Dürr cresce com a instalação de novas montadoras no País

Com participação de mercado que chega a 80% no segmento de robôs de pintura de veículos a Dürr comemora cinquenta anos no Brasil. A companhia alemã se instalou no País para atender a Volkswagen na década de 60 do século passado e viu seus negócios prosperarem – especialmente nos últimos três anos, com a instalação de novas fábricas no País.

Segundo Ralf W. Dieter, CEO global da Dürr, a receita da companhia cresceu 30% desde 2010 e chegou a € 200 milhões em 2013. “Foi o melhor desempenho dentre os Brics. O Brasil responde por cerca de 8% do faturamento global”.

De acordo com dados da Anfavea os investimentos do setor automotivo deverão ficar em cerca de R$ 75 bilhões no período de 2013 até 2018. A Dürr quer garantir uma fatia desse valor e, apesar de apostar em estabilidade nos negócios em 2014, prevê retomada a partir do próximo ano.

“Além da chegada de novos fabricantes como Chery, Audi, Mercedes-Benz, BMW e Jaguar Land Rover esperamos que haja renovação das linhas de pinturas em montadoras que já estão no País há bastante tempo”.

Para atender a esta demanda a Dürr iniciou um plano de expansão da filial brasileira há dois anos. Até 2017 serão investidos € 3 milhões no País e a meta é crescer de 5% a 6% por ano. Para isso o número de funcionários passou de 120 para 300 desde 2012. A maioria são engenheiros que trabalham em cerca 200 de projetos.

Apesar de o Brasil ser a primeira subsidiária da Dürr fora da Alemanha e ter posição de destaque, poucas operações são realizadas localmente. “O foco aqui é engenharia. Também fazemos a montagem de maquinário importado de outras fábricas da empresa, principalmente do México e da Alemanha. Nosso índice de nacionalização é de cerca de 10%”.

Além do mercado de robôs para pintura automotiva, a Dürr detém uma participação de 80% do segmento de máquinas de balanceamento de rodas e fornece outros equipamentos utilizados na fabricação de veículos, como testadores de limpeza de peças e transportadores rotativos.

O mercado automotivo responde por 80% do faturamento global da companhia, que em 2013 chegou a € 2,4 bilhões com 54 fábricas em 26 países e 8,9 mil funcionários. A outra fatia da receita vem das indústrias aeronáutica, mecânica, química e farmacêutica.

Jaguar Land Rover assenta pedra fundamental na terça-feira, 2

A terça-feira, 2, marcará realização de cerimônia de assentamento de pedra fundamental da primeira fábrica 100% Jaguar Land Rover fora do Reino Unido, em Itatiaia, RJ – o Grupo inaugurou recentemente unidade na China, porém construída em parceria com a Chery. O evento ocorre cerca de um ano após o anúncio do investimento no Brasil, orçado em R$ 750 milhões.

Segundo o CEO da Jaguar Land Rover, Ralf Speth, em visita ao País para participar da cerimônia, o período gasto do anuncio até o início oficial da construção foi maior do que o previsto. “Esta é a primeira vez que fazemos isso [construir uma fábrica fora do país de origem, sem parceiros]. Somos um time pequeno e queríamos ter a certeza de que tudo sairia de forma perfeita. Não podemos nos dar o luxo de aprender com erros.”

A unidade fluminense começará a produzir o SUV Discovery Sport no primeiro trimestre de 2016. A montadora afirma ainda avaliar produção de outros modelos na futura fábrica, que terá capacidade para 24 mil unidades/ano.

Em junho a Agência AutoData revelou com exclusividade os planos da montadora, que incluem a produção local de sedã médio da Jaguar no Brasil, o novo XE. O executivo, entretanto, limitou-se a dizer que “nada está descartado”.

O Discovery Sport será lançado no Brasil em março de 2015 e custará R$ 180 mil, inicialmente importado da Europa para gradual substituição pela versão nacional. O sedã Jaguar XE será o segundo da lista, em processo idêntico.

A princípio a unidade de Itatiaia atenderá apenas aos consumidores brasileiros. “Não temos planos de exportar os veículos produzidos no Brasil, pois a prioridade é o mercado local.” Para garantir que os planos corram bem já há uma equipe alocada no Rio de Janeiro, negociando com possíveis fornecedores. O CEO garante que o plano é “atingir o maior índice de nacionalização possível”.

