Queda média diária do mercado foi de 5,6% em 2014

O mercado brasileiro de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus fechou o ano passado com retração de 7,1% na comparação com o ano anterior, ou 3,5 milhões de veículos licenciados. Os dados foram divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8.

Descontados os feriados, fins de semana e demais dias não úteis, a queda foi de 5,6% na média diária. “Em 2013 foram emplacados 15 mil 130 veículos por dia útil. No ano passado, foram 14 mil 278 unidades, em média”, afirmou Luiz Moan, presidente da associação.

Dezembro fechou como terceiro melhor mês em vendas na história da indústria, com 370 mil unidades comercializadas. Ficou atrás apenas de agosto de 2012, quando 420,1 mil veículos foram licenciados, e de dezembro de 2010, com 381,6 mil emplacamentos.

Comparado com dezembro de 2013 as vendas do mês passado cresceram 4,6%. Com relação a novembro, o avanço foi de 25,6%.

A equação de vendas altas e produção desacelerada resultaram em queda no nível dos estoques. Segundo a Anfavea dezembro terminou com 351 mil unidades nos pátios das montadoras e concessionárias, nível bem abaixo dos 414,3 mil veículos estocados ao fim do mês anterior.

O volume é capaz de suprir 28 dias de vendas, segundo a metodologia tradicional de cálculo da Anfavea – a associação mudará oficialmente os cálculos a partir do mês que vem, explicou o presidente.

“Pela nossa nova metodologia os estoques são de 35 dias. Os níveis estão preocupantes”.

Curiosidade: das 351 mil unidades, 297,5 mil estão nos estoques das concessionárias. Ou seja, este é o volume de veículos com IPI reduzido disponível para venda ainda no início de 2015.

Moan divulgou também índices positivos com relação ao crédito. Segundo o executivo de setembro a dezembro a liberação de fichas cresceu 11%, em média, comparado com a média dos nove primeiros meses do ano. “Pudemos verificar uma retomada do crédito, que nos dá esperança para bons resultados em 2015”.

Queda anual na produção supera 500 mil veículos e chega a 15,3%

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus encerrou 2014 com uma retração de 15,3%. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8, o volume chegou a 3 milhões 146 mil unidades, ante os 3 milhões 712 mil registrados um ano antes.

A diferença foi de 566 mil unidades, valor equivalente a dois meses de produção se observada a média de 2014.

De acordo com Luiz Moan, presidente da Anfavea, a queda na produção era esperada, uma vez que houve uma retração nas vendas. “As montadoras realizaram ajustes ao longo do ano todo na tentativa de se adequarem ao novo cenário. As férias coletivas e os mecanismos como licença remunerada e lay-off contribuíram para o recuo do volume produzido”.

Ao todo saíram das linhas de montagem brasileiras 2 milhões 314 mil automóveis, uma queda de 15% na comparação anual, e 658,4 mil comerciais leves, recuo de 13,6%. Os caminhões foram responsáveis pela maior retração, com 25,2%, e 139,9 mil unidades produzidas. Já os ônibus tiveram queda de 17,9% e 32,9 mil unidades fabricadas no ano.

Em dezembro o volume de produção teve o menor patamar do ano com 203,8 mil unidades. Na comparação anual a queda foi de 11,8% e em relação a novembro a baixa chegou a 23,1%.

Segundo Moan, “a fim de controlar os estoques algumas montadoras suspenderam a produção durante o mês inteiro e todas concederam férias coletivas em ao menos uma parte de dezembro. Isso explica o volume inferior”.

Além de medidas como as férias coletivas algumas empresas tiveram de reduzir o quadro de funcionários durante 2014. Em dezembro o número de empregados na indústria somou 144,6 mil, uma retração de 7,9% ante os 156,9 mil verificados um ano antes.

Apesar da eliminação de 12 mil funcionários, o equivalente a força de trabalho da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, SP, Moan afirmou que as demissões foram todas realizadas por meio de programas de demissão voluntária, encerramento de contratos temporários e não reposição de vagas em casos de pedidos de demissão e aposentadorias. “Não houve demissão em massa e as empresas usaram todas as manobras possíveis antes de reduzir os quadros”.

