Continental aposta em tecnologia para driblar mercado em queda

Face a mercado de caminhões que acumula quedas próximas a 13% nas vendas e 25% na produção até outubro, a Continental aposta no desenvolvimento de novas tecnologias para impulsionar seus resultados no País.

Em visita ao Brasil seu vice-presidente executivo de veículos comerciais, Michael Ruf, afirmou que esperar por reação de mercado não é uma das premissas da companhia. “Nosso foco é inovação e é justamente ela que voltará a impulsionar o mercado.”

O executivo admitiu que a retração no segmento fez com que a empresa necessitasse de ajustes no Brasil, mas assegurou que a área de desenvolvimento de novas tecnologias não foi afetada. “Infelizmente precisamos adotar medidas como redução do quadro de funcionários e corte de custos, mas a área de inovação permaneceu intacta.”

Segundo Ruf cerca de 10% do faturamento da companhia na área de comerciais leves é investido em desenvolvimento de novos produtos. “Sabemos que não podemos deixar de inovar, afinal vivemos de ciclos e precisamos estar preparados para quando o crescimento voltar.”

O executivo afirmou que a demanda por tecnologias mais sustentáveis é cada vez maior, com as montadoras a priorizar produtos que reduzam consumo e emissões – nicho no qual a empresa está concentrando seus esforços.

Um dos novos produtos da Continental substitui os retrovisores externos dos caminhões por pequenas câmeras, o que pode gerar economia de até 2% de combustível dado o menor arrasto aerodinâmico.

As câmeras formam amplo sistema de visão para o motorista, o que lhe fornece maior segurança pela eliminação de pontos cegos.

Segundo Ruf testes realizados na Europa, onde o produto deve começar a ser comercializado em 2016, relatam uma economia de aproximadamente € 1,4 mil por ano em combustível e de 2,8 toneladas de CO2 por caminhão. “No Brasil essa tecnologia depende de mudanças na legislação, mas vamos iniciar os procedimentos em breve.”

O atraso para a chegada de novas tecnologias ao mercado brasileiro está cada vez menor, na avaliação do executivo. “Já não há mais demora de cinco ou seis anos para a chegada dos novos produtos ao País, e queremos que este prazo diminua cada vez mais.”

Outra tecnologia que deve desembarcar por aqui em breve, esta utilizada na Europa desde 2012, é o eHorizon, sistema que reforça o conceito de direção autônoma. Uma das funções do software da Continental mapeia a topografia por onde o motorista passa e controla seu desempenho, o que evita acelerações desnecessárias antes de curvas ou subidas inclinadas, reduzindo assim o consumo de combustível em até 6%.

“Queremos que veículos parcialmente autônomos sejam realidade ainda nesta década. Em 2025 veículos com condução totalmente automatizada serão possíveis em determinadas rotas”, estima Ruf.

Honda inaugura parque eólico de R$ 100 milhões no RS

A Honda escolheu a pequena cidade gaúcha de Xangri-lá, de 10 mil habitantes, para iniciar sua nova atividade: a produção de energia. A empresa inaugurou seu primeiro parque eólico do mundo na quarta-feira, 26, depois de dez meses de obras e um investimento de R$ 100 milhões.

O parque eólico possui nove aerogeradores e produzirá o suficiente para atender toda a demanda de energia elétrica da fábrica da Honda Automóveis em Sumaré, SP, que tem capacidade para produzir 120 mil carros/ano.

O terreno que abriga as enormes turbinas – de quase 100 m de altura e 440 toneladas cada uma – divide o espaço com uma plantação de arroz em área de 3,2 milhões de m2, alugada de uma família da região – contrato de vinte anos, que pode ser prolongado por mais dez.

Por ano devem ser gerados cerca de 95 mil MW, o equivalente ao consumo de energia de uma cidade com aproximadamente 35 mil pessoas. Para abastecer a unidade de Sumaré a Honda necessita de 75 mil MW/ano. Portanto a empresa ainda lucrará com a comercialização da energia extra no mercado livre.

Issao Mizoguchi, presidente da Honda na América do Sul, afirma que o lucro não foi o agente decisivo para a construção do parque. Segundo ele “esse é um símbolo do comprometimento da Honda com a sustentabilidade”.

Afinal com o pleno funcionamento do parque a empresa deixará de emitir 2,2 mil toneladas do CO2 por ano, o que representa cerca de 30% do total gerado pela fábrica de automóveis no interior paulista. Na outra ponta a montadora terá custos 40% a 45% menores na fábrica.

