MAN negocia flexibilização de contratos em Resende

A diretoria de recursos humanos da MAN Latin America preparou uma série de propostas para flexibilização de contratos dos funcionários da fábrica de Resende, RJ. Segundo Roberto Cortes, presidente da montadora, as alterações começaram a ser apresentadas na tarde de quarta-feira, 3, a representantes do sindicato dos metalúrgicos na região sul-fluminense, e serão discutidas nos próximos dias.

“Por ora prefiro não comentar quais seriam essas medidas para não atrapalhar as conversas. Antecipo apenas que são fruto de debates com o sindicato e que estamos dispostos a negociar a flexibilização dos contratos de trabalho com o objetivo de manter empregos e os investimentos na fábrica.”

Segundo Cortes a MAN está à frente das negociações em nome das empresas do consórcio modular, de sistemistas e prestadores de serviços que integram seu parque produtivo. Lá estão Maxion, Meritor, Remon, Powertrain, AKC Aethra, Carese e Continental.

O executivo recordou que o período de lay off de cem funcionários ali acaba nas próximas semanas. “É preciso equacionar a baixa de mercado e o quadro de funcionários. É cedo para falar quais medidas seriam adotadas, mas o esforço é para não demitir.”

De acordo com as projeções do executivo o mercado de caminhões fechará 2014 em baixa de 10% ante 2013, na faixa de 133 mil unidades vendidas, e o de ônibus em queda de 15%.

“O ano não foi como esperado, mesmo com o Finame PSI com taxas de 6% ao ano. Imagine se não contássemos com este incentivo.”

Cortes afirmou esperar manutenção do modelo de financiamento do BNDES para o próximo ano e a publicação de suas regras o quanto antes: “Para que o investimento em capital seja atraente a nova taxa de juros [do PSI] deveria sofrer elevação de no máximo 1,5 ponto porcentual. E se as definições não saírem em breve a paralisação de mercado ocorrida no início deste ano vai se repetir no próximo”.

Em sua análise as projeções para o mercado de caminhões e ônibus em 2015 dependem de quatro pontos-chave: crescimento da economia, confiança do consumidor e do empresariado, políticas de fomento – como programa de renovação de frota e manutenção do PSI – e, por fim, aumento das exportações.

“O primeiro sinal de inversão da atual curva de mercado é o anúncio do time de economia do novo governo, que recebemos bem. O Brasil tem bons fundamentos econômicos, estruturados, mas que precisam de ajustes para voltar a crescer. No longo prazo o País demandará mais produção, novos e necessários investimentos em infraestrutura e será mais competitivo nas exportações. A questão é quando.”

O executivo, por ora, evitou estimar números de mercado no curto prazo: “Consideramos que 2015 deverá ser parecido com este ano, sem mudanças abruptas”.

Setor de caminhões teme fim do Finame PSI em 2015

Executivos do segmento de veículos pesados estão apreensivos quanto à possibilidade de encerramento do programa BNDES Finame PSI, atualmente a principal ferramenta para aquisição de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e implementos rodoviários no mercado brasileiro, no ano que vem.

O anúncio da manutenção do programa para 2015 ocorreu em junho, pelo Ministério da Fazenda. Porém nenhum pormenor ou regulamentação foi divulgado desde então.

Os pedidos de financiamentos para a linha PSI Finame encerram-se nesta sexta-feira, 5, mas muitos bancos já não estão mais aceitando novos cadastros. O programa vale até 31 de dezembro mas é necessário um prazo anterior para aprovação das fichas e outros trâmites do financiamento.

Fontes ligadas a pelo menos duas grandes montadoras do segmento confidenciaram à Agência AutoData severa preocupação diante da demora na definição nas regras do programa para o ano que vem e, em especial, pelas claras indicações de alteração nos rumos da política econômica da nova equipe ministerial do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Estas fontes admitiram que já trabalham com uma espécie de Plano B, desenhando cenário de mercado para o ano que vem sem o programa de financiamento subsidiado do BNDES – embora também não exista nenhuma confirmação com relação à sua descontinuidade.

Uma fonte graúda do segmento revelou à reportagem que uma das alternativas em estudo pelo governo é a manutenção do PSI apenas até julho, e com taxa de juros de 9% ao ano a partir de janeiro.

“Seria uma maneira de manter o mercado organizado até que ele consiga voltar a andar com suas próprias pernas, com os instrumentos convencionais”, entende a fonte.

