Fiat Strada liderou vendas diretas por modelo em fevereiro

A picape Fiat Strada, segunda colocada no ranking geral de vendas por modelo, foi disparada a líder nos emplacamentos por modalidade direta – realizada para pessoas físicas, geralmente grandes frotistas, em altos volumes e descontos correspondentes – no mês de fevereiro no mercado nacional, segundo números da Fenabrave divulgados na terça-feira, 3. De seu total de 8,7 mil licenciamentos no geral no mês, somando vendas para pessoas físicas e jurídicas, 5,3 mil foram por modalidade direta, ou 60,5%, bem mais que a metade.

Considerando-se apenas automóveis o Ford Ka foi o modelo mais emplacado por meio de venda direta em fevereiro – e segundo no ranking desta análise em particular. De seu total de 6,4 mil licenciamentos no mercado geral no mês, somando vendas para pessoas físicas e jurídicas, 2,7 mil foram por modalidade direta, ou 42%. No geral dos modelos mais vendidos no mercado nacional em fevereiro o Ka foi o sexto colocado.

Em terceiro lugar dos modelos mais emplacados em venda direta no mês passado aparece outra picape, a VW Saveiro, com 2,5 mil de seus 4,8 mil no total, que lhe deram a décima-primeira posição dos 50 mais vendidos de fevereiro: a relação é de 52,5%.

O líder do mercado geral, o Palio, foi o quarto em vendas diretas no mês, com 2,3 mil de seus 9,2 mil emplacamentos, 25%. Fecha os cinco primeiros desta modalidade de comercialização o VW Gol, oitavo no geral, com 2,2 mil dos seus 5,9 mil licenciamentos de fevereiro, 37%.

Na outra ponta, a do varejo, o Palio também liderou, com 6,8 mil unidades vendidas diretamente nas concessionárias, ou 75% de seu total do mês. O segundo mais vendido a pessoas físicas em fevereiro foi o VW Fox, o terceiro no geral, com 6,2 mil de 7,4 mil, 84%. A seguir aparece o Hyundai HB20, quinto no ranking dos 50 mais, 6,1 mil de 6,5 mil no total, ou 94%.

O Chevrolet Onix foi o quarto modelo mais vendido do varejo no mês passado – mesma posição do ranking geral –, com 6,1 mil de 6,9 mil, 88%. E o quinto foi VW Up!, o nono dos 50 mais, com 4,9 mil de seus 5,5 mil do mês, relação também de 88%.

Já a Strada foi apenas a décima-terceira mais vendida no varejo, com 3,4 mil unidades comercializadas a pessoas físicas em concessionárias.

Nada de novo

Os executivos de marketing das fabricantes de veículos costumam dizer que toda vez que um produto é lançado as vendas de todo o segmento ao qual ele pertence crescem também. Se isso de fato for verdade, o segmento de SUV deve explodir no Brasil a partir de abril.

Afinal, somente em março serão lançados três veículos para competir com o Ford EcoSport, que até agora enfrentava apenas Renault Duster – que também será renovado no fim do mês – e os jurássicos Hyundai Tucson e Mitsubishi TR4, cuja produção acaba de ser encerrada.

No espaço de duas semanas chegarão às revendas os novíssimos Peugeot 2008, Honda HR-V e Jeep Renegade, todos nacionais. Mera coincidência? Novamente os homens de marketing dirão tratar-se do conhecido movimento gnu, ou movimento manada. Ou seja: aonde um vai, outros seguem atrás. Algo corriqueiro na indústria automotiva e em setores diversos, ainda mais no comércio. Basta lembrar o modismo instantâneo dos truck foods e das paletas mexicanas, ambos em São Paulo.

Apenas para ficar em dois exemplos automotivos no mercado interno: as hoje quase extintas station wagons compactas e suas substitutas cronológicas minivans. Há menos de duas décadas os brasileiros podiam comprar as chamadas peruas da Chevrolet, Ford, Volkswagen e Fiat, para ficar apenas com representantes das quatro marcas mais vendidas. Hoje contam com a solitária Palio Weekend – minguadas 18 mil unidades vendidas em 2014 – e uma ou outra opção importada.