Dos R$ 100 milhões investidos para o parque, que emprega dez funcionários, 75% foram destinados para a aquisição dos equipamentos. As torres vieram da China, as pás dos Estados Unidos e os demais equipamentos da Dinamarca.

Segundo Mizoguchi os aportes da Honda Energy, subsidiária criada para administrar a nova atividade da montadora, aumentarão nos próximos anos: “Queremos que nossas outras fábricas também tenham geração própria de energia”.

O presidente refere-se à futura unidade de Itirapina, SP, que começará a produzir no fim de 2015. A fábrica terá capacidade de produção de 120 mil veículos/ano e necessitaria de um parque eólico como o de Xangri-lá para suprir sua demanda:

“Infelizmente não podemos ampliar esse parque porque a instalação de mais aerogeradores prejudicaria a captação de vento, por questão de espaço. Já temos a capacidade máxima nesse parque”. A montadora tem planos, portanto, de construir outros parques eólicos. “Ainda não definimos quando, nem onde. Mas já estamos estudando”.

Para atender à demanda da fábrica de motocicletas de Manaus, AM, seriam necessários cerca de vinte aerogeradores – mais do que o dobro dos equipamentos do parque de Xangri-lá: “Mas aquela região ainda não é integrada ao sistema nacional de distribuição de energia. Dependemos de infraestrutura federal para dar andamento ao projeto”.

A produção de energia eólica da Honda é dependente da infraestrutura federal porque toda a sua produção é escoada pelo Sistema Interligado Nacional, o SIN, e usada como forma de crédito. Funciona assim: a energia gerada no parque gaúcho é enviada para uma rede de energia, que fica a 1,2 quilômetro do local, e direcionada ao sistema nacional – depois disso a Honda pode utilizar o equivalente ao que gerou para suprir a demanda em Sumaré.

A escolha da energia eólica como matriz energética se baseia na menor emissão de CO2. Segundo Mizoguchi a produção de energia termoelétrica gera 180 kg de CO2 por MW, enquanto a hidrelétrica gera 24 kg, a solar 36 kg e a eólica 7kg: “Pesquisamos todas as matrizes e optamos pela mais sustentável”.

Segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Melo, o Brasil é o terceiro país do mundo em volume de investimento em energia eólica, perdendo para China e Alemanha. Em termos de capacidade instalada o País ocupa a décima-terceira posição global: “Em breve a energia eólica será nossa segunda matriz energética e o pioneirismo da Honda revela uma tendência da indústria”.

Polaris avança em todos os terrenos

Se a Polaris produz, como ela mesma costuma dizer, big toys, ou brinquedões em livre tradução, pode-se dizer que o Brasil tem sido um verdadeiro parque de diversões para a empresa em seus primeiros dois anos aqui. Suas vendas de quadriciclos e UTVs, modelos com de dois ou mais lugares, cresceram 390% de 2012 para cá: de 204 para 1 mil unidades.

Aos olhos das grandes montadoras podem parecer números tímidos, mas é bom lembrar que são veículos dedicados, ainda, sobretudo ao lazer – nos Estados Unidos a linha para o trabalho tem peso bem mais significativo nas vendas –, não emplacáveis e com preços de carros médios nacionais.

O mais recente lançamento, o misto de UTV com quadriciclo ACE 570, custa a partir de R$ 40 mil, mas há modelos cujas versões de entrada partem de R$ 50 mil. Não para menos: são veículos que contam com motores a gasolina ou diesel, câmbio CVT, tração 4×4 inteligente, sistema eletrônico para controle de descidas e até direção elétrica.

Rodrigo Lourenço, diretor geral da Polaris na América do Sul, entende que esse ótimo momento da marca estadunidense no Brasil não se deve apenas à chegada dos primeiros produtos e à natural abertura de pontos de vendas – a empresa encerrará o ano com 24 concessionárias no País. O mercado brasileiro de UTVs, assinala, tem se expandido de forma excepcional: se somou 7,8 mil unidades em 2013, fechará 2014 com cerca de 10 mil veículos negociados, 28% a mais em um período de economia patinante.

Não será muito diferente em 2015, imagina Lourenço e novo recorde deve ser batido pelo mercado e pela Polaris. O executivo justifica seu otimismo com a visão da matriz estadunidense de que o Brasil tem potencial para ser o maior mercado internacional da empresa nascida há seis décadas como fabricante de snowmobile, as famosas motos para gelo, e que faturou U$ 3,8 bilhões em 2013.