Esses instrumentos convencionais seriam as linhas de crédito alinhadas à TJLP, Taxa de Juros de Longo Prazo, atualmente em 5% ao ano acrescida da inflação do período. Segundo a fonte, o sistema funcionava “muito bem” antes da criação do Finame PSI, em 2009 – como forma de enfrentar a crise financeira global.

Outra fonte da área financeira sinalizou a mesma possibilidade porém acrescida do fim da oferta de financiamento de 100% do bem, disponível na linha atual. Essa alternativa, segundo a fonte, mexeria com o mercado, pois reduziria a procura de caminhões novos por pequenos frotistas, que migrariam para o segmento de usados.

É consenso no setor, entretanto, que um rápido anúncio das futuras regras do PSI, ou mesmo de sua extinção, é importantíssimo independentemente de seu teor. Há o temor que ocorra em 2015 um fenômeno semelhante ao do início deste ano, quando a demora na regulamentação do programa provocou represamento nos pedidos e estancou o mercado no primeiro trimestre.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou à Agência Brasil na quarta-feira, 3, que as novas políticas operacionais do banco de fomento serão divulgadas “em breve”. Sua declaração deu combustível às preocupações dos executivos do segmento: um dos objetivos, segundo ele, é “reduzir a dependência do BNDES com relação a aportes financeiros governamentais”.

Coutinho confirmou que haverá aumento da taxa de juros nos empréstimos, porém compatível com a viabilidade dos projetos. “O objetivo não é tornar os aportes inviáveis, mas atender à orientação da política econômica ao mesmo tempo em que possamos cumprir a missão de financiar o setor privado de maneira adequada.”

Ao mesmo tempo foi publicada na edição de quarta-feira, 3, do Diário Oficial da União, a Medida Provisória 661, que liberou mais R$ 30 bilhões em recursos ao BNDES. Esse valor, entretanto, não é adicional: servirá para fechar a conta dos financiamentos deste ano, de acordo com o atual ministro da Fazenda.

À Agência Brasil, Mantega fez coro aos que temem redução no montante de recursos disponíveis para o ano que vem: segundo o ministro esse tipo de transferência em 2015 “certamente será menor”.

Participação da Ford cresce dois pontos depois do novo Ka

O lançamento do novo Ka, modelo global desenvolvido por engenheiros da Ford no Brasil, rendeu aumento da fatia de mercado de dois pontos porcentuais à montadora nos últimos quatro meses – no período foram comercializadas cerca de 26 mil unidades no modelo.

Antes da estreia do compacto, em agosto deste ano, a Ford detinha 8,7% de participação no mercado de automóveis e comerciais leves. A partir de setembro, quando foram emplacadas sete mil unidades do modelo, a fatia da montadora do oval azul aumentou para 8,9% e em novembro chegou em 10,6%, segundo dados da Fenabrave.

De acordo com Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos, o novo Ka foi lançado em um momento de dificuldade da indústria, com retração nas vendas, mas conseguiu surpreender. “Ele foi o compacto mais vendido no mês de estreia e em novembro o quarto modelo mais comercializado no País.”

Ajustes – Em evento realizado em São Paulo na quarta-feira, 3, o presidente da Ford para América do Sul, Steven Armstrong, falou do que espera para o mercado brasileiro: para o executivo o primeiro semestre de 2015 apresentará vendas menores na comparação anual, devido aos esperados ajustes econômicos da nova fase do governo federal. “Mas acreditamos em segundo semestre de recuperação, o que deverá manter os números parecidos com o deste ano. E 2016 deve ser o momento da retomada.”

Armstrong disse ainda que as vendas na América do Sul devem cair aproximadamente 10% em 2014, motivadas principalmente pela Argentina, Venezuela e Brasil. “Alguns destes países estão passando por recessão e em outros, como Chile e Peru, as economias estão afetadas pela queda nos preços das commodities.”

O executivo, entretanto, destacou a manutenção do investimento de R$ 4,5 bilhões no País, de 2011 a 2015, e anunciou que no próximo ano a montadora realizará oito grandes ações – sem, entretanto, pormenorizá-las. “Não ficamos satisfeitos pelo fato do Brasil perder o posto de quarto maior mercado do mundo, e faremos o possível para que o País volte a crescer o quanto antes.”

