A partir deste mês, SUVs são automóveis e não mais comerciais leves

Já está valendo: a partir deste mês os SUVs comercializados no mercado brasileiro serão alocados nas estatísticas de vendas como automóveis e não mais comerciais leves – distorção vigente nas análises de venda há mais de uma década. O primeiro resultado prático aparecerá com a divulgação dos dados do fechamento de janeiro, tornados públicos no início de fevereiro.

A mudança foi defendida pela Anfavea em meados do ano passado, mas entra em vigor agora para contar a partir de um ano cheio. Toda a série histórica, entretanto, será corrigida.

Para Luiz Moan, presidente da associação, o cenário atual distorce os índices de vendas ao mercado interno. “A retração real do segmento de automóveis em 2014 é menor do que mostra a estatística” – justamente porque os SUVs foram o fiel da balança, jogando os comerciais leves para um dos poucos resultados positivos do ano e os automóveis para baixa maior que a média.

De acordo com dados da Anfavea divulgados na quinta-feira, 8, no fechamento do ano passado os automóveis registraram 2,5 milhões de unidades vendidas, queda de 9,4% ante 2013, enquanto os comerciais ficaram com 829 mil, em crescimento de 1,6%.

Entretanto, destes quase 830 mil comerciais leves aproximadamente 300 mil são SUVs, de acordo com dados da Fenabrave, que pormenoriza suas estatísticas por modelo – e que estuda aderir à alteração da Anfavea.

Assim, caso estas 300 mil unidades estivessem alocadas nos automóveis, como acontecerá neste 2015, a queda deste segmento no comparativo anual em 2014 teria sido mais discreta, de 8%, enquanto os comerciais teriam crescido apenas 0,4% – considerando-se, naturalmente, a correção dos dados também para os índices de 2013.

Isoladamente os SUVs cresceram exatos 4% em 2014, com 298 mil emplacamentos ante 287 mil em 2013.

A alteração, de qualquer forma, ocorre em momento oportuno porque neste ano haverá uma profusão de lançamentos de SUVs no mercado brasileiro, o que ampliaria a análise distorcida dos fatos: vêm aí o Jeep Renegade fabricado em Goiana, Pernambuco, o Peugeot 2008 produzido em Porto Real, RJ, o Honda HR-V Made in Sumaré, SP, o Jac J6, importado da China, e muitos outros.

A partir de agora os comerciais leves serão apenas os utilitários propriamente ditos, como as picapes leves e médias e as vans de transporte de pessoas e carga.

EcoSport – A alocação dos SUVs na gama de comerciais leves no Brasil teve seu ápice com o lançamento do Ford EcoSport, em 2003 – uma forma encontrada pela montadora para liderar o segmento, o que de fato ocorreu por diversos exercícios. Com a popularização desta faixa de mercado, e respeitando-se o raciocínio original, os novos SUVs lançados aqui, tanto nacionais quanto importados, continuaram a ser classificados da mesma forma.

O fato não chegou a causar estranheza, na época, já que é possível associar os antigos SUVs nacionais – então chamados como caminhonetas e outras denominações similares –, como Willys/Ford Rural e Chevrolet Veraneio, muito mais a utilitários do que a automóveis propriamente ditos, algo bem diferente do mercado atual.

Tampouco essa é a primeira vez que esse tipo de distorção acontece: nos anos 80 a mistura também ocorria fortemente, mas devido à classificação de IPI da época e sua forma de considerar um veículo como comercial, com exigência de terceira porta. A VW chegou a produzir o Passat com tampa do porta-malas que abria junto com o vidro traseiro, caracterizando assim a terceira porta, para conseguir desconto no imposto. O inverso também ocorria: eram muito comuns os casos de frotistas que compravam a Kombi destinada a passageiros – de preço inferior à versão furgão – para carregar carga: era só arrancar os bancos do salão.

Vendas de leves arrefecem na China, mas seguem em elevação

As vendas de veículos leves na China encerraram novembro em 2,1 milhão de unidades, de acordo com dados revelados pela CAAM, a China Association of Automobile Manufactures, associação local equivalente à Anfavea.

