Mesmo com projeção de estabilidade para o mercado automotivo em 2015 pela Anfavea, o segmento de luxo fechará o ano em alta de dois dígitos. A avaliação é de Arturo Piñeiro, presidente e CEO do Grupo BMW, em entrevista exclusiva a AutoData.
O executivo estima crescimento de 10% nas vendas das marcas premium, que no ano passado responderam por 56 mil emplacamentos e, assim, neste deverão ultrapassar até com boa folga a faixa de 60 mil.
Os modelos BMW e Mini totalizaram 17,5 mil unidades no País em 2014, ou 26,5% dessa fatia de mercado, e a projeção para as marcas é acompanhar a trajetória ascendente. “As classes A e B somam mais de 20 milhões de consumidores no Brasil. Há um enorme potencial.”
Piñeiro revela que para atender o mercado a capacidade de produção local de modelos na nova unidade de Araquari, SC, também avançará: chegará a 15 mil veículos/ano até dezembro – atualmente a montagem é de 50 carros/dia.
“Em 2016 atingiremos capacidade de 32 mil unidades/ano e, se houver demanda, podemos futuramente ampliar a unidade para até 100 mil veículos ao ano. Estamos em terreno de 1,5 milhão de metros quadrados, sendo 500 mil m2 pavimentados. Espaço para isso não nos falta.”
O executivo também anunciou que até setembro o índice de conteúdo local da BMW alcançará mais de 30%. “Estamos desenvolvendo fornecimento local de itens de powertrain com a Benteler, que já se instalou na nossa fábrica, de bancos, com a Lear, e de partes em plástico, dentre outros. Há negociações em curso com diversas empresas.”
De acordo com o executivo 80% dos fornecedores globais do Grupo BMW já estão no País. “A questão é que eles não produzem localmente os itens que nos fornecem no Exterior. Podemos elevar a nacionalização considerando principalmente que haverá demanda não só da BMW mas também das demais montadoras premium que estão se instalando no Brasil.”
A proximidade com Joinville, onde está uma das unidades da General Motors, e com o Estado do Paraná, que conta com boa base de fornecedores, são pontos positivos na localização de componentes.
Já uma possível filiação à Anfavea continua em estudo, segundo Piñeiro, mas, por ora, a BMW seguirá como associada da Abeifa.