Umicore investe R$ 21 milhões em Americana

A Umicore investiu R$ 21 milhões em novos laboratórios que compõem seu centro de emissões veiculares. O complexo de equipamentos de testes e calibração de catalisadores automotivos fica ao lado do prédio que abriga as linhas de produção em Americana, Interior de São Paulo.

Stephan Blumrich, vice-presidente da Umicore Brasil e diretor da unidade de catalisadores automotivos da Umicore na América do Sul, afirma que a estrutura foi concebida para desenvolver projetos de novos catalisadores para montadoras, com destaque para os propulsores de três cilindros que chegaram junto com o Inovar-Auto.

“As obras foram concluídas no primeiro semestre de 2014, antes mesmo do prazo previsto. Agora, após período de ensaios de certificação, com comissionamento e de correlação da Cetesb, a nova estrutura está em pleno funcionamento. Já fechamos contratos com algumas das principais fabricantes de veículos do País.”

Para Blumrich o laboratório é importante na produção de componentes adequados às normas de emissões em exercício, além de representar possível conquista de novos clientes, como as fabricantes que estão chegando agora ao Brasil.

Segundo ele a inauguração do centro permite a ampliação de 100% da capacidade de atender a novos projetos, tanto de autopeças de componentes para o sistema de exaustão quanto de montadoras de veículos leves e pesados, no OEM e também na reposição.

Investimentos – A venda de serviços é outra possibilidade, graças aos investimentos recentes: “Periodicamente as fabricantes de veículos instaladas ou importadores têm de entregar relatórios de controle de emissões dos veículos vendidos no País à Cetesb, ensaio que realizamos. O objetivo dos laboratórios é o desenvolvimento próprio, mas eles também são uma ponte para se aproximar do cliente”.

O novo centro está em área construída de 1,8 mil m², pode operar 24 horas por dia e atende às normas NBR 6601, de testes de emissões pelo escapamento, NBR 7024, de consumo de combustível, NBR 12026, de emissões de aldeídos, e NBR 15598, de emissões de álcool não queimado.

Outro equipamento disponível é o dinamômetro de chassis para tração nas quatro rodas, que atende às normas específicas para ensaios de veículos híbridos.

Além do Brasil a empresa também tem centros tecnológicos na Alemanha, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e China.

Com capacidade produtiva de 3 milhões de peças anualmente a fábrica de Americana abastece o mercado da América do Sul, que respondeu por 4% do faturamento de € 9,8 bilhões mundial em 2013. O Brasil é o carro-chefe da região e, segundo Blumrich, e representou a quase totalidade da fatia referente à América do Sul.

Funcionários da GM mantêm greve em São José dos Campos

A greve dos metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos, iniciada na sexta-feira, 20, foi mantida na segunda-feira, 23. Segundo o sindicato local a montadora não se manifestou oficialmente, mas uma reunião de conciliação foi agendada para terça-feira, 24, no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, às 15h30.

De acordo com o sindicato os funcionários da unidade decidiram manter a paralisação como forma de protesto “contra os planos da montadora em demitir cerca de 800 funcionários”.

Os trabalhadores permaneceram dentro da fábrica, mas sem produzir nenhum veículo. Na unidade do interior paulista são fabricados os modelos S10 e TrailBlazer, além de motores, transmissões e CKD. De acordo com o sindicato cerca de 600 veículos já deixaram de ser fabricados desde o início da greve.

Na última reunião da GM com o sindicato a montadora propôs a abertura de um novo lay-off na unidade, por dois meses, para 798 trabalhadores. Segundo o sindicato após esse período todos os trabalhadores seriam demitidos. Em nota a GM afirmou que o sindicato “deturpou” a negociação e que foi surpreendida com a greve. A montadora afirmou ainda que só irá se pronunciar após a audiência no TRT.

Em comunicado o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que “não há qualquer hipótese de aceitar demissões na fábrica”. O sindicalista disse ainda que “o sindicato se colocou à disposição da empresa para dar continuidade às negociações, mas até agora a GM não se manifestou. A única saída para garantir o emprego desses trabalhadores é continuarmos com a greve”.

O sindicato que representa os trabalhadores da GM em São José dos Campos tem eleições agendadas para terça-feira, 24, e quarta-feira, 25. Segundo a diretoria da instituição a votação não deve ser prejudicada pela greve.

