Cledorvino Belini na contagem regressiva para inaugurar Goiana

Com inauguração programada para abril a fábrica da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, em Goiana, PE, já iniciou a produção pré-série do Jeep Renegade. Cerca de 1 mil funcionários estão trabalhando na linha e até sua abertura oficial serão dois mil, conforme revelou o presidente da FCA para a América Latina, Cledorvino Belini, durante o lançamento da linha 2016 do Fiat Bravo, no Interior de São Paulo.

Ele acrescentou que “o produto terá índice de nacionalização de 70% já no seu lançamento, sendo que 40% das compras serão centralizadas no parque de fornecedores local, que está em fase de conclusão e abrangerá dezesseis empresas”.

A data da inauguração do complexo pernambucano, segundo o executivo, só não foi definida ainda por uma questão de compatibilidade de agendas. Virão para o Brasil os principais executivos mundiais da FCA, incluindo o CEO Sergio Marchionne. Também deverá estar presente a presidenta Dilma Rousseff.

Durante o evento o executivo relembrou que a fábrica de Goiana será a primeira do mundo a ser inaugurada desde a fusão da italiana Fiat com a estadunidense Chrysler, concluída oficialmente em outubro.

Sem esconder o entusiasmo com a proximidade da inauguração, Belini assegurou que, ao contrário do que muitos previam, não houve problemas com seleção de mão-de-obra local. O que, porém, não impediu a empresa de buscar trabalhadores em outros estados, caso de São Paulo, como também fez na época da inauguração da fábrica de Betim, MG, nos anos 70.

“Em um processo de seleção que envolveu inclusive antropólogos, buscamos em São Paulo pernambucanos que tinham vontade de voltar para a terra natal”, revelou Belini, sem revelar maiores pormenores desse tipo de contratação. Outra iniciativa foi buscar engenheiros nas universidades do Estado, que foram para Turim, Itália, participar de treinamento para integrar-se ao projeto Jeep.

Com relação à produção o executivo afirmou que os 30% de peças importadas do Renegade chegarão pelo Porto de Suape. Cerca de 40% serão adquiridas localmente, no novo parque de fornecedores, e o restante virá principalmente de fornecedores de Minas Gerais e São Paulo.

A rede de concessionárias também está em pleno processo de expansão e até abril serão inauguradas no País oitenta novas concessionárias exclusivamente da marca Jeep. “Elas se somarão às quarenta e três Chrysler hoje em operação no Brasil, que continuarão comercializando todas as marcas ligadas ao Grupo.” A meta é ter duzentas até o final do ano.

Apesar do início de ano difícil para o mercado automotivo, com queda de quase 20% em janeiro com relação ao mesmo mês do ano passado, Belini garantiu que a empresa continua apostando no potencial do País, razão de manter investimentos e confiança no sucesso do Jeep nacional.

Também revelou que apesar das dificuldades a empresa opera com lucro na América Latina. Pelos resultados preliminares divulgados pela FCA no final de janeiro o lucro da Fiat na região foi de € 300 milhões no ano passado.

Fiat Bravo já está em 2016; modelo oferece mais conectividade

Com alterações no visual externo e interno e maior nível de tecnologia embarcada chega ao mercado brasileiro o Fiat Bravo 2016, com preços que variam de R$ 61,9 mil a R$ 78,4 mil. A principal novidade do modelo é a incorporação do Uconnect, sistema mundial do Grupo FCA, Fiat Chrysler Automobiles, para entretenimento, comunicação e navegação, em todas as suas versões. Também passa a ser de série na linha a câmera de ré.

O Bravo, lançado no País em 2010, passa a ser oferecido agora em quatro versões, incluindo a série especial BlackMotion 1.8 16V, a R$ 69 mil. As demais são Essence 1.8 16V, a mais barata, Sporting 1.8 16V, a R$ 68 mil, e T-Jet 1.4 16V Turbo, a mais cara.

Com 4,5 mil unidades emplacadas no ano passado, o Bravo ficou em sétimo lugar no segmento de hatchs médios no ano passado, segundo dados da Fenabrave. O diretor comercial da Fiat, Lélio Ramos, vê espaço para suas vendas crescerem de 20% a 40% a partir das novidades incorporadas na linha:

“O modelo cresce em conectividade, está muito mais completo que qualquer um dos concorrentes e tem posicionamento de preço campeão”. Segundo o executivo o Bravo destaca-se principalmente pela sua nova central multimídia, que passa a ter comando por voz nas funções de mídia e telefone em toda a linha, um diferencial importante na sua faixa de mercado.

