou que continua a disposição da fabricante de caminhões e ônibus para buscar alternativas que garantam a manutenção dos empregos. A companhia, por sua vez, afirmou que manterá sua proposta.

GM interrompe produção em Gravataí

A General Motors do Brasil interrompeu a produção dos modelos Onix, Prisma e Celta na fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, na terça-feira, 12, devido à paralisação do transporte de veículos 0 KM na unidade por motoristas que atuam para as empresas Tegma e Transzero, as duas principais para este serviço ali.

Em comunicado a montadora afirmou que “após fechar acordo com todas as transportadoras de veículos nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos, a GM lamenta a decisão de Tegma e Transzero de paralisar a retirada de carros da fábrica de Gravataí. Neste momento de dificuldades no mercado brasileiro, em que todos precisam unir esforços para superar os desafios e contribuir para a retomada da economia, nosso objetivo comum com todos os parceiros, fornecedores, transportadores e sindicato é manter a unidade operando em três turnos e esta ação unilateral vai forçar a parada da linha de produção”.

Na mesma nota a fabricante acrescento que “reafirma o compromisso de continuar as negociações sobre o custo do frete” e que “espera alcançar um acordo que não comprometa a competitividade dos produtos Chevrolet no mercado brasileiro”.

De acordo com porta-voz da montadora a interrupção da produção prosseguirá enquanto durar a paralisação dos transportadores.

Procurada pela reportagem, a Transzero não contava com executivo para comentar o tema, mas porta-voz assegurou que a paralisação não fora iniciativa da empresa e sim de motoristas autônomos terceirizados.

Já a Tegma enviou no início da noite nota de esclarecimento em que afirma ter sido “surpreendida com o comunicado da GM de que estaria em estado de greve, fato que não ocorreu”. A transportadora afirma que “manteve, até hoje, os procedimentos de carregamento dos veículos da planta de Gravataí, sendo impedida de operar plenamente em virtude do estado de greve do sindicato regional. Daí, não ser verdade que a Tegma paralisou suas operações”.

A interrupção produtiva ocorre ao mesmo tempo em que a montadora negocia com o sindicato dos metalúrgicos local. De acordo com comunicado do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, ocorreu na segunda-feira, 11, reunião com a diretoria de Recursos Humanos da GM. O diretor do SMG, Valcir Ascari, afirmou que os representantes dos trabalhadores foram chamados pela fabricante “para buscar, conjuntamente, uma solução que evite a demissão de funcionários”.

De acordo com o dirigente “o pátio está cheio de carros. Além da fábrica, os veículos estão espalhados nos Autódromos de Tarumã e do Velopark. A empresa cogita encerrar o trabalho de um turno e deixar a fábrica em dois turnos apenas. O Sindicato não aceita isso de jeito nenhum. Queremos negociar com a GM alguma solução para evitar a demissão dos funcionários”.

Ascari considerou na nota, ainda, que “daqui a pouco a economia volta a aquecer, mas o emprego não volta mais. Estamos pensando em uma solução. Queremos que os trabalhadores recebam salários cheios. Buscamos alguma alternativa que não penalize os metalúrgicos”. De acordo com o sindicalista outras reuniões com a fabricante seriam realizadas durante esta semana.

TTB projeta crescer 20% neste ano

Fabricante de conjuntos soldados, estampados, anéis de retenção, fixadores especiais metálicos e outros, a TTB vê com otimismo o ano de 2015. Ao contrário de outras empresas, projeta crescer 20% neste exercício, em especial por conta do setor automotivo, que responde por 85% de seus negócios no País.

Luiz Antônio De Luca, presidente e CEO, afirma que o índice se deverá especialmente a novos negócios. “Cerca de 20% deste crescimento se deve a novos modelos e o restante a fornecimentos conquistados de outras empresas em dificuldades ou que encerraram operações. Possuímos ferramentaria própria, o que é fundamental nestes casos”, revela o executivo, que chegou à empresa no fim do ano passado – antes, era o diretor de operações da DAF no País.

Em 2013 a fabricante contava com 100 clientes em carteira, que passaram a 135 neste ano: aumento, portanto, de 35%. Na lista estão montadoras como Fiat, Ford, Ford Caminhões, General Motors, Honda Motos e Mercedes-Benz, e também sistemistas e outras fabricantes de autopeças como Eaton, TRW, TMD e ZF.

A TTB possui duas unidades no País, em Diadema, no ABCD, e Cabreúva, no Interior paulista, que recentemente teve sua capacidade de produção duplicada. Juntas, as fábricas produziram 1 bilhão de peças no ano passado.