Ainda que o resultado represente elevação de 2,3 % ante novembro de 2013 o volume causou início de preocupação para a CAAM, por apontar leve arrefecimento: em outubro a comparação anual indicara crescimento de 2,8% nos volumes de venda naquele país. Além disso novembro apresentou a menor variação porcentual positiva no comparativo anual desde fevereiro de 2013.

Dong Yang, dirigente da associação, considerou em comunicado que “o ritmo de desaceleração [nas vendas] tende a permanecer no curto prazo”. Ele ainda alertou para o aumento dos estoques na rede de distribuição, que segundo a CAAM cresceram de 10% a 20%, dependendo da marca, no segundo semestre em comparação ao mesmo período do ano passado.~

De qualquer forma o acumulado dos primeiros onze meses do ano no mercado chinês aponta 21,1 milhões de veículos leves comercializados, crescimento de 6% no comparativo anual, índice próximo ao registrado no mesmo período de 2013, ainda que um pouco abaixo.

Quem puxou o resultado para baixo em novembro foram os comerciais leves: com 315,6 mil unidades, registraram queda de 9% ante mesmo mês de 2013. Já os automóveis fecharam em 1,78 milhão, crescimento de 4,6%. Entretanto este foi o índice de crescimento mais baixo do ano para este segmento nos comparativos anuais, que de janeiro a outubro apresentaram média de 10% de elevação.

As marcas chinesas responderam por 41% do total comercializado naquele país em novembro, mas quem liderou o período mais uma vez foram as montadoras de origem alemã e japonesa, com 304,7 mil e 288,6 mil unidades vendidas no mês, respectivamente.

Vendas de usados avançam 5,6% até novembro

As vendas de veículos usados cresceram 5,6% no acumulado de janeiro a novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados divulgados pela Fenabrave foram registradas 9,4 milhões de transferências de veículos no período, ou três para cada modelo 0 KM licenciado no mesmo período.

Em automóveis e comerciais leves, isoladamente, a relação é de 3,1 usados para cada novo, com 9,1 milhões de veículos licenciados. A alta chegou a 5,9% no período.

O contraste das vendas de automóveis e comerciais leves usados com a queda de 8% na venda de novos de janeiro a novembro indica uma reacomodação dos dois mercados, entende Sergio Habib, presidente do Grupo SHC, um dos grandes grupos distribuidores do País. “Historicamente a venda de usados representa três veículos para cada um zero quilômetro. Ficamos anos com relações inferiores a esta e agora estamos retornando ao patamar usual.”

Para Habib a busca por veículos seminovos e usados mostra que o brasileiro continua querendo trocar de carro, mas não se sente tão confiante a ponto de comprar um 0 KM. “Há uma crise de confiança com relação ao futuro da economia, e por isso o consumidor busca um veículo seminovo, com preços menores.”

O empresário rechaça, porém, a tese de que o automóvel brasileiro 0 KM está com preços elevados. “Estamos com preços similares aos praticados no mercado europeu, onde o imposto também pesa. Não cabe comparação com o mercado estadunidense, em que a incidência de impostos é baixa”.

No segmento de caminhões a relação de usado versus 0 KM chegou a de 2,1 para 1. Foram registradas 312,9 mil transferências de janeiro a novembro, segundo a Fenabrave, queda de 1,8%. Em chassis de ônibus a retração chegou a 8%, com 41,1 mil unidades.

Isoladamente em novembro as transferências de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceram 7,2% na comparação com o mesmo mês de 2013, para 887,3 mil unidades. Com relação a outubro, queda de 6,6%.

O Volkswagen Gol foi o modelo usado mais vendido: somou 92,2 mil transferências no mês passado. Fiat Uno, com 55,4 mil, e Fiat Palio, com 52,3 mil, completam o pódio do ranking de veículos de segunda mão.

Gerdau desenvolve novo aço para a indústria automotiva

A indústria automotiva é disparado o maior cliente de aços especiais da siderúrgica Gerdau: cerca de 80% do volume produzido pela companhia se destina à fabricação de componentes de veículos. Segundo porta-voz da empresa o Inovar-Auto ajudou o índice, com tendência de elevação verificada desde 2012.

Atenta a este mercado a Gerdau desenvolveu um novo tipo de aço microligado, que segundo a empresa proporciona ganhos de produtividade e redução de perdas metálicas na fabricação de pino bola – componente utilizado no sistema de direção de automóveis.