Outro ponto que será reforçado é a área de vendas: até o início da fabricação local a Jaguar Land Rover terá dez novas concessionárias – passando assim das atuais 36 para 46 casas até março de 2016. Todas serão adaptadas para comercializar as duas marcas.

“O Nordeste ganhará parte importante desta expansão da rede de concessionárias, pois é uma região promissora e que atualmente representa cerca de 10% das nossas vendas no País.”

JLR projeta mercado nacional de 5 milhões de veículos em 2020

A Jaguar Land Rover, que dará início à fabricação local nos primeiros meses de 2016, prevê mercado brasileiro de cinco milhões de unidades em mais seis anos, ou 2020.

Em visita ao País o CEO global da montadora, Ralf Speth, afirmou que o segmento de luxo acompanhará esta evolução e se tornará “ainda mais interessante nos próximos seis anos”.

Speth afirmou que nos mercados consolidados o segmento premium responde por cerca de 10% das vendas totais, enquanto no Brasil esse índice é próximo aos 2%. “Isso demonstra o tamanho do potencial brasileiro. Não acreditamos que o País chegue aos 10% no curto prazo, mas é empolgante pensar no quanto ele pode crescer.”

Em 2010 foram vendidos 24 mil veículos do segmento de luxo no País, patamar que em 2014 deve ultrapassar 47 mil. Segundo Speth as vendas da Jaguar Land Rover acompanharam essa tendência: a Jaguar comercializou 88 unidades em 2010 e neste ano, até novembro, foram 351. Já a Land Rover viu suas vendas saltarem de 4,2 mil em 2010 para 8 mil 245 no acumulado deste ano.

“Não estamos no mercado de grande volume, mas é animador perceber como as oportunidades estão crescendo. Mesmo com a retração das vendas gerais neste ano sabemos que esse ciclo será passageiro, e acreditamos que na ocasião da abertura de nossa fábrica a curva já terá retomado o crescimento.”

Fenabrave confirma Alarico Assumpção como presidente

A Fenabrave divulgou na sexta-feira, 28, que Alarico Assumpção Júnior assumirá a presidência da associação para o triênio 2015-2017, a partir de 1º de janeiro de 2015. A informação fora revelada com exclusividade pela Agência AutoData na terça-feira, 25.

O empresário e concessionário das marcas Volvo caminhões e ônibus, Hyundai e Honda foi eleito na quinta-feira, 27, encabeçando chapa única.

O novo primeiro vice-presidente é Luiz Romero Faria, que foi presidente da Abracaf, Associação Brasileira dos Concessionários de Automóveis Fiat, e José Carneiro de Carvalho Neto, concessionário Renault e Nissan e um dos fundadores da Abrare, Associação dos Concessionários Renault.

Sérgio Dante Zonta, concessionário MAN Latin America, será o vice-presidente do segmento de caminhões, ônibus e implementos rodoviários da Fenabrave na nova gestão.

Presidente da ACAV, Associação dos Concessionários MAN Latin America, de 2009 a 2012, Zonta antecipa as principais ações junto ao segmento programadas para o próximo mandato: “Junto com o novo presidente, que também é concessionário de caminhões e ônibus, pretendemos montar grupo de trabalho com metas, objetivos e ações em prol da consolidação do programa de renovação de frota. O movimento é bem forte nesse sentido. Por enquanto a expectativa é que o novo ministro da Fazenda aprove taxas de juros do Finame PSI para 2015 em até 8%, para que o ano comece sem dificuldades de compra”.

De motos a tratores – Também compõem o novo quadro de vice-presidentes da Fenabrave Ricardo Lima, presidente da Autohonda, Associação Brasileira de Concessionários Honda de Veículos Automotores Nacionais e Importados, João Batista Simão, ex-presidente da Abrac, Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet, Marino Cestari Filho, concessionário de automóveis Ford, Luciano Piana, Honda Automóveis, José Maurício Andreta Júnior, de grupo multimarcas – dentre elas Fiat, Hyundai e Renault –, Luiz Antonio Sebben, Ford Automóveis, Gláucio José Geara, Chevrolet, Octávio Leite Vallejo, Ford Automóveis, Paulo de Tarso Costabeber, New Holland e Iveco, Antônio Figueiredo Netto, que foi presidente da Assohonda, Associação Brasileira de Distribuidores Honda, e Waleska Cardoso, New Holland.