Maioria dos jovens avalia pós-venda na aquisição de veículos

Pesquisa realizada pela consultoria KPMG afirma que para a maioria dos jovens consumidores a rede de concessionárias, que engloba o serviço de pós-vendas, é o fator mais decisivo na hora de comprar um veículo.

Segundo o estudo 80% dos consumidores abaixo de 25 anos consideram uma rede estruturada como fator predominante para a compra de um veículo.

Seguindo a ordem de prioridades os financiamentos e a questão da mobilidade são essenciais para 65% dos jovens na hora da decisão sobre a compra do veículo.

Já a marca do automóvel é fator decisivo para 45% dos jovens abaixo de 25 anos. Em contrapartida 20% deles não se importam com a fabricante do modelo.

A avaliação global do perfil dos jovens é resultado da 16ª. Pesquisa Global da Indústria Automotiva, realizada com duzentos executivos do setor automotivo de 31 países – 39% dos entrevistados atuam em empresas com faturamento anual superior a US$ 10 bilhões/ano.

Segundo a pesquisa a relevância das fabricantes aumenta ao passo que o consumidor amadurece. Para 78% dos compradores de 35 a 50 anos a marca é fundamental para a escolha do veículo, 13% consideram a informação neutra e 8% não se importam com a origem do veículo.

Tecnologias – Ainda de acordo com o estudo da KPMG os executivos do setor acreditam que os consumidores estão mais interessados em tecnologias que reduzam o consumo de combustível e ampliem a mobilidade. Por isso para 41% dos entrevistados a tendência é que as montadoras aumentem os investimentos em downsizing até 2020.

Já para 23% dos executivos consultados a aposta das montadoras se voltará para os veículos com células de combustível. Outros 17% acreditam que a tecnologia de veículos plug-in será a tendência e 12% disseram que as fabricantes vão investir mais em veículos híbridos nos próximos cinco anos. A minoria, 5% dos entrevistados, avalia que os veículos elétricos atrairão mais aportes.

Emplacamento de motos acelera em fevereiro

O mês de fevereiro começou positivo para o segmento de motocicletas, que registrou 52 mil 617 emplacamentos na primeira quinzena, em alta de 2% sobre período equivalente em janeiro, que contou 51 mil 616 unidades.

Segundo resultados divulgados pela Abraciclo, associação que reúne as fabricantes do setor, a média diária de vendas no período foi de 5 mil 262 unidades, também 2% superior às 5 mil 162 de janeiro.

Já o comparativo com a primeira quinzena de fevereiro de 2014 é 10,7% negativo: naquele período a média diária foi de 5 mil 893 emplacamentos.

Se mantido esse ritmo fevereiro poderá fechar na casa de 100 mil motocicletas, 8% abaixo das 108 mil 647 vendas realizadas em janeiro, de dois dias úteis a mais.

Em relação a fevereiro do ano passado a queda seria de 19,5% face aos 119,5 mil licenciamentos daquele período. É importante destacar, contudo, que o feriado de carnaval caiu em março no ano passado, o que acaba por distorcer o comparativo anual.

Metalúrgicos da GM iniciam greve em São José dos Campos

Impasse na fábrica da General Motors de São José dos Campos, SP, resultou no início de greve por tempo indeterminado. Em reunião com o sindicato local na quinta-feira, 19, representantes da montadora alegaram que há excedente de mão-de-obra na unidade e propuseram a realização de um novo lay-off, com duração de dois meses.

No dia 13 de fevereiro 798 trabalhadores que estavam em lay-off desde setembro de 2014 voltaram à fábrica. Todos teriam garantia de emprego até 7 de agosto, conforme acordo prévio.

Em entrevista à Agência AutoData o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Mancha, afirmou que a montadora alegou que caso o lay-off não fosse aprovado haveria 798 demissões. “Eles estavam decididos e disseram que a decisão tinha de ser tomada logo.”

Em duas assembleias realizadas na sexta-feira, 20, às 5h30 e às 14h30, os metalúrgicos foram informados sobre a proposta da GM e decidiram iniciar a greve.

