Chassis de ônibus avançam 8,1% em janeiro

As vendas de chassis de ônibus registraram alta de 8,1% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5, foram 1 mil 875 emplacamentos ante 1 mil 735 registrados no mesmo mês do ano passado.

Os números refletem vendas de chassis realizadas em média há sessenta dias, dado o período necessário para encarroçamento. Não refletem, portanto, as dificuldades operacionais relacionadas ao Finame PSI em janeiro.

Na comparação com dezembro passado, melhor mês em vendas de ônibus de 2014, a baixa é de 19%, com 2 mil 316 emplacamentos realizados.

Tomando-se em conta o volume produzido em janeiro o cenário é animador para os ônibus: saíram das linhas 2 mil 483 chassis, leve alta de 2,1% ante os 2 mil 431 em janeiro de 2014.

Com relação a dezembro, quando as fabricantes concederam, em maioria, férias coletivas maiores que o usual, a alta é de 311,1%: foram montados 604 chassis no último mês de 2014.
Nas exportações os comparativos são todos negativos:

embarcaram ao Exterior 285 chassis em janeiro, baixa de 11,8% com relação aos 323 no mesmo mês do ano passado. Já ante dezembro, que teve 474 exportações, a queda é de 39,9%.

Com atraso no Finame vendas de máquinas caem 13,9%

As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias recuaram 13,9% em janeiro, na comparação anual. Foram comercializadas 3,2 mil unidades, ante 3,7 mil um ano antes.

Na relação com dezembro, quando foram vendidas 4,1 mil unidades, houve queda de 21,6% segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5.

Segundo Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Anfavea, as regras do Finame Modermaq, principal mecanismo para financiamentos de máquinas agrícolas e rodoviárias, só foram regulamentadas pelo BNDES em 30 de janeiro: “Isso comprometeu o primeiro mês de vendas do ano. Mas o ritmo deve se normalizar a partir de março, uma vez que fevereiro terá menos dias úteis devido ao carnaval”.

Além disso a executiva ressaltou que a evolução do PIB é fator decisivo para o segmento: “Como a economia está desacelerada as vendas acompanham o mesmo ritmo”.

Os tratores de esteira e as retroescavadeiras foram os mais prejudicados na comparação de janeiro de 2014 com janeiro de 2015, com queda de 66,7% e 41,3%, respectivamente. Os tratores de rodas sofreram menos impacto e a retração nas vendas foi de 3,5%, para 2,5 mil unidades.

As exportações de máquinas caíram 13,3% em janeiro, na comparação anual, para 483 unidades. Em valores o recuo foi ainda maior, de 19,1%, para US$ 172,3 milhões.

Acompanhando a retração nos mercados interno e externo a produção também teve queda em janeiro:com 4,6 mil unidades saindo das fábricas brasileiras o recuo chegou a 11,3% na comparação anual.

Produção começa o ano em ritmo lento

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus fechou janeiro com retração de 13,7% com relação ao primeiro mês do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5. Saíram das linhas de montagem 204,8 mil unidades.

Na comparação com dezembro o volume produzido manteve-se estável.

“Paralisações em uma de nossas associadas prejudicou a produção de janeiro”, afirmou Luiz Moan, presidente da Anfavea, sem citar nominalmente a Volkswagen, que teve sua produção na fábrica de Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, paralisada por alguns dias do mês passado devido a protestos de trabalhadores pela demissão de oitocentos funcionários, medida revertida após acordo das partes.

De todo modo o ritmo já vinha lento. Nos últimos doze meses a indústria automotiva nacional produziu 3,1 milhões de veículos, volume 15% inferior ao do período imediatamente anterior. Deixaram de sair das linhas mais de 500 mil veículos quando comparados os dois períodos.

A redução no ritmo das fábricas exerceu impacto sobre o nível de emprego. De dezembro para janeiro foram fechados quatrocentos postos de trabalho e ao fim do mês passado montadoras e fabricantes de máquinas agrícolas empregavam 144 mil 104 trabalhadores.