A utilização do aço microligado proporciona redução de sete para quatro etapas no processo de fabricação do cliente, possibilitando aumento da produtividade em toda a cadeia. Isso porque a composição do aço é diferenciada – a empresa não revela pormenores por questão estratégica –, o que elimina necessidade de tratamento térmico para modelagem.

Segundo porta-voz da Gerdau o novo formato de produção permite redução de custos, diminuição de geração de sucata, menor consumo de energia e de utilização de insumos como óleo – aplicado em uma das etapas de fabricação eliminada do processo.

O novo aço já é fornecido para empresas do setor de autopeças e contribui para uma redução de cerca de 20% nos custos de produção do componente. A matéria-prima é fabricada nas usinas produtoras de aços especiais localizadas em Charqueadas, RS, e Pindamonhangaba, SP.

De acordo com a siderúrgica há trabalho constante da área de P&D para se antecipar às necessidades do mercado e, dessa forma, apoiar os clientes da indústria automotiva no atendimento de demandas do Inovar-Auto.

A ArcelorMittal também aposta no programa federal para ampliar o uso de aços de alta resistência no mercado automotivo brasileiro: atualmente cerca de 6% da estrutura dos veículos produzidos no País usa o produto e a expectativa da empresa é por elevação do índice a 25% até 2025.

Para a companhia o Inovar-Auto e a estratégia de globalização das montadoras ajudarão a ampliar o mercado. Os aços de alta resistência prometem mais segurança e menos peso, o que implica em economia de combustível e consequente redução da emissão de gases poluentes.

Jac Motors: renovação ao Inovar-Auto ficou para 2015.

Ficou apenas para o ano que vem a publicação da renovação da habilitação da Jac Motors ao Inovar-Auto como futura fabricante. Segundo Sergio Habib, presidente do Grupo SHC – o representante da marca chinesa no mercado brasileiro – “burocracias impediram a publicação, que dificilmente ocorrerá até o fim de dezembro”.

Na abertura do Salão do Automóvel de São Paulo, no fim de outubro, o empresário garantira que a renovação seria liberada pelo MDIC e publicada no Diário Oficial da União no máximo até a primeira semana de novembro.

Habib assegura que a demora não está prejudicando os negócios da Jac Motors, que, de acordo com suas projeções, fechará o ano com dez mil unidades comercializadas. “Estamos usando a cota do Inovar-Auto como importadora [de 4,8 mil unidades/ano] para importar alguns modelos, como J5, J6 e T8. Para os demais da linha temos a cota da fábrica” – esta, entretanto, vigorou apenas até maio, data limite da primeira habilitação, e que equivale à metade da capacidade produtiva da nova unidade para os modelos de mesma plataforma que serão produzidos ali, J2 e J3.

Enquanto a fábrica de Camaçari, BA, não sair do papel, os negócios da Jac Motors seguirão estacionados. Ainda assim no fim de semana passado concessionária foi inaugurada por Habib, após um ano sem novas lojas: localizada na Avenida Brás Leme, na Zona Norte de São Paulo, a revenda é a sexta na Capital paulista e deverá elevar em 20% as vendas dentro do maior mercado do País.

A rede Jac Motors, assim, agora conta com 50 postos de venda e só voltará a crescer quando a produção nacional começar.

Os modelos já estão decididos: o primeiro será o sucessor do J3, a princípio apenas na versão hatch e com opção de motor 1 litro com três cilindros, inédito na gama. Depois virá um utilitário esportivo compacto, de dimensões inferiores ao T5 – mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo –, que terá também transmissão automática.

Mas, quando produzir localmente a Jac Motors abandonará a filosofia do carro completo de série: o executivo revelou que colocará no mercado versões menos equipadas, especialmente para frotistas e pequenos empresários.

Para 2015, ainda sem produção local, Habib projeta vender novamente dez mil unidades, com a diferença de que o faturamento será maior. “Vamos elevar nosso tíquete médio de R$ 43 mil para R$ 56 mil com os lançamentos, como os utilitários esportivos T5 e T6. Nossa receita crescerá 30% com o mesmo volume de veículos comercializados.”

