A General Motors suspenderá temporariamente o contrato de mais cem trabalhadores da unidade de São Caetano do Sul, SP. O grupo ficará em regime de lay-off no período de 19 de janeiro a 9 de abril.
Os cem metalúrgicos se juntarão a outros 850 funcionários da montadora, que já estão afastados desde 10 de novembro e devem voltar ao trabalho em 11 de maio. Com o novo lay-off cerca de 9% da força de trabalho da unidade do ABC Paulista, que empresa cerca de 11 mil metalúrgicos, está afastada.
Em nota a GM informou que “está notificando os cem empregados da unidade de São Caetano do Sul que estarão em lay-off de 19 de janeiro a 9 de abril de 2015, conforme acordo firmado com o sindicato desde outubro do ano passado, com o intuito de ajustar a produção à demanda do mercado”.
Durante o período de afastamento os trabalhadores terão parte dos salários custeados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, e o restante será pago pela própria montadora. No decorrer do lay-off os funcionários farão curso de qualificação profissional no Senai.
Segundo porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul a adoção da suspensão temporária de contrato de trabalho “mostra o compromisso da empresa em não realizar demissões apesar do período turbulento na indústria automotiva”.
Durante as negociações do afastamento do novo grupo também foi acordado o valor da segunda parcela da PLR, Participação nos Lucros e Resultados. As metas de 2014 foram reduzidas em 24 mil veículos, praticamente um mês de produção. Segundo o sindicato as férias coletivas e o lay-off justificam a produção menor.
Com o novo acordo os trabalhadores da unidade atingiram as metas estabelecidas pela montadora e receberão neste mês a segunda parcela do benefício, no valor de R$ 5,8 mil. Somada à primeira, de R$ 7,5 mil, paga em junho, a PLR chega a R$ 13,3 mil. Na unidade são produzidos os modelos Cruze, Spin, Montana e Cobalt.
Além do lay-off em São Caetano a GM também usa o mecanismo na unidade de São José dos Campos, SP. No interior paulista 930 empregados estão afastados desde 8 de setembro de 2014, com previsão de retorno ao trabalho apenas em 7 de fevereiro.
Volkswagen – Por sua vez a greve na Volkswagen chegou ao décimo dia na quinta-feira, 15, sem nenhum avanço concreto nas negociações. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se reuniu com a montadora na tarde de quarta-feira, 14, com o objetivo de tentar reverter as oitocentas demissões anunciadas no início do mês.
Este foi o segundo encontro da semana que terminou sem acordo.
Terceira reunião foi agendada para a tarde de quinta-feira, 15, e os trabalhadores serão informados sobre eventuais avanços em uma assembleia na entrada do primeiro turno da sexta-feira, 16, às 6h. A reunião das duas partes com o Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, agendada para quarta-feira, 14, em São Paulo, foi cancelada e ainda não tem nova data. O ministro se dispôs a mediar as negociações.
Na manhã de quinta-feira, 15, houve princípio de tumulto na unidade Anchieta. Segundo o sindicato cerca de sete mil trabalhadores em greve se deslocaram até o prédio da presidência, onde funcionários do setor administrativo trabalhavam normalmente, e tentaram adentrar o recinto. Dezenas de seguranças tentaram impedir a ação, mas depois de alguns minutos os trabalhadores entraram e convenceram os demais a aderir à paralisação. Ainda de acordo com o sindicato a adesão ao movimento foi de 100% na quinta-feira.
Procurada, a Volkswagen optou por não comentar o episódio.