Em nota a montadora afirmou que sua proposta apresentada para o complexo industrial do Vale do Paraíba foi “deturpada” pelo sindicato, porém a fabricante não concedeu pormenores do que foi negociado durante a reunião. A empresa disse que a greve “causou surpresa” e que não foi oficialmente comunicada pelo sindicato sobre o movimento, como determina a legislação.

A GM informou também que protocolou no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas o pedido de dissídio coletivo. Audiência de conciliação foi agendada para o dia 24 de fevereiro, às 15h30. Segundo a companhia “a expectativa é que os empregados do complexo industrial de São José dos Campos retornem ao trabalho imediatamente”.

De acordo com Mancha o sindicato compreende a situação de queda do mercado automotivo, contudo considera a proteção dos empregos primordial: “Fizemos uma contraproposta de colocar um outro grupo menor em lay-off por dois meses, desde que não houvesse nenhuma demissão na unidade. A empresa se recusou a aceitar essa hipótese, deixando clara a intenção de demitir.”

A exemplo da situação observada na unidade da Volkswagen em São Bernardo do Campo, SP, no início do ano – que chegou a anunciar a demissão de 800 trabalhadores – os funcionários da GM permanecerão dentro da fábrica durante o movimento de greve. No entanto, nenhum veículo será produzido.

Segundo o sindicato a fábrica tem cerca de 5,2 mil trabalhadores e produz 300 veículos por dia, dos modelos S10 e Trailblazer.

“Teremos assembleias diárias para acompanhar o andamento das negociações. A próxima será na segunda-feira, 23, às 5h30.”

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos terá eleições na próxima semana – dias 24 e 25 de fevereiro –, mas Macha garantiu que a greve não guarda relação com o pleito. “O que nós menos queríamos nesse momento era um movimento desta natureza. Preferimos tranquilidade durante as eleições.”

Em comunicado o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que entrou em contato na noite de quinta-feira, 19, com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e solicitou que o governo federal faça intermediação nas negociações com a GM.

“A greve é nossa única forma de impedir uma demissão em massa na GM. Queremos convocar todas as centrais sindicais do País a se unirem aos trabalhadores daqui para lutar contra esse plano absurdo da montadora”, afirmou o dirigente sindical na nota.

Workshop AutoData analisará perspectivas do mercado de caminhões

Mesmo que as vendas de caminhões tenham, enfim, esboçado um início de recuperação nesta primeira quinzena de março, conforme noticiado na quinta-feira, 19, pela Agência AutoData, a atual situação do mercado brasileiro deste tipo de veiculo, que viu suas vendas caírem quase 40% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, merece ser acompanhada muito de perto por todos os elos tanto da cadeia produtiva como comercial.

Nos primeiros 18 dias deste março as vendas de caminhões no mercado brasileiro somaram 3 mil 727 unidades, segundo dados preliminares obtidos junto ao Renavam. Este volume representa alta de 22% frente ao mesmo período de vendas de fevereiro.

Só que, neste mesmo fevereiro, quando somadas as vendas totais do mês, segundo os dados oficiais divulgados pela Anfavea, as vendas deste tipo de veículo amargaram a maior queda da indústria automotiva nestes dois primeiros meses do ano, com redução de 50,3% frente ao mesmo mês do 2014, atingindo apenas 5 mil 182 unidades. Na comparação direta com janeiro, quando haviam sido licenciados 7 mil 675 caminhões, a queda foi de 32,5%.

Frente a esta delicada e difícil situação, o Workshop AutoData de Tendências Setoriais Caminhões, que será realizado em 27 de abril, em São Paulo, está ganhando grande importância estratégica na busca de informações para este ano, vez que este evento discutirá as reais perspectivas especificamente deste segmento do mercado para os demais meses do ano.

São números e previsões relevantes que serão discutidas neste evento e que certamente balizarão as próprias produções das principais montadoras de veículos comerciais até dezembro, com reflexos diretos, inclusive, para as programações dos principais fornecedores deste segmento da indústria.

Para que esta análise aprofundada das perspectivas seja possível, o evento reunirá os principais lideres de vendas das maiores montadoras de caminhões instaladas no Brasil, que debaterão diretamente suas visões a respeito dos demais meses do ano.