Há um ano o número de trabalhadores nas fábricas brasileiras se aproximava de 157 mil pessoas. Segundo Moan as montadoras estão aplicando todos os mecanismos possíveis para manter seus funcionários:

“Essa enxurrada de ferramentas como férias coletivas, licenças remuneradas e lay offs são usadas para manter os trabalhadores. Treinar e profissionalizar a mão de obra do setor é custoso e demissões não são boas para nenhuma das partes”.

Finame PSI passa a contar com juros pré-fixados para parcela variável

O BNDES publicou na noite da quarta-feira, 4, medidas que devem dar novo fôlego às vendas de caminhões no País.

Segundo circular oficial o Finame PSI passou a contar com juros pré-fixados para a parcela variável que compõe o financiamento em até 90% do valor do bem – os 10% de entrada foram mantidos.

Dessa maneira pequenas e médias empresas podem financiar 70% do valor do veículo a 9,5% ao ano e os 20% restantes em 17,24% ao ano, resultando em taxa mesclada de 11,22% ao ano, ou 0,89% ao mês.

Já as grandes empresas financiam 50% do bem a 10% de juros ao ano, os outros 40% a 15,74% ao ano e o resultado ponderado é 12,55% ao ano ou 0,99% ao mês. Essas condições valem para negociações fechadas até 28 de fevereiro – o BNDES publicará mensalmente circulares com as condições futuras.

Antes a única alternativa era contar com taxa atrelada às variações da Selic ou à cesta de moedas, um forte complicador de mercado: o cliente só saberia quais as condições de juros da operação dois dias antes do vencimento da primeira parcela do financiamento.

De todo modo essa opção continua disponível, embora de difícil operação, segundo Marco Antônio Saltini, vice-presidente da Anfavea: “Os sistemas bancários não estavam prontos para operar taxas compostas variáveis. Nenhum caminhão foi financiado pelas regras vigentes em janeiro”.
Sua expectativa é a de que na semana que vem os veículos já possam ser faturados nas novas condições anunciadas, o que deve auxiliar na retomada do mercado – que começou bem tímido.

Em janeiro os emplacamentos de caminhões somaram 7 mil 675 unidades, baixa de 28,8% ante as 10 mil 778 vendas do mesmo período do ano passado.

“Já esperávamos por um primeiro trimestre difícil com as políticas de ajustes promovidas pelo governo federal. No entanto perdemos janeiro: o segmento de caminhões é muito dependente da linha de financiamento do BNDES e, em razão das dificuldades operacionais, levamos à Brasília a proposta de uma linha fixa de juros, cenário mais previsível para o investidor”.

Para Saltini fevereiro ainda não deverá refletir melhora significativa por se tratar de um mês mais curto. No entanto março deverá acenar com melhores resultados: “As medidas estruturantes do governo, hoje consideradas até negativas, devem ajudar no médio e longo prazo a elevar o nível de confiança do consumidor.”

Produção e embarques – Em janeiro as fabricantes de caminhões não retomaram por completo seu ritmo: saíram das linhas 8 mil 447 unidades, queda de 38,7% ante as 13 mil 776 produzidas em janeiro do ano passado.

Já as exportações apontaram leve alta de 2,2%, passando de 1 mil 144 embarques em janeiro de 2014 para 1 mil 169 no mês passado.

Vendas de janeiro têm menor patamar desde 2011

O primeiro mês de 2015 terminou com queda de 18,8% nas vendas de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5, foram comercializadas 253,8 mil unidades em janeiro, ante 312,6 mil um ano antes.

O volume de janeiro é o menor desde 2011, quando foram vendidas 245 mil unidades no primeiro mês daquele ano. Na comparação com dezembro, quando foram licenciados 370 mil veículos, a retração verificada no último mês chega a 31,4%.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, para justificar a relevante queda mensal é preciso recapitular que as vendas de dezembro foram impulsionadas por uma antecipação de compra: “Os consumidores quiseram aproveitar o último mês com IPI reduzido”.