O mesmo ocorreu com as minivans de produção nacional. Depois da apresentação do Renault Scénic, em 1998, na década passada as ruas foram tomadas por Chevrolet Zafira e Meriva, Citroën Picasso e Fiat Idea, sobrevivente com não mais do 1,5 mil unidades vendidas por mês em 2014, ao lado da Chevrolet Spin. E nada mais. Minguaram também.

A onda agora a arrebanhar esforços das engenharias e departamentos de vendas são os SUVs e sua variação SAV, de Sports Activity Vehicle, algo do mesmo porte mas menos apto à terra, como o futuro Mercedes-Benz GLA nacional. E vem mais nos dois próximos anos: BMW X1, Land Rover Discovery Sport e Chery Tiggo são outros três exemplos.

Isso  para citar os modelos de produção local, fora um farto cardápio de importados coreanos, europeus, japoneses e chineses. A julgar por essa voracidade o império dos SUVs – e mesmo por se tratar de fenômeno mundial – deve ser mais duradouro aqui do que o das minivans, por exemplo.

Bem, isso até alguma empresa sacar da cartola novamente algo realmente novo e rapidamente, mais uma vez, se ver acossada pelas concorrentes na busca pelo mesmo consumidor. E não será nenhuma novidade: somente a roda do marketing automotivo, criado por Alfred Sloan há uns oitenta anos, que continua a girar.

Vendas de veículos sobem 5,3% nos Estados Unidos em fevereiro

O mercado estadunidense de veículos registrou alta de 5,3% nas vendas em fevereiro. Foram comercializadas 1 milhão 258 mil unidades no segundo mês do ano ante 1 milhão 194 mil em fevereiro de 2014.

Apesar da alta, na avaliação de analistas ouvidos por agências internacionais, o resultado poderia ser ainda melhor não fossem as condições climáticas da última semana do mês. O inverno rigoroso, acompanhado da neve, intimidou a movimentação dos consumidores.

Em comunicado o vice-presidente de marketing e vendas da Ford, Mark LaNeve, reforçou que “o ritmo das vendas ficou mais lento na última semana, o que comprometeu o desempenho do mês.”

Além disso o aumento do preço da gasolina também inibiu consumidores em fevereiro. Em contrapartida, as taxas de juros baixas e a ampla disponibilidade de empréstimos continuaram atraindo clientes e protegeram o mercado, na avaliação de analistas.

Dos principais fabricantes de veículos em ranking de vendas a Toyota liderou os ganhos de fevereiro, ao ampliar seu volume comercializado em 13,3% no último mês, na comparação anual. A montadora japonesa registrou 180,5 mil unidades vendidas em fevereiro.

A Fiat Chrysler registrou vendas 5,6% maiores, para 163,3 mil unidades. Já a Honda avançou 5%, enquanto a General Motors registrou ganho de 4,2% e a Nissan de 2,7%.

A Ford, por sua vez, caiu 2% depois de dois meses consecutivos de resultados positivos. A montadora comercializou 179,6 mil veículos em fevereiro, comparados a 183,3 mil um ano antes.

O Grupo Volkswagen também teve vendas menores no último mês, no comparativo anual. A fabricante comercializou 40,6 mil unidades, em queda de 2% ante as 41,4 mil de um ano antes. Vendas 5,3% maiores da Audi e 10% maiores da Bentley, entretanto, ajudaram a amenizar a queda geral do Grupo.

Fenabrave revisa projeções e estima queda de 10% nas vendas em 2015

Após os primeiros dois meses de vendas bem abaixo das expectativas do seu departamento econômico, a Fenabrave decidiu reduzir suas projeções de vendas para o ano. Na terça-feira, 3, em entrevista coletiva à imprensa, a associação revelou nova estimativa, agora de redução de 10% nos licenciamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2015, passando das 3 milhões 498 mil unidades no ano passado para em torno de 3 milhões 148 mil veículos neste.