A empresa atualmente investe R$ 10 milhões no biênio 2015-2016, aplicado especialmente na aquisição de maquinário, como prensas, e modernização das linhas e processos em Diadema.

Além do crescimento nos negócios há outra razão para comemorações na TTB neste 2015: a empresa completa 60 anos no País, celebrados com evento no Terraço Itália, em São Paulo, na noite da terça-feira, 12.

A empresa foi fundada em 1955 com o nome Reno. Em 1976 o Grupo SKF adquiriu o controle acionário e o nome passou a Seeger Reno. Em 1995 o Grupo Seeger, incluindo a Seeger Reno, passou a fazer parte do Grupo TransTechnology, sediado em Nova Jersey, nos Estados Unidos. E em 2002 foi a vez do Grupo Interkey, também de origem estadunidense, adquirir as operações – no mesmo ano a TTB iniciou produção de estampados e conjuntos soldados. Em 2012 foi inaugurada a unidade de Cabreúva.

José Carlos Macedo é o novo diretor de vendas da Nissan

A Nissan tem novo diretor de vendas para a sua operação brasileira: José Carlos Macedo, ex-General Motors, assumiu o cargo – que tem base em São Paulo – e responderá a Ronaldo Znidarsis, vice-presidente de marketing e vendas da companhia.

De acordo com informações do seu perfil no Linkedin, Macedo trabalhava desde 1990 na General Motors do Brasil, onde liderou a equipe de vendas da Divisão Norte. Graduou-se em Administração de Negócios na PUC-RS e concluiu MBA em Marketing na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Em comunicado a Nissan afirmou que o executivo tem mais de vinte anos de experiência no setor automotivo, amplo conhecimento do mercado nacional e desempenhou funções estratégicas ao longo da carreira.

“Chega à empresa para colaborar com o plano de negócio ousado e dinâmico de ampliar a participação da Nissan no mercado brasileiro nos próximos anos.”

Macedo ocupará o cargo de José Luiz Vendramini, alçado a diretor de suporte estratégico da Nissan do Brasil. Ele agora será responsável por monitorar a qualidade do atendimento ao cliente e a desenvolver a rede de concessionários da marca.

Funcionários da Volvo mantêm greve em Curitiba, PR

Os metalúrgicos da Volvo em Curitiba, PR, mantiveram movimento de greve na segunda-feira, 11. A paralisação foi iniciada na sexta-feira, 8, depois que a empresa informou o encerramento do segundo turno da fábrica de caminhões.

Uma reunião do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba com a Volvo, mediada pelo Ministério Público do Trabalho, MPT, discutiu a paralisação na tarde de segunda-feira. Até o início da noite o resultado do encontro não havia sido divulgado.

Em comunicado a Volvo afirmou que terá de encerrar o segundo turno da produção de caminhões, provocando um contingente excedente de 600 funcionários. A nota afirma que “em esforço para evitar demissões, a empresa está propondo algumas ações: reduzir para R$ 15 mil o valor do Programa de Participação nos Lucros e Resultados, PLR, e fazer reajuste salarial considerando reposição da inflação no período”.

Desde o ano passado a montadora lançou mão de férias coletivas e banco de horas para reduzir os volumes de produção. O complexo da Volvo no Paraná emprega 4,2 mil funcionários em cinco unidades: caminhões, ônibus, caixas de câmbio, cabines e motores.

Em nota o presidente do sindicato, Sérgio Butka, afirmou que “é inaceitável o posicionamento da empresa em não querer negociar para tentar impor ao trabalhador uma proposta de flexibilização que já foi rejeitada por todos”.

Férias coletivas – Enquanto isso Fiat e Ford anunciaram novo período de férias coletivas a partir de segunda-feira, 11. A montadora instalada em Betim, MG, informou por meio de nota que dois mil trabalhadores ficarão afastados por vinte dias. “O objetivo é ajustar a produção à demanda de mercado”, afirmou a companhia.

Já a Ford realizará uma parada na produção da unidade de São Bernardo do Campo, SP, até dia 22 de maio. Além disso, a montadora afirmou em nota que lançará mão de “suspensão temporária do contrato de trabalho, lay-off, para empregados da fábrica de São Bernardo do Campo”.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC o grupo compreende cerca de 200 metalúrgicos, que ficarão afastados por cinco meses.

Na unidade são produzidos o New Fiesta hatch e os caminhões Ford.

Um mesmo cenário, várias interpretações

Quando, no inicio deste junho, a Anfavea refez para baixo, pela segunda vez no ano, sua projeção de vendas e de produção de veículos para 2015, a entidade, na prática, formalizou algo que até as paredes mais distraídas das salas de trabalho dos executivos deste setor já vinham ouvindo com alguma frequência.