Moan destacou também que os resultados negativos observados em janeiro já eram esperados: “Há um movimento de baixa confiança dos consumidores e também o impacto das medidas de ajuste anunciadas no começo do ano pelo governo federal”.

Apesar de julgar necessários os ajustes o executivo afirmou que a indústria terá um primeiro semestre difícil: “A situação só deve começar a melhorar a partir de julho”.

Mesmo assim a Anfavea manteve suas projeções de estabilidade no volume de licenciamentos este ano – 3 milhões 498 mil unidades.

Ainda segundo dados da Anfavea a venda anualizada de veículos apresentou recuo de 8,7%, passando de 3,7 milhões no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014 para 3,4 milhões no período de fevereiro de 2014 a janeiro de 2015.

Os estoques recuaram em janeiro, passando de 351 mil unidades em dezembro para 318,5 mil no último mês. Do total 256,2 mil veículos estão nos pátios das concessionárias e 62,3 mil ainda estão nas montadoras. Em dias de produção o número caiu de 41 no último mês de 2014 para 38 em janeiro.

A boa notícia, segundo Moan, é que o volume de veículos financiados cresce mês a mês desde setembro, depois da aprovação da lei de retomada do bem. Em janeiro 66% das unidades vendidas foram financiadas, volume 3 pontos porcentuais acima do registrado em dezembro: “Isso demonstra uma boa vontade do sistema financeiro e pode ajudar a retomada do setor”.

Exportações caem 30% e refletem queda do mercado argentino

As exportações de veículos despencaram em janeiro tanto no comparativo com o mesmo mês do ano passado como com relação a dezembro, com quedas de, respectivamente, 27,9% e 30,4%. Foram embarcados para o Exterior apenas 16,3 mil unidades no primeiro mês deste ano, ante as 22,6 mil de janeiro de 2014 e as 23,4 mil do mês anterior.

Ao divulgar os números na quinta-feira, 5, o presidente da Anfava, Luiz Moan, atribuiu o desempenho negativo basicamente à continuidade da retração no mercado argentino, principal parceiro do Brasil na área automotiva: “A venda de veículos na Argentina em janeiro caiu 39,1% comparativamente a idêntico mês do ano passado”.

Em valores as exportações atingiram US$ 656,6 milhões no primeiro mês do ano, resultado 29,3% inferior ao de janeiro de 2014, quando chegaram a US$ 897,8 milhões, e 9,5% abaixo dos US$ 725,4 milhões exportados em dezembro.

A Anfavea, segundo seu presidente, já vinha prevendo um ano bem difícil para as exportações, em particular no primeiro semestre. O executivo acredita que possa haver melhora na segunda metade do ano a partir da adoção de medidas de incentivo às vendas externas que a entidade vem discutindo com o governo:

“Desde o ano passado temos feito uma série de reuniões para discutir um pacote que envolve cinquenta medidas, das quais algumas – como o drawback integrado – saíram recentemente”.

Outras propostas estão em debate, como a periocidade do Reintegra, programa que permite apurar crédito sobre a receita obtida com a exportação de bens e hoje tem duração de apenas um ano.

“Isso não tem sentido. Negócios com o Exterior têm prazo maior do que um ano e nós precisamos de previsibilidade. Vale destacar que tudo que estamos propondo não vale só para o setor automotivo. São medidas que favorecem as exportações da indústria em geral”.

Negociações – Além de negociar com o governo formas de reduzir o custo do produto exportado a Anfavea também vem mantendo contato com alguns países visando renovar ou acertar acordos bilaterais na área.

No caso do México, Moan informou que a Anfavea está esperando o governo autorizar negociação com o setor privado daquele país para acertar a prorrogação do acordo que vence neste primeiro quadrimestre: “A promessa é de uma resposta em dez dias”.