Em janeiro, no primeiro encontro com a imprensa no ano, o presidente Alarico Assumpção Júnior divulgara projeção de vendas similares a 2014, com pequena redução de 0,5%.

“Teremos uma visão mais clara do mercado após as vendas de março, com o fechamento do trimestre. Mas nossa projeção é essa, com viés de baixa”, justificou o dirigente, acrescentando que “registramos o pior fevereiro em vendas dos últimos oito anos”.

Conforme antecipado pela Agência AutoData ainda na sexta-feira, 27 de fevereiro, as vendas caíram 28,3% no mês passado na comparação com igual período de 2014. Foram licenciados 185 mil 961 veículos, o menor resultado de vendas para um mês desde novembro de 2008. Comparado com janeiro, mês que registrou também fraco desempenho, a retração foi de 26,7%.

O bimestre acumulou 23,1% de queda nas vendas, com 439,8 mil emplacamentos, o pior desempenho para o período dos últimos seis anos.

O segmento de automóveis e comerciais leves registrou 178 mil 822 licenciamentos, queda de 27,3% na comparação anual e 26,7% na mensal. No bimestre a redução foi de 22,5%, para 422,7 mil unidades.

Em caminhões as 5 mil 171 unidades comercializadas em fevereiro representam o pior resultado para o mês nos últimos vinte anos, de acordo com Assumpção Jr. A queda foi de 50,1% com relação ao mesmo mês de 2014 e 32,6% na comparação com janeiro, também confirmando a projeção da Agência AutoData divulgada com exclusividade na quinta-feira, 26 de fevereiro.  Somados os dois primeiros meses o segmento acumulou queda de 39%, com 12,8 mil unidades comercializadas.

As vendas de chassis de ônibus somaram 1 mil 968 unidades, queda de 35,6% na comparação anual e 11,7% na mensal. No bimestre, queda de 19,2%, para 4,2 mil unidades.

No segmento de motocicletas fevereiro registrou 93,8 mil unidades emplacadas, queda de 21,5% com relação ao mesmo mês de 2014 e 13,7% na comparação com janeiro. No acumulado do ano a retração chega a 20%, com 202,4 mil motocicletas comercializadas.

“A economia não cresce, a roda não gira e o País não movimenta”, argumenta o presidente da Fenabrave. “Estamos com dificuldades na economia, uma inflação alta que provoca também aumento na taxa de juros e, por consequência, maior restrição no crédito.”

De acordo com Assumpção Jr. os bancos estão liberando em torno de apenas 30% das fichas de financiamentos. O rigor aumentou devido ao encarecimento do crédito, provocado pelo aumento nas taxas de juros. “A dificuldade maior está nos carros com preços de R$ 20 mil a R$ 40 mil. Nos acima de R$ 40 mil, segmento em que os compradores têm recursos para dar de entrada e um cadastro melhor, o crédito é mais fácil.”

Como os modelos mais baratos representam a maior parcela das vendas do mercado brasileiro, os estoques crescem. Segundo a Fenabrave existem 55 dias de estoques – o equivalente a 300 mil unidades, de acordo com a MB Associados, consultoria parceira da associação.

O cenário desfavorável não significa, entretanto, enxugamento da rede. Assumpção Jr. descartou demissões em massa no segmento de distribuição, mas admitiu possíveis cortes pontuais e até mesmo uma consolidação maior do setor, vez que existem muitas empresas de pequeno porte que poderão ter maior dificuldade em enfrentar a situação de retração do mercado.

O presidente da Fenabrave destacou também que o segmento de usados e seminovos poderá se beneficiar e apresentar novamente crescimento nas vendas, a exemplo do que ocorreu no ano passado.