MERCADO – O segmento de hatchs médios teve vendas reduzidas acima da média do mercado no ano passado, na faixa de 20%. O modelo da Fiat acompanhou este movimento, baixando de quinhentos a 550 emplacamentos por mês em 2013 para cerca de quatrocentos/mês em 2014.

Segundo o presidente da Fiat Chrysler Automobiles para a América Latina, Cledorvino Belini, o achatamento do segmento de hatches médios guarda relação com o comportamento da própria economia do País. Com a desaceleração do crescimento econômico e renda mais apertada cresceu a participação do segmento de hatches compactos, principalmente os mais equipados, em prejuízo dos médios, com preço superior.

Sobre o comportamento do mercado neste início de ano o diretor comercial da Fiat avalia que o alto nível de impostos sobre os automóveis no Brasil continua sendo o maior inibidor do mercado. “Houve uma forte desaceleração na última semana de janeiro e o início de fevereiro também está muito fraco em vendas.”

A questão, segundo ele, não está ligada apenas ao retorno das alíquotas tradicionais do IPI desde janeiro: “É toda a carga de impostos incidente no setor. Para que o mercado voltasse a crescer de forma consistente o governo teria de rever a política tributária”.

Indústria de Caxias do Sul emendará semana do Carnaval

As cinco maiores empresas de Caxias do Sul, RS, todas ligadas à atividade de transportes de cargas e de passageiros, interromperão atividades produtivas em fevereiro. A decisão deve-se à drástica queda no mercado de ônibus, caminhões e implementos rodoviários e agrícolas em janeiro.

Na Empresas Randon a interrupção será até o dia 20, além de 27 de fevereiro, atingindo sete mil funcionários da Randon Implementos, Randon Veículos, Master, Suspensys, Castertech e Jost, além das unidades em São Paulo e Chapecó, a Brantech.

A Fras-le, o Banco Randon, a Randon Consórcios e algumas áreas específicas, como a de produção de vagões ferroviários, não estão incluídas neste processo, pois, segundo comunicado da organização, ainda não foram afetadas diretamente.

A proposta, que contempla compensação desses dias com o desconto das respectivas horas não trabalhadas nas folhas de pagamento dos meses que têm 31 dias, teve aprovação média de 90% dos funcionários. Para Daniel Ely, gerente de recursos humanos, a decisão atesta o entendimento, por parte dos funcionários, da real situação de mercado: “Estamos fazendo o máximo, usando todos os recursos que temos, pela manutenção dos empregos”.

Os 1,6 mil trabalhadores da Agrale paralisam atividades no período de 16 a 20 de fevereiro. A empresa abonará dois dias e os demais serão compensados nas férias de funcionários mensalistas ou nos dias 31, durante três meses, para os horistas. A medida atinge exclusivamente as plantas de Caxias do Sul.

A Guerra, fabricante de implementos rodoviários, colocou em férias por trinta dias, contados a partir da segunda-feira, 2, os 490 trabalhadores do turno da noite. Em 9 de março, pelo mesmo período, a medida atingirá 550 funcionários do turno do dia que atuam na linha de produção. De acordo com Juliano Teixeira, coordenador de recursos humanos, “foi a saída que encontramos para evitar demissões diante de quadro de mercado paralisado”.

Dos 1,6 mil funcionários do Grupo apenas os ligados aos setores administrativo e comercial das plantas de Caxias do Sul, além de todos os que atuam nas fábricas de Farroupilha, RS, e Guarulhos, SP, ficam fora do esquema.

A Marcopolo também optou por férias coletivas de seus funcionários das plantas de Caxias do Sul no período de 16 a 25 de fevereiro.

Osmar Piola, gerente de recursos humanos, alegou que a retração no mercado foi muito forte e que não há sinais de mudanças no cenário para os próximos meses. Mas adiantou que, além das férias – a segunda em menos de dois meses, vez a empresa voltou a operar em 13 de janeiro após a parada do fim de ano –, a Marcopolo estuda novas alternativas para março caso o mercado não sinalize mudanças.

Das cinco grandes empresas do setor apenas a Neobus não para na semana do carnaval. Mas, segundo Marcos Badan, seu gerente de recursos humanos, a empresa avalia alternativas para a semana seguinte: “Temos pedidos em carteira com prazo de entrega para os próximos dias. O mesmo não ocorre para a sequência. Ainda estamos estudando o que fazer”.