Os dois utilitários esportivos chegarão no começo do ano que vem. Antes deles as concessionárias recebem a versão JetFlex do J2: o motor bicombustível 1,4 litro 16V deu ao subcompacto 113 cv quando abastecido com etanol e 110 cv com gasolina – neste caso dois cv a mais do que a versão anterior. Como todos os modelos flex da marca, o J2 dispensa tanquinho de partida a frio. Por R$ 36 mil, com ar-condicionado, direção elétrica, CD Player MP3 com USB e sensor de estacionamento.

Mercado – No mercado total de veículos no País o executivo, que também é concessionário Citroën, VW e Jaguar Land Rover, projeta para o ano que vem vendas muito similares às de 2014. Habib prevê que este ano encerre em queda de 6% a 8% ante 2013, a depender do desempenho das vendas em dezembro – o mês começou bem, garantiu o empresário, dada manutenção da média diária próxima das 15 mil unidades.

“Dezembro e janeiro deverão registrar volumes muito fortes de venda devido ao movimento gerado pelo fim do desconto do IPI, previsto para 1º. de janeiro. Mas 2015 não deverá ser muito pior nem muito melhor do que 2014: acredito em variação máxima de 2%, para cima ou para baixo, o que significa estabilidade.”

Metalúrgicos da Volvo aceitam proposta para demitidos

Os trabalhadores da Volvo encerraram na quarta-feira, 10, protesto contra 206 demissões anunciadas pela empresa na fábrica de Curitiba, PR, na terça-feira, 9, quando a produção de caminhões e ônibus na unidade foi interrompida.

Os metalúrgicos chegaram a acordo com a direção da montadora. O SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, levou à assembleia proposta aos trabalhadores desligados de valor mínimo de R$ 15 mil de aviso prévio legal e salário adicional proporcional ao tempo de trabalho: de meio salário àqueles com 0 a 4 anos de casa até três salários para os que estavam há mais de 20 anos na empresa.

Os funcionários aprovaram os benefícios aos demitidos em assembleia realizada na porta da fábrica na manhã de quarta-feira, 10. Com isso a Volvo voltou ao seu ritmo normal de produção, de 113 caminhões pesados e semipesados e nove chassis de ônibus por dia.

MAN LA – Também fecharam acordo os trabalhadores da MAN Latin America em Resende, RJ, e a direção da companhia. Em assembleia realizada na tarde de quarta-feira, 10, os funcionários aprovaram proposta de abono salarial de R$ 2,5 mil em troca de manutenção dos salários no ano que vem.

O valor do abono será pago em cargas no cartão-alimentação dos trabalhadores ao longo de 2015, em onze parcelas de R$ 200 e uma de R$ 300 – esta em dezembro. Haverá também redução de 10% na jornada de trabalho, com dois dias de folga para cada quatro semanas de trabalho, e PLR de R$ 5 mil.

Também como parte do acordo haverá abertura de PDV, Programa de Demissão Voluntária, na unidade, já a partir da quinta-feira, 11. De acordo com o sindicato a meta da montadora é alcançar duzentas adesões.

Mercedes-Benz: nacionalização do Actros supera 60%.

O modelo extrapesado Actros, da Mercedes-Benz, poderá ser 100% financiado pelo BNDES Finame a partir de janeiro de 2015. Agora com índice de nacionalização superior a 60%, o caminhão passa a alcançar as exigências desta linha de financiamento do banco estatal de fomento.

Segundo Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, o fato deverá alavancar as vendas do modelo, mas o executivo acredita que a falta de definições quanto às condições do Finame PSI no ano que vem pode atrapalhar desempenho mais favorável. “Já estamos nos aproximando do fim do ano e ainda não sabemos qual a nova taxa [de juros do programa]. Fica mais difícil fazer nossa programação, mas acreditamos no trabalho da nova equipe econômica e torcemos para que as definições sejam breves.”

Em janeiro deste ano o índice de conteúdo nacional do Actros era de 40% e, assim, o modelo podia ser financiado em no máximo 80% pelo Finame. O salto da nacionalização veio com produção local do sistema da direção hidráulica e do motor, cujo bloco é usinado pela Tupy.

Segundo a Mercedes-Benz cerca de sessenta fornecedores e seiscentos profissionais, sendo cem da Alemanha, trabalharam no processo de aumento de nacionalização do modelo.

O Actros respondeu por cerca de setecentas unidades comercializadas em 2013 e neste ano acumula 620 de janeiro a novembro, de acordo com números da montadora.