Mas para chegar lá o caminho é longo e, necessariamente, passará por eventual produção local, algo em estudo ainda embrionário, segundo o executivo. É decisão que depende de projeções de mercado absolutamente convincentes. E não apenas do brasileiro, mas também de países circunvizinhos. E a Argentina segue como uma incógnita no entender da Polaris.

O atual modelo produtivo global da empresa dá mostras de que uma eventual fábrica brasileira está sujeita, de fato, a muitas planilhas e assinaturas. A Polaris vende quadriciclos e UTVs hoje em 130 países, todos produzidos apenas nos Estados Unidos e México, países de origem dos produtos vendidos aqui, e mais recentemente na Polônia.

Indian – Se os quadriciclos e UTVs nacionais estão ainda distantes, as lendárias motocicletas custom da marca Indian, adquirida pela Polaris em 2011, devem ganhar passaporte brasileiro em breve. A subsidiária estuda sua produção na Zona Franca de Manaus.

Lourenço assegura que em mais dois meses deve ter uma decisão sobre se produzirá ou não aqui e de que forma: se com estrutura industrial própria ou em parceria com alguma empresa já presente no Polo Industrial de Manaus. Bennett Morgan, presidente mundial da Polaris, porém, afirmou, no primeiro semestre, em visita à operação local, que a empresa negociava com três potenciais parceiros.

Inadimplência tem novo recuo

O índice de inadimplência no pagamento de veículos por pessoas físicas continua em queda. De setembro para outubro o porcentual de atrasos caiu 0,2 ponto porcentual, para 4,2%, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na quarta-feira, 26.

Foi a terceira vez consecutiva que o recuo de um mês para o outro chegou a 0,2 ponto porcentual: de julho para agosto e de agosto para setembro a queda teve o mesmo nível. São cinco meses seguidos de retração na inadimplência do setor de veículos, que apresenta tendência de baixa desde setembro do ano passado, com estabilidade em alguns meses e leve aumento de abril para maio. De maio em diante, apenas reduções.

Com relação há um ano o índice de atrasos nos pagamentos do setor diminuiu 1,2 ponto porcentual. Em outubro de 2013 estava em 5,4%. De dezembro do ano passado a outubro a queda chegou a 1 ponto porcentual, saindo de 5,2% para 4,2%.

O índice de outubro também é o menor desde 2011.

A inadimplência geral também apresentou redução de 0,2 ponto porcentual, após três meses de estabilidade: fechou outubro em 6,4%. Este índice não apresentava queda desde a passagem de maio para junho.

Resultado – Segundo a Anef, associação que representa os bancos de montadoras, a liberação de recursos para financiamento de veículos para pessoas físicas cresceu 14,4% em setembro, comparado com o mês anterior, para R$ 10,6 bilhões. O volume superou também o resultado do mesmo mês de 2013 em 10,8%.

Porém o saldo da carteira de financiamentos em setembro chegou a R$ 203,8 bilhões, redução de 0,3% com relação a agosto e de 5,3% comparado com o mesmo mês do ano passado.

Mercedes-Benz recruta publicitários exclusivos

A Mercedes-Benz terá equipes para desenvolver suas ações de publicidade, em uma espécie de agência interna exclusiva. A iniciativa é parte da restruturação das atividades globais de comunicação e marketing para a divisão de automóveis da empresa.

De acordo com informações da montadora, em comunicado, a nova estratégia visa assegurar que as futuras campanhas de marketing, incluindo as de mídias digitais, possam ser utilizadas em diversos países.

O comunicado destaca, ainda, que o objetivo é contar, em futuro próximo, com três centros de desenvolvimento publicitário: na Europa, Estados Unidos e China.

Jens Thiemer, diretor de comunicação e marketing da divisão de automóveis da Mercedes-Benz, afirmou em nota que a empresa “conseguiu recrutar duas das mentes mais criativas na indústria internacional de publicidade e eles vão ajudar a criar uma agência adaptada especificamente para Mercedes-Benz”.

O executivo cita André Kemper e Tonio Kröger, que trabalharão à frente da equipe europeia em Berlim, na Alemanha. Na China, a agência BBDO ficará responsável por recrutar profissionais dedicados exclusivamente à Mercedes-Benz. Nos Estados Unidos a tarefa ficará a cargo da agência Merkley & Partner. A gestão global dessas equipes será realizada pela BBDO.