COMITIVA – Grupo misto de representantes do setor metal-mecânico de Caxias do Sul agendou encontros em Brasília, DF, na quarta-feira, 3, para expor a situação e propor medidas. A comitiva teve confirmadas audiências com os ministros Pepe Vargas, da secretaria de Relações Institucionais, e Miguel Rossetto, da secretaria geral da Presidência da República. Também tentará conversar com o ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento Econômico.

De acordo com Getulio Fonseca, presidente do Simecs, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico, o objetivo é expor o quadro do ano passado, que teve o fechamento de cinco mil vagas no setor e queda de 15% no faturamento, e a situação atual de recrudescimento da crise.

Dentre os pedidos o dirigente empresarial cita a maior rapidez nos programas de renovação da frota de caminhão e das concessões das linhas rodoviárias, além de mudanças nos financiamentos do BNDES para compra de equipamentos:

“Não trataremos de taxas de juros, mas que o governo retome a política anterior de financiamento de 100% do bem. Da forma como está, de aporte de 30% a 50% de entrada, de acordo com o perfil do cliente, a compra está muito mais difícil”.

O presidente Assis Melo, do Sindicato dos Metalúrgicos, que agendou os encontros ainda na condição de deputado federal, lembra que o objetivo é criar condições para a manutenção dos empregos e o desenvolvimento local. Além das questões citadas por Fonseca, Melo destacou a demanda em torno de um porto seco em Vacaria, RS, para melhorar o transporte de cargas para Caxias do Sul. O grupo conta com as presenças de David Randon, diretor presidente da Empresas Randon, de Daniel Ely, gerente de recursos humanos do Grupo, e de Mílton Susin, diretor da Volare, unidade independente da Marcopolo.

Palio larga na frente em 2015

Novo líder do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, o Fiat Palio iniciou 2015 novamente na dianteira. De acordo com dados da Fenabrave foram vendidas em janeiro 14,4 mil unidades das duas gerações do hatch disponíveis nas concessionárias, a Palio Fire e Novo Palio.

Foram quase 1 mil unidades de diferença para o novo vice-líder do mercado, Chevrolet Onix. Do modelo produzido na fábrica da General Motors em Gravataí, RS, foram emplacadas 13,5 mil unidades. Completou o pódio outro modelo Fiat, a picape Strada, com 11,2 mil veículos licenciados.

Líder por 27 anos consecutivo e segundo modelo mais vendido no ano passado, o Volkswagen Gol ficou apenas na oitava colocação do ranking de janeiro, com 7,9 mil unidades. Não foi nem o mais vendido da marca, titulo que coube ao Volkswagen Fox/Crossfox, quarto modelo em volume de vendas no mercado nacional em janeiro com 9,1 mil licenciamentos.

Ficaram ainda à frente do Gol o Hyundai HB20, com quase 9 mil unidades vendidas, Fiat Uno, com 8,6 mil licenciamentos e Ford Ka, que registrou 8,2 mil emplacamentos.

O Chevrolet Prisma, variante sedã do Onix, foi o nono mais vendido do mês, com 7,8 mil unidades comercializadas. Completou o ranking dos dez mais o Fiat Siena/Grand Siena, versões sedã do Palio Fire/Novo Palio, com 7,2 mil emplacamentos.

Por pouco mais de quatrocentos emplacamentos o VW up!, lançado no ano passado como a grande aposta da marca, não ficou dentre os dez mais licenciados do mês passado. O modelo teve 6,8 mil unidades comercializadas em janeiro.

Nas vendas ao varejo a configuração do ranking muda um pouco: líder e vice-líder seguiram os mesmos, Palio e Onix, com 13 mil e 12,7 mil unidades vendidas ao consumidor final. O terceiro no ranking foi o HB20, com 8,7 mil unidades e o Fox/CrossFox foi o quarto, com 7,6 mil unidades comercializadas.

O Gol foi apenas o décimo modelo mais vendido no varejo, com pouco mais de 5,6 mil licenciamentos.

DAF tem novo presidente no Brasil

A DAF anunciou na terça-feira, 3, novo presidente para sua operação brasileira, que conta com fábrica em Ponta Grossa, PR: Michael Kuester assume o posto a partir de 1º. de março.