Já estão confirmadas as presenças de Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas e marketing da MAN, Gilson Mansur, diretor de vendas de caminhões da Mercedes-Benz, e Guy Rodriguez, diretor geral da Ford Caminhões.

“Um pormenor interessante deste evento, é que ele possibilitará que esta importante análise das novas perspectivas ocorra logo após o fechamento oficial do primeiro trimestre do ano, período que normalmente é considerado como crítico para mostrar as reais tendências do resto do ano neste segmento de caminhões”, analisa Paulo Fagundes, editor de seminários da AutoData Editora.

Além destes especialistas em mercado doméstico, este workshop trará, ainda, a análise do mercado internacional como complemento das perspectivas deste segmento da indústria. Neste sentido já está confirmada a presença do executivo Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas internacionais da MAN e foram convidados, também, representantes da Volvo, da Scania e da Iveco.

O evento mostrará, também, uma visão muito interessante da atual necessidade tecnológica dos veículos comerciais, que será apresentada pelo diretor de estratégia de caminhões da Volvo, Nilton Roeder.

Os implementos rodoviários também estarão presentes nesta análise, que será apresentada pela visão do presidente da Anfir, Alcides Braga que, na oportunidade, será entrevistado pelos jornalistas de AutoData.

Por fim, a visão setorial e as negociações com o governo sobre financiamento e renovação de frota serão analisados pelo diretor da Mercedes-Benz e vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Gomes de Moraes, que fará o encerramento do evento.

Este workshop acontecerá em São Paulo, no Milenium Centro de Convenções, no dia 27 de abril, em evento de meio período. Informações e inscrições poderão ser obtidas pelo site www.autodata.com.br, pelo e-mail seminário@autodata.com.br ou pelo telefone 11 5189-8938/8940.

Consumo de etanol cresce no último trimestre de 2014

O consumo de etanol hidratado, aquele usado no tanque dos veículos com motores flex e etanol, cresceu e ganhou participação no último trimestre do ano passado, segundo dados da ANP, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, divulgados pela Unica, União da Indústria de Cana-de-Açúcar.

Nos nove primeiros meses de 2014 o etanol foi usado em 32% dos abastecimentos de veículos com motores ciclo Otto no Estado de São Paulo. A partir de outubro o consumo saltou para 35,7%, em média. O diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, creditou o aumento à campanha publicitária veiculada no perído, denominada ‘Etanol, o Combustível Completão’.

Em nota, Rodrigues disse que a campanha estava no ar com força total em São Paulo durante o período de aumento no uso do etanol. “Este crescimento de mais de três pontos porcentuais da participação do biocombustível do terceiro para o quarto trimestre de 2013 em São Paulo é significantemente maior ao do restante do País, que subiu 1,8 ponto porcentual no período, para 18,3%.”

No último trimestre as vendas de etanol hidratado cresceram 17,9%, enquanto as de gasolina cresceram apenas 2,8%, mesmo com a estabilidade na paridade do preço dos dois combustíveis, de 65% a 66% – para compensar financeiramente ao consumidor, o litro do etanol deverá custar em média até 70% do preço do seu equivalente de gasolina.

Segundo Paulo Zappa, coordenador de comunicação da Unica, a campanha publicitária reforçou a imagem do combustível:

“Mais uma vez a campanha destacou os pontos positivos do nosso biocombustível, que vão muito além da questão do preço, como a geração de ganhos ambientais, sociais e de significante crescimento econômico em centenas de municípios canavieiros”.

Briga de gigantes

A desaceleração econômica ao longo do ano passado foi preponderante no desempenho das vendas de caminhões, mas também contribuiu para o resultado negativo o calendário atípico que, nos bastidores do setor, deverá ser lembrado como aquele de três carnavais. Além da festa popular propriamente dita, seguiram eventos que fizeram com que o balcão de negócio das fabricantes encerrasse expediente de alguma maneira, seja por portas fechadas ou por incertezas: a Copa do Mundo e as eleições.

No fim das contas, no entanto, e apesar da queda nas vendas de 11,3% com relação a 2013, “não foi um ano ruim. Tenho certeza de que esse período será visto com outros olhos daqui algum tempo”, sustenta Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, pós-vendas e marketing da Mercedes Benz do Brasil. “O problema é que o volume planejado ainda no fim de 2013 não se confirmou no ano seguinte. O setor investiu em capacidade que não se tornou realidade.”