Atualmente o modelo sai da linha de montagem da unidade M-B de Juiz de Fora, MG, mas sua produção, já em próxima geração, deverá ser transferida para São Bernardo do Campo, SP, a partir de 2018. O Accelo, atualmente mineiro, será fabricado na unidade do ABCD a partir de 2016, deixando à unidade juiz-forense a missão de pintar e montar as cabines de todos os caminhões da marca, iniciativa confirmada pela companhia em outubro.

Mercado argentino registra queda de 45% em novembro

A queda do mercado argentino em 2014 ficou mais acentuada com o fechamento de novembro, que registrou retração de 45% nas entregas aos concessionários na comparação com o mesmo mês de 2013. De acordo com dados da Adefa, a associação das montadoras instaladas naquele país, foram comercializados 41,4 mil veículos no mês passado, o que ainda representou recuo de 13% com relação ao resultado de outubro.

No acumulado do ano as perdas chegam a 36%, para 561 mil veículos comercializados no atacado de janeiro a novembro. Há um ano a Argentina acumulava 875 mil unidades no mesmo período – a indústria, portanto, deixou de vender mais de 300 mil veículos em 2014.

As exportações também acumulam queda de dois dígitos até novembro, com volume 19,7% inferior nos embarques, para 328,8 mil unidades. Peso importante desta queda vem da retração do mercado brasileiro, disparado o principal cliente dos veículos argentinos, com mais de 85% do volume exportado.

Em novembro, porém, as exportações avançaram 16% com relação ao mesmo mês de 2013 e 6,5% na comparação com outubro. Foram exportados 39 mil veículos.

Com o mercado doméstico e as exportações em queda o ritmo das linhas de montagem também seguiu em trajetória descendente. De janeiro a novembro foram produzidos 576,7 mil veículos na Argentina, queda de 22,7% com relação aos onze primeiros meses de 2013.

No mês passado a produção chegou a 54,6 mil unidades, queda de 10,3% na comparação anual e de 12,3% na mensal.

A nova presidente eleita da Adefa, a brasileira Isela Constantini, afirmou em comunicado que o cenário econômico do país trouxe como consequência um mercado menor. “No entanto, sabemos e temos consciência de que a Argentina possui mercado com potencial interessante e confiamos no trabalho conjunto com o governo para retomar o caminho do crescimento.”

A executiva, também presidente da General Motors Argentina, Uruguai e Paraguai, terá mandato até o fim de 2015 – na Adefa a renovação dos quadros é anual. A nova diretoria conta ainda com Enrique Alemañy, presidente da Ford Argentina, como vice-presidente, e Hideki Kamyiama, presidente da Honda, como secretário.

M-B premia fornecedores e pede novos investimentos

O aporte da Mercedes-Benz de R$ 730 milhões, anunciado em outubro deste ano para o período de 2015 a 2018, é praticamente um convite aos fornecedores para que acompanhem este movimento. A avaliação é de Erodes Berbetz, diretor de compras da montadora no Brasil.

O montante se une aos R$ 2,5 bilhões anunciados anteriormente e, assim, soma R$ 3,2 bilhões considerando o período de 2009 a 2018.

O executivo afirma que a confiança da companhia no crescimento do mercado de caminhões e ônibus no País precisa se estender à cadeia produtiva como um todo. “Queremos que os fornecedores nos acompanhem e invistam em melhorias. Esta é a única maneira de darmos resposta ao mercado, que exige cada vez mais qualidade com custo menor.”

Berbetz fez o convite durante cerimônia de entrega do 23º. Prêmio Interação, na noite da terça-feira, 9, na sede da montadora, em São Bernardo do Campo, SP. Cerca de 550 pessoas compareceram ao evento, representando trezentas empresas. Catorze foram premiadas, além de reconhecimento especial para o Senai, pela parceria com a fabricante em capacitação de mão de obra.

O prêmio laureou os fornecedores que mais se destacaram ao longo de 2014 em Inovação Tecnológica, Excelência em Custos, Excelência Operacional em Qualidade, Excelência Operacional em Logística e Excelência em Material Indireto e Serviços. Também foi entregue o 5º. Prêmio de Responsabilidade Ambiental.

