Com mais vendas diretas, montadoras ampliam redes para frotistas

Na tentativa de driblar a queda nas vendas de automóveis e comerciais leves, próxima de 8% no ano, algumas montadoras apostam nos clientes corporativos. O índice de vendas diretas de janeiro a novembro deste ano está em 29,2% do mercado total, em alta de quatro pontos porcentuais em relação ao mesmo período de 2013, segundo dados da Fenabrave.

Fatores como aumento do empreendedorismo, o crescimento do turismo de lazer e de negócios – que influencia locadoras e taxistas – e o aumento de frotas corporativas levaram montadoras como Renault e Volkswagen a aprimorar seu atendimento aos frotistas, que além de empresas dos mais variados portes também contempla produtores rurais, órgãos de governo, portadores de deficiência e autoescolas, dentre outros.

Na Renault a rede direcionada para o público empresarial, denominada Pro+, já representa pouco mais de um quarto do total de lojas da montadora no País: são 58 concessionárias dedicadas apenas aos frotistas para cerca de 240 revendas tradicionais.

Segundo Alexandre Oliveira, diretor de vendas a empresas da Renault, o formato de atendimento exclusivo aos frotistas garante, além da comercialização de veículos, a manutenção da frota com serviços de oficina. “O público empresarial depende do veículo para trabalhar e precisa de atendimento diferenciado e mais ágil.”

A rede Pro+ da Renault é um formato global de serviço que desembarcou no Brasil em 2013, iniciativa motivada justamente pelo aumento das compras corporativas no País. Neste ano cerca de 10% do total das unidades comercializadas pela montadora foram destinadas a pessoas jurídicas – aproximadamente 20 mil veículos.

“Esse formato de atendimento permite maior interatividade com o cliente, pois nossos consultores já tem experiência na emissão de orçamentos e ligação direta com as empresas.”

No caso de grandes compradores da Renault como os Correios, que tem cerca de cinco mil unidades do modelo Kangoo na frota, a manutenção dos veículos foi pré-acordada. “Nossos consultores acompanharam a entrega dos veículos e montaram um cronograma dedicado de pós-vendas.”

Além dos Correios a Renault tem em sua lista de grandes clientes a BRF, ou Brasil Foods, nascida da união da Sadia com a Perdigão, com cinco mil veículos, Nestlé, com oitocentos, e Sky, de telecomunicações, com setecentos. “Temos consciência da relevância desses clientes e por isso o nível de estoque de peças da rede Pro+ é acima do normal. Além disso o atendimento não precisa ser necessariamente agendado, como nas concessionárias tradicionais.”

Além do atendimento disponível em tempo integral a Pro+ também realiza pequenos reparos diretamente nas empresas dos clientes. Esta mesma modalidade é feita pela Volkswagen, que lançou o Fleet Center, conceito de atendimento exclusivo aos clientes frotistas e disponível em 32 concessionárias.

Segundo a montadora o formato, lançado oficialmente durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, foi desenvolvido com base em estudos de tendências de mercado, que apontaram a necessidade de estabelecer dentro da rede casas que sejam referência no atendimento ao cliente frotista – desde sua prospecção até o pós-vendas.

De acordo com o gerente executivo de vendas corporativas da Volkswagen do Brasil, Alberto Andrade, a estratégia é manter a montadora como referência no segmento de venda direta. No acumulado do ano 26,3% dos veículos comercializados pela Volkswagen foram destinados para clientes empresariais.

“Queremos proporcionar uma estrutura mais robusta e diferenciada para atender o mercado corporativo, gerando maior volume de serviços e peças e, consequentemente, um melhor resultado em vendas.”

Dentre as vantagens da rede específica aos frotistas está desconto de 10% em peças e mão de obra na oficina. A expectativa da montadora é que o projeto tenha cobertura em todas as regiões do País até o final de 2015.

Liberação de recursos para financiamentos cai 1,5% em outubro

Em outubro a liberação de recursos para financiamento de veículos a pessoas físicas alcançou R$ 10,4 bilhões, volume 1,5% inferior ao do mesmo mês do ano passado e 1,6% abaixo daquele apurado em setembro. Mas a Anef, associação que representa os bancos de montadoras, ressaltou em comunicado divulgado na quarta-feira, 17, que o volume liberado no acumulado de janeiro a outubro cresceu 0,6% na comparação com igual período de 2013, para R$ 94,3 bilhões.