Sobre as 800 demissões anunciadas pela Volkswagen em São Bernardo do Campo, SP, no início desta semana o presidente da Anfavea afirmou que espera uma mudança. “Eles concederam uma licença remunerada para o grupo [até 5 de fevereiro] e há possibilidade de rever isso caso os metalúrgicos aceitem a alteração do acordo trabalhista vigente até 2016 [que inclui congelamento de salários e foi rejeitada em 2 de dezembro de 2014]”.

Moan disse ainda que a Anfavea está a disposição para servir de interlocutora das negociações da empresa com o sindicato local. “Acreditamos que haverá uma solução para esse problema e as demissões possam ser revertidas”.

Consultada, a Volkswagen manteve sua posição inicial e afirmou que quando os funcionários retornarem ao trabalho em fevereiro serão dispensados de seus cargos.

Anfavea: projeção de estabilidade.

A Anfavea divulgou na quinta-feira, 8, suas projeções para produção, mercado interno e exportações de veículos e máquinas agrícolas. Dessa vez, ao contrário do ano passado quando projetou crescimento em todos os segmentos, a associação divulgou números parecidos com os apurados em 2014.

Segundo os cálculos do departamento de estatística da Anfavea o mercado doméstico deverá fechar em linha com o resultado do ano passado, ou 3,5 milhões de unidades. O volume de exportações crescerá 1%, para 337,9 mil veículos, enquanto a produção subirá 4,1%, alcançando 3 milhões 276 mil unidades.

Para Luiz Moan, presidente da Anfavea, a nova lei que facilita a retomada dos bens de financiamentos inadimplentes trará aspecto positivo ao mercado, que compensaria o mau desempenho projetado para a economia no ano. “As financeiras já estão ampliando a concessão de crédito desde setembro. O efeito positivo seguirá durante 2015”.

A subida na produção é explicada pelo avanço esperado nas exportações e pela substituição de modelos importados por nacionais. “Acreditamos que a participação de modelos produzidos crescerá neste ano, reduzindo a participação dos importados. Em 2014 17,6% das vendas foram de modelos importados, projetamos 16% em 2015”, disse, justificando a queda com o aumento do dólar. “Acreditamos que o dólar chegará a R$ 3,10”.

Com relação às exportações, a busca por novos mercados explica a expectativa de aumento. Moan ressaltou também que o principal cliente, a Argentina, não deverá ter nova queda em 2015. “Poderá até se recuperar”.

O presidente da Anfavea afirmou ainda que as projeções divulgadas são suas expectativas mais pessimistas. “Eu, pessoalmente, acredito que cresceremos neste ano. Em 2014 tivemos grandes eventos como a Copa do Mundo e as eleições, uma grande concentração de feriados e havia um clima negativo na população. Não acredito que isso deva se repetir neste ano”.

Para a Anfavea, em valores as exportações subirão 2,5%, para US$ 11,8 bilhões. Foram divulgadas também projeções para o setor de máquinas agrícolas: estabilidade em produção e vendas e crescimento de 1% nas exportações.

Moan: Exportar-Auto deve sair do papel em 2015.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, acredita que o Exportar-Auto finalmente deve ser colocado em prática em 2015. O executivo afirmou que os novos membros do Governo Federal estão avaliando o projeto e já acenaram positivamente para as medidas.

“É natural que haja um tempo de transição do governo e um período de análise das propostas. São cerca de 50 medidas que devem facilitar as exportações do País, não somente da indústria automotiva. Desse total cinco ou seis já foram adotadas e estão se mostrando eficientes, mas esperamos uma adesão mais ampla neste ano”.

Moan afirmou que o Exportar-Auto não deve ter o mesmo formato de regime do Inovar-Auto – que foi aprovado de uma única vez – e afirmou que a adoção das medidas, mesmo de forma gradual, já seria um avanço. “São medidas urgentes que podem colaborar com a competitividade do País”.

O presidente da Anfavea fez as considerações durante a divulgação do balanço de 2014, na quinta-feira, 8. As exportações de veículos caíram expressivos 40,9% de janeiro a dezembro do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2013.