Com relação à Argentina, cujo acordo atual encerra-se em junho, Moan informou que o governo brasileiro prometeu acelerar as tratativas com o país vizinho para viabilizar a renovação em prazo hábil. Além disso, há negociação também com a Colômbia: “Estivemos lá na semana passada e também neste caso precisamos de uma visão geral do governo para dar continuidade às negociações.”

BMW associa-se à Anfavea

A BMW oficializou na quinta-feira, 5, sua associação à Anfavea, tornando-se a trigésima-primeira integrante do quadro associativo da entidade. O anúncio foi feito durante a entrevista coletiva à imprensa para divulgação dos resultados mensais da indústria automotiva, em São Paulo.

Gleide Souza, diretora de relações governamentais da companhia, assumiu uma das vice-presidências da associação.

Desde setembro a empresa produz o sedã Série 3 em Araquari, SC, onde investiu cerca de R$ 600 milhões para erguer fábrica com capacidade para até 32 mil carros por ano. No fim do ano passado começou a sair da linha de montagem o utilitário esportivo X1.

Atualmente são montados cerca de 50 veículos por dia na unidade, de acordo com porta-voz da montadora.

A associação da BMW à Anfavea não significa sua desfiliação da Abeifa, associação que representa fabricantes e importadores de veículos. À Agência AutoData o porta-voz da montadora afirmou que a companhia seguirá nas duas associações, vez que, além dos planos de produzir cinco veículos em Santa Catarina, seguirá importando os demais modelos do portfólio.

BorgWarner fecha contrato para primeiro 1.0 turbinado flex nacional

A produção brasileira de motores tem data marcada para ingressar na rota mundial do downsizing a partir de componentes locais. Em maio a BorgWarner iniciará fornecimento do turbo B01 produzido em Itatiba, SP, para equipar o primeiro veículo 1.0 turbo flex nacional.

Vitor Maiellaro, diretor geral da divisão de turbos, não revela qual é a montadora que receberá o componente, assim como o modelo. Fontes, entretanto, asseguram tratar-se de versão esportiva do VW Up!.

“Posso afirmar apenas que é um veículo dotado de motor 1.0 três cilindros que contará com uma versão turbo e potência ampliada em 40%”, afirma o executivo, adiantando ainda que este modelo pioneiro não reinará absoluto por muito tempo.

“Já temos negociações avançadas com outras quatro montadoras. Como o desenvolvimento leva algum tempo, a estimativa é iniciar o fornecimento a novos modelos em 2016.”

O diretor, que acaba de assumir o posto de Arnaldo Iezzi Jr., transferido para a direção geral da mesma divisão na Alemanha, fez projeções otimistas: “Estimo que em três anos 30% da produção nacional de automóveis de passeio deverá contar com motores turbinados. O downsizing é tendência: na Europa essa fatia já é de 85%”.

A unidade de Itatiba recebeu investimentos de R$ 70 milhões nos últimos anos e conta com capacidade atual de produção de 250 mil turbos para automóveis de passeio ao ano. O aporte incluiu a construção de um centro de engenharia e P&D no Brasil, o Tech Center, na mesma área da fábrica de Itatiba, inaugurado na quarta-feira, 4, com presença do presidente e CEO global James Verrier.

Lauro Takabatake, diretor de engenharia, afirma que o novo turbo B01 carrega índice de nacionalização de mais de 60% e pode ser utilizado em motores de 0,8 até 1,4 litro, com foco no atendimento às exigências do Inovar-Auto.

“Motores 1.0 turboalimentados saltam de potência média de 80 cavalos para 120, enquanto os 1.5 podem chegar a 160 cavalos, substituindo os 1.8 e 2.0 tradicionais. A demanda por testes deverá crescer, daí a necessidade dos novos laboratórios de ensaio.”

Os novos negócios no segmento de automóveis devem compensar a fatia de caminhões e ônibus, que demorará a recuperar fôlego na análise de Maiellaro: “Com a baixa venda de veículos comerciais, nosso principal segmento de atuação, a produção de turbos caiu 20% em 2014 na comparação com 2013, para a faixa de 270 mil unidades. Nossa projeção para o ano é de estabilidade nesses dois fornecimentos. A produção crescerá 10% graças às entregas aos carros de passeio”.