Start-Stop e outras tecnologias entram no Inovar-Auto

A indústria automotiva brasileira teve um de seus pleitos junto ao MDIC atendidos: o ministério publicou portaria no Diário Oficial da União da segunda-feira, 30, com o regulamento complementar do Inovar-Auto no que diz respeito aos cálculos para obtenção da melhoria da eficiência energética.

O texto traz definições quanto ao uso de equipamentos que promovem economia de combustível, tais como o start-stop. Essa iniciativa era importante pois diversos sistemas deste tipo não apresentavam nos testes oficiais o mesmo resultado de redução de consumo do uso prático, devido às características dos ciclos de teste em laboratório usados para medir oficialmente o consumo de combustível e, portanto, a evolução da eficiência energética – o que acabava por desestimular as fabricantes a adotá-los no mercado. Este cenário foi abordado em reportagem da Agência AutoData publicada em julho de 2013.

O governo federal atendeu sugestão da indústria, representada por Anfavea, AEA e outras instituições, e definiu créditos adicionais para o uso deste tipo de equipamento – incluindo até mesmo os que vierem a ser inventados e utilizados futuramente. Assim, no cálculo da eficiência energética, será considerado o consumo do veículo mais um índice específico de redução, medido em Megajoules por quilômetro.

Para o start-stop o crédito concedido será de 0,0227 MJ/km. Para o AAI, de Active Aero Improvement, ou sistema de controle da grade frontal – que automaticamente controla a abertura ou fechamento das aletas, beneficiando a aerodinâmica do veículo – valerá o índice de 0,0049 MJ/km. E os sistemas de indicador de troca de marcha, GSI, e de monitoramento da pressão dos pneus, TPMS, terão 0,0134 MJ/km cada.

O texto da portaria estabelece que para contar com o benefício o veículo terá de contar com estes sistemas como item de série.

Além disso o governo definiu um crédito adicional de 0,0041 MJ/km para veículos flex – a gigantesca maioria da produção nacional – com o argumento de que o dispositivo “atende ao maior potencial tecnológico e ao menor impacto ambiental de bicombustíveis”.

Os créditos, entretanto, não poderão ultrapassar um teto de 0,0351 MJ/km, mesmo que um modelo possua soma de tecnologias para menor consumo que ultrapassem este total.

O texto ainda prevê que o uso de “tecnologias inovadoras” que possibilitem redução do consumo, descartando as já citadas, poderão gerar créditos de até 0,0585 MJ/km, desde que a montadora e o fornecedor comprovem o benefício.

Outro ponto atendido pelo MDIC foi autorização para que os veículos submetidos aos testes de eficiência energética tenham até seis mil quilômetros rodados, o que elimina o efeito de maior consumo das unidades 0 KM, sem nenhum amaciamento de motor.

HÍBRIDOS E ELÉTRICOS – Cobrindo outra lacuna que ainda estava a preencher nas regras do Inovar-Auto a portaria trouxe também a definição de como será aplicado o cálculo de eficiência energética por montadora para aquelas que comercializem veículos híbridos e elétricos no mercado nacional – que, naturalmente, ajudam a puxar para baixo a média de cada fabricante.

Foi definido que um Fator de Ponderação, como foi denominado, será aplicado e multiplicado pelos emplacamentos deste tipo de veículo realizados durante a vigência do programa Inovar-Auto. O resultado deste cálculo engordará os números de eficiência obtidos por cada montadora, ajudando-as a atingir ou até mesmo ultrapassar as metas, o que significará redução adicional de um ou dois pontos do IPI no período de 2018 a 2020.

O critério de divisão de tipo de modelo híbrido ou elétrico, incluindo os movidos a célula de combustível, atendeu sugestão de Anfavea e SAE. Foram determinadas três faixas de Fator de Ponderação, tomando por base o consumo energético de cada modelo, e os valores a serem aplicados no período 2015 a 2017 e 2018 a 2020.