Diversos campeões de venda em 2014 já estão definidos

Com o fechamento dos números de novembro diversos campeões de venda no ano em seus respectivos segmentos, respeitando-se os critérios da Fenabrave, já são conhecidos: acumularam em onze meses diferença para seus concorrentes suficiente para comemorar de forma antecipada o título, vez que não mais serão alcançados faltando apenas um mês para a totalização definitiva de 2014 – mais ou menos como fez o Cruzeiro no campeonato brasileiro de futebol.

É o caso do Chevrolet Onix nos hatches pequenos, sempre respeitando o critério adotado pela Fenabrave, que divulga as estatísticas de vendas por modelo no País: até novembro soma quase 133 mil emplacamentos, folga de 26 mil para o vice-líder, Hyundai HB20, e de 31,5 mil para o terceiro colocado, Ford Fiesta. Nos últimos dois meses o Onix vendeu média de 14 mil unidades, o HB20 10,6 mil e o Fiesta 5,5 mil. A taça, portanto, já é do Chevrolet.

Quem também pode comemorar é o Fiat Punto nos hatches médios, com 22,6 mil ante 20,1 mil do Ford Focus. Como cada um tem média mensal próxima de 1,5 mil no último bimestre, uma virada neste placar tornou-se tarefa inglória.

Nos sedãs pequenos vitória certa do Fiat Siena, 97,5 mil para 79 mil do Chevrolet Prisma – cabe lembrança que seus números incluem o Grand Siena. Mas a GM pode comemorar o título um degrau acima, nos sedãs compactos, com o Cobalt, e por larga margem: 42 mil para 20 mil do vice, o Honda City, até novembro.

Nos sedãs médios, uma das categorias mais disputadas do mercado brasileiro, ninguém vai roubar a taça do Toyota Corolla, que mudou de geração neste ano: suas 55,7 mil unidades acumuladas até o mês passado já fizeram o Honda Civic, 48 mil, jogar a toalha.

Nem tudo é tristeza para a Honda, entretanto: nos monocabs mais uma vez o Fit, também renovado neste 2014, não deu chance para ninguém: 46 mil para 16 mil do vice Fiat Idea. Caso ainda mais gritante é o da Chevrolet Spin nos grandcabs, 33,5 mil para meras 862 unidades do Citroën C4 Picasso, o concorrente mais próximo. Outro modelo com vitória tranquila no seu segmento é a Fiat Palio Weekend nas SW médias, com 17 mil para 9,7 mil do VW SpaceFox.

Definida ainda está a disputa nas picapes leves, com a Fiat Strada campeã antecipada graças às 140 mil unidades acumuladas até novembro ante as 73,5 mil da VW Saveiro, bem como nas picapes grandes, onde mais uma vez reina a Chevrolet S10, com 46 mil para 38 mil da Toyota Hilux.

Nos SUVs, outra das categorias mais disputadas no mercado nacional – e que promete forte acirramento a partir de 2015 –, o ano já é do Ford EcoSport: seus 49 mil licenciamentos lhe dão folga mais do que suficiente para o Renault Duster, vice com 43 mil. E nos furgões pequenos ninguém tomará o título do Fiat Fiorino, renovado este ano, com 22 mil para 4 mil do Renault Kangoo.

Nos furgões o cenário está mais apertado, com o Renault Master liderando com 11,2 mil unidades até novembro. Será bem difícil, ainda que não impossível, o Fiat Ducato, vice com 10,2 mil, descontar a diferença de 1 mil unidades que os separa em apenas um mês, já que a média mensal de ambos no último bimestre foi de 1,2 mil.

Desta forma só há praticamente um segmento ainda em aberto no ano, justamente o de maior volume: o de veículos de entrada. O Fiat Palio tem 160,8 mil para 159,2 mil do VW Gol – os dois disputam palmo a palmo ainda a liderança no geral, recordando que os números do Fiat somam o Palio Fire ao novo Palio. Nesta categoria, de qualquer forma, o Fiat Uno já garantiu o último degrau do pódio, com 112 mil para 53 mil do VW Up!, o quarto colocado.

Metalúrgicos rejeitam proposta da Volkswagen para Anchieta

Os trabalhadores da unidade Volkswagen da Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, rejeitaram em assembleia geral realizada às 15h da terça-feira, 2, proposta da montadora de revisão do acordo coletivo, que seria alongado em mais três anos, ou até 2019.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a montadora alegou que não conseguiria manter o acordo firmado em 2012 e válido até 2016, que garante estabilidade e reajustes pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, INPC, mais 2% de aumento real todos os anos.