A nacionalização dos sistemas de pós-tratamento EGR para veículos Euro 5, que dispensam o Arla 32 pela recirculação de gases, também está em curso. Atualmente a BorgWarner fornece os componentes, importados, apenas para a MAN Latin America.

“Estamos fechando negociação com mais uma fabricante, o que ampliará nosso volume e justificará a localização da produção na nova unidade de Piracicaba. A partir de 2016 contaremos com capacidade anual de 35 mil a 40 mil sistemas/ano.”

FCA busca eficiência máxima na logística de Goiana

Produzir veículos em Goiana, na região Norte de Pernambuco, demandará uma complexa operação logística da Fiat Chrysler. Instalada mais de dois mil quilômetros de distância dos principais mercados brasileiros – os Estados das regiões Sudeste e Sul –, a fábrica receberá peças de fornecedores paulistas, mineiros, baianos, paranaenses, gaúchos e sergipanos, além de empresas da Europa, América do Norte e Ásia.

Estruturar todo esse recebimento de peças de modo a não prejudicar a produção e nem acumular estoques, bem como distribuir os veículos para todo o Brasil, não será tarefa simples. A FCA criou duas bases para esses trabalhos: a primeira em São Paulo, para receber e distribuir as peças, e a segunda em Betim, MG, para centralizar a distribuição de veículos para o Centro-Sul do País.

Os galpões estratégicos para as autopeças, chamados de cross-docks, estão distantes 2,1 mil e 2,8 mil quilômetros de Goiana – em Betim e São Paulo, respectivamente. Mauricélio Faria, gerente de logística e distribuição da FCA para a América Latina, explicou em entrevista exclusiva à Agência AutoData o funcionamento da operação.

“A grande maioria dos fornecedores Jeep estão nas regiões Sul e Sudeste. Os caminhões menores sairão carregados dessas empresas e deixarão as peças e componentes nos cross-docks, que são os responsáveis por reorganizar o material em veículos de maior capacidade. São estes, em menor número, que farão o transporte das peças para Goiana.”

Segundo Faria essa operação reduzirá o volume de caminhões nas estradas e as viagens de idas e vindas de Goiana para outros estados. Há ainda os fornecedores do parque anexo à fábrica da Jeep, que farão a distribuição just-in-time para o Centro de Distribuição de Carga, um galpão de 54 mil m² construído ao lado da unidade. Os componentes são enviados em ordem de chegada – ou seja, os primeiros que chegam são os primeiros a ir para a linha de produção.

“Esse modelo ajuda a reduzir o estoque de peças, diminui as movimentações e, por consequência, o risco de danos aos materiais. É um modelo mais eficiente do que o tradicional.”

Também de modo a aproveitar ao máximo a capacidade de transporte de cargas dos caminhões foi estruturada a operação logística de distribuição dos veículos. Quando estiver a todo o vapor a fábrica da Jeep terá capacidade para produzir 250 mil veículos, dos quais 80% terão como destino os Estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

A base de distribuição para as concessionárias dessas regiões será a fábrica da Fiat em Betim. Segundo Faria os caminhões sairão de lá com modelos Fiat para distribuição no Norte e Nordeste e voltarão com os Jeep, aumentando, assim a eficiência das cegonheiras.

“A Fiat vende em torno de 700 mil a 800 mil unidades por ano, das quais cerca de 20% na região Norte e Nordeste. Temos, portanto, caminhões-cegonha suficientes para transportar carros de uma fábrica para a outra sem desperdício de viagens, pois o volume Jeep inicialmente chegará a cerca de 140 mil a 150 mil veículos por ano.”

O executivo calcula que a estratégica logística poupará 23 mil viagens por ano, o que representa economia de 104 milhões de quilômetros e 42 milhões de litros de diesel, que resultariam na emissão de 101 mil toneladas de dióxido de carbono.