De outro ponto de vista, o ano passado foi sequência de um ano excepcional para as fabricantes de caminhões, o terceiro melhor da sua história, com 154,5 mil unidades vendidas e, portanto, parte de uma base de comparação alta. Naquele período, como tradicionalmente ocorre, a categoria de pesados foi quem alavancou vendas e potencializou o resultado geral. Em 2014, ainda que com a queda de 15% ante 2013 no segmento de pesados, não dá para deixar de lado sua relevância no resultado final, com 47,4 mil unidades negociadas, participando com 34% das vendas totais de caminhões.

Embora a categoria pesado tenha a maior fatia do bolo, cerca de 80% do segmento estão nas mãos de apenas três fabricantes: Mercedes-Benz, Scania e Volvo. A disputa é tradicional e acirrada, afinal, para todas elas o mercado brasileiro está dentre os mais importantes de seus negócios globais. É o maior, por exemplo, para a Scania.

RANKING – No ano passado a Volvo encerrou o ano na liderança das vendas do segmento de pesados, apesar do recuo de 6,3% nos seus negócios com 14 mil emplacamentos e 29,6% de participação, conquistando quase três pontos porcentuais. A empresa assumiu o lugar que a Scania ocupou no fim de 2013.

De um ano para o outro a fabricante sueca instalada em São Bernardo do Campo, SP, perdeu quase sete pontos porcentuais de participação dentre os pesados, de 32,1% para 25,2%. No ano passado o mercado absorveu 11,9 mil caminhões pesados Scania contra 17,9 mil de um ano antes, queda de 33,4%.

“Talvez não tenhamos sido ágil o suficiente frente a ações promovidas pelas concorrentes”, admite Mathias Carlbaum, diretor-geral da Scania. “Em 2014 também a empresa passou por mudanças internas.”

Além do passo à frente da Volvo, o acentuado recuo das vendas da Scania também pode ser justificado pelo avanço importante da Mercedes-Benz. A companhia saltou para o segundo lugar no segmento de pesados, com crescimento nas vendas de 4,2%, para 12,2 mil unidades, e fatia de 25,9%, quase cinco pontos porcentuais a mais do que tinha um ano antes.

Abaixo da trinca do topo da lista da categoria, a MAN Latin America segue em quarto lugar com a mesma fatia de 10% que preserva desde 2013, com vendas na faixa de 5 mil unidades. Atrás da MAN, a Iveco registrou queda nas vendas de 34,5%, de 3,7 mil para 2,4 mil unidades, a maior das grandes fabricantes. Conseguiu, no entanto, manter o quinto lugar do ranking dentre os pesados, mas não escapou de perder participação: dos 6,7% que possuía ao encerrar 2013 para 5,2% no resultado final do ano passado.

AVANÇO – Destaque para a Ford Caminhões no sexto lugar do segmento. Graças à sua família de extrapesados, lançada em agosto de 2013, a empresa passou a ter maior participação na categoria. De um ano para outro as vendas da fabricante avançaram 17,4%, para pouco mais de 1 mil unidades, o que garantiu fatia de 2,2% do mercado de pesados contra 1,6% que tinha um ano antes.

Também chamou atenção o desempenho da DAF. A novata, em primeiro ano cheio de produção no País e em meio a um ambiente econômico difícil, conquistou meio ponto porcentual dentre os pesados com alta nas vendas de 786%, de 29 para 257 unidades. O resultado permitiu superar a International na categoria, montadora que registrou queda de 76,6% e ainda assim se manteve à frente da estreante chinesa Schacman por 34 unidades.

Jeep começa a produzir Renagade na fábrica da Fiat em Goiana

No apagar das luzes do governo de Luís Inácio Lula da Silva, o ex-presidente pernambucano fechou acordo com Cledorvino Belini, à época presidente da Fiat Automóveis do Brasil, e presenteou seu Estado natal com uma fábrica de automóveis. Ali, próximo ao porto de Suape, em 28 de dezembro de 2010, assentou-se a pedra fundamental da futura unidade. Na ocasião não se sabia o local exato, planejava-se produzir um subcompacto da marca e esperava-se que os primeiros modelos sairiam das linhas menos de três anos depois.