Durante a entrega do prêmio o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Phillip Schiemer, destacou a importância dos fornecedores em um ano repleto de desafios: “Tivemos praticamente três Carnavais: o original em março, a Copa do Mundo e as eleições. Nossos parceiros foram fundamentais para que pudéssemos seguir em frente em momentos turbulentos como este”.

Quanto a 2015 Schiemer considerou que “os desafios continuam e o mercado deve repetir os números de 2014. Ninguém gosta de falar de redução de custos, mas essa será uma de nossas principais pautas para o ano que vem. Vamos precisar estreitar nossas parcerias”.

O executivo acrescentou, ainda sobre o próximo ano, que “as exportações passam a ser uma fonte de receita e um universo que podemos explorar mais”, ao avaliar a atual paridade dólar-real.

Iracemápolis – Berbetz revelou que a Mercedes-Benz iniciou processo de seleção de fornecedores para sua nova fábrica de automóveis em Iracemápolis, SP, de início de produção agendado para os primeiros meses de 2016.

“Nesta primeira fase ainda estamos trabalhando com os fornecedores indiretos, ligados à fase de construção civil, mas já avaliamos parceiros para se instalarem no nosso parque de fornecedores em breve” – serão de sete a dez, inicialmente.

Foi agendada ainda a cerimônia de assentamento de pedra fundamental da fábrica, que ocorrerá no início de fevereiro de 2015. O anúncio do investimento na unidade ocorreu em outubro de 2013.

Freios ABS ou CBS serão obrigatórios para motos em 2019

As exigências para segurança veicular ficarão mais rígidas também para o segmento de duas rodas. Assim como ocorreu nos automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, sistemas de freio mais modernos e evoluídos serão obrigatórios para motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos, de acordo com cronograma estabelecido pelo Contran e publicado na edição de terça-feira, 9, do Diário Oficial da União.

Mas há uma diferença: para estes veículos serão dois os sistemas disponíveis. Além do já conhecido sistema de antitravamento das rodas, ou ABS, há possibilidade do uso do sistema de frenagem combinada das rodas, o CBS. Para modelos com até 300 cm3 de cilindrada – ou potência de até 22kW no caso das elétricas – as montadoras poderão optar por um ou o outro e, acima disso, o ABS será a única opção.

A obrigatoriedade começa em 1º. de janeiro de 2016 para apenas 10% da produção ou importação, segundo o cronograma estabelecido pela Resolução 509 do Contran. Em 2017 o índice sobe para 30%, alcança 60% em 2018 e completa os 100% de 2019. O fabricante ou importador pode antecipar as metas, se assim desejar.

Ficam isentos da obrigatoriedade veículos militares, para uso exclusivo fora de estrada, de fabricação artesanal e ciclo-elétricos com potência de até 4kW e que não ultrapassem velocidade final de 50 km/h.

Segundo José Eduardo Gonçalves, diretor executivo da Abraciclo, a medida é uma vitória da associação, que há meses negocia a criação deste cronograma. “Um dos objetivos dos fabricantes é contribuir com o aumento da segurança. O assunto foi discutido por meses nas câmaras temáticas do Contran.”

Para Alexandre Pagotto, analista de marketing da Bosch – uma das fornecedoras de sistema ABS para motocicletas e histórica defensora da obrigatoriedade do componente para o segmento – a decisão representa grande avanço para a segurança no trânsito brasileira. Mas não significa automaticamente, porém, que a demanda seja atraente para a nacionalização do ABS para motocicletas.

“As motocicletas acima de 300 cm3 de cilindrada ainda representam volume reduzido dentro do mercado total. Para tornar viável a produção local seria necessário algo mais parecido com o que ocorreu no mercado europeu.”

Em agosto a Honda lançou no Brasil a primeira moto de baixa cilindrada equipada com freios CBS, a CG 150 Titan linha 2015 – acréscimo de R$ 180 ao preço. De acordo com a fabricante o sistema pode reduzir em até 20% a distância percorrida durante a frenagem.

Na Europa a obrigatoriedade do ABS vale para motocicletas acima de 125 cm3 – abaixo disso o CBS também é aceito. Lá o cronograma estabelece obrigatoriedade aos lançamentos a partir de 2016 e para todas as motocicletas 0 KM, produzidas localmente ou importadas a partir de 2017.