O saldo da carteira de financiamentos de veículos, somados CDC e leasing, manteve trajetória descendente em outubro, caindo dos R$ 230,7 bilhões de outubro de 2013 para R$ 212,5 bilhões no mês deste ano, redução de 7,9%. Na comparação com setembro, queda de 0,2%.

Os juros subiram em índice mínimo na comparação com setembro: a média ficou em 1,41% ao mês em outubro, aumento de 0,01 ponto porcentual. Mas na média anual a elevação foi mais sensível, de 18,16% para 18,3% na análise outubro versus outubro.

Em compensação a inadimplência para CDC acima dos noventa dias voltou a cair, desta vez de 4,4% em setembro para 4,2% em outubro.

O presidente da Anef, Décio Carbonari, afirmou em nota que a nova lei de retomada de veículos em caso de inadimplência tende a ajudar a melhorar o resultado de suas associadas.

“É preciso esperar algum tempo para termos certeza da sua efetividade. Se funcionar, a tendência é que o consumidor mude o comportamento e a inadimplência caia consideravelmente, beneficiando os bons pagadores e todo o mercado, com taxas de financiamento ainda melhores.”

Visteon vende seus 70% na HVCC

A matriz da Visteon anunciou na quarta-feira, 17, venda de sua parte na joint-venture sul-coreana Halla Visteon Climate Controls, fornecedora de sistemas de climatização. Em comunicado divulgado aos acionistas a companhia estadunidense afirmou ter entrado em acordo para negociar sua fatia na empresa, de 70% para a Hankook Tire e o fundo de private equity Hahn & Company por US$ 3,6 bilhões.

O valor negociado representa aproximadamente 10,1 vezes o Ebitda, lucro antes de juros, impostos e amortizações, apurado pela HVCC nos últimos doze meses anteriores à divulgação do último balanço financeiro, em setembro. A transação ainda precisará ser aprovada por agências regulatórias e acionistas, e deverá ser concluída no primeiro semestre do ano que vem.

A Visteon se comprometeu a fornecer pormenores da transação em 13 de janeiro, durante conferência da indústria automotiva em Detroit. Outras estratégias da companhia, como sua expansão nos negócios de eletrônicos e carros conectados, também serão abordadas.

O presidente e CEO da Visteon, Timothy Leuliette, afirmou no comunicado que o negócio foi oportuno para criar valor adicional aos acionistas. “Vamos nos concentrar nos portfólios de sistemas eletrônicos internos e de carros conectados.”

A Hankook Tire, que entrou no negócio em parceria com o fundo de private equity, não divulgou comunicado referente à negociação até o início da noite de quarta-feira, 17. A empresa é a maior fabricante de pneus da Coreia do Sul.

Já o CEO do Hahn & Co, Scott Hahn, garantiu que os consumidores da HVCC continuarão a se beneficiar dos produtos da companhia. “Juntos em parceria com a Hankook Tire buscaremos expandir nossa base de consumidores global e elevar a eficiência operacional e expertise tecnológica da HVCC.”

A fornecedora de sistemas de climatização opera 35 fábricas no mundo. Por aqui inaugurou uma unidade em Atibaia, SP, em agosto. Tem como clientes BMW, Chrysler, Ford, General Motors, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, Tesla, Volkswagen e Volvo.

A HVCC nasceu em 1986 na Coréia do Sul como Halla Climate Control, ou HCC, joint venture da Ford com o grupo local Mando Machinery. Em 1999, com o spin off, a Visteon assumiu a parte da Ford na empresa, que entretanto tornou-se Halla Visteon Climate Control apenas em março de 2013, a partir de unificação de todas as divisões de climatização da sistemista.

Materiais alternativos correm por fora na batalha do Inovar-Auto

Os novos desafios propostos para indústria automotiva a partir do Inovar-Auto têm incentivado diversos elos da cadeia produtiva. Do alumínio às tintas, do produto ao processo, são muitas as novidades que buscam reduzir custos, tempo e peso.

Um bom exemplo está na área de alumínio, na qual os investimentos concentram-se principalmente em aumento da capacidade frente ao uso crescente do material em componentes antes feitos de ferro ou aço. O alumínio, dizem executivos do setor, mostra-se uma alternativa cada vez mais considerada na equação da indústria automotiva: por ser um terço mais leve, cada dois quilos de alumínio eliminam três quilos de aço.