Ou seja: originalmente esperado para o segundo trimestre, o início do processo de retomada das vendas do setor atrasará. Ficará muito provavelmente para o terceiro trimestre. Talvez até para último quarto do ano.

Como intervalo de tempo, a mudança nem chega a ser tão significativa – algo de três a seis meses. Todavia, como a projeção da entidade segue o calendário gregoriano, que termina em dezembro, esta redução no numero de meses ainda disponíveis em 2015 para a recuperação das vendas até agora perdidas potencializou sobremaneira o impacto negativo de maio no resultado final do ano.

Daí, aliás, a provável explicação para o fato da repercussão da nova projeção da Anfavea ter sido bem acima do que seria razoável pela dimensão real do fato. É um cenário que permite, de fato, várias interpretações.

De forma geral, as empresas entraram neste ano projetando vendas fracas no primeiro trimestre em função do esperado ajuste fiscal federal. O início de recuperação se daria a partir do começo do segundo trimestre.

Neste quadro, as vendas no segundo semestre compensariam a queda a ser registrada no primeiro e, na conta final do ano, o resultado seria igual a zero, pouco a mais, pouco a menos. Quando foi ficando evidente que as complicações na esfera política alongariam o prazo do ajuste fiscal, o que adiaria o início do processo de retomada do setor mais para o final do segundo trimestre, a Anfavea refez pela primeira vez sua projeção para este ano. Para menos 10%.

Não sem razão. Afinal, se antes se projetava um trimestre de queda, um de relativo equilíbrio e dois com algum crescimento, o novo cenário passava a indicar até cinco meses de queda, os mesmos três de relativo equilíbrio e apenas quatro com algum crescimento.

Nas contas apresentadas pela Anfavea no início de junho, na prática passa-se a admitir como possível que, neste ano, de seis até nove meses poderão ser de queda em relação ao período anterior. Restariam, então, para compensar a queda, apenas três meses com relativo equilíbrio ou, na melhor das hipóteses, algum crescimento. Muito pouco.

Resultado: nova projeção para 2015, agora com queda de 17,8% na produção e de 20,6% na produção de veículos.

Há, no entanto, pelo menos um ponto que merece análise mais acurada neste cenário: ao contrário do que pode ter sido equivocadamente interpretado pela ampla repercussão da nova mudança nas projeções da Anfavea, não houve, em maio, qualquer degradação mais acentuada dos números em relação ao primeiro quadrimestre do ano.

Tanto em termos produção quanto de vendas, o setor se manteve, no mês, exatamente dentro do mesmo patamar registrado de janeiro a abril, da ordem de 210 mil a 220 mil unidades, conforme mostram os quadros publicados na parte final desta edição, parte integrante de Indicadores.

Ou seja: embora tenha se mantido desconfortável, a situação não piorou em maio. Apenas não melhorou, tal como se esperava, o que é completamente diferente.

O que mudou: ao adiar por mais algum tempo a projeção do inicio da fase de recuperação das vendas, o resultado deste quinto mês acabou tendo reflexos consideráveis na projeção da Anfavea para o ano como um todo. Somou, na prática, os efeitos de um mês a mais de queda ao de um mês a menos de recuperação. Num ciclo gregoriano, de doze meses, isto fez grande diferença.

Há que se atentar, todavia, para o fato de que, embora tenha sido deslocada adiante no tempo, a aposta na retomada das vendas permanece firme no radar. Isto significa que a entidade continua acreditando que o setor automotivo no Brasil não desceu um degrau e nem voltou a se fixar definitivamente no mesmo patamar de há dez anos.

Permanece firme o entendimento de que o movimento agora enfrentando pelo setor não é o da letra “L”, de escada abaixo, em direção a um patamar inferior. Mas, sim, o da letra “V”, aquele no qual uma vez alcançado o fundo do poço, a bola bate e sobe novamente.

Neste contexto, a nova projeção da Anfavea pode e deve ser entendida apenas como um indicativo de que, computados os resultados de maio, o mais provável é que este movimento em “V” pode até ter passado a ter um ângulo de abertura um pouco maior do que o inicialmente projetado. Mas permanece sendo um movimento em “V”, o que faz toda a diferença em relação ao futuro.

Trocando em miúdos: ainda que o início do processo de retomada só aconteça, de fato, em algum momento do último trimestre deste ano, empresa que tiver ano fiscal em abril muito provavelmente já vai apresentar para a matriz números anualizados bem mais confortáveis.