A determinação representa boa notícia para montadoras como a Ford e a Toyota, uma vez que as vendas de Ford Fusion Hybrid e Prius – as de maior volume para veículos com novas tecnologias de propulsão atualmente no País – passarão a contar nos seus respectivos cálculos de eficiência energética, ajudando-as a obter mais facilmente os índices de melhoria exigidos.

Inadimplência para veículos se mantém estável em 3,9%

O índice que mede o atraso nos pagamentos dos financiamentos de veículos por pessoas físicas ficou estável em para janeiro, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na semana passada.

Segundo a instituição a inadimplência do setor automotivo fechou o mês em 3,9%, o menor nível desde 2011, pelo menos.

O resultado quebrou uma sequência de sete meses consecutivos de redução no índice. Ainda assim não há registro de elevação no nível de inadimplência desde abril do ano passado.

Com relação a janeiro do ano passado o nível de atraso recuou 1,3 ponto porcentual. Em 24 meses o índice de atraso nos financiamentos de veículos, segundo o BC, passou de 6,4% para 3,9%, ou 2,5 pontos porcentuais a menos.

O Banco Central promoveu uma nova mudança na metodologia de medição da inadimplência geral do sistema financeiro, por isso o índice, que antes era superior ao de quando se isolavam os dados do setor automotivo, agora traz números inferiores aos atrasos nos pagamentos de financiamentos de veículos.

Segundo a instituição os atrasos superiores a noventa dias para pessoas físicas, considerando-se todas as modalidades de crédito, chegaram a 2,9%, alta de 0,1 p.p. com relação a dezembro e estabilidade nos últimos doze meses. Para pessoas físicas os atrasos chegam a 3,8%.

Mercosul aprova unificação de placas automotivas a partir de 2016

O modelo de placa unificada para veículos dos cinco países que fazem parte do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela – foi aprovado formalmente em reunião realizada no Uruguai no último sábado, 28. A cerimônia contou com a presença dos presidentes e representantes dos países da região.

Em comunicado distribuído pelo Palácio do Planalto a presidente Dilma Rousseff afirmou que a placa unificada é o início da integração do bloco no que se refere à movimentação de seus habitantes: “É um passo que será seguido de vários outros para que possamos consolidar a integração”.

A norma valerá a partir de 1º de janeiro de 2016, para os veículos 0 KM, e atingirá frota de cerca de 110 milhões de veículos da região. Os países que desejarem podem antecipar seu uso, o que deve acontecer na Argentina ainda este ano.

A placa facilitará a circulação e o controle de veículos nos países do bloco, contribuindo, por exemplo, para melhor fiscalização aduaneira e migratória.

As novas placas adotadas no Mercosul terão 13 cm de altura por 40 cm de largura, as mesmas dimensões utilizadas hoje no Brasil. O design será semelhante ao adotado nos países da União Europeia: fundo branco com faixa azul na parte superior. Haverá ainda o símbolo do Mercosul à esquerda, além do nome e da bandeira do país de origem do veículo.

A nova identificação será formada por sete caracteres: duas letras, três números e mais duas letras. Essa estrutura é capaz de gerar até 450 milhões de diferentes combinações. O modelo utilizado hoje no Brasil poderia chegar a 175 milhões de possibilidades.

Mercado brasileiro tem pior desempenho desde novembro de 2008

Em fevereiro foram licenciados no mercado brasileiro 185 mil 966 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. O volume confirma a projeção revelada pela reportagem na sexta-feira, 27.

O resultado representa retração de 28,3% com relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram licenciadas 259,3 mil unidades, e 26,7% na comparação com janeiro, que teve 253,8 mil veículos vendidos.

Foi o volume mais baixo para um mês na indústria automotiva brasileira desde novembro de 2008, mês em que a crise financeira mundial começou a afetar diretamente o segmento de veículos – e obrigou o governo a baixar, pela primeira vez, as alíquotas do IPI para a aquisição de automóveis e comerciais leves. O mercado não apresentava vendas inferiores a 200 mil unidades desde fevereiro de 2009, período afetado pelo carnaval e que ainda sentia os efeitos do movimento desencadeado pelo pedido de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, em setembro de 2008.