No Brasil seu uso atualmente está na casa dos setenta quilos por automóvel, índice que deve chegar a 110 quilos/veículo até 2017. Apesar do crescimento sensível, ainda assim o volume será ainda muito abaixo dos atuais 155 quilos em modelos produzidos nos Estados Unidos e dos 140 quilos dos europeus.

As principais oportunidades para incrementar a participação do alumínio nos veículos nacionais estão na fundição: cerca de 90% do alumínio fornecido para a indústria automotiva concentra-se em motores e peças. Dentre as aplicações do metal estão bloco de motor, cabeçote, parachoque, elementos de porta, tampa do porta-malas e trocadores de calor, além de partes da carroceria.

Nas contas da Teksid a atual proporção de 70% de blocos de ferro para 30% de alumínio no Brasil tende a se inverter até 2017. A empresa está em ciclo de investimento de R$ 250 milhões na unidade de Betim, MG, para construção de uma nova fábrica. A Nemak também aposta alto no alumínio: o aporte em sua fábrica mineira, igualmente instalada em Betim, superará US$ 200 milhões em uma década, com objetivo de atender clientes como Fiat, Ford, GM, Renault, Volkswagen e PSA Peugeot e Citroën.

A Novelis, que fornece chapas para defletores de calor, carrocerias de ônibus, implementos rodoviários e tanques para transporte de combustível, investiu no ano passado US$ 340 milhões para elevar em 50% sua capacidade produtiva em Pindamonhangaba, SP.

Anderson Oba, gerente de marketing da divisão de extrudados da Alcoa América Latina & Caribe, avalia que as montadoras começam a entender que o alumínio, embora mais caro, apresenta maiores benefícios e retorno em médio prazo: “Estamos aptos para atender toda demanda nacional. O alumínio tem vantagens de redução de peso, durabilidade e maior resistência à corrosão”. A Alcoa fornece blocos usinados para freios ABS, dentre outros componentes, e garante que em breve veículo com um novo parachoque dotado de estrutura de alumínio, encomendado por uma grande montadora, chegará às ruas do País.

TINTAS – Ao mesmo tempo a Basf desenvolve combinação de produtos e processos que reduzem gastos com material, produção e energia elétrica. Daniel Muller, diretor de tintas automotivas na América do Sul, explica que a modernização nos processos de pintura integra primers e basecoats aplicados conjuntamente para eliminar os ciclos de estufa. “Esse procedimento reduz tempo e recursos de pintura e é mais sustentável em relação ao tradicional. Alguns dos benefícios são menores índices de consumo de energia, este de 15% a 20%, de emissões de CO2 e de tempo do processo.”

Chamado Processo Integrado 2 a tecnologia utiliza materiais à base de água e economiza ainda 25% do consumo de tinta. No ano passado a empresa investiu R$ 7 milhões na fábrica de São Bernardo do Campo para expandir a sua capacidade de atendimento à indústria automotiva no País.

Rafael Müssnich, diretor de operações da Artecola Química, aponta a necessidade de matérias-primas competitivas e também com apelo de sustentabilidade nesses novos tempos do setor: “Daí nossas entregas da Ecofibra, feita com fibras naturais de coco, cana e madeira, aplicada em várias partes do automóvel. É um material que reduz o peso na comparação com o componente de metal: a massa de um porta-pacote cai de dois para 1,4 quilo”.

Até mesmo o silicone ganha espaço. De acordo com levantamento da Dow Corning, fabricante que atua neste segmento, o consumo do produto por veículo no Brasil é de US$ 1,6 enquanto em mercados maduros chega a US$ 7.

Segundo Joy Govitz, gerente de marketing para as Américas, o silicone pode ser aplicado nos painéis de plástico para aumentar a durabilidade e reduzir custos produtivos: “Com a aplicação para acabamento pode-se dispensar a pintura de diversos itens, além da proteção contra riscos”.

A empresa, que tem fábrica em Campinas, SP, também fornece produtos de silicone para controle de ruído: “Eles funcionam no amortecimento do atrito das peças e isolamento ou união de componentes metálicos, tornando os veículos mais silenciosos e, assim, confortáveis”.

Média diária chega a 16 mil unidades na quinzena

O encerramento da primeira quinzena trouxe números positivos ao varejo automotivo, indicando um dezembro com forte demanda – porém ainda abaixo dos volumes registrados no ano passado. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData foram licenciados 175,1 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus até a segunda-feira, 15.