Um mesmo cenário, várias interpretações

Quando, no inicio deste junho, a Anfavea refez para baixo, pela segunda vez no ano, sua projeção de vendas e de produção de veículos para 2015, a entidade, na prática, formalizou algo que até as paredes mais distraídas das salas de trabalho dos executivos deste setor já vinham ouvindo com alguma frequência.

Ou seja: originalmente esperado para o segundo trimestre, o início do processo de retomada das vendas do setor atrasará. Ficará muito provavelmente para o terceiro trimestre. Talvez até para último quarto do ano.

Como intervalo de tempo, a mudança nem chega a ser tão significativa – algo de três a seis meses. Todavia, como a projeção da entidade segue o calendário gregoriano, que termina em dezembro, esta redução no numero de meses ainda disponíveis em 2015 para a recuperação das vendas até agora perdidas potencializou sobremaneira o impacto negativo de maio no resultado final do ano.

Daí, aliás, a provável explicação para o fato da repercussão da nova projeção da Anfavea ter sido bem acima do que seria razoável pela dimensão real do fato. É um cenário que permite, de fato, várias interpretações.

De forma geral, as empresas entraram neste ano projetando vendas fracas no primeiro trimestre em função do esperado ajuste fiscal federal. O início de recuperação se daria a partir do começo do segundo trimestre.

Neste quadro, as vendas no segundo semestre compensariam a queda a ser registrada no primeiro e, na conta final do ano, o resultado seria igual a zero, pouco a mais, pouco a menos. Quando foi ficando evidente que as complicações na esfera política alongariam o prazo do ajuste fiscal, o que adiaria o início do processo de retomada do setor mais para o final do segundo trimestre, a Anfavea refez pela primeira vez sua projeção para este ano. Para menos 10%.

Não sem razão. Afinal, se antes se projetava um trimestre de queda, um de relativo equilíbrio e dois com algum crescimento, o novo cenário passava a indicar até cinco meses de queda, os mesmos três de relativo equilíbrio e apenas quatro com algum crescimento.

Nas contas apresentadas pela Anfavea no início de junho, na prática passa-se a admitir como possível que, neste ano, de seis até nove meses poderão ser de queda em relação ao período anterior. Restariam, então, para compensar a queda, apenas três meses com relativo equilíbrio ou, na melhor das hipóteses, algum crescimento. Muito pouco.

Resultado: nova projeção para 2015, agora com queda de 17,8% na produção e de 20,6% na produção de veículos.

Há, no entanto, pelo menos um ponto que merece análise mais acurada neste cenário: ao contrário do que pode ter sido equivocadamente interpretado pela ampla repercussão da nova mudança nas projeções da Anfavea, não houve, em maio, qualquer degradação mais acentuada dos números em relação ao primeiro quadrimestre do ano.

Tanto em termos produção quanto de vendas, o setor se manteve, no mês, exatamente dentro do mesmo patamar registrado de janeiro a abril, da ordem de 210 mil a 220 mil unidades, conforme mostram os quadros publicados na parte final desta edição, parte integrante de Indicadores.

Ou seja: embora tenha se mantido desconfortável, a situação não piorou em maio. Apenas não melhorou, tal como se esperava, o que é completamente diferente.

O que mudou: ao adiar por mais algum tempo a projeção do inicio da fase de recuperação das vendas, o resultado deste quinto mês acabou tendo reflexos consideráveis na projeção da Anfavea para o ano como um todo. Somou, na prática, os efeitos de um mês a mais de queda ao de um mês a menos de recuperação. Num ciclo gregoriano, de doze meses, isto fez grande diferença.

Há que se atentar, todavia, para o fato de que, embora tenha sido deslocada adiante no tempo, a aposta na retomada das vendas permanece firme no radar. Isto significa que a entidade continua acreditando que o setor automotivo no Brasil não desceu um degrau e nem voltou a se fixar definitivamente no mesmo patamar de há dez anos.

Permanece firme o entendimento de que o movimento agora enfrentando pelo setor não é o da letra “L”, de escada abaixo, em direção a um patamar inferior. Mas, sim, o da letra “V”, aquele no qual uma vez alcançado o fundo do poço, a bola bate e sobe novamente.

Neste contexto, a nova projeção da Anfavea pode e deve ser entendida apenas como um indicativo de que, computados os resultados de maio, o mais provável é que este movimento em “V” pode até ter passado a ter um ângulo de abertura um pouco maior do que o inicialmente projetado. Mas permanece sendo um movimento em “V”, o que faz toda a diferença em relação ao futuro.

Trocando em miúdos: ainda que o início do processo de retomada só aconteça, de fato, em algum momento do último trimestre deste ano, empresa que tiver ano fiscal em abril muito provavelmente já vai apresentar para a matriz números anualizados bem mais confortáveis.