Foram enviados para fora do País 334,5 mil veículos, ante 566,3 um ano antes. Dentre o total estão 310,1 mil automóveis e comerciais leves, baixa de 41,6%, 17,7 mil caminhões, recuo de 29,1%, e 6,6 mil ônibus, em queda de 32,4%.

Moan afirmou que a queda das exportações para a Argentina foi um dos principais agravantes para o resultado. “As vendas argentinas caíram 29% em 2014 e o reflexo da política econômica deles nos afetou. Porém já estamos trabalhando novas parcerias para diminuirmos nossa dependência. Países da América Latina e da África estão na lista”.

Em valores houve uma retração de 30,4% no ano. De janeiro a dezembro de 2014 foram US$ 11,5 bilhões ante US$ 16,5 bilhões no mesmo intervalo de 2013.

Somente em dezembro foram exportados 23,7 mil veículos, uma queda anual de 45,2%. Na comparação com novembro a baixa foi de 8,7%. Em valores dezembro somou US$ 747 milhões, valor 37,6% inferior na comparação anual e 18,4% menor ante novembro.

Mercado de ônibus fecha em baixa de 16,3%

O segmento de chassis de ônibus fechou o ano passado com 27 mil 542 licenciamentos, decréscimo de 16,3% ante os 32 mil 918 realizados em 2013.

Em dezembro as vendas somaram 2 mil 334 unidades, baixa de 26,9% em relação aos 3 mil 193 emplacamentos realizados no mesmo mês do ano passado.

Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea, comentou que o resultado foi como previsto. E embora ainda não feche uma estimativa para 2015, revela crer em cenário mais positivo para os ônibus:

“Se as tarifas forem reajustadas nos diversos pontos do País as empresas poderão investir mais e, assim, renovar suas frotas. Há também a aguardada regulamentação das linhas interestaduais, que poderiam ampliar as vendas de rodoviários.”

A produção de chassis somou 32 mil 938 unidades em 2014, queda de 17,9% ante as 40 mil 111 no ano anterior.

Em dezembro saíram das linhas 604 unidades, tombo de 63,3% ante as 1 mil 645 no mesmo mês do ano passado.

Já as exportações atingiram 6 mil 608 chassis, decréscimo de 32,4% na comparação com os 9 mil 768 embarques realizados em 2013.

Isoladamente em dezembro 474 ônibus foram vendidos ao Exterior, baixa de 49,5% em relação aos 939 no mesmo mês de 2013.

Vendas de caminhões têm queda de 11,3% em 2014

As dificuldades operacionais da linha Finame PSI no início do ano passado, somadas ao baixo crescimento econômico estão dentre as principais razões da queda de 11,3% nas vendas de caminhões em 2014, com 137 mil 73 emplacamentos ante 154 mil 549 em 2013.

Mesmo com a baixa o resultado representou o quinto maior volume de caminhões vendidos no País.

Dezembro foi o melhor mês do ano, com 13 mil 695 licenciamentos, como comentou Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea:

“O mercado sabia que as taxas do Finame PSI para 2015 iriam aumentar, o que motivou uma parte dessas compras. De fato foi um mês melhor do que esperávamos, mas não há muito a se comemorar.”

Moraes evitou traçar projeções para caminhões neste ano. “Ainda é cedo para essa estimativa. Depende da economia, de investimentos em infraestrutura e das taxas de financiamento. A circular do BNDES sobre a operação do Finame PSI saiu segunda-feira à noite. Seu sistema operacional ainda não está pronto para as novas regras, que incluem composição de taxa fixa mais taxa variável.”

Sobre o início das operações do Finame PSI 2015 ele afirmou esperar que ocorra o mais depressa possível. “É um pleito permanente para evitar novo soluço do mercado como o de 2014, que teve basicamente dez meses de vendas, e com estabilidade para as compras acontecerem de forma programada.”

O vice-presidente comentou que, por ora, os caminhões vendidos no País contam com as opções de financiamento TJLP e CDC, modelo este menos procurado por frotistas.

“O TJLP pode oferecer melhores condições que o PSI que basicamente dobrou as taxas de juros para este ano frente ao último. Foi um aumento maior do que esperávamos.”

Sobre o aguardado projeto de renovação de frota Moraes revelou que já foi apresentado ao novo governo, que “entendeu a importância da medida, mas pediu um tempo para análise”.