O resultado, apesar de 4,5% inferior ao do mesmo período de 2013 – 183,3 mil –, indica recuperação do mercado com relação aos meses anteriores. Em novembro a primeira quinzena fechou em torno de 160 mil unidades e em outubro o volume da primeira metade do mês chegou a 143,4 mil veículos.

Com onze dias úteis de venda a média diária de licenciamentos chegou muito próxima das 16 mil unidades, o maior volume para o ano – em janeiro, outro mês com ritmo forte, o índice na primeira metade do mês alcançou 15,7 mil veículos.

O varejo projeta para dezembro 340 mil emplacamentos, resultado que tornaria o último mês de 2014 o melhor do ano em vendas. Porém o volume ainda seria inferior a dezembro do ano passado, quando os licenciamentos chegaram a 354 mil unidades.

Ainda restam onze dias úteis para o fim do mês, mas segundo uma fonte do varejo os Detrans não deverão operar em horário integral nas quartas-feiras 24 e 31, véspera de natal e ano novo, respectivamente, e possivelmente também na terça-feira, 30, antevéspera de ano novo. Como resultado boa parcela das vendas da última semana do ano terá seus emplacamentos registrados apenas em janeiro.

O mercado caminha para fechar o ano em queda de 8% com relação ao ano passado. Alcançada a projeção dos varejistas, 2014 teria 3 milhões 467 mil licenciamentos ante 3 milhões 767 mil do ano passado – de um ano para o outro deixariam de serem emplacadas, portanto, trezentas mil unidades.

À Agência AutoData o presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou esperar vendas diárias em faixa acima de 15 mil unidades no mês. “Em outubro afirmei que nossa luta seria para alcançar 13 mil unidades licenciadas/dia e, em novembro, 14 mil unidades/dia. Agora esperamos superar patamar de 15 mil veículos de média diária”.

Vendas diretas – Mais uma vez o volume de licenciamentos está inflado pelas vendas diretas, concedidas com grandes descontos a pessoas jurídicas, na maior parte grandes frotistas. Uma fonte do varejo revelou à reportagem que Fiat, Renault e Volkswagen fecharam contrato de alto volume para uma locadora, cujos veículos envolvidos deverão ser emplacados até o fim do mês.

A fonte alertou também para os estoques: segundo ela a expectativa é fechar o mês com volumes elevados, ainda acima daqueles registrados ao fim de novembro, quando os pátios das montadoras e concessionárias registravam 414,3 mil unidades. Um dos motivos é o grande chamariz de vendas do fim do ano, o provável aumento do IPI. Veículos em estoque, já faturados, poderão ser comercializados com o imposto ainda reduzido mesmo após a virada do ano.

Anfavea defende manutenção da Lei Renato Ferrari sem alterações

A Lei 6 729, mais conhecida como Renato Ferrari, que rege as relações de montadoras e concessionárias no País na distribuição de veículos, atende bem à conjuntura nacional do segmento e não necessita de alterações ou adaptações diante do quadro atual. Essa foi a posição defendida pela Anfavea durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados em Brasília, DF, na tarde da terça-feira, 16.

A audiência foi convocada pela casa para debater o Projeto de Lei 7200/14, que prevê alterações na atual legislação. Para o deputado autor da proposta a Lei Renato Ferrari “permite uma relação unilateral de submissão por concedente e concessionária, fazendo prevalecer, sempre, o desejo e as imposições do maior”. O deputado, em sua justificativa, considerou ainda que “a Lei como posta não dá nenhuma segurança e garantia de sobrevivência ao concessionário em caso de rescisão contratual, já que pode, a qualquer momento, ter seu contrato rescindido pelo simples fato de não cumprir as metas traçadas pela concedente, muitas vezes absurdas e incompatíveis com seu mercado”.

Em entrevista por telefone à Agência AutoData o presidente da associação, Luiz Moan, afirmou que “a conclusão de todas as partes convidadas à audiência foi a de que o melhor é não promover nenhuma alteração na atual legislação. O autor da proposta foi receptivo e compreendeu as nossas observações. A Lei Renato Ferrari representa um equilíbrio de forças”. O dirigente acrescentou que algumas observações do autor do PL já são contempladas pelas convenções de marca, também previstas na atual legislação.