O carnaval também influenciou negativamente o resultado do mês passado. Oficialmente foram dezenove dias úteis de vendas, porém são considerados úteis a segunda-feira de carnaval e a quarta-feira de cinzas, ponto facultativo e meio período, respectivamente, com baixo nível de licenciamentos. O feriado em si também gerou impacto, vez que os consumidores costumam viajar e pouco frequentam as concessionárias no período, o que distorce o comparativo, vez que a celebração, no ano passado, ocorreu em março.

Assim a média diária oficial, de 9,8 mil unidades com dezenove dias úteis, poderia passar a 10,9 mil unidades descontados esses dois dias – resultado, de qualquer forma, ainda baixo: em janeiro a média diária de licenciamentos foi de 12,1 mil unidades.

O bimestre teve 439,8 mil unidades licenciadas, volume 23% inferior às 571,9 mil unidades comercializadas em janeiro e fevereiro do ano passado – mais uma vez é preciso considerar o carnaval tardio em 2014. O ano não começava em ritmo tão lento desde 2010, que registrou 434,3 mil licenciamentos nos dois primeiros meses.

Os resultados oficiais, a análise das vendas de fevereiro e as expectativas para o mercado nos próximos meses serão divulgados oficialmente pela Fenabrave na terça-feira, 3, com cobertura completa da Agência AutoData.

Palio confirma liderança folgada no primeiro bimestre

O Fiat Palio está demonstrando que a liderança de vendas obtida em 2014 – pela primeira vez na história para um modelo da montadora de origem italiana e desbancando reinado de 27 anos do VW Gol – não foi um mero acaso ou movimento isolado. No primeiro bimestre de 2015 o modelo confirmou a condição de mais vendido no País até com certa facilidade.

De acordo com números revelados pela Agência Autoinforme na segunda-feira, 2, o hatch compacto liderou em fevereiro, repetindo o ocorrido em janeiro, desta vez com 9,2 mil unidades licenciadas. Com isso acumula 23,6 mil unidades no bimestre, ou que representa mais de 3 mil de vantagem para o vice-líder no acumulado do ano, o Chevrolet Onix, com 20,4 mil.

A picape Fiat Strada foi a segunda colocada em fevereiro, com 8,7 mil unidades, tomando o posto que o Onix, com 6,9 mil, obtivera em janeiro. No mês passado o Chevrolet perdeu lugar ainda para um concorrente direto, o VW Fox, que fechou o pódio mensal com 7,3 mil. No acumulado do primeiro bimestre, com 20,4 mil, o Onix está aproximadamente quinhentas unidades à frente da Strada, que fecha o pódio do acumulado com 19,9 mil.

Com o bom desempenho de fevereiro e também de janeiro, quando foi o quarto mais vendido, o Fox se firmou como o VW mais vendido do País na quarta posição do bimestre, com 16,5 mil emplacamentos. É seguido pelo sempre estável Hyundai HB20, o quinto no ano com 15,2 mil e mesma posição em fevereiro, com 6,5 mil.

A sexta e a sétima posições no primeiro bimestre são ocupadas pelo Ka, 14,7 mil, e Uno, 14,6 mil. Em fevereiro o Ford e o Fiat repetiram estas posições, com 6,4 mil e 6 mil, respectivamente.

O Up! confirmou neste mês, e pela primeira vez, seu lugar da lista dos dez mais, conforme antecipou com exclusividade a Agência AutoData há uma semana. Em fevereiro foi o nono, com 5,5 mil, e na soma dos dois primeiros meses de 2015 tem 12,3 mil, o décimo. Está atrás do Gol, oitavo em janeiro, fevereiro e no acumulado, com 13,7 mil. O Chevrolet Prisma, com 12,5 mil, é o nono no bimestre, mas no mês passado apenas décimo-segundo, com 4,7 mil.