O projeto defende o pagamento do valor de mercado do caminhão com mais de trinta anos, na faixa de R$ 20 mil a R$ 40 mil, acrescido de subsídio de 20% sobre esse valor, além de taxas mais atrativas que as de mercado para motivar o proprietário a trocar o veículo.

“O Brasil tem cerca de 240 mil caminhões com mais de trinta anos, o que sem dúvida representa uma oportunidade, com vários benefícios a toda a cadeia produtiva.”

Produção – Saíram das linhas em 2014 139 mil 965 caminhões, baixa de 25,2% em relação aos 187 mil 89 no ano anterior.

Em dezembro a produção totalizou 3 mil 704 unidades, redução de 49,6% ante as 7 mil 348 feitas no mesmo mês de 2013.

A queda é justificada pelo mercado interno e também externo: o ano fechou com 17 mil 737 embarques de caminhões, volume 29,1% inferior aos 25 mil 19 de 2013.

Em dezembro as exportações chegaram a 846 unidades, 56,9% abaixo das 1 mil 961 do mesmo mês em 2013.

Máquinas agrícolas: 2014 fica abaixo de 2013 e 2012, mas é melhor que 2011.

O segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias encerrou o ano passado com 68 mil 516 unidades comercializadas no País, segundo dados da Anfavea revelados na quinta-feira, 8. O resultado representa queda de 17,4% ante 2013, recorde absoluto com 83 mil unidades vendidas, e para Luiz Moan, presidente da associação, “um ponto fora da curva”.

O volume alcançado em 2014 ficou abaixo também daquele registrado em 2012, 70 mil, mas foi melhor que 2011, 65,3 mil, e estável ante 2010, também de 68,5 mil unidades.

Moan considerou que dificuldades envolvendo a liberação de recursos da linha BNDES Finame PSI prejudicaram um pouco os números do segmento – em janeiro e fevereiro do ano passado as operações foram paralisadas à espera das regras de então e, em dezembro, o prazo para protocolar pedidos encerrava-se no início do mês, o que prejudicou em especial o mercado de colheitadeiras.

Em dezembro, isoladamente, registrou-se o segundo resultado mensal mais fraco do ano passado, melhor apenas que o de janeiro – comprovando o impacto e importância das operações do PSI no segmento.

Foram vendidas no último mês de 2014 apenas 4 mil 151 máquinas, resultado 28,2% menor do que dezembro de 2013, 5 mil 778, e 21% menos do que em novembro, 5,2 mil.

As exportações de máquinas também não exatamente podem celebrar 2014: as 13 mil 740 embarcadas de janeiro a dezembro representaram queda de 12,2% ante 2013. Em valores a baixa foi mais representativa, de 20,7%: US$ 2,8 bilhões ante US$ 3,5 bilhões no comparativo anual.

Em dezembro, isoladamente, exatas oitocentas máquinas foram vendidas ao Exterior, volume 32% menor que dezembro de 2013 e 24% abaixo de novembro. Em moeda, entretanto, a análise é melhor: US$ 231,4 milhões, queda de 10,8% ante mesmo mês do ano passado mas alta de 11% ante novembro.

Com queda nos mercados interno e externo os números de produção do segmento em 2014 não poderiam apresentar índices positivos: as 82 mil 414 unidades fabricadas representam redução de 18% ante as 100,4 mil de 2013. Em dezembro saíram das linhas 3 mil 834 unidades, em retrações significativas de 41% no comparativo anual e de 38% no mensal.

Vendas de importados caem 14,3% em 2014

As vendas de veículos importados caíram 14,3% em 2014. Segundo dados da Abeifa divulgados na quarta-feira, 7, foram comercializadas 96 mil 578 unidades vindas do exterior de suas associadas, ante 112 mil 649 um ano antes.

A queda do segmento foi maior do que a registrada pelo mercado geral: segundo dados da Fenabrave a venda total de veículos no País caiu 7,2% em 2014, na comparação anual.

O presidente da Abeifa, Marcel Visconde, afirmou em nota que “2014 foi um dos anos mais instáveis para o setor, com eventos que impactaram o mercado como a Copa do Mundo, que resultaram em menos dias úteis de vendas”.