Moan considerou que o texto do Projeto de Lei, como sugerido, “cria subjetividades”. A proposta estabelece, dentre outros, que os pedidos de veículos pela concessionária e os fornecimentos pela respectiva fabricante deverão corresponder à média aritmética de vendas dos últimos seis meses, “seguindo assim a conjuntura do respectivo mercado”, e ainda que a montadora não poderá faturar às concessionárias veículos que não tenham sido solicitados “formalmente”, além de prever uso de ferramentas que garantam a sobrevivência de concessionárias de veículos em caso de rescisão contratual.

Para o presidente da Anfavea todos estes pontos estão cobertos pelas convenções de marca e pelos contratos firmados por concessionários e montadoras. Ele recorda ainda que “a última palavra é do judiciário, e em caso de rescisão contratual há ainda o código civil, que prevê indenização por perdas e danos”.

Também participaram da audiência na Câmara dos Deputados o atual presidente executivo e presidente eleito da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., o assessor jurídico da Abeifa, Sebastião Araújo Costa, a Coordenadora-Geral de Arranjos Produtivos Locais do MDIC, Margarete Gandini, e a secretária Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva.

Volare inicia produção no Espírito Santo

Depois de pouco mais de um ano de obras e investimento de R$ 35 milhões a Volare, unidade independente da Marcopolo, iniciou a produção na fábrica de São Mateus, ES, na sexta-feira, 12.

Durante a cerimônia de inauguração, que contou com a presença de autoridades locais e funcionários, a companhia apresentou as primeiras unidades dos modelos W9 e DW9 fabricadas ali.

Segundo a empresa a fábrica empregará duzentos funcionários e deve produzir oitocentos micro-ônibus em 2015. Os veículos serão comercializados nos 65 pontos de vendas da marca no País e também em mercados de exportação.

Em comunicado a companhia afirmou que “a construção da nova fábrica tem o objetivo de melhor atender ao crescente mercado de veículos de transporte de pessoas e, pela maior facilidade logística, elevar a competitividade nas regiões Norte e Nordeste do País e Exterior”.

Sustentabilidade – O projeto da nova fábrica da Volare, complementar à unidade de Caxias do Sul, RS, prevê o reuso d’água. O volume das chuvas será captado e armazenado em um lago com capacidade superior a 10 milhões de litros. A montadora construiu estação de tratamento de efluentes e de água na nova fábrica.

Além disso a fábrica conta com placas para captação de energia no telhado, que serão utilizadas para aquecer água no refeitório e vestiários.

Outro ponto planejado na unidade é a renovação natural do ar ambiente: são 12 trocas por hora, com ventilação natural e contínua em todos os processos industriais.

Spinetti e Mello substituem Del Noce na Iveco

Dois executivos substituem o italiano Paolo Del Noce na direção da divisão de veículos especiais da Iveco na América Latina, em iniciativa da empresa para elevar os negócios desta área na região. A companhia anunciou na terça-feira, 16, Humberto Spinetti como novo diretor das divisões de ônibus e veículos de defesa e Marco Mello como diretor comercial e de novos negócios da Magirus, divisão de veículos para combate a incêndio.

A produção nacional do chassi de ônibus 170S e a expansão da operação de veículos de defesa na região são os principais motivos da nomeação de Spinetti, justificou a Iveco em comunicado.

“Estar à frente desse processo de crescimento dentro da empresa e atuar em dois setores tão importantes para o País é, ao mesmo tempo, desafiador e gratificante”, afirmou o executivo, formado em engenharia mecânica automobilística e MBA em administração de empresas e gestão corporativa, em nota.

Já Mello, que agora está à frente da Magirus, tem mais de trinta anos de carreira e trabalhou na General Electric e Helibras antes de chegar à Iveco. Sua responsabilidade na nova função será de gerir os contratos firmados com os Bombeiros, Ministério da Justiça e Infraero e prospectar novos clientes no Brasil e países vizinhos.

“A gama de produtos fabricados pela Iveco e pela Magirus nos permite oferecer soluções completas para o cliente. Vamos dar ênfase a esse diferencial”, afirmou Mello, também no comunicado.

Del Noce, que esteve à frente dos negócios especiais da Iveco nos últimos anos, deixou a companhia rumo à França, mais especificamente na Akka Technologies, como CEO daquela operação. A empresa atua na área de consultoria de engenharia e informática.

VW fecha novo acordo e desiste de demitir oitocentos na Anchieta

As oitocentas demissões na fábrica da Volkswagen na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo, anunciadas no começo do mês, não vão mais acontecer. Os empregos destes metalúrgicos, portanto, estão mantidos.