Novo rompimento de airbag da Takata pode resultar em mais um recall

Mais um airbag produzido pela Takata foi rompido em testes realizados no Japão, desta vez de um modelo que ainda não passou por campanhas de recall. Segundo a Agência Bloomberg o ministro dos Transportes do Japão, Masahato Sahashi, sugeriu que as montadoras deverão estender suas campanhas de substituição do componente, ligados a ao menos cinco acidentes fatais.

O ministro não revelou qual modelo e nem de qual montadora era o airbag rompido, fato ocorrido em testes realizados em 6 de novembro na Província de Gifu. Sabe-se que o automóvel é ano 2003 e a razão do mau funcionamento ainda não foi detectada – apenas, e se, isso ocorrer, um novo recall poderá ser convocado.

Os órgãos reguladores do Japão estão pressionando a Takata por causa de seus airbags, associados a ao menos quatro mortes nos Estados Unidos e a um acidente fatal na Malásia. Após as colisões os componentes se rompem com muita força e soltam estilhaços metálicos nos passageiros.

O airbag da Takata foi o sétimo a se romper durante testes no Japão, onde 700 mil unidades foram avaliadas de 2012 a 2013. Os outros seis equipavam carros já incluídos em recalls.

Metalúrgicos de Caxias do Sul têm remuneração média superior a R$ 3 mil

A indústria metalúrgica de Caxias do Sul, RS, destinou mais de R$ 2,6 bilhões em remunerações diretas e indiretas para seus trabalhadores no ano passado. O valor agrega salários e contribuições obrigatórias, que somaram R$ 2 bilhões 77 milhões, em programas de participação nos lucros e resultados, na ordem de R$ 106,5 milhões, e em benefícios sociais e outros programas no total de R$ 437 milhões 847 mil.

O valor pago em salários e contribuições aumentou 8% e nos PLRs 9% sobre o ano anterior, fechando na média de R$ 2 mil 563. Já os benefícios sociais assumidos pelas empresas, bem como recursos aplicados em outros programas, alcançaram média de R$ 514, evolução de 9%. A remuneração média direta e indireta de cada trabalhador foi estimada em R$ 3 mil 77, aumento de 8,2% sobre o ano de 2012.

Os dados constam do Balanço Social 2014 do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, o Simecs, distribuído na noite de sexta-feira, 22, durante a entrega do Mérito Gigia Bandera aos empresários Américo Manzato, Rogério De Antoni e Leandro Mantovani. Esta é a décima-quinta publicação do estudo.

De acordo com Getulio Fonseca, presidente do Simecs, as empresas seguem assumindo responsabilidades que caberiam ao poder público mesmo diante do cenário de incertezas econômicas e dificuldades. “Os números expressam a preocupação da classe empresarial em zelar pelo bem-estar de seus trabalhadores e familiares. A maioria das prefeituras da região tem orçamento inferior ao total que as empresas aplicam em benefícios.”

O maior valor pago em benefício é para assistência médica, hospitalar e odontológica. Superou R$ 105,2 milhões, expansão de 13% e representando 24% do total. Em alimentação foram R$ 94,5 milhões, crescimento de 14%, e participação de 21%. O transporte, que responde por 18% do total, com R$ 79,2 milhões, teve alta de 12%. Juntos representam 63% dos benefícios e dos demais programas.

O mais expressivo incremento, de 34%, se deu na rubrica de treinamento em geral e capacitação, que absorveu quase R$ 17,9 milhões. Também foi significativo o aumento no auxílio de creches, de 33,5%, somando cerca de R$ 2,5 milhões. O setor reduziu em 2% os aportes em seguro de vida, 15% em auxílio escolar, 11% em programas de meio ambiente e 26% em comunicação e integração.

O Balanço Social ainda ressalta o nível de escolaridade dos trabalhadores do setor. Não há analfabetos nos quadros funcionais e a maioria, 39%, tem ensino médio completo. Funcionários com superior incompleto e completo e pós-graduação representam 26% do total.

Ainda de acordo com a publicação as indústrias de Caxias do Sul faturaram R$ 19,5 bilhões no ano passado. A câmara automotiva representou 76% do total e respondeu por 45,4% dos empregos na cidade.