Volkswagen propõe congelar salários até 2016 na Anchieta

A Volkswagen negocia com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC revisão de acordo coletivo até 2016. De acordo com os representantes dos trabalhadores a montadora informou que não conseguiria manter o acordo firmado em 2012, que garante estabilidade até 2016 e reajustes pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, INPC, mais 2% de aumento real todos os anos.

Assembleias foram realizadas na quinta-feira, 27, na unidade de São Bernardo do Campo, SP, e os trabalhadores se reunirão novamente na próxima terça-feira, 2, para votar as propostas da montadora, que incluem congelamento de salários até 2016.

Ao sindicato a fabricante informou que sua produção na unidade do ABCD deve ser 25% menor em 2014, o que em volume representará cerca de 90 mil unidades a menos na comparação com 2013 – quando a unidade era responsável pela produção do Gol G4, substituído pelo Up!, que é fabricado em Taubaté.

A nova proposta da fabricante estabelece que não haverá reajuste salarial em 2015. O que não significa, entretanto, que o contracheque dos trabalhadores será exatamente o mesmo: há abono fixo de R$ 6 372 e outra bonificação de R$ 1 643, pagas junto à segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados, PLR, em dezembro do próximo ano.

Para 2016 haveria abono de R$ 3 374 em maio e mais R$ 1,5 mil em dezembro, também complementar à PLR.

No entender do sindicato as alterações no plano são necessárias para manter o compromisso de iniciar o projeto de uma nova plataforma e três novos modelos completos até 2018 na unidade Anchieta.

Procurada, a VW informou em nota que “com vistas a manter a competitividade da fábrica Anchieta e adequar a produção à demanda de mercado foi necessária uma negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para uma nova proposta de Acordo Coletivo para a unidade. A proposta traz medidas de flexibilidade e um Programa de Desligamento Voluntário, entre outros itens. Com esse acordo, a empresa reafirma a introdução de modelo com plataforma global na unidade”.

De acordo com o sindicato a montadora calcula excedente de 2,1 mil funcionários na unidade, e a abertura de um PDV pode auxiliar a reduzir esse montante. A proposta da VW beneficia com quinze salários adicionais quem tem até dez anos de empresa e até 25 salários para quem tem 30 anos ou mais.

No primeiro trimestre do ano que vem a fábrica passará a montar o sedã Jetta, decisão anunciada pela montadora no fim de setembro. Há dez dias a Anchieta celebrou aniversário de 55 anos.

Novembro tende a fechar na faixa de 290 mil unidades

Os prognósticos dos varejistas para o mercado de veículos em novembro deverão se confirmar, com as vendas do mês fechando próximas à faixa das 290 mil unidades. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData foram licenciados 272,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus até a quinta-feira, 27.

A este volume se somarão apenas os emplacamentos da sexta-feira, 28, para a totalização do mês. Mantida a média diária dos primeiros dezenove dias úteis – 14,3 mil veículos por dia – novembro fecharia com 287 mil unidades.

Fonte ligada ao varejo afirmou à reportagem que a expectativa da rede é de licenciamentos na sexta-feira, 28, acima da média apurada, como é tradição, dando ao mês número final bem perto dos 290 mil veículos. A fonte não descarta, entretanto, esforços maiores das fabricantes para elevar seus índices, o que levaria, ainda que em possibilidade remota, o volume final para perto das 300 mil unidades.

De toda forma o volume vendido no mês dificilmente superará novembro do ano passado, que teve 303 mil unidades emplacadas, ainda que fique relativamente próximo. E não será também melhor que resultado de outubro e seus 307 mil licenciamentos, o segundo melhor volume mensal para 2014.

É importante observar, entretanto, que a média diária do mês passado, que contou com 23 dias úteis, chegou a 13,3 mil veículos, ou 1 mil unidades inferior à apurada neste novembro.