Ele, até então diretor executivo comercial, sucede a Marco Dávila, promovido a vice-presidente da Paccar, da qual a DAF é subsidiária. Na nova condição Dávila será o responsável pelas operações do Grupo na América Latina e México.

Kuester ingressou na Paccar em 1989 e passou por vários países: foi gerente da DAF Espanha e gerente de marketing e comercial na Paccar Parts América do Norte antes de chegar ao Brasil. É graduado em Administração pela Universidade Gonzaga, em Washington, e possui MBA pela Universidade de Seattle.

Dávila, por sua vez, está na empresa há 23 anos e coleciona passagens pela Europa e México. Possui MBA pela Cetys Universidad, no México e cursou o Programa Executivo na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Ele sucede a Samuel Means.

Abraciclo cobra realização de testes com nova gasolina em motos

Em comunicado à imprensa divulgado na terça-feira, 3, a Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, cobrou a realização de testes com a gasolina adicionada de 27% de etanol anidro em motocicletas.

A nota a associação, que participou do encontro com o governo federal e outras entidades da indústria automotiva em Brasília, DF, na segunda-feira, 2, para tratar do tema, afirma que “a Abraciclo reafirmou [durante o encontro] a necessidade de realização de testes de durabilidade, capazes de detectar o desgaste de peças e componentes das motocicletas com a maior utilização do etanol na gasolina, a fim de obter uma avaliação mais precisa sobre os efeitos da nova mistura”.

O comunicado da Abraciclo prossegue afirmando que “considerando este argumento a entidade pleiteou a manutenção do porcentual atual de 25% de etanol na gasolina do tipo premium, como alternativa de abastecimento para os consumidores” – esta, entretanto, é bem mais cara que a gasolina comum e é encontrada atualmente apenas nos postos da BR distribuidora, vendida com a marca Podium.

A associação afirma ainda em sua nota que “concordou com a decisão do governo federal de utilizar inicialmente a mistura de 27% de etanol na gasolina, em vez de 27,5%, considerando que os instrumentos de verificação de qualidade existentes nos postos de combustíveis tem limitações para medição fracionada”.

Ford: prêmio para aplicativo contra congestionamentos no Brasil.

O Brasil será o nono país a participar do Desafio de Mobilidade Ford. O projeto, global, quer incentivar desenvolvedores a criar aplicativos que auxiliem a melhorar as condições no trânsito de megacidades.

O tema escolhido para ser trabalhado no País foi congestionamento: todos os concorrentes devem prover soluções que facilitem a locomoção dos motoristas e reduzam o volume de trânsito. As inscrições para participar do desafio serão abertas no segundo semestre, mas o prêmio para o criador do aplicativo vencedor não foi divulgado.

O anúncio da chegada do desafio, que começou na Inglaterra, foi realizado na terça-feira, 3, durante a abertura da Campus Party, maior feira de tecnologia da América do Sul, realizada em São Paulo.

Para auxiliar na criação do aplicativo a Ford oferecerá dados de motoristas obtidos por meio do Open XC, dispositivo que consegue transmitir praticamente todas as informações sobre o veículo. O aparelho é uma espécie de caixa preta do automóvel e mensura dados como o número de quilômetros rodados por determinado período, tempo parado em semáforos e outros. A montadora, entretanto, não pormenorizou como funcionará o processo de instalação do dispositivo nos veículos nacionais.

A gerente global de pesquisa sobre o futuro da mobilidade da Ford, Erica Kampff, veio de Detroit, Estados Unidos, especialmente para participar do evento. Durante sua apresentação a executiva pontuou iniciativas bem sucedidas nos países onde a montadora já realizou o desafio, como aplicativos para auxiliar a encontrar vagas de estacionamento em grandes metrópoles e para ajudar ambulâncias e veículos de resgate no transporte de pacientes.

“Queremos ser mais do que uma montadora: nosso objetivo é nos tornarmos uma empresa de mobilidade, parte da solução e não apenas parte dos problemas como trânsito e poluição.”

De acordo com os números apresentados por Kampff atualmente há 28 megacidades no mundo, que concentram cerca de 30 milhões de habitantes. Até 2030 serão 41 megacidades com mais de 60 milhões de pessoas. “Sem planejamento haverá um congestionamento global.”

A montadora aproveitou a feira de tecnologia para anunciar que o New Fiesta passa a dispor do AppLink, que dá acesso a aplicativos de smartphones por meio de comandos de voz, e da assistência de emergência, dispositivo de segurança que aciona o Samu automaticamente quando o veículo se envolve em um acidente.