De acordo com o sindicato pouco mais da metade dos 13,5 mil trabalhadores da Anchieta não aceitou as mudanças propostas durante a assembleia.

Procurada, a Volkswagen optou por não se pronunciar sobre o assunto.

A proposta da montadora incluía estabilidade de emprego até 2019 e troca da reposição salarial por abonos em 2015 e 2016, o que, segundo porta-voz do sindicato, foi visto de forma impopular pelos funcionários.

Em lugar do aumento de salários haveria abono fixo de R$ 6 372 em 2015 e outra bonificação de R$ 1 643, paga junto à segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados, PLR, em dezembro do próximo ano. Para 2016 haveria abono de R$ 3 374 em maio e mais R$ 1,5 mil em dezembro, também complementar à PLR.

Na nova proposta a Volkswagen também se comprometia a fabricar na Anchieta dois novos modelos, produzidos sobre uma plataforma global, além de um terceiro – que poderia ser o Jetta, desde que sua produção fosse completa na unidade da Anchieta e não apenas montagem final. A introdução de uma plataforma global na fábrica já faz parte do acordo firmado em 2012.

Antes da votação da proposta a fabricante informou ao sindicato que sua produção na unidade do ABCD deve ser 25% menor em 2014, o que em volume representará cerca de 90 mil unidades a menos na comparação com 2013 – quando a unidade era responsável pela produção da Kombi e do Gol G4, substituído pelo Up!, que é fabricado em Taubaté.

O excedente de funcionários na unidade é de 2,1 mil, relatou a montadora ao sindicato. A empresa abriria um PDV a partir de janeiro, também dentro do pacote do novo acordo.

O sindicato afirmou que espera posicionamento da companhia quanto à decisão dos funcionários e que, neste momento, o acordo coletivo de 2012 a 2016 vigora normalmente.

Vendas diretas representaram 30% do mercado em novembro

As vendas concedidas a pessoas jurídicas, geralmente fechadas com grandes descontos independente do cliente ser ou não um grande frotista, representaram 30% do total de licenciamentos de novembro, de acordo com dados da Fenabrave. Foram cerca de 84,2 mil automóveis e comerciais leves vendidos no mês passado por esta modalidade, mais conhecida por venda direta.

O índice é alto se comparado à média histórica, que gira em torno de 20% a 25%. Porém foi menor do que a fatia registrada em outubro, quando 32,7% das vendas de automóveis e comerciais leves foram por esta modalidade – em unidades, 95,4 mil.

Em setembro o índice chegou a 30,6% e há um ano, fora de 26,6%.

No acumulado de janeiro a novembro a participação das vendas diretas no mercado alcançou 29,2%, em franca elevação: um mês antes, de janeiro a outubro, a fatia ficou em 29%, já 0,4 ponto porcentual acima do desempenho apurado de janeiro a setembro. Há um ano o índice apontava 25,1%.

Das seis montadoras líderes de mercado quatro registraram média de vendas diretas superior ao mercado no mês passado. Apenas a Hyundai, com menos de quatrocentas unidades licenciadas por esta modalidade, e a Ford, com 29,5% de suas vendas fechadas como diretas, ficaram abaixo da média.

Da Volkswagen, terceira marca mais vendida no mês, 51% das vendas foram diretas em novembro. O porcentual foi o maior dentre todas, seguido pela Renault, com 41,5% das vendas diretas, e da Fiat, que obteve 40,9% de seus licenciamentos decorrentes desta modalidade.

Assim a Fiat, líder geral do mercado, foi superada pela General Motors no ranking exclusivo do varejo em novembro. 31% das vendas da GM foram diretas, índice pouco acima da média mas bem inferior ao da companhia com fábrica em Betim, MG.

No ranking do varejo – ou as vendas tradicionais, concretizadas com pessoas físicas nas concessionárias –, excluindo as vendas diretas, a GM liderou novembro com 20,7% do mercado, seguida por Fiat, 16,2%, e VW, com 12,7%. A Hyundai ficou em quarto, com 10,8%, à frente da Ford, com 10,6%.