Um fator importante a considerar no resultado do mês é o feriado da Consciência Negra, em 20 de novembro. Embora não seja nacional, foi adotado nas principais praças de vendas do varejo, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e ocorreu em uma quinta-feira, com muitos consumidores aproveitando para emendar a sexta-feira com o fim de semana – o que na prática tirou dois dias úteis de vendas nesses mercados.

Por outro lado cabe lembrar que os primeiros dias do mês tiveram índice engordado pelos licenciamentos relativos ao último dia de outubro, no qual ocorreu o Dia do Funcionário Público, jogando as estatísticas para o período seguinte.

Impulsionam o mercado as vendas diretas: são muitas as montadoras que escoam boa parte do seu volume por este canal. Segundo a fonte, o índice deverá seguir elevado ao fechamento de novembro.

O Fiat Palio lidera o ranking de vendas por modelos, com 14,3 mil unidades comercializadas restando um dia de vendas. O modelo é agora também o líder de vendas acumuladas, superando o Volkswagen Gol, por enquanto terceiro mais vendido no mês com 11,2 mil licenciamentos. O segundo colocado até o penúltimo dia é o Chevrolet Onix, com 13,6 mil.

Os dados oficiais serão divulgados pela Fenabrave na segunda-feira, 1º de dezembro.

Câmara joga balde de água fria na renovação de frota

A Câmara dos Deputados em Brasília, DF, acionou o freio de mão na proposta de renovação de frota de veículos no País. A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio rejeitou na quarta-feira, 26, o PL 2513/11, que instituiria o PNRF, Programa Nacional de Renovação da Frota de Veículos Automotores.

A informação é da Agência Câmara.

Pelo texto, os proprietários de veículos com 15 anos ou mais teriam incentivos na troca por um 0 KM, via linha de crédito especial. Os veículos usados seriam aceitos como parte do pagamento na compra de um novo e encaminhados aos órgãos estaduais de trânsito para leilão como sucata.

O relator, deputado por Sergipe, foi contrário à proposta alegando que “não será obrigando proprietários e concessionárias de veículos a participarem do programa [de renovação de frota] que o problema de circulação de veículos usados será resolvido. O mais correto é manter a legislação vigente, que proíbe a circulação de veículos em péssimo estado de conservação, e aumentar a quantidade de agentes públicos fiscalizando e os recolhendo ao depósito”, acredita o parlamentar, em entrevista à Agência Câmara.

A reprovação, entretanto, não significa o fim da tramitação no PL na casa. O texto ainda será submetido a mais três comissões, as de Viação e Transportes, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovado em algumas destas, seguirá para votação em plenário.

Paralelamente, entretanto, segue em análise pelo MDIC proposta de renovação de frota exclusivamente para caminhões, desenhada por conjunto de associações, dentre elas a Anfavea. Alguns executivos do segmento apostam em entrada em vigor do programa ainda este ano, enquanto outros acreditam que a iniciativa ficará para o início de 2015. Alguns estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm iniciativas próprias já em andamento neste tema, porém realizadas de maneira independente e isolada.

Volkswagen inicia importação do Golf a partir do México

A rede de concessionárias Volkswagen começou a receber unidades do Golf produzidas em Puebla, no México. Elas substituem as importações da Alemanha, país responsável pelos embarques do modelo ao Brasil desde seu lançamento aqui, em setembro do ano passado. Segundo a VW, em comunicado, a razão da mudança no abastecimento é grande demanda pelo hatch, tanto no Brasil como outros mercados.

Ao contrário das alemãs as importações de veículos do México são isentas do II, Imposto de Importação, desde que respeitando-se os limites estabelecidos para cada montadora dentro das cotas adotadas no acordo comercial bilateral, há três anos. A VW usa sua parcela no bolo na importação do Jetta e do Fusca, que agora ganham companhia do Golf. As montadoras podem importar veículos extra-cota, mas essa parcela recolhe o imposto integralmente.

O hatch VW, porém, tem outra cota, a de novos projetos do Inovar-Auto, vez que terá produção nacional a partir do segundo semestre do ano que vem – investimento de cerca de R$ 500 milhões na fábrica de São José dos Pinhais, PR. Esta garante isenção de trinta pontos porcentuais de IPI às importações de até metade da futura capacidade produtiva total da fábrica.

