A diretoria de recursos humanos da MAN Latin America preparou uma série de propostas para flexibilização de contratos dos funcionários da fábrica de Resende, RJ. Segundo Roberto Cortes, presidente da montadora, as alterações começaram a ser apresentadas na tarde de quarta-feira, 3, a representantes do sindicato dos metalúrgicos na região sul-fluminense, e serão discutidas nos próximos dias.
“Por ora prefiro não comentar quais seriam essas medidas para não atrapalhar as conversas. Antecipo apenas que são fruto de debates com o sindicato e que estamos dispostos a negociar a flexibilização dos contratos de trabalho com o objetivo de manter empregos e os investimentos na fábrica.”
Segundo Cortes a MAN está à frente das negociações em nome das empresas do consórcio modular, de sistemistas e prestadores de serviços que integram seu parque produtivo. Lá estão Maxion, Meritor, Remon, Powertrain, AKC Aethra, Carese e Continental.
O executivo recordou que o período de lay off de cem funcionários ali acaba nas próximas semanas. “É preciso equacionar a baixa de mercado e o quadro de funcionários. É cedo para falar quais medidas seriam adotadas, mas o esforço é para não demitir.”
De acordo com as projeções do executivo o mercado de caminhões fechará 2014 em baixa de 10% ante 2013, na faixa de 133 mil unidades vendidas, e o de ônibus em queda de 15%.
“O ano não foi como esperado, mesmo com o Finame PSI com taxas de 6% ao ano. Imagine se não contássemos com este incentivo.”
Cortes afirmou esperar manutenção do modelo de financiamento do BNDES para o próximo ano e a publicação de suas regras o quanto antes: “Para que o investimento em capital seja atraente a nova taxa de juros [do PSI] deveria sofrer elevação de no máximo 1,5 ponto porcentual. E se as definições não saírem em breve a paralisação de mercado ocorrida no início deste ano vai se repetir no próximo”.
Em sua análise as projeções para o mercado de caminhões e ônibus em 2015 dependem de quatro pontos-chave: crescimento da economia, confiança do consumidor e do empresariado, políticas de fomento – como programa de renovação de frota e manutenção do PSI – e, por fim, aumento das exportações.
“O primeiro sinal de inversão da atual curva de mercado é o anúncio do time de economia do novo governo, que recebemos bem. O Brasil tem bons fundamentos econômicos, estruturados, mas que precisam de ajustes para voltar a crescer. No longo prazo o País demandará mais produção, novos e necessários investimentos em infraestrutura e será mais competitivo nas exportações. A questão é quando.”
O executivo, por ora, evitou estimar números de mercado no curto prazo: “Consideramos que 2015 deverá ser parecido com este ano, sem mudanças abruptas”.