O novo Ka foi o primeiro modelo da marca a oferecer o sistema de conectividade, seguido por EcoSport e Ranger. Segundo o vice-presidente de assuntos corporativos da Ford na América do Sul, Rogelio Golfarb, a ideia da montadora é tornar a tecnologia acessível para todos os consumidores.

“Começamos aplicando a tecnologia em nosso modelo de entrada, pois queremos que todos tenham acesso às novas formas de conectividade.”

Vendas caem 19% em janeiro

Os licenciamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus caíram 18,8% em janeiro, comparados com o mesmo mês do ano passado. Os números divulgados pela Fenabrave no fim da tarde da segunda-feira, 2, confirmaram as projeções da Agência AutoData reveladas na sexta-feira, 30: foram licenciadas 253,8 mil unidades, ou pouco mais de 12 mil veículos por dia útil, em média.

A queda na comparação com dezembro foi de 31,4%.

Dois dados relevantes, entretanto, devem ser considerados na análise: o último mês do ano passado foi o terceiro maior da história e janeiro de 2014 registrou o maior volume para o primeiro mês do ano em todos os tempos. As bases comparativas, portanto, são elevadas.

O recuo nas vendas de janeiro levou o mercado a nível pouco superior a 2011, quando o primeiro mês do ano registrou 245 mil licenciamentos. Em 2012 foram 268 mil unidades emplacadas e, em 2013, 311 mil veículos vendidos.

O segmento de automóveis e comerciais leves registrou queda semelhante à do mercado total: 18,6% na comparação anual, para 243,9 mil unidades, e 31% com relação a dezembro.

Em caminhões houve retração maior, com queda de 28,4% com relação a janeiro do ano passado e recuo de 44% na comparação com dezembro – também conforme os dados antecipados pela Agência AutoData.

O segmento de chassis de ônibus fechou janeiro com 2,2 mil licenciamentos, avanço de 4,2% na comparação anual, destoando do restante da indústria, porém recuo de 18,7% com relação a dezembro.

O mercado de motocicletas também começou o ano em baixa: 18,7% no ano e 15% no mês, para 18,6 mil unidades.

Ranking – A Fiat começou o ano na liderança do segmento de automóveis e comerciais leves ao emplacar 49,7 mil veículos, ou 20,3% do mercado. A General Motors manteve a vice-liderança obtida no fechamento do ano passado com 46,9 mil licenciamentos, 19,2% de participação, seguida pela Volkswagen com 39,5 mil unidades, 16,2% do total.

Por modelos a liderança ficou com o Fiat Palio, com 14,4 mil licenciamentos, seguido por Chevrolet Onix, 13,4 mil, e Fiat Strada, 11,2 mil unidades comercializadas.

Apesar da redução de imposto, Toyota aumenta preço do Prius

Durou cerca de quatro meses o desconto no valor do Toyota Prius. Depois da redução do imposto de importação para veículos híbridos –aprovado pela Câmara de Comércio Exterior, a Camex, em setembro de 2014 – a fabricante japonesa baixou o preço do modelo em outubro, porém em fevereiro deste ano o híbrido voltou a ficar mais caro.

O modelo da Toyota custava R$ 120,8 mil antes do benefício da Camex e passou a R$ 111 mil em outubro de 2014, depois do incentivo fiscal. Mas desde o mês passado o Prius ficou 3% mais caro e agora é vendido a R$ 114,3 mil.

Ricardo Bastos, gerente geral de relações públicas e governamentais da Toyota, afirmou em entrevista exclusiva à Agência AutoData que o movimento de alta é explicado pela flutuação cambial e pela recomposição da alíquota do IPI, ocorrida em janeiro deste ano.

“O IPI do Prius passou de 10% para 13% e a desvalorização do Real também contribuiu para o preço mais alto.”

Bastos afirmou ainda que a montadora repassou integralmente a redução do imposto de importação, mas não conseguiu absorver a flutuação cambial e o IPI – toda a linha da Toyota teve os valores reajustados devido ao aumento deste imposto.

A meta da Toyota, segundo o executivo, é comercializar o Prius na faixa dos R$ 100 mil. Ele afirma que a montadora faz esforços constantes para que o valor seja acessível e impulsione a tecnologia híbrida: “Estamos sempre buscando ganhos logísticos e procurando saídas em conjunto com a matriz”.