O Golf mexicano, portanto, poderá ser importado com isenção de II e do IPI majorado, desde que as cotas assim permitirem. A mesma situação ocorrerá com o Jetta quando a habilitação de seu projeto de produção local na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, for aprovada pelo MDIC. Os dois teriam, assim, até o início da produção local, tributação de II e IPI semelhante à de um produto nacional.

A alteração da origem de importação do Golf não mexerá com seu preço: o catálogo de entrada, Comfortline, segue em R$ 69,5 mil e o GTI, topo de linha, R$ 102,7 mil. Os motores são TSI 1,4 litro Bluemotion, com 140 cv, para as versões Comfortline e Highline, e TSI 2 litros com 220 cv para a GTI.

De janeiro a outubro foram licenciadas 14,3 mil unidades do modelo, de acordo com dados da Fenabrave – volume 47% superior ao desempenho de vendas da geração anterior, nacional, no mesmo período de 2013.

Leilão da Busscar vende apenas lotes de baixo valor

Os supostos interessados na compra de ativos da Busscar Ônibus e da Tecnofibras, fabricante de plásticos de engenharia do Grupo, não apresentaram propostas no leilão realizado na quarta-feira, 26, em Joinville, SC.

Conduzido pela leiloeira Tatiane Duarte, o leilão durou apenas dezessete minutos e resultou tão somente na venda de dois lotes de valor total pouco acima de R$ 6,1 milhões.

A Climabuss, voltada à fabricação de ar-condicionado para ônibus e inativa há algum tempo, foi adquirida por R$ 3 milhões, ante avaliação de R$ 5 milhões 88 mil. Já a participação acionária da massa falida na operação da Busscar Ônibus na Colômbia rendeu R$ 3,1 milhões, bem acima da avaliação, de pouco mais de R$ 1 milhão.

Os nomes dos arrematantes dos dois lotes não foram divulgados.

A Justiça de Joinville definirá nova data para a realização do leilão dos ativos remanescentes e não arrematados, que estão avaliados em cerca de R$ 480 milhões. A dívida da companhia supera R$ 1,6 bilhão.

Fundição Voges retoma produção

A unidade de fundidos do Grupo Voges voltou às atividades na quarta-feira, 26, após dois dias de paralisação. Trabalhadores deste setor, juntamente com os da unidade de motores, se juntaram à manifestação de 250 funcionários demitidos em 13 de novembro e que não haviam recebido valores das rescisões trabalhistas.

O Grupo Voges está em recuperação judicial desde junho do ano passado.

O retorno ao trabalho se deu após realização de assembleia na manhã de quarta-feira, em que foi aprovada proposta construída na terça-feira, 25, na Justiça do Trabalho de Caxias do Sul. A empresa se comprometeu em pagar R$ 2 mil a cada dispensado, em três parcelas em dezembro, começando no dia 4, e uma quarta em janeiro, até o dia 22. O valor restante das rescisões será pago após a venda da unidade de motores, que deve ocorrer até março de 2015.

A alienação foi aprovada em setembro pela assembleia geral de credores como forma de resolver a maior parte das pendências financeiras da empresa, que somam perto de R$ 360 milhões com fornecedores, ex-trabalhadores e instituições financeiras, dentre outros. Ainda há outros R$ 560 milhões em débitos fiscais com União e Estado do Rio Grande do Sul, que a empresa pretende negociar.

Paulo Freitas, advogado do Sindicato dos Metalúrgicos, destacou que os 250 desligados em novembro se somam a outros 400 afastados desde junho de 2013. “Desde a primeira etapa demissionária a Voges se comprometia a não mais demitir. Mas, além de descumprir com as garantias dadas à Justiça, ainda ignorou o pagamento de direitos trabalhistas”, criticou.

As dificuldades começaram em 2008, quando o quadro somava mais de 1,7 mil funcionários e a empresa representava o terceiro maior grupo empresarial da cidade. O agravamento se deu a partir de 2012, resultando no pedido de recuperação judicial no ano seguinte. Atualmente há pouco mais de novecentos trabalhadores.

A unidade de fundição tem o mercado automotivo como seu maior consumidor.