O lado cor-de-rosa da General Motors

Há quinze anos o trânsito brasileiro começou a ficar mais cor-de-rosa. Desde 2000 a empresa de cosméticos Mary Kay passou a premiar suas melhores consultoras com veículos temáticos produzidos pela General Motors.

Atualmente cerca de 800 veículos cor-de-rosa, em tom próprio da empresa de cosméticos, circulam no Brasil. Este toque especial, entretanto, requer um planejamento da montadora. A General Motors explica que solicitações de personalização de veículos exigem um estudo minucioso para análise da viabilidade e do custo de produção deste produto. No caso da Mary Kay, essa parceria deu certo.

Criada em 1963, em Dallas, no Texas, a Mary Kay tem seus produtos vendidos em 35 países e faturamento de US$ 4 bilhões. Em 1969, a fundadora que dá nome a marca entregou o primeiro carro pintado em rosa, um Cadillac Coupé, como prêmio por bom desempenho em vendas, e desde então os carros se tornaram o principal troféu da Mary Kay às vendedoras.

Segundo a GM a empresa americana procurou a montadora pedindo os carros personalizados cor-de-rosa, uma tonalidade que a companhia não tem no portfólio. Depois de estudar a melhor forma para atender o cliente a GM concluiu que a maneira mais viável seria executar o serviço em oficinas da rede de concessionárias, não na linha de montagem, devido à quantidade e ao prazo de entrega desejados pelo cliente.

A montadora lembra ainda que por ser uma cor exclusiva, foi necessário corrigir a documentação original dos veículos. Os modelos personalizados atualmente são a Captiva e o Cruze.

No caso da Mary Kay a montadora optou por não envolver a linha de montagem no processo de mudança dos veículos, mas a empresa ressalta que quando o nível de especificação é mais complexo, torna-se necessário o envolvimento de diversos departamentos, como o de engenharia. Segundo a GM geralmente isso acontece quando o cliente é um grande frotista e possui necessidades muito específicas, como concessionárias de energia, por exemplo, que encomendam picapes sem a caçamba para a instalação de escadas hidráulicas para a manutenção de postes. A polícia também entra na lista de clientes especiais e tem diversos requisitos, como a necessidade de revestimento reforçado dos bancos e conjunto elétrico de maior capacidade para suportar rádios, sirenes e computadores.

Apesar da dificuldade para colocar os carros cor-de-rosa para rodar, a Mary Kay garante que a forma de premiação é bem vista por suas consultoras. Segundo Luana Batista, gerente de 
Reconhecimentos e Eventos da Mary Kay, o Troféu sobre Rodas, como é chamado o prêmio, é concedido para as consultoras que atingem as melhores marcas em um ano.

“As colaboradoras que atingem os requisitos necessários do programa recebem o direito de uso do carro cor-de-rosa por 36 meses, sendo o modelo Cruze para as diretoras de vendas independentes e a Captiva para as diretoras nacionais de vendas independentes.”

Depois dos três anos de uso do veículo as colaboradoras podem optar por comprá-lo com um desconto atrativo ou podem devolvê-lo à Mary Kay, que o pinta de outra cor e revende o modelo. “A maioria das consultoras acaba ficando com o veículo.”

Mas além do prêmio sobre rodas a companhia de cosméticos possui outra forma de brindar suas colaboradoras: o Troféu dos Sonhos. Neste caso a Mary Kay paga uma quantia mensal – equivalente ao financiamento de um veículo – durante 36 meses para que a ganhadora realize algum desejo pessoal como uma viagem, a compra de um imóvel, ou até mesmo compre um veículo de outra marca.

“Ao optar pela compra deste outro modelo de veículo a Mary Kay fornece o pantone cor-de-rosa para que a ganhadora possa pintá-lo, se desejar, além de oferecer pareceria para descontos na compra de alguns veículos.”

Atualmente há 320 mil consultoras de beleza independentes da Mary Kay, como são chamadas as vendedoras da marca – todas em busca do exclusivo carro cor-de-rosa.