Foton confirma produção de caminhões pesados em Guaíba

Ainda que a fábrica esteja no estágio inicial de construção em Guaíba, RS, Wang Xiangyin, presidente internacional da Foton, confirmou o interesse da montadora em estender o acordo que tem com o governo do Rio Grande do Sul para produzir lá também caminhões pesados. Informou ainda que já existem estudos para saiam das linhas da unidade vans e SUVs. O executivo chinês esteve na terça-feira, 25, em Porto Alegre para audiência com o governador Tarso Genro.

De acordo com Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente da Foton Aumark do Brasil, periodicamente delegações chinesas vêm ao País para acompanhar as obras. Esta em especial, segundo ele, foi para preparar o caminho junto ao governo visando à produção de caminhões de até 80 toneladas. “É um projeto pouco à frente, porque primeiro é necessário terminar a fábrica para os modelos leves”.

No momento está sendo feito o estaqueamento do prédio industrial, o primeiro a ser concluído. A meta é começar a produzir no primeiro trimestre de 2016. A estreia será com um caminhão de 10 toneladas, 72% nacionalizado. A expectativa dos pesados é para dois anos após esta data e as vans e os SUVs mais adiante.

No projeto original da Foton Aumark em Guaíba, os investimentos são de R$ 250 milhões para a fabricação de veículos leves e médios, com capacidade para 3,5, 6,5, 8,5 e dez toneladas. A produção será de 21 mil unidades/ano, voltadas ao mercado brasileiro e à exportação para a América do Sul e África. Outros R$ 70 milhões serão aplicados em logística, distribuição de peças e rede de concessionárias.

Leilão da Busscar ocorre na quarta-feira, 26

A partir das 13h de quarta-feira, 26, no Centreventos Cau Hansen, em Joinville, SC, ocorrerá o leilão para venda de ativos do Grupo Busscar, que teve falência decretada em 30 de setembro passado pelo juiz Luís Felipe Canever, da 5ª Vara Cível. A decisão foi tomada após a assembleia geral de credores rejeitar o plano de recuperação judicial da empresa.

Informações extraoficiais são de que três empresas manifestaram interesse na compra da Busscar Ônibus, que tem ativos avaliados em R$ 369 milhões. Uma delas é o Grupo Masa, que atua no setor de ônibus no México. As outras duas são brasileiras do setor automotivo.

Também houve manifestação de aquisição da Tecnofibras, empresa do grupo que trabalha com plásticos de engenharia, e avaliada em R$ 73,7 milhões. Ainda serão leiloados ativos da Climabuss, estimadas em pouco mais de R$ 5 milhões, e outros não operacionais do grupo avaliados em R$ 39 milhões.

A compra poderá ser feita em bloco, com valor de R$ 489 milhões, ou por lotes. Os interessados apresentaram suas propostas, em envelopes lacrados, até o final da terça-feira, 25. Serão desclassificadas as propostas, em qualquer fase de alienação, que forem 60% abaixo do valor da avaliação.

Visteon negocia venda de sua parte na HVCC

A Visteon confirmou que negocia com um fundo de private equity a venda da sua fatia na joint-venture sul-coreana Halla Visteon Climate Controls, de sistemas de climatização. Segundo informações da agência estadunidense Crain’s Detroit, com base em reportagens da imprensa sul-coreana, a empresa e o fundo Hahn & Company assinaram acordo preliminar que prevê a negociação de 70% da HVCC por R$ 3,6 bilhões.

Porém em comunicado a Visteon afirmou que “não há como garantir que essas discussões resultarão em qualquer transação ou em quais termos qualquer negociação poderá ocorrer”.

O eventual acordo marcará o fim de conturbadas negociações na joint-venture da Visteon com a sul-coreana Halla. Em 2012 a Visteon sinalizou intenção de elevar sua participação na HVCC e chegou a fazer uma oferta pela parte da Halla, porém um grupo de pensão sul-coreano, que tem 8% das ações, recusou a proposta.

Meses depois a Visteon decidiu vender todo seu negócio de climatização para a joint-venture, sinalizando a intenção de se desfazer da sua parte na HVCC. Não houve, porém, avanço nesse sentido.

A HVCC tem como clientes BMW, Chrysler, Ford, General Motors, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, Tesla, Volkswagen e Volvo. Opera 35 fábricas nas américas do Norte, Sul, Europa e Ásia. No Brasil a unidade de Atibaia, SP, foi inaugurada em agosto.