Por modelo quem liderou as vendas no varejo foi Fiat Palio, com 12 mil 464 unidades emplacadas nesta modalidade, ainda que tecnicamente empatado com o Chevrolet Onix, de apenas trinta licenciamentos a menos no mês. Nas vendas diretas a liderança foi da picape Fiat Strada, 7,9 mil unidades, seguida pelo Fiat Uno, com 6,2 mil.

Keko investe no mercado estadunidense

Presente em 35 países dos cinco continentes, a Keko quer aumentar seus negócios na América do Norte, com destaque para os Estados Unidos. Com alguns clientes já atendidos na região, a empresa de Flores da Cunha, RS, está concluindo plano de negócios para tornar-se mais agressiva no mercado original e na reposição.

A mais recente ação foi participação no Sema Show, em Las Vegas, feira em que já estivera em outras cinco oportunidades. Nesta edição a empresa ocupou estande maior e expôs, pela primeira vez, uma picape Ford Ranger equipada com os acessórios que produz. “O impacto positivo foi muito grande”, definiu Silvano Gil Oliveira, gerente comercial.

O veículo foi personalizado com santantônio e estribos coloridos customizados da linha K3, protetor frontal K3, capota marítima e engate de reboque. Outros produtos também foram expostos, como rack de teto, estribo K2 My Way, capa de estepe e engate de reboque.

O executivo não entra nos pormenores do plano de negócios, mas espera colocar em prática as primeiras ações já em 2015. Adianta, no entanto, que a Keko deverá ampliar o mix de produtos atualmente embarcados para aquela região, mas com foco nas picapes.

As exportações têm participação média anual de 15% na receita da Keko. A América Latina é o principal mercado, tendo as montadoras localizadas na Argentina como maiores consumidores. Na região ainda se destacam Paraguai e Equador. A distribuição é equilibrada pelos mercados original e de reposição. Mais recente conquista da empresa foi início das vendas para a Ford Rússia.

VW do Brasil comemora 35 anos de sua fundação

A Volkswagen do Brasil comemorou em evento realizado na noite da segunda-feira, 1º., em São Paulo, 35 anos da Fundação Volkswagen. A unidade brasileira da montadora é a única em todo o mundo a contar com um braço social e educacional neste formato independente, ainda que coligado.

O embrião da Fundação VW, uma das pioneiras no País no gênero, foi gerado em 1973, com a criação de uma escola do Senai dentro da fábrica da Anchieta, destinada a auxiliar e complementar o desenvolvimento educacional dos funcionários. Com o nascimento da Fundação, em 1979, as atividades aos poucos se expandiram para fora dos muros da fábrica.

Apenas nos últimos dez anos, pelos cálculos da VW, a entidade beneficiou quase 1,4 milhão de alunos em todo o País, além de prover serviços de formação a 18 mil educadores da rede pública em mais de quatrocentos municípios de 13 Estados. Há ainda atuação em projetos de desenvolvimento social, que envolveram 15 mil pessoas.

Para Holger Rust, presidente do Conselho Curador da Fundação Volkswagen e VP de RH da montadora, “além da sociedade nosso público interno, de mais de vinte mil empregados, também é impactado pelas ações da Fundação. Um de nossos projetos premia anualmente dez organizações sociais nas quais os empregados desenvolvam algum tipo de atividade voluntária. Assim, reconhecemos o funcionário que já faz trabalho voluntário e mobilizamos e atraímos outros para as causas sociais, atuando nas comunidades onde vivem e proporcionando transformações sociais positivas”.

Atualmente são apoiados diretamente dez projetos, sete de educação e três de desenvolvimento social, incluindo neste último o Instituto Baccarelli, de ensino e profissionalização musical, mantenedor da Orquestra Sinfônica Heliópolis, reconhecida internacionalmente. A orquestra fez apresentação no evento de comemoração dos 35 anos, no Centro de São Paulo, que serviu também como uma espécie de despedida informal de Thomas Schmall, presidente da montadora no País, que retorna à matriz neste fim de ano para ocupar cadeira no board.

Em seu discurso Schmall mais uma vez defendeu a criação de um programa nacional de renovação de frota, o que, para ele, traria grandes benefícios ao País, retirando das ruas veículos com elevados índices de emissão de poluentes e menor número de equipamentos de segurança, e afirmou que em sua nova posição continuará a ajudar a operação local da VW.