Bastos afirmou que ainda não há avanços sobre a extensão de outros benefícios que privilegiem tecnologias alternativas à combustão, como híbrida plug-in e elétrica. “Não houve mais nenhuma sinalização do governo federal e ainda não temos uma agenda definida.”

Ele afirmou que o governo federal realizou estudos internos sobre a viabilidade das tecnologias, ainda na época da equipe de Guido Mantega: “Não fomos informados sobre os resultados, mas sabemos que neste momento a equipe econômica tem outras prioridades”.

Apesar de não haver novidades na esfera federal, Bastos disse que recentemente foi formalizada proposta de redução do ICMS para veículos híbridos ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Ainda não há nada de concreto, mas continuamos trabalhando em várias frentes.”

Produção local – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, já dá como certa a produção do Prius na unidade de São Bernardo do Campo, SP, a partir de 2016. Bastos, no entanto, sustenta que esta decisão ainda não foi tomada.

“Ainda falamos em volumes pequenos, de cerca de 300 unidades por ano. Isso não justifica uma linha de montagem, mesmo que seja em CKD. Por isso ainda estamos avaliando.”

O executivo ressaltou também que não há quaisquer garantias de que a fábrica do ABCD seja o local escolhido quando a produção local for definida: “Indaiatuba e Sorocaba também podem receber uma possível linha de montagem do Prius. Ainda é tudo abstrato nesse sentido”.

Ao menos uma conquista a unidade de São Bernardo do Campo já pode comemorar: a unidade, que atualmente produz peças para abastecer as fábricas no Brasil e Argentina, voltou a ser a sede administrativa da Toyota do Brasil em fevereiro. De acordo com Bastos a ideia é centralizar a presidência, área de engenharia, setor administrativo e área de comunicação em um mesmo espaço físico. “Não foi uma questão de custos. Nós refizemos nosso quartel general.”

Gasolina comum e aditivada terão aumento da proporção de etanol

A indústria automotiva, o governo federal e o setor sucroalcooleiro chegaram a um consenso quanto à maior participação do etanol na mistura com a gasolina. Em reunião realizada em Brasília, DF, na segunda-feira, 2, ficou acertado que a gasolina comum e a aditivada terão alteração na fórmula, que passará de 25% para 27% de etanol anidro.

Desta forma, a gasolina premium – de maior octanagem e preço, comercializada nos postos BR como Podium – terá a mistura mantida em 25%, ao menos por enquanto.

Além disso o novo índice acordado é 0,5 ponto porcentual menor do que estudado, vez que as pesquisas conduzidas pela Petrobras e outros órgãos e fabricantes contemplava mistura elevada a 27,5% de etanol anidro na gasolina.

A Anfavea, por meio de nota oficial, afirmou que “o teor de 27% e não de 27,5% é uma ação de defesa ao consumidor, uma vez que as provetas de verificação de qualidade instaladas nas bombas de combustível não permitem leitura de número fracionado”.

Luiz Moan, presidente, adicionou no comunicado que “a decisão de manter a gasolina premium inalterada se deve à não conclusão dos testes de durabilidade e, portanto, a Anfavea recomenda que os veículos com motor movidos a gasolina utilizem este combustível”. A nota acrescenta, ainda, que “a Anfavea salienta que nos veículos flex a gasolina com teor elevado de etanol pode ser utilizada”.

A associação, no ano passado, se demostrara contrária à iniciativa por diversas oportunidades, por entender que o aumento na mistura poderia prejudicar os veículos da frota nacional dotados de motores movidos apenas a gasolina. Nos bastidores, alguns membros da diretoria da Anfavea apostavam que a nova fórmula seria reprovada nos testes.

A nova mistura chegaria aos postos de combustíveis já na segunda quinzena deste mês, mas a depender de sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Elisabeth Farina, presidente da Unica, União da Indústria de Cana de Açúcar, declarou que “os testes realizados sobre emissão, consumo e dirigibilidade não trouxeram mudanças significativas”, ainda à Agência Brasil. “Foi um acordo que o ministro Mercadante disse que levará à presidenta amanhã [3 de fevereiro].”

Ainda de acordo com a presidenta da Unica, a iniciativa trará demanda adicional de mais 1 bilhão de litros por ano à indústria de etanol, que, de acordo com ela, tem capacidade para atender a este aumento de produção.