Após dez dias de greve a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fecharam acordo, aprovado em assembleia na manhã da sexta-feira, 16, na porta da unidade. As atividades produtivas voltaram ao normal na própria sexta-feira.

As bases do acerto foram retrabalhadas diante daquelas rejeitadas pelos metalúrgicos em dezembro, e preveem extensão até 2019 do atual acordo, então válido até 2016, além de abertura de PDV, Programa de Demissão Voluntária, e outros tópicos. O plano prevê ainda garantia de emprego e produção de uma nova plataforma global na unidade.

Em comunicado, a montadora afirmou que vê “com satisfação a aprovação do novo acordo coletivo por seus empregados. Empresa e Sindicato retomaram as discussões nesta semana e chegaram a uma proposta balanceada que possibilitará a adequação da estrutura de custos e efetivo da unidade”.

Ainda segundo a nota da VW “o resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de programas voluntários, com incentivo financeiro, e também ‘desterceirizações’ temporárias para alocação de parte do excedente de pessoal, dentre outras medidas. Além disto, assegura a vinda de uma nova plataforma mundial de produto, solidificando as bases de um futuro sustentável para a Unidade Anchieta”.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC o acordo foi aprovado por unanimidade em assembleia que reuniu oito mil trabalhadores. “Conseguimos mudar os pontos que os companheiros não concordavam na antiga proposta e assim, contemplamos as reivindicações de todos”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

Além da garantia de emprego até 2019 os principais pontos do novo acordo são reajuste integral da inflação incorporado ao salário para o período de 2016 a 2019 e aumento real de 2017 até 2019. Neste ano haverá reajuste da inflação e aumento real de 2%, pagos em forma de abono e antecipados já na próxima terça-feira, 20.

As cláusulas sociais também valem até 2019, segundo o sindicato, que entende que o acordo avançou em relação à proposta rejeitada no ano passado, vez que em 2016 haverá reajuste pelo INPC incorporado ao salário, enquanto que inicialmente este ocorreria como abono, além da antecipação do abono de 2015 e o complemento da PLR, Participação nos Lucros e Resultados, de 2014 conforme as novas regras.

Na prática as demissões não chegaram a ser efetivadas, vez que os oitocentos trabalhadores, informados da decisão por telegrama no fim do ano, se encontravam em licença remunerada até o início de fevereiro.

Gol reage, lidera no mês e encosta no Palio no acumulado

O vencedor do ranking dos modelos mais vendidos no País em 2014 está definitivamente em aberto. O VW Gol reagiu às investidas do Palio e na última semana somou volume agressivo de emplacamentos, o que lhe deu a liderança na primeira quinzena e o jogou de volta, e com muita força, à briga pela vitória no acumulado do ano.

Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData o Gol lidera as vendas até a segunda-feira, 15, ou onze dias úteis, com 10,4 mil emplacamentos. Em seguida está o Palio, com 9,7 mil, e em terceiro o Chevrolet Onix, com 9 mil.

O galgar do Gol nos últimos dias impressiona: até o sétimo dia útil de dezembro o VW estava em terceiro, oitocentas unidades atrás do Palio. Agora, apenas quatro dias úteis depois, está à frente por quase seiscentos licenciamentos. Ou seja: apenas neste período o hatch Volkswagen emplacou 1,4 mil unidades a mais que o concorrente da Fiat.

Até o sétimo dia útil de dezembro a média diária de licenciamentos do Gol no período era de 720 unidades ante 838 do Palio. Agora o índice do VW subiu para 946 e o do Fiat para 878.

Com isso o quadro no acumulado ficou apertadíssimo e se tornou aposta quase impossível definir o vencedor do ano. A diferença a separar os dois é de míseras 1 mil unidades a favor do Palio – vez que no acumulado até o fechamento de novembro o Fiat, ultrapassando o VW pela primeira vez no ano, ficou 1,6 mil à frente.

Restam apenas onze dias úteis para o fechamento do mês e, consequentemente, do ano, mas as duas últimas semanas, que somam sete dias úteis, deverão ser fracas no varejo por conta dos feriados e festividades de natal e ano novo. Mas nos bastidores, considerando em especial as vendas diretas, a disputa promete ser ferrenha até lá.

O quadro é tão apertado que caso se mantenham os atuais volumes de vendas diárias do Gol e do Palio – aqueles registrados nos primeiros onze dias úteis – até o fim do mês o ano fecharia com diferença inferior a somente duzentas unidades a favor do Fiat.