A Jeep anunciou que na quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015, começou a produção comercial do seu utilitário esportivo compacto Renegade na fábrica da Fiat Chrysler em Goiana. O modelo inaugura a linha de produção nordestina da unidade, a primeira pós-fusão do Grupo, e deverá chegar às revendas no próximo trimestre.

Muita coisa mudou nos 1 mil 514 dias que separam o assentamento da pedra fundamental da fábrica pernambucana da Fiat, no Porto de Suape, até o início da produção do Jeep Renegade em Goiana, no norte do Estado. A começar, é claro, pela aparente divergência nas informações fornecidas nos dois primeiros parágrafos: falamos, sim, do mesmo assunto!

O projeto que começou subcompacto Fiat deu forma a um utilitário esportivo Jeep, em reviravolta que há quatro anos ninguém imaginaria. De lá para cá Fiat e Chrysler uniram esforços, se fundiram e viraram FCA, Fiat Chrysler Automobiles, mudaram a sede da companhia para a Holanda e abriram capital na bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, em cerimônia que contou com uma bandeira do país, da Itália e do Brasil.

Sergio Marchionne e Cledorvino Belini, que seguem como presidente global e da subsidiária da América Latina, respectivamente, mudaram totalmente os planos da unidade brasileira, também devido às nuances do mercado local.

Em 2010 o cenário era o oposto ao enfrentado atualmente: as vendas naquele ano cresceram 12%, para 3,5 milhões de unidades – exatamente o volume projetado pela Anfavea para 2015, em igualdade ao resultado do ano passado. As vendas da Fiat caíram 8,2% de 2010 a 2014, de 760,5 mil veículos para 698,1 mil unidades. A participação da ainda líder do mercado cedeu de 22,8% para 21%, ou 1,8 ponto porcentual a menos.

Goiana, onde está a fábrica e o parque com dezesseis fornecedores – existe um segundo parque em construção, segundo Belini, que em outubro do ano passado convocou os interessados a lá se instalar, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2015 – surgiu na história apenas em agosto de 2011, sete meses depois do assentamento da pedra fundamental. O anúncio da mudança de endereço, embalado ao som de Alceu Valença, Mastruz com Leite e Saia Rodada, parou a pequena cidade que esperava ansiosa pela confirmação do empreendimento de R$ 4 bilhões, que ocupa terreno de 14 milhões de m2 – doado pelo governo estadual – e gerou mais de 3 mil empregos.

Pouco mais de um ano depois começaram as obras civis. Aí os planos de Marchionne de começar a produzir no fim de 2013 já foram por água abaixo: a diretoria já trabalhava com a previsão de inauguração para o segundo semestre de 2014. No fim do ano Belini confirmou uma fábrica de motores no empreendimento.

Durante esses mais de quatro anos a Fiat solicitou nada menos do que quatro linhas de financiamento a bancos públicos, somando mais de R$ 6 bilhões. Só o BNDES liberou mais de R$ 3 bilhões à companhia, que ainda abriu linhas com o FNDE, Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, controlado pela Sudene, e com o Banco do Nordeste.

A última linha de crédito, de R$ 840 bilhões, veio justificada: os veículos inicialmente planejados para a fábrica em 2010 não seriam os mesmos que sairiam das linhas. Tratava-se de uma nova gama de produtos, mais evoluída.

Apenas no ano passado, após a fusão da Fiat com a Chrysler, a diretoria da companhia passou a tratar a fábrica como uma unidade Jeep e confirmou a produção do Renegade no local. Também em 2014 um centro de engenharia foi anunciado pela montadora, em Recife, em cerimônia com o então governador Eduardo Campos, falecido em acidente aéreo em agosto, quando era candidato a presidente da República.

A inauguração oficial da fábrica está agendada para 28 de abril, uma terça-feira. Acrescente-se, portanto, mais 68 dias aos 1 mil 514 e, caso desejado, mais 14 à conta, se a referência for o anúncio oficial. Serão ao todo, então 1 mil 596 dias para a terceira fábrica automotiva nordestina sair efetivamente do papel – há as unidades Ford em Camaçari, BA, e Horizonte, CE, esta dedicada à Troller.