Palio lidera mercado brasileiro no geral e no varejo

Após 27 anos o mercado brasileiro poderá fechar um período anual com mudança na liderança do ranking de vendas por modelo: o Fiat Palio fechou novembro como mais vendido pelo sexto mês consecutivo, superou o Volkswagen Gol no acumulado do ano e, de quebra, consolidou a liderança também no varejo.

Com 15,4 mil unidades licenciadas o hatch da Fiat abriu diferença de mais de três mil unidades sobre o Gol, terceiro mais vendido no mês passado, com 12 mil licenciamentos. Entre eles ficou o Chevrolet Onix, 14,2 mil emplacamentos, fiel representação do ranking de marcas em novembro – Fiat líder, GM vice e VW em terceiro.

No acumulado do ano o Palio está à frente do Gol com 160,8 mil licenciamentos ante 159,2 mil. O Onix ocupa o terceiro posto com 133 mil.

Embora boa parte dos licenciamentos do Palio sejam da versão Fire, da terceira geração do veículo – que já está na quinta –, o modelo lidera também no varejo: 119 mil unidades foram licenciadas de janeiro a novembro, ante 114,1 mil do Onix e 100,2 mil do Hyundai HB20.

Dois comerciais leves ocuparam as dez primeiras posições do ranking de novembro: Fiat Strada, quarto modelo mais vendido com 11,4 mil licenciamentos, e VW Saveiro, oitavo mais emplacado com 8,6 mil unidades.

Vendas caem 2,7% em novembro

As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus recuaram 2,7% em novembro, comparado com o mesmo mês do ano passado. Segundo dados divulgados pela Fenabrave no final da tarde de segunda-feira, 1º, foram licenciados 294 mil 648 veículos – volume dentro do prognóstico dos varejistas, que estimavam fechamento do mês na faixa de 290 mil unidades.

Houve recuo também na comparação com outubro: o volume do mês passado ficou 4% abaixo do resultado do mês anterior. Porém a média diária de novembro foi 10,5% superior: 14,7 mil ante 13,3 mil licenciamentos, em média, por dia útil.

O resultado do mês poderia ser ainda superior: é importante considerar que 20 de novembro foi feriado da Consciência Negra nas principais praças de vendas do varejo, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e ocorreu em uma quinta-feira, o que incentivou consumidores a emendarem a sexta-feira, 21. Foram, em tese, dois dias úteis a menos de vendas nesses mercados.

A queda no acumulado do ano ficou menor no comparativo de janeiro a novembro de 2014 com o mesmo período de 2013: 8,4% de retração, com 3,1 milhões de veículos comercializados. No comparativo dos dez primeiros meses a queda chegou a 8,9%.

O índice, porém, ainda está bem distante do prognóstico de 5,4% de redução nas vendas no mercado domestico divulgado pela Anfavea. Para alcançar o volume de 3,5 milhões de veículos estimado pela associação são necessários 437 mil licenciamentos em dezembro, volume que colocaria o mês como o melhor da história da indústria, superior a agosto de 2012 que registrou 420 mil emplacamentos.

Na comparação de novembro com outubro apresentaram retração os segmentos de automóveis e comerciais leves, 4%, e de chassis de ônibus, 18,9% de queda. As vendas de caminhões ficaram estáveis, com apenas 20 licenciamentos a menos em novembro – 12 mil 167 unidades.

Com relação a novembro de 2013 as vendas do mês passado cresceram 5% no segmento de caminhões, porém recuaram 2,9% em automóveis e comerciais leves e 15,6% em chassis de ônibus.

No acumulado do ano os emplacamentos de automóveis e comerciais leves caíram 8,2%, os de caminhões recuaram 12% e os de ônibus 11,7%.

As vendas de motocicletas chegaram a 112 mil unidades em novembro, queda de 8,4% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 7% na comparação com outubro. No acumulado do ano o setor registra retração de 5,3%, com 1,3 milhão de unidades comercializadas.

Ranking – Novamente a General Motors superou a Volkswagen no ranking de marcas. Em novembro a marca estadunidense ficou com 18,3% das vendas, enquanto a alemã fechou com 15,7% do mercado. A líder Fiat teve 19,6% das vendas.

Por modelos a liderança ficou com o Fiat Palio, que também se tornou como o automóvel mais vendido em 2014, ao menos até novembro: 160,8 mil licenciamentos, ante 159,7 do ex-líder Volkswagen Gol.