A distribuição será feita pela Sada Transportes e toda a estrutura desenvolvida pela FCA procurou proporcionar suporte aos motoristas, de acordo com a nova Lei dos Caminhoneiros assinada pela presidenta Dilma Rousseff na segunda-feira, 2.

“Todo o transporte será feito por rodovias. Teremos atenção especial com essa operação, porque precisamos evitar possíveis danos.”

A preocupação e o zelo com os veículos são tamanhos que a FCA assumirá a operação no pátio de veículos de Goiana, operação que costumeiramente é terceirizada para operadores logísticos especializados. “Pode haver um custo maior, mas temos uma preocupação muito grande com a marca Jeep. Seremos muito cuidadosos no manuseio dos veículos.”

A iniciativa, apesar de inédita no País, não é nova em termos globais: já é adotada na fábrica da Fiat na Sérvia, inaugurada em 2012.

SUAPE – Faria revelou ainda que existe previsão de exportação dos primeiros Jeep Renegade para países sul-americanos, em operação que poderá ter início ainda este ano. Toda a logística será conduzida a partir do Porto de Suape, em Pernambuco.

“Quando assinamos o contrato da fábrica fizemos um acordo com o governo local para construção de um pátio de veículos em Suape. Ele está lá e é público, pode ser usado por qualquer montadora. Nós usaremos para exportação e importação de modelos que tiverem como destino as regiões Norte e Nordeste. A ideia é começar ainda este ano.”

Mais para frente, a depender ainda de regulamentações e questões burocráticas, a FCA pretende fazer operações de cabotagem no porto, onde originalmente foi assentada a pedra fundamental da fábrica da Fiat que, em 28 de abril, será inaugurada como legítima unidade Jeep.

Associadas à Abeifa iniciam ano em queda de 22%

As vendas de veículos das 28 marcas associadas à Abeifa registraram queda de 22,2% em janeiro. Segundo dados da associação divulgados na quarta-feira, 4, foram comercializados 7 mil 478 mil veículos no mês, ante 9 mil 609 mil há um ano.

Na comparação com dezembro, quando foram licenciadas 9 mil 930 unidades, o volume foi 24,7% menor.

Em nota Marcel Visconde, presidente da Abeifa, afirmou que o resultado é reflexo de antecipação de compra estimulada pela entrada do 13º. salário e preços mais atrativos antes do aumento do IPI, aplicado em 1º. de janeiro de 2015.

No comunicado ele considerou que “como já havíamos indicado, não vamos especular sobre possíveis reações imediatas, mas sim analisar os números com cautela. Para o nosso mercado os índices mais relevantes a acompanhar são a confiança do consumidor e a taxa de câmbio”.

O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela FGV/SP, caiu de 96,2 pontos em dezembro para 89,8 pontos em janeiro. Outro indicador preocupante é o de otimismo com a situação econômica nos seis meses seguintes, igualmente em queda: de 92,5 pontos em dezembro para 77,6 em janeiro.

“Os brasileiros continuam à espera de notícias que mudem o cenário de pessimismo e retração. O setor está em alerta e sabemos que 2015 será um ano de grandes desafios e dificuldades a superar.”

Dentre as associadas da Abeifa a Kia Motors foi a montadora que comercializou o maior volume em janeiro: 2,3 mil unidades, queda de 26% em relação a janeiro de 2014. A BWM, com produção local, aparece na sequência, com 1,3 mil veículos e retração de 1,8%. A Jac Motors completa o pódio com 1 mil unidades emplacadas e baixa de 35,5%.

Apenas três marcas obtiveram resultado positivo no primeiro mês de 2015: a maior alta, de 182%, foi observada pela Jeep, que comercializou 330 unidades em janeiro. A Dodge aparece em seguida, com 278 unidades, em avanço de 36,3%. A Porsche encerra a lista com 193 veículos emplacados no último mês, volume 15,6% maior na comparação anual.