Visconde considerou também que esperava uma reação no segundo semestre, mas que “ela demorou a acontecer”.

Apesar do resultado anual negativo o segmento de veículos importados registrou um bom desempenho em dezembro, repetindo o ocorrido no mercado em geral. No último mês de 2014 foram emplacadas 9 mil 930 unidades, volume idêntico ao verificado em dezembro de 2013 e 30,6% maior do que o apurado em novembro.

Para o presidente da Abeifa o aumento registrado no último mês de 2014 sinaliza que os consumidores optaram por antecipar a compra ou a troca de seus veículos, possivelmente estimulados pelo 13º salário, e para aproveitar os preços praticados no mercado antes do aumento do IPI.

“Nesse momento é muito prematuro falar de reação ou retomada da confiança do consumidor, pois o balanço de 2014 mostra um ano de retração e inconstância do comportamento de compra. Olhamos para o ano de 2015 com cautela e reforçamos que serão necessários ajustes na economia para que a esperada retomada do crescimento aconteça e a confiança do consumidor seja resgatada.”

Por marcas a Kia liderou o ranking em 2014, com 23,7 mil unidades vendidas, mesmo com queda de 18,3% na comparação anual. A BMW cresceu 6,8% e ficou com a segunda posição, com 14,8 mil veículos emplacados. A chinesa Chery completa o pódio com alta de 18,3% e 9,5 mil automóveis comercializados. A Land Rover aparece na sequência com retração de 11,8% e 9,3 mil unidades, seguida pela Jac Motors, com a maior queda dentre as cinco primeiras, de 47,4%, e 8,4 mil emplacamentos.

Mercedes-Benz confirma 160 demissões em São Bernardo do Campo

A Mercedes-Benz confirmou na quarta-feira, 7, desligamento de 160 funcionários da unidade de São Bernardo do Campo, SP. O grupo faz parte dos trabalhadores que estavam em regime de lay-off e que não tiveram a prorrogação do afastamento até 30 de abril.

Em resposta aos cortes os funcionários da unidade decidiram paralisar as atividades por 24 horas na própria quarta-feira, 7. O movimento foi aprovado por cerca de 90% dos 11 mil funcionários da planta, segundo o sindicato local, uma vez que parte dos trabalhadores só retorna das férias coletivas no dia 12 de janeiro.

Segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na terça-feira, 6, o número de demitidos chegaria a 244. A montadora afirmou, no entanto, que foram cerca de 160 desligamentos e mais cem por meio do programa de demissão voluntária, o PDV, finalizado em dezembro.

O comunicado da fabricante afirma que “durante todo o ano de 2014 a Mercedes-Benz utilizou todas as ferramentas legais e negociáveis de flexibilização para preservar a sua força de trabalho”.

No documento a montadora elencou todas as medidas adotadas para evitar demissões: licença remunerada, férias coletivas, semanas com quatro dias de trabalho, redução para um turno em algumas áreas, programa de demissão voluntária, PDV, e o lay-off. No entanto, alega que “para manter a competitividade diante dos altos custos fixos de produção adotou o encerramento do contrato de trabalho para cerca de 160 funcionários”.

Além disso, a M-B informou que os 750 trabalhadores restantes daqueles colocados em lay-off assim permanecerão até 30 de abril – o grupo original era de 1 mil funcionários.

Na unidade Juiz de Fora, MG, também foi adotada a extensão do lay-off para aproximadamente 170 funcionários até 30 de abril. Os custos trabalhistas dos afastados nas duas fábricas serão assumidos integralmente pela companhia, uma vez que o subsídio do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, tem validade de cinco meses e o período já foi utilizado.

A M-B afirmou ainda que “apesar do cenário de queda na produção em suas plantas manterá os investimentos de R$ 730 milhões anunciados recentemente com o objetivo de assegurar a competitividade da empresa no setor de veículos comerciais”.

Volkswagen – Segundo porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a Volkswagen não se posicionou sobre as oitocentas demissões efetivadas na terça-feira, 6, na unidade da Anchieta, e, assim, a greve iniciada naquela data está mantida por tempo indeterminado.

Todos os metalúrgicos foram orientados a comparecer aos seus postos de trabalho, porém sem produzir. Os funcionários do terceiro turno estão cumprindo seus horários durante o primeiro e o segundo períodos e a fábrica está fechada durante a noite.

Ainda de acordo com o porta-voz do sindicato o novo Ministro do Trabalho, Manoel Dias, colocou-se à disposição para mediar as negociações, assim como um representante do Governo Estadual, designado pelo governador.

A unidade da Volkswagen de Taubaté também é palco de negociações sindicais. Acordo da montadora com o sindicato local prevê que o terceiro turno da fábrica do Interior paulista, que emprega 1,4 mil metalúrgicos, funcione somente até 18 de fevereiro.

Segundo nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté há negociações em andamento para que este período seja prorrogado. “Apesar de vivermos um momento difícil, o sindicato pede aos trabalhadores que mantenham-se unidos em tranquilidade aguardando o desfecho das negociações”, disseram os representantes dos metalúrgicos em comunicado.

A unidade de Taubaté é responsável pela produção do Up! e, segundo o sindicato, caso ocorra o fim do terceiro turno os funcionários serão alocados para os demais períodos. Procurada, a Volkswagen não comentou as negociações.

Vendas diretas têm maior volume desde 2010

As vendas diretas chegaram muito próximas à marca de 1 milhão de unidades no ano passado. De acordo com levantamento da Agência AutoData, com base nos dados da Fenabrave, as pessoas jurídicas adquiriram 29% dos 3,3 milhões de automóveis e comerciais leves licenciados em 2014, ou cerca de 965 mil unidades.

Não foi, entretanto, o maior volume registrado pela indústria: em 2010, logo após a crise econômica mundial, os licenciamentos de automóveis e comerciais leves para pessoas jurídicas alcançaram 1 milhão 15 mil unidades.

As vendas concedidas a pessoas jurídicas geralmente são concretizadas com grandes descontos, independentemente de o cliente possuir ou não uma frota numerosa.

O volume do ano passado superou em 5,5% o resultado das vendas diretas de 2013, quando 915,4 mil veículos foram emplacados por meio deste modelo de negócio. Em 2012 foram 894 mil emplacamentos para pessoas jurídicas, ou 24,6% do volume daquele ano, quando a indústria bateu seu último recorde de vendas. Em 2011, 957 mil unidades foram licenciadas por esta modalidade.

Mas esse crescimento, tanto em porcentual quanto em volume, não preocupa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. O executivo afirmou na terça-feira, 6, que considera normal o nível alcançado em 2014. “Esses 30% estão em um patamar internacional para vendas diretas. O nível não tem se alterado nos últimos quatro anos, se mantendo na faixa das 900 mil unidades.”

No entanto é notável a redução dos licenciamentos no varejo, mais rentáveis aos concessionários. No ano passado os emplacamentos de automóveis e comerciais leves registraram queda de 6,9% na comparação com 2013, somadas pessoas físicas e jurídicas. Para as pessoas físicas, isoladamente, a queda alcançou 11,2%, para 2,3 milhões de unidades.

As vendas diretas, portanto, aliviaram a queda do mercado, que no varejo chegou a dois dígitos. Algumas marcas intensificaram os negócios por este canal para manter suas atividades produtivas em níveis adequados.

No caso da líder geral em vendas, a Fiat, das 700 mil unidades vendidas no ano passado 308 mil foram por meio de vendas diretas, ou 44% do volume total.

Mesmo porcentual registrou a Volkswagen: dos 576,6 mil licenciamentos que lhe deram a terceira posição no ranking, 254,7 mil foram efetivados por venda direta.

Foi alta também a participação da modalidade no resultado da Renault. A marca francesa não mediu esforços para manter a quinta posição do ranking geral, pouco mais de sessenta unidades à frente da Hyundai: 43,1% dos seus 237,2 mil licenciamentos no ano passado foram às pessoas jurídicas – terceira maior participação no ranking de vendas diretas.

No varejo a Renault ficou apenas na sétima posição, superada por, além da Hyundai, Toyota. A líder em vendas ao varejo em 2014 foi a Chevrolet, com 17,9% do bolo, seguida pela